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A indústria 4.0 e a eficácia operacional de um sector tradicional com olhos postos no futuro foi ontem defendida pelos empresários da indústria da cortiça, na conferência organizada pela Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), durante a celebração do 60º aniversário.
Os empresários foram unânimes ao reconhecer que a aposta na indústria 4.0 pode gerar menos gastos e mais retorno a curto prazo possibilitando o desenvolvimento de produtos customizados.
António Rios Amorim, presidente da Corticeira Amorim, foi dos que mais se insurgiu sobre o tema aquando da sua intervenção, dizendo mesmo que “os desafios têm de ser vistos como novas oportunidades para crescer e confiar no futuro.” O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, reforçou o bom exemplo que o sector da cortiça dá ao país e a forma como se soube associar com outros sectores e valorizar os seus produtos, encontrando novas soluções, novos mercados e novas aplicações.
“Quem faz inovação na cortiça em 1º lugar e em todo o mundo são as empresas portuguesas”, reforçou o governante no jantar de encerramento do 60º Aniversário da associação do sector.
João Rui Ferreira, presidente da APCOR, aproveitou a presença do ministro para sublinhar quanto o sector cria riqueza e gera mais-valias para economia, o quanto faz parte da cultura de regiões e de um povo.
“Temos muito orgulho na valorização, divulgação e promoção um sector que molda um dos maiores recursos naturais do país. O percurso tem sido feito a pulso, com espírito de equipa, inovação e empreendedorismo e é com uma enorme dedicação que continuamos a apostar na excelência, em novas aplicações e caminhos. Porque a cortiça merece. E o país também”, afirmou o mesmo responsável.
Também o pró-reitor da Universidade do Porto, Carlos Melo Brito, na apresentação do livro ‘Cork. Comunicação da Cortiça no Mundo.’, destacou que não basta ter bons e inovadores produtos se ninguém estiver disponível e interessado a pagar por eles, defendendo a importância que o Marketing e a Comunicação têm na geração de
valor e na competitividade das empresas corticeiras.
A APCOR comemorou o seu 60º aniversário com a inovação e as exportações a ocuparem um lugar de destaque, num ano histórico para a cortiça, com a previsão do sector fechar o ano com vendas na ordem dos 950 milhões de euros.
A ocasião, que juntou mais de 200 empresários no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, e em cima da mesa estiveram temas como o paradigma das alterações climáticas e a sua influência no montado, a discutir a visão dos utilizadores, quer relativa ao mundo do vinho, quer referente a outras aplicações e a o papel da comunicação de marketing na valorização da cortiça no mundo.