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    Arquitectura

    “Esta não é uma candidatura de continuidade”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Teresa Novais explica as razões da sua candidatura e as linhas gerais da mesma

    Ana Rita Sevilha
    Arquitectura

    “Esta não é uma candidatura de continuidade”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Teresa Novais explica as razões da sua candidatura e as linhas gerais da mesma

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    Foram os  graves problemas que afectam a classe que motivaram a candidatura de Teresa Novais aos Orgãos Nacionais da Ordem dos Arquitectos. Em entrevista ao CONSTRUIR, a arquitecta fala sobre os problemas, as ansiedades e as expectativas da classe, à luz das linhas gerais da sua candidatura.

    Esta é uma candidatura de continuidade com o que foi feito no último triénio?
    Não, esta não é uma candidatura de continuidade, pretendemos uma mudança no modo como a Ordem se posiciona institucionalmente, os tempos que vivemos assim o exigem. A Ordem é uma instituição nova, e foi obrigada recentemente a alterar os seus estatutos, o que pode ter condicionado o mandato que agora termina, virando-se para o interior e para a relação entre Órgãos. Mostrou-se, talvez por isso, pouco interveniente ou operativa, afastando-se ainda mais dos arquitectos e da sociedade.
    O nosso desafio é político e de afirmação pública, temos de transformar a O.A. na referencia para a Arquitectura que o País, os cidadãos e os Arquitectos precisam.
    Numa situação pós crise onde a actividade da arquitectura e da construção foram das mais afectadas, precipitando uma desregulação da profissão, neste próximo mandato é urgente promover o valor acrescentado da arquitectura.
    Temos de atingir o espaço político e mediático para combater a degradação do exercício da Arquitetura, alertar para a precaridade instalada, questionar os modelos e condições da encomenda, que constituem os principais desafios da profissão.
    Nesse sentido esta é uma candidatura de ruptura, sem que com isso se renegue ou menospreze todo o trabalho que as anteriores direcções da O.A. alcançaram. A equipa que se construiu em torno desta candidatura procurou um equilíbrio entre experiência e renovação, incluindo arquitectos que já participaram na vida da Ordem e arquitectos que o fazem pela primeira vez.

    Nas últimas eleições houve uma abstenção que rondou os 92%. Acha que existe uma classe mais participativa hoje?
    São os graves problemas que afectam a classe que motivam esta candidatura, queremos acreditar que estes problemas serão mote para uma maior participação dos Arquitectos nas eleições. No entanto, aqueles que foram mais afectados pela crise acabam por abandonar a profissão e o vínculo á O.A. ou suspendem a sua inscrição e, consequentemente, a participação nas eleições.
    Por outro lado, existem duas situações que alteram o panorama actual face ao registado nas últimas eleições. Encontramo-nos hoje perante um processo eleitoral com várias listas a concorrerem, situação que não se verificou então. Acreditamos que o debate entre propostas diferentes irá motivar o debate e potenciar a participação.
    Finalmente, a implementação do voto electrónico irá facilitar a participação eleitoral, logo temos todos os motivos para crer que os Arquitectos serão muito mais participativos a decidir o seu destino.
    Mesmo assim, face aos números actuais, mesmo que a participação triplique, ou quadruplique, será ainda um primeiro passo para inverter a tendência de afastamento do processo de eleição dos órgãos da O.A.. Acreditamos que é esse aumento da participação que nos irá permitir representar os Arquitectos no próximo mandatos dos órgãos nacionais da O.A.

    Quais os problemas da e na profissão que considera mais urgentes?
    O exercício da profissão de arquitecto vive actualmente um paradoxo: por um lado, a sociedade celebra a excelência da Arquitectura portuguesa, por outro, não lhe reconhece valor social ou económico. Os serviços do Arquitecto são vistos como um custo e não como um investimento na geração de património e riqueza futura.
    Esta visão, aliada às consequências da crise económica degradam o exercício e prática da profissão, contribuindo para a precariedade dos Arquitectos. A degradação da remuneração dos serviços do Arquitecto é uma das principais consequências desta situação, tendo chegado a situações verdadeiramente insustentáveis que urge combater.
    Esta situação não afecta apenas os Arquitectos. Afecta os demais projectistas, Engenheiros, Engenheiros Técnicos e Arquitectos Paisagistas, também, mas ela afecta os cidadãos e o desenvolvimento do país pois face às actuais condições de remuneração destes técnicos, o desenvolvimento dos seus serviços é seriamente limitado, e isso tem consequência graves.
    O corrente investimento na Reabilitação, seja ela do edificado, seja do espaço público e do ordenamento do território, e que constitui actualmente o motor do sector da construção, são fundamentais para garantir a sustentabilidade da profissão, o desenvolvimento do país e a maximização dos investimentos públicos e privados, e importa uma acção da O.A. para que os arquitectos sejam intervenientes centrais nos processos de Reabilitação urbana e do território.
    Urge igualmente que os serviços de Arquitectura passem a estar disponíveis para todos os cidadãos. É necessário democratizar a reabilitação, apoiando as populações carenciadas que não têm possibilidade de contratar serviços de Arquitecto, nomeadamente em processos de reabilitação, legalização, etc. À semelhança dos advogados oficiosos, propomos a criação da Bolsa dos Arquitectos Oficiosos para democratizar o direito à Arquitectura.
    Estas são as urgências principais, por causa disso temos de alterar o presente de degradação da profissão e construir um futuro mais resiliente e sustentável.

    O que urge mudar no presente e como olha para o futuro da prática em Portugal?
    A nossa proposta é fruto de uma reflexão participativa, que procurou criar uma visão estratégica de longo prazo para os destinos da Ordem e da sua capacidade de resolver os problemas dos Arquitectos e da Arquitectura.
    Para defesa do presente e do futuro dos Arquitectos, são necessárias condições dignas para o exercício da profissão e uma Ordem capaz de promover activa e publicamente o contributo multiplicador dos Arquitectos, capaz de criar as condições de sustentabilidade para a profissão.
    É necessário igualmente que exista uma maior comunicação entre os membros e a O.A. para que os problemas da profissão sejam abordados com maior assertividade, principalmente no que concerne às questões do exercício, quer na prática privada, quer na prática dentro da função pública.
    Urge mudar o papel que a O.A. desempenha. É urgente que a O.A. se torne útil para o exercício e para a prática. Para além do seu papel na certificação dos profissionais da Arquitectura em Portugal, torna-se necessário que a O.A. se torne na entidade de referência nas questões da prática, da política e da cidadania.
    Vamos igualmente assumir uma postura política mais interveniente, se quiser pode dizer, vamos ser mais inconvenientes e menos discretos, a Arquitectura e o País assim o exigem.
    Como sociedade precisamos de ser capazes de planear onde queremos estar num horizonte de futuro. Propomos iniciar uma reflexão multidisciplinar para perceber os principais desafios que enfrentamos até 2050, onde queremos estar nesse horizonte temporal e que papel pode ter a arquitectura.
    Podemos resumir a urgência das nossas propostas a uma premissa: queremos que a O.A. deixe de ser uma instituição reactiva para assumir uma visão estratégica que a guie perante a sociedade e os seus membros, ou seja, mudar o presente para construir um futuro melhor.

    Quais as grandes linhas da candidatura “Arquitetos Presente e Futuro”?
    A disponibilização de condições dignas é fundamental para podermos exercer a profissão, actualmente essas condições não existem, urge lutar por elas.
    Queremos que a Ordem dos Arquitectos se afirme na defesa dessas condições através de uma ação política forte, com impacto mediático.
    Pelas experiências passadas, como na luta contra o Dl 73/73, sabemos que quando as nossas reivindicações são justas, obtemos um apoio maciço junto da população. As petições pelo Direito à Arquitectura e Luto|Luta pela Arquitectura foram um exemplo do caminho a seguir. Ou seja, de cada vez que a O.A. mobilizou a opinião pública acerca da justeza das suas reivindicações, obteve passos importantes na resolução desses problemas.
    Temos a noção que perante o quadro actual, a O.A. tem de se afirmar com uma presença na opinião pública muito mais intensa, e isso é um acto de afirmação política.
    Este caminho tem como principal objectivo diminuir a precariedade e degradação da profissão. Para isso temos de actuar no palco político de um modo muito mais intenso e objectivo.
    Salientamos o papel que actualmente a encomenda pública tem na desvalorização da Arquitectura. A encomenda pública deveria ser a referência. Actualmente existe uma subversão deste princípio, olhando os serviços do Arquitecto como um custo e não um investimento. E deste modo contaminando a encomenda privada com o seu mau exemplo.
    Para combater este enquadramento propomos que ao nível da encomenda pública sejam alterados alguns procedimentos. Pretendemos criar uma metodologia que assista a ambos na definição dos prazos e valores da encomenda, utilizando os dados do Observatório da Arquitectura como base estatística, associado a estudos económicos dos custos dos serviços do Arquitecto.
    Pretendemos igualmente, que o Estado assuma e alargue os compromissos que assumiu quando instituiu a Política Nacional da Arquitectura e da Paisagem, nomeadamente através de uma maior transparência e assunção do mérito na encomenda pública.
    Hoje, menos de 1% da encomenda pública é resultado da escolha do mérito das propostas. Vamos propor, como medida integrada na Política Nacional de Arquitectura, um protocolo que estabeleça metas com o Estado para a encomenda pública, para que num prazo de 6 anos se atinja uma cota de 25% de concursos cujo critério de selecção seja a qualidade do projecto.
    Propomos igualmente maior transparência na categoria dos ajustes directos, com a criação de bolsas bianuais para a contratação de serviços do Arquitecto, bolsas que promovam a entrada de novos profissionais no mercado da contratação pública.
    Pretendemos também que o Arquitecto veja instituída a sua carreira, que lhe reconheça o percurso profissional e formativo do Arquitecto. Este registo tem como objectivo a valorização profissional do Arquitecto, nomeadamente na clarificação da remuneração desde o estagiário até ao Arquitecto sénior, ao mesmo tempo que promove transparência e clareza nas relações profissionais.
    Finalmente e não menos importante, pretendemos alterar a situação do acesso. Vamos implementar um sistema de acesso com objectivos e competências claras para o estagiário atingir, com um menor tempo de estágio em ambiente profissional, aliado a acções de formação vocacionadas para a prática. Em simultâneo a clarificação das obrigações do Orientador e da Entidade Acolhedora permitirão combater de um modo eficaz eventuais abusos.
    Para reforçar o combate a eventuais irregularidades, vamos reinstituir a Provedoria do Estagiário e criar uma cultura nos serviços de apoio ao estagiário, nomeadamente no que concerne a eventuais situações disciplinares e/ou criminais.
    Em suma são estas as nossas grandes prioridades.

    Um dos propósitos da candidatura é “atingir o espaço político”. Faltam arquitectos na política?
    Essa é uma constatação evidente. Mas o que entendemos é a afirmação da profissão junto dos decisores políticos.
    Os Arquitectos sempre foram cidadãos participativos, contudo a sua participação no espaço partidário sempre foi reduzida. Não cabe á Ordem impulsionar o aumento de Arquitectos dentro das estruturas partidárias. Porém os Arquitectos sempre foram extraordinariamente activos nas suas causas e nas causas do país.
    Cabe á Ordem ser veículo desse activismo político. É nossa vontade que em relação às questões do ordenamento do território, da precariedade, da encomenda pública e privada, do património, das alterações climáticas, modelos de desenvolvimento, do desenho inclusivo etc., que a Ordem assuma um papel mais assertivo. Queremos ampliar as vozes dos Arquitectos e que essa voz se faça ouvir com maior notoriedade junto do poder político e na sociedade.
    É essa a nossa noção de maior intervenção no espaço público, e é esse o papel que a O.A. deve desempenhar. E esse é o nosso compromisso perante os membros.

    Fala na criação de um Observatório da Arquitectura. Quais seriam as suas competências?
    A Ideia do Observatório surgiu nas discussões iniciais que tivemos para formar esta candidatura. Desta discussão resultaram a apresentação de duas Moções ao Congresso.
    A Moção “A Arquitectura está FORA da reabilitação, devia estar DENTRO” que apresentei, alertava para a importância e urgência de o corrente investimento na reabilitação urbana não poder ser mais uma oportunidade perdida para o País. A outra moção, “Saber para Fazer Acontecer” proposta pelo Filipe Borges de Macedo propunha a criação de um “Observatório da Arquitectura. Felizmente ambas as moções foram aprovadas e incorporadas na moção final que foi aprovada no Congresso.
    Em relação ao Observatório da Arquitectura, este será um instrumento estrutural para o futuro, pois irá caracterizar a profissão e revelar a sua capacidade de criação de riqueza, informando igualmente as opções políticas da O.A.
    Queremos que o Observatório monitorize em permanência a profissão, e que desse modo possamos aferir se as políticas que implementamos estão a ter o resultado pretendido ou se, pelo contrário, precisamos de as alterar. Um Observatório que sirva igualmente que os membros possam apresentar as dificuldades que estão a sentir e, desse modo permitir a intervenção da OA quando se justificar.
    Um Observatório que caracterize a profissão, analisando os dados relativos ao exercício, retratando a diversidade e complexidade da profissão, demonstrando a participação dos Arquitectos na Direcção e Fiscalização de Obra e noutras actividades menos conhecidas, revelando às entidades oficiais a diversidade, a competência e as mais valias do Arquitecto no nosso tecido social e económico.
    Os dados do Observatório serão divulgados aos membros, o que permitirá aferir a eficácia das iniciativas da O.A. e servirá para que os membros possam retirar dele consequências políticas. Será um Observatório que possa construir saber de um modo estruturado e permanente dentro da O.A e ajude a construir as estratégias da O.A. a longo prazo.
    Precisamos de sentir o pulso da profissão em permanência, e acreditamos que esta nossa ideia é fundamental para o Futuro da Arquitectura e da Ordem.

    Os arquitectos portugueses têm sido amplamente distinguidos, nomeadamente a nível internacional e nos últimos tempos somam prémios e distinções. Contudo, é necessário consagrar a profissão. Que leitura faz deste paradoxo?
    Pensamos que esse é um dos maiores desafios que se colocam no presente aos Arquitectos e à Arquitectura Portuguesa.
    Até aos dias de hoje a estratégia de consagração da profissão passou pela divulgação da sua excelência a nível cultural. Reunimos os maiores galardões da Arquitectura mundial e frequentemente somos confrontados com notícias de prémios internacionais a Arquitectos portugueses.
    Mas permanece uma incapacidade de as pessoas verem a profissão como um todo. A sociedade distingue de forma excessiva o que é um arquitecto de excelência, ou uma situação excepcional, e desvaloriza a arquitectura que é praticada todos os dias e que suporta os espaços que habitamos, as cidades, o território.
    Para a consagração da profissão devemos iniciar um outro tipo de promoção, a promoção das mais valias económicas ou outras que os serviços do Arquitectura proporcionam.
    Nesta matéria vamos assumir uma ruptura com o passado da Ordem.
    Temos de assumir o nosso papel na economia e mostrar que com o Arquitecto, o cliente e a sociedade saem a ganhar. Existe uma urgência em demonstrar o óbvio, e o óbvio é que os serviços do Arquitecto são investimento de retorno garantido. O Observatório irá desempenhar um papel fundamental nesta missão.

    A comunicação para o interior da classe e para a sociedade têm sido uma preocupação recorrente tendo aliás sido feitas intervenções específicas para aproximar o cidadão comum à profissão. O que tem falhado?
    Tem falhado muita coisa, e isso reflecte-se no modo como os membros se relacionam com a Ordem. Nos encontros que realizamos percebemos o que a nossa intuição nos dizia, que a maior parte dos membros não encontra utilidade na Ordem, pois entre outras coisas, existe uma enorme falta de percepção do trabalho realizado pela Ordem dos Arquitectos. A Ordem não comunica eficazmente o seu labor, e não transmite instrumentos úteis à profissão.
    Temos propostas concretas para alterar esta situação. Em suma as nossas propostas resumem-se a três pontos.
    Mais intervenção na cidadania – vamos tornar a OA mais interventiva, com uma comunicação mais coerente que afirme a sua imagem institucional, ampliando a eficácia das suas tomadas de posição nas políticas nacionais e lutando sempre pela afirmação dos Arquitectos como voz a ser ouvida no desenvolvimento do País.
    Mais utilidade – Vamos tornar a O.A. como um parceiro da prática, divulgando e tomando posições acerca das alterações que afectem a prática para facilitar o exercício. Vamos produzir guias e acções de formação que ajudem o arquitecto perante a exigência da prática, por exemplo, nos processos de reabilitação, na contratação, na função pública, dando utilidade à O.A. consolidando-a como entidade de referência.
    Maior escrutinio – vamos fornecer aos membros relatórios periódicos da nossa atividade e vamos tornar mais claro e transparente o modo como o nosso orçamento é efectivamente aplicado, demonstrando o enorme esforço que os membros eleitos realizam no desempenho das suas funções.
    Em suma, é assim que vamos começar a alterar o panorama actual e demonstrar aos membros que a Ordem é uma instituição que está ao serviço dos membros e do país.

    Exportar serviços e não arquitectos é também uma das preocupações expressa na sua candidatura. De que forma a Ordem dos Arquitectos pode ajudar a colocar os arquitectos portugueses no mundo?
    Aqui mais uma vez, queremos mudar o cenário actual, não queremos que os Arquitectos emigrem, queremos que os Arquitectos passem a exportar os seus serviços.
    A actividade dos Arquitectos a trabalhar em Portugal já não se confina ao território nacional. Queremos reforçar o papel da Ordem dos Arquitectos na internacionalização dos serviços de Arquitectura, no reconhecimento e na creditação dos Arquitectos portugueses no mercado global.
    A O.A. deve assumir a eficácia destes processos de creditação como uma tarefa prioritária.
    Para apostar nesta conquista de mercado, temos de capitalizar o importante capital que a Arquitectura portuguesa dispõe, o prestígio dos seus profissionais.
    Contudo, face aos impactos da crise económica, as empresas de Arquitectura estão profundamente descapitalizadas, o que torna muito difícil que possam investir nestes novos mercados.
    Por outro lado, os mecanismos de apoio existentes, nomeadamente ao nível do AICEP não se enquadram na realidade das empresas de Arquitectura, o que não deixa de ser irónico, pois na promoção externa da economia portuguesa não faltam referências ao prestigio que esta alcançou internacionalmente.
    Pretendemos reivindicar junto do AICEP e do Ministério dos Negócios Estrangeiros mecanismos específicos e adequados às empresas de Arquitectura. Ou seja, mecanismos que auxiliem as nossas empresas a se internacionalizarem. É urgente maximizar o capital de prestigio da Arquitectura Portuguesa.
    Vamos proporcionar aos membros acesso privilegiado a plataformas de concursos internacionais e deste modo facilitar a participação dos membros da O.A. na internacionalização dos seus serviços.

    O programa apresentado resultou de um trabalho onde foram ouvidos arquitectos e recolhidas e discutidas as suas propostas. De uma forma geral, quais as grandes ansiedades e expectativas da classe?
    As ansiedades da classe concentram-se muito à volta das condições da encomenda, da precariedade e remuneração que afecta o exercício da Arquitectura em Portugal. A enorme crise económica que nos atingiu aliada à degradação progressiva que nos tem atingido, provocou uma enorme insatisfação dos colegas.
    Recordo, que nos candidatamos por causa disso mesmo, porque estamos insatisfeitos e temos expectativas em ajudar a mudar esta situação.
    Os arquitectos querem ver novas formas de promoção da arquitectura na sociedade, mais em linha com a linguagem que a sociedade pode compreender, querem ver um investimento dessa promoção também junto do sector privado, visto que para uma grande maioria não existe acesso à encomenda pública – algo que também queremos inverter, promovendo junto das instituições públicas bolsas de arquitectos locais e modelos de concurso diversificados e simplificados – e querem uma Ordem profissional que lhes ‘diga’ alguma coisa.
    Reunimos com estes debates uma equipa plural e representativa, uma equipa com espirito de missão e visão estratégica, que procura soluções efectivas e viáveis ao serviço de todos, que alterem o presente e construam um futuro mais digno para o País, para a Arquitectura e para os Arquitectos.

    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    Quintela e Penalva | Knight Frank vende 100% das unidades do novo D’Avila

    Desenvolvido pela Finangeste, o edifício, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, conserva a fachada original. Além da venda, a mediadora acompanhou e apoiou o arquitecto no desenho e concepção do projecto

    CONSTRUIR

    A consultora imobiliária especializada no segmento luxo, Quintela e Penalva, acaba de anunciar o fecho de vendas do projecto residencial D’Avila. Desenvolvido pela Finangeste, investidor institucional que actua no mercado português há mais de 40 anos, o D’Avila foi um “enorme sucesso comercial”.

    O envolvimento do departamento de empreendimentos da mediadora foi significativo, tendo iniciado com o apoio ao arquitecto no desenho e concepção do projecto, desde o ajuste de plantas à introdução de amenities adaptadas em função das necessidades do mercado e à coordenação da criação integral do branding e infopack do projecto.

    Segundo Jorge Costa, COO da Quintela & Penalva, “o D’Ávila é um excelente exemplo de como o nosso departamento de empreendimentos, e o trabalho de desenvolvimento em estreita colaboração com os promotores, contribui para o sucesso comercial dos projectos e para a satisfação dos clientes”.

    Recuperado a partir de um edifício antigo, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, o edifício conserva a fachada original que, conjugada com a “leveza e simplicidade” da arquitectura contemporânea, apresenta um “cariz muito especial”.

    Os interiores foram projectados para oferecer o “máximo conforto”, enquanto as áreas comuns são onde os residentes podem aproveitar para desfrutar do spa e do ginásio.

    O D’Avila dispõe de 22 apartamentos, de tipologias T1 a T3, dos quais fazem parte duas penthouses duplex. Todas as unidades são “espaçosas e funcionais”, com vãos envidraçados, do chão ao tecto, e quartos todos em suite.

    O sucesso do D’Avila mostra, segundo Francisco Quintela, CEO da Quintela e Penalva, parceiro em Portugal da Knight Frank, “que Lisboa continua a estar no radar dos investidores e que os produtos de qualidade têm procura garantida”.

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    Gebalis apresenta segunda fase do programa ‘Morar Melhor’

    Com um investimento de quase 1,3 M€, a obra contempla a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores no bairro Padre Cruz e todas as intervenções necessárias associadas

    CONSTRUIR

    O programa de reabilitação dos bairros municipais de Lisboa ‘Morar Melhor’ apresentou esta sexta-feira, dia 26 de Abril, uma nova empreitada, no Bairro Padre Cruz. Com um investimento de quase 1,3 milhões de euros, acrescido de IVA, o projecto prevê a instalação de 10 elevadores em edifícios localizados na Rua Rio Sado e na Rua Rio Guadiana que vai beneficiar 201 fracções e aproximadamente 500 moradores.

    Está considerada na empreitada a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores e todas as intervenções necessárias para cumprimento da legislação de segurança, segurança contra incêndios, acessibilidades, iluminação, electricidade e ventilação. Serão, ainda, construídas duas rampas para assegurar o acesso necessário em dois dos lotes.

    “Tendo em conta o número de pessoas idosas que aqui habitam, esta intervenção responde a uma necessidade que há muito tinha sido identificada e à qual conseguimos agora responder. Esta instalação é totalmente nova, o que eleva ainda mais a importância deste investimento e o impacto na qualidade de vida dos moradores”, refere Fernando Angleu, presidente do Conselho de Administração da Gebalis.

    Esta empreitada faz parte de um conjunto de 58 que compõem o Plano de Reabilitação acordado entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Gebalis e que teve início em 2023. Até ao final de 2024 estarão concluídas as primeiras obras de reabilitação dos bairros 2 de Maio, Açucenas, Alfinetes, Boavista, Bom Pastor, Condado, Flamenga, João Nascimento Costa, Padre Cruz, Rego e Telheiras Sul.

    Considerado o maior investimento realizado na habitação municipal desde o Programa Especial de Realojamento (PER), o ‘Morar Melhor’ inclui intervenções de fundo em 478 edifícios, impactando 8614 frações, e reabilitação directa de 1545 fogos habitacionais.

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    Reabilitação Urbana abranda ritmo de crescimento

    Os dados obtidos no último inquérito realizado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, AICCOPN, junto dos empresários do sector que actuam no segmento da Reabilitação Urbana revelam abrandamento do crescimento do nível de actividade

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    De acordo com os dados obtidos no inquérito realizado pela AICCOPN, observa-se um abrandamento da tendência de crescimento do índice Nível de Actividade, que registou em Março, um crescimento de 1,4%, em termos homólogos, Já o índice qualitativo referente à evolução da Carteira de Encomendas observou um decréscimo de 3,3%, face ao apurado no mesmo mês de 2023.

    Relativamente à Produção Contratada, ou seja, quanto ao tempo previsto de laboração a um ritmo normal, no mês de Março, fixou-se em 10,3 meses, o que corresponde a um aumento em relação aos 8,5 meses registados em Março de 2023.

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    EDIH DIGITAL Built com apresentação pública

    O consórcio do EDIH DIGITALbuilt vai realizar o primeiro evento de apresentação pública, no próximo dia 30 de Abril na sede da Ordem dos Engenheiros. O projecto tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência do sector AEC e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído

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    Financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, DIGITALbuilt é um European Digital Innovation Hub (EDIH) que unifica três clusters na temática do ambiente construído: arquitectura, engenharia e construção, recursos minerais e ferrovia. Conta com a parceria do BUILT CoLAB, de Centros de Interface Tecnológica (ITECONS, StoneCITI, Centro de Competências Ferroviárias e INESC TEC) e com outras entidades de suporte (FI GROUP e FNWAY).

    Este EDIH, irá disponibiliza às PME e à administração pública, quando aplicável, serviços de transformação digital, capacitação, inclusão digital, apoio à procura de financiamento e de intermediação, serviços de incubação de PME e diagnósticos de maturidade digital. Tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência destes sectores e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído.

    No painel de Oradores, encontra-se confirmada a participação do deputy head da unit “Digital Transformation of Industrial Ecosystems” na DG CONNECT da Comissão Europeia, Gaspard Demur e da vogal do conselho de administração da ANI, Sílvia Garcia.

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    @Miguel Nogueira e Filipa Pinto

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    Porto: Infraestruturas desportivas com investimento superior a 17 M€

    Através da GO Porto, a Câmara do Porto, investiu nos últimos seis anos no alargamento e renovação de uma dezena de infraestruturas polidesportivas da cidade

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    tagsPorto

    A aposta do município do Porto na saúde e desporto acessível para todos foi reforçada com mais de 10 obras dedicadas à prática de exercício físico. Entre empreitadas já inauguradas, em curso ou ainda em projecto, o investimento supera os 17 milhões de euros, em zonas distintas da cidade, como Ramalde, Lordelo do Ouro, Paranhos ou ainda Campanhã.

    Entre as principais infraestruturas novas da cidade, é de realçar a empreitada do Campo Municipal do Outeiro, em Paranhos, num investimento municipal na ordem dos 5,5 milhões de euros, divididos por aquisição de terrenos, custos de projecto, empreitada e fiscalização.

    Com a construção das instalações desportivas, bancada com 510 lugares, edifício de apoio e respectivos acessos de circulação, a cidade deixou de ter campos pelados para a prática do futebol e devolveu ao histórico Sporting Clube da Cruz, assim como a outros clubes do Porto, um espaço de jogo digno.

    De forma a abranger mais modalidades e mais adeptos de um estilo de vida saudável, o Parque Desportivo de Ramalde/ INATEL, que está sob gestão da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, oferece, desde 2017, uma pista de atletismo com seis corredores e um campo de relva homologado para a prática de futebol de 11 e de râguebi.

    Em 2019, foi inaugurado o Skate Park de Ramalde, dentro do complexo desportivo, onde crianças, jovens e adultos têm pela primeira vez um espaço onde podem aventurar-se nesta modalidade. Dois anos depois, a GO Porto avançou com a ampliação do espaço e a construção de um bowl.

    Neste momento, está a decorrer a segunda fase da empreitada neste Parque Desportivo, que engloba um novo campo de jogos de futebol e râguebi, com um edifício de apoio com bancada coberta, um recinto para as práticas de atletismo e de zonas de tiro ao arco. Esta última empreitada está orçada em perto dos 4,9 milhões de euros.

    A Piscina Municipal Engenheiro Armando Pimentel, da responsabilidade da empresa municipal Ágora, voltou a abrir portas, totalmente equipada e requalificada. Num investimento municipal a rondar os 2 milhões de euros, esta intervenção permitiu colmatar um conjunto de deficiências de carácter estrutural no interior e exterior do edifício.

    De forma a fomentar a prática de exercício físico na aprendizagem das crianças da cidade do Porto, o Município investiu, ainda, cerca de 400 mil euros na requalificação de 10 infraestruturas exteriores de seis Escolas Básicas: EB 2/3 António Nobre, EB 2/3 Areosa, EB 2/3 Manoel de Oliveira, EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha e EB 2/3 Leonardo Coimbra.

    Entre as várias intervenções, contam-se novos pisos e equipamentos para diferentes modalidades desportivas: futebol, basquetebol e andebol, contribuindo assim para a integração social destas comunidades.

    Durante o primeiro trimestre de 2024, arrancaram também as obras na bancada do Campo do Viso, e nas infraestruturas elétricas do Estádio da Praia. Esta primeira empreitada, estimada em 215 mil euros, pretende requalificar a bancada existente, com vista à melhoria das condições de conforto, segurança e circulação.

    Já o Estádio da Praia, a maior infraestrutura desportiva sazonal gerida pela Ágora e que funciona há 15 anos com diversas competições e atividades, está a ser reabilitado ao nível do equipamento eléctrico e torres de iluminação, com um valor de empreitada de 79 mil euros.

    Com arranque previsto para o segundo semestre de 2024, o Campo Municipal de Campanhã, um novo equipamento desportivo com implantação em terreno entre a Rua de Justino Teixeira e as piscinas municipais, ainda carece do visto do Tribunal de Contas.

    Com uma área que ascende aos 17 mil metros quadrados, o espaço abrange um campo de jogos com bancada coberta, além de um edifício de apoio e novo arruamento com lugares de estacionamento. Este novo complexo desportivo tem um valor de empreitada na ordem dos 4,6 milhões de euros.

    Ainda em contratação de projeto encontra-se a Zona Desportiva Oriental, em Campanhã. Designada por Espaço Radical Zona Oriental, trata-se da construção de um parque de desporto com a instalação de um skate park, pump track, estações de street workout, basquetebol e escalada.

    Também em fase de contratação de projecto, a GO Porto tem ainda em mãos a construção de um novo complexo desportivo no Campo Municipal da Ervilha, que serve o Futebol Clube da Foz, com três campos de futebol com relvado sintético, bancada, balneários, ginásio, edifícios de apoio para áreas administrativas e arranjos exteriores.

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    Mapei leva nova gama de produtos à Tektónica

    A Mapei irá marcar presença de 2 a 5 de Maio no evento anual dedicado ao sector da construção, com a apresentação de uma nova linha de produtos dedicada ao segmento da reabilitação

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    O fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção marcará, uma vez mais, presença na Tektónica, uma feira que considera estratégica para divulgar soluções, estabelecer contactos estratégicos e acompanhar as mais recentes tendências do mercado.

    Em destaque nesta edição estará a sua nova linha Mape-Antique, uma gama completa de argamassas compostas por cal e eco-pozolana uma gama de produtos, completamente isentos de cimento, dedicadas à consolidação e reabilitação da alvenaria de edifícios de valor histórico e arquitectónico, realizados em tijolo, pedra, tufo ou alvenaria mista.

    Os produtos da gama Mape-Antique têm características físico-mecânicas muito semelhantes às das argamassas para alvenaria e rebocos utilizadas no passado, razão pela qual resultam mais compatíveis com qualquer tipo de estrutura original.

    Ao mesmo tempo, têm elevada resistência físico-química às acções agressivas, ambientais (chuva ácida, gelo-degelo e gases poluentes) e internas à alvenaria (sais solúveis e humidade). A maioria dos produtos Mape-Antique possui elevados valores de transpirabilidade e, no caso dos rebocos desumidificantes, de porosidade. Graças à sua estrutura macroporosa, são capazes de favorecer a evaporação da água presente na alvenaria muito mais do que as tradicionais argamassas para reboco de base cimentícia ou de cal-cimento. Este processo permite que as estruturas húmidas sequem, ou evitem a ascensão capilar de humidade, o que proporciona um maior conforto habitacional. Além disso, se estiverem presentes na alvenaria sais solúveis, estes cristalizam dentro dos macroporos, sem produzir tensões no reboco que o possam degradar.

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    Passivhaus Portugal com programa extenso na Tektónica

    A Passivhaus Portugal marca mais uma vez presença na Tektónica. Juntando num espaço próprio vários dos seus parceiros e criando várias dinâmicas de workshops e conversas em contínuo. Uma oportunidade para conhecer melhor este padrão que é também uma certificação

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    Em conjunto com os parceiros em exposição, a Passivhaus Portugal construiu um programa de workshops práticos contínuos, com apresentação de soluções, formas de aplicação, resolução de problemas, e muito mais. Entre workshops poderá também assistir à apresentação de projectos Passivhaus e algumas conversas entre stakeholders da área.
    De notar que o sector da eficiência energética é o que mais vai crescer nesta edição da Tektónica. Não será por acaso. A procura de soluções de habitação, residencial e de escritório, que geram poupança ao mesmo tempo que garantem conforto, saúde para os seus habitantes, e protecção para o meio ambiente, está a crescer.

    “Porque é que em Portugal, um país com um clima ameno, temos de viver com maior desconforto dentro de nossa casa ou do escritório onde trabalhamos, do que alguém que vive num clima frio? Não faz sentido. E isso é algo que entre a classe profissional é já óbvio e começa a tornar-se também para o público em geral. O padrão Passive House dá resposta a todas as questões de conforto, saúde e eficiência e, em Portugal, de forma até mais simples do que, por exemplo, na Alemanha, uma vez que falamos do único padrão no mundo que é quantitativo e rigoroso. E esta é uma das mensagens que levamos para a Tektóncia”, afirma João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    2024 será um ano de expansão para a Hipoges

    A Hipoges atingiu 49 mil milhões de euros em activos sob gestão a nível global até ao final do de 2023, mantendo uma taxa de crescimento contínuo em todos os países onde opera e avançando no seu plano de crescimento estratégico

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    O anúncio foi feito pelos líderes da Hipoges, Hugo Velez e Claudio Panunzio, durante o Town Hall 2024 realizado a nível global, que reuniu os quase 2.000 colaboradores que a Hipoges tem espalhados pelos seus 11 escritórios em Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

    “Somos uma marca cada vez mais importante”, sublinha Hugo Velez. “O ano passado foi desafiante e 2024 também o é, mas continuamos a crescer, e fazemo-lo de forma sustentada e nos quatro países onde estamos presentes”.

    Claudio Panunzio refere que a Hipoges tem o desafio de “continuar a desenvolver as melhores práticas na gestão de activos”.”Ǫueremos concentrar-nos na nossa expansão internacional e tirar partido da nossa posição para continuar a crescer organicamente e também através de novas aquisições. Estamos actualmente a avaliar quatro ou cinco oportunidades de aquisição em Espanha, Portugal e Itália”.

    Durante o evento, a Chief Financial Officer da Hipoges, Marta Márquez, destacou a “clara tendência de crescimento” da empresa durante o ano de 2023, apesar do contexto de incerteza em que opera, o que lhe permite desfrutar de uma “sólida posição de mercado”.

    Já o Global Chief Operations da Hipoges, Juan Ramón Prieto, fez um balanço do desempenho da empresa em 2023, um ano em que “tivemos de superar grandes desafios devido à evolução da actividade jurídica e imobiliária em Espanha e Portugal”. Apesar dos atrasos nos prazos legais, da redução da quantidade de stock para venda e da queda das hipotecas, a Hipoges “conseguiu aumentar o volume de negócios e comercializar activos mais rapidamente do que o esperado, tanto em Espanha como em Portugal”.

    Durante o ano de 2023, a Hipoges reforçou as suas linhas de negócio e serviços, bem como a sua quota de mercado, através da criação de duas novas empresas e da aquisição de uma participação maioritária numa terceira: a KPI Hotel Management Solutions, especializada na gestão de hotéis e resorts, com presença em Portugal e Grécia; a Finanwin, uma plataforma de mediação hipotecária que opera em Espanha e Portugal; e a F&G, focada na gestão de documentação de activos financeiros.

    Durante a sua intervenção, Margarida Maia, Chief Services Officer, explicou que a equipa da Hipoges cresceu 15,8% em relação ao ano anterior, para 1.820 colaboradores no final de Dezembro de 2023 a nível global, e a empresa espera ultrapassar a marca dos 2.000 este ano. Foram abertos novos escritórios em Espanha, em Sevilha e na Corunha, e em Portugal, em Lisboa, existiu uma mudança para um novo escritório com uma capacidade mais adequada às necessidades da empresa.

    Durante o seu Town Hall 2024, a Hipoges avançou ainda as quatro grandes linhas do plano estratégico em que a empresa pretende alicerçar o seu crescimento: diversificação dos mercados geográficos e das linhas de actividade; aposta na inovação tecnológica; melhoria da eficiência e das margens de rentabilidade; e aposta na captação e fidelização de clientes.

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    Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa

    Esta iniciativa representará uma redução de mais de 50 000 toneladas de CO2 equivalente por ano nas emissões provenientes do consumo de electricidade do Grupo

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    O Roca Group, líder mundial em design, produção e comercialização de produtos para a casa de banho, anunciou um contrato de compra de energia renovável a longo prazo (PPA – power purcha-se agreement), que terá vigência de dez anos, de 2025 a 2035, ligado às novas instalações solares Trévago I & II, situadas na província de Sória, em Espanha.

    A entrada em funcionamento das instalações de produção solar Trévago I e II está prevista para Julho de 2025. Estas instalações contam com uma capacidade de 86,84 MWp. Do total da capacidade, 80% destina-se ao Roca Group e prevê-se a produção de 120 GWh de energia limpa anualmente, o que corresponde ao volume necessário para abranger o consumo eléctrico de todas as operações do Grupo em território europeu.

    Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Bruc Energy, uma empresa de produção de energia renovável, e contou-se com a consultoria jurídica da Baker McKenzie, por parte do Roca Group, e da Allen & Overy, por parte da Bruc, assim como com o apoio estratégico da Schneider Electric, através dos respectivos serviços de consultoria em PPA, no que respeita à coordenação de todo o processo.

    Este processo representará uma redução de mais de 50 000 toneladas anuais de CO2 equivalente, o que corresponde ao consumo de energia do Grupo na Europa. Trata-se de mais um objectivo atingido no plano de descarbonização do Roca Group que se vem juntar à recente entrada em funcionamento da primeira fábrica de produção de louça sanitária neutra em emissões de carbono a nível mundial. O Grupo acumula já uma redução de 39% nas respectivas emissões directas de CO2 equivalente e de 47% na respectiva intensidade energética entre 2018 e 2022, aproximando-se do objectivo de reduzir para zero as emissões líquidas em 2045.

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