A engenharia no projecto industrial segundo a Garcia, Garcia
Quais as especificidades de um projecto de engenharia para uma unidade industrial? Carlos Garcia, administrador da Garcia, Garcia, explica
Pedro Cristino
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Segundo Carlos Garcia, o projecto de uma unidade industrial tem “especificidades únicas”. “Neste tipo de projecto, é fundamental aportar ao valor do cliente, com uma concepção eficiente e que tem em consideração, não só o presente, mas também o futuro”, explica ao Construir o administrador da Garcia, Garcia, construtora especializada no projecto e construção de unidades industriais e logísticas. Nas suas palavras, a utilização final do edifício “determina todo o projecto, o que exige que se conheça e se estude em pormenor a cadeia de valor do cliente” e é aí que a experiência da construtora de Moreira de Cónegos “é determinante, pois somos capazes de “entrar” no negócio do cliente e propor soluções, por exemplo, ao nível da organização dos espaços, que optimizam e rentabilizam a própria operação”.
Engenharia e arquitectura “de mão dada”
“Para além, da concepção, a própria construção industrial tem as suas singularidades”, ressalva o administrador, destacando que, por norma, este tipo de construção tem prazos muito curtos. “Quando um cliente decide avançar para a construção de uma nova unidade, quer a mesma disponível e pronta a produzir quanto antes”, frisa, referindo que a empresa tem de ser capaz “de satisfazer esta necessidade, até porque dela pode depender o sucesso do nosso cliente”. Questionado sobre os factores a considerar, Carlos Garcia afirma que “tudo tem de ser analisado e devidamente ponderado” – “desde o processo produtivo, às suas necessidades de utilidades, às entradas e saídas previstas de viaturas ligeiras e pesadas, passando pelo número de trabalhadores, número de turnos…”. Neste contexto, “até as matérias primas e produtos armazenados são relevantes analisar, para determinar, por exemplo, quais as características que o edifício deve apresentar ao nível da resistência ao fogo”, ao mesmo tempo em que se coloca o foco “na promoção das segurança (activa e passiva) das instalações e dos que nelas trabalham”. No que concerne às diferenças entre um projecto de uma unidade industrial e um projecto para um edifício habitacional, de comércio ou de escritórios, Garcia explica que “num projecto dito “tradicional”, a arquitectura tem um ascendente natural”. “A engenharia é operacionalizada em função do que é determinado pela concepção arquitectónica, geralmente só entrando mais tarde no processo de concepção”, reforça. Quando está a ser desenvolvido um projecto industrial, o foco recai sobre o layout industrial e a produção. “A arquitectura e a engenharia andam de mão dada desde o primeiro momento, trabalhando em total sintonia”, acrescenta, referindo que “só desta forma se consegue conceber soluções eficientes, funcionais e equilibradas”.
Especificidade por sector
De acordo com o responsável da Garcia, Garcia, os projectos para unidades fabris são concebidos em função do processo industrial “e estes processos são muito específicos, variando em função do sector de actividade da empresa, da sua produção, da sua logística”. Neste campo, as variáveis “são imensas, o que torna quase todos os projectos industriais únicos”. “Como é fácil de imaginar, as necessidades de uma unidade de injecção de alumínio são diferentes das de uma unidade têxtil ou das de uma fábrica de produção alimentar”, salienta o administrador da empresa, para quem, os projectos com maiores desafios “são sempre os próximos, pois todos os projectos são desafiadores à sua maneira”. Contudo, tendencialmente, os projectos mais complexos “são os que apresentam maiores exigências ao nível de utilidades e de redes necessárias para a produção”. Tratam-se, nas palavras de Carlos Garcia, de projecto “com fortes condicionalismos em termos de espaços disponível” que também têm por hábito “dar “boas dores de cabeça””. Para a construção de unidades industriais, recorre-se, normalmente, a soluções “que promovam uma execução célere em obra e, simultaneamente, garantam o equilíbrio entre qualidade e custo”. “A título de exemplo, a nível estrutural é comum o recurso a estruturas metálicas ou em betão pré-fabricado”, afirma o responsável da construtora, acrescentando que, ao nível dos materiais, “a nossa proposta foca-se sempre em soluções que garantam durabilidade, resistência superior a utilizações contínuas e ao desgaste, sempre com a lógica custo-benefício bem presente”.
Eficiência e sustentabilidade
“A eficiência energética e a minimização da pegada ambiental é um objectivo primordial a que nos promos sempre que iniciamos um projecto”, ressalva Carlos Garcia, quanto questionado sobre a importância de elementos que confiram sustentabilidade ambiental e eficiência energética aos projectos executados pela Garcia, Garcia. Neste campo, as soluções “podem ser múltiplas, desde instalações fotovoltaicas para produção de energia, a iluminação com recurso a tecnologia LED, passando pelo aproveitamento da energia solar para aquecimento de águas”. Por outro lado, “o “reaproveitamento” é a palavra de ordem”. “A título de exemplo, se uma indústria, no seu processo, liberta, em algum ponto, energia/calor, vamos procurar uma solução para reaproveitar essa energia e canalizá-lo para outro lado”, esclarece o administrador do grupo. Segundo o mesmo responsável, para alcançar ganhs energéticos “é fundamental estudar muito bem com o cliente o seu processo industrial, fluxos de consumo e “desperdícios””, o que é sempre “um trabalho de desenvolvimento entre a nossa equipa e a equipa do cliente”. De acordo com o administrador da Garcia, Garcia, os clientes “estão mais conscientes e atentos para as questões de eficiência energética e para a “pegada ambiental” que as suas operações deixam” e, actualmente, estas questões “estão sempre em cima da mesa quando começamos a trabalhar num novo projecto”. “Quanto mais eficiente energeticamente for uma indústria, menor serão os seus custos de operação”, denota, destacando que a factura energética pode ter “um peso enorme nos custos de uma indústria”. Assim, a empresa propõe sempre “soluções que promovam a diminuição destes custos futuros, garantindo um “payback” real e que o cliente possa aferir”.