“Câmaras estão pouco preocupadas com os efeitos do fenómeno do Alojamento Local”
O GECoRPA salienta que em Berlim, desde Maio deste ano, a exploração de habitações inteiras como alojamento local para turistas passou a ser ilegal, e as multas aos infratores podem atingir os 100 mil euro
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“Em resultado, a exploração de mais e mais habitações como alojamento local para turistas nos centros históricos e zonas nobres das principais cidades, que já ultrapassou, esta ano, as 34 mil unidades, está a traduzir-se no despejo dos moradores tradicionais e no seu realojamento forçado nos dormitórios suburbanos”, sendo que “as câmaras parecem considerar isso bom, e mostram-se pouco preocupadas com os efeitos que tal fenómeno está a ter sobre o bem-estar dos munícipes e o caráter e autenticidade dos centros e bairros históricos”.
Quem o garante é o Grémio do Património (GECoRPA) que, numa extensa exposição estabelece, um paralelo entre os limites impostos por Berlim e o facilitismo que se verifica em Portugal. A organização liderada por Vítor Cóias recorda um estudo recente da Associação da Hotelaria, Restaurantes e Similares de Portugal (AHRESP) que mostrou que “mais de metade das habitações destinadas ao alojamento local foram desocupadas para esse efeito. Os moradores que ficam, tal como em Berlim, queixam-se do excesso de ruído e do lixo.
Os responsáveis autárquicos argumentam com o contributo do AL para a reabilitação urbana, mas tal contributo é ilusório: as obras são sobretudo cosméticas e de reduzida durabilidade e realizadas predominantemente ao nível das frações. O estudo da AHRESP, acima referido, parece confirmá-lo: metade dos inquiridos espera recuperar em apenas um ano o capital investido em obras”.
O GECoRPA salienta que em Berlim, desde Maio deste ano, a exploração de habitações inteiras como alojamento local para turistas passou a ser ilegal, e as multas aos infratores podem atingir os 100 mil euros. “De acordo com esta lei, só podem ser destinadas a alojamento de curta duração partes de casa inferiores a 50% da área disponível”, adianta o Grémio que acrescenta que o estudo feito na Alemanha antes desta mudança da legislação, revelou que comprar apartamentos e alugá-los a turistas – através de agências on-line como a Airbnb e a Wimdu – se tinha transformado num negócio altamente rentável. Em parte como resultado deste novo negócio, Berlim, que antes tinha um excesso de habitações – encontra-se agora a braços com uma grave e crescente escassez. “As autoridades berlinenses esperam que, com esta lei, cerca de 20 000 habitações que estão atualmente a ser exploradas para o alojamento local libertem para arrendamento regular uma área capaz de satisfazer a procura correspondente a um ano”.
Para esta organização, a escassez de habitação não é o único problema na origem desta alteração da lei em Berlim. “Além da falta de apartamentos para arrendamento regular, o alojamento local de turistas é visto como um incómodo pelos moradores, que se queixam de que as despedidas de solteiro, os grupos barulhentos e as festas durante toda a noite degradam seriamente a qualidade de vida nos bairros centrais de Berlim”, revela a organização.