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    “Continua a vigorar muito a cultura do preço em Portugal”

    Actualmente com cerca de 140 funcionários, a AGM sente a crescente aposta dos seus clientes na Bélgica e pretende duplicar o volume da sua facturação no mercado português

    Pedro Cristino
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    “Continua a vigorar muito a cultura do preço em Portugal”

    Actualmente com cerca de 140 funcionários, a AGM sente a crescente aposta dos seus clientes na Bélgica e pretende duplicar o volume da sua facturação no mercado português

    Pedro Cristino
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    Fundada em 2011, em Braga, a AGM é hoje uma empresa com um volume de trabalho assinalável no mercado belga, uma região pouco usual para o sector da construção português. De acordo com Nuno Vieira, director-geral da construtora bracarense, os mercados que recebem os maiores fluxos de concorrência são os que a empresa risca do seu mapa estratégico, o que a levou a abrir representação no Reino Unido e a fazer prospecção de oportunidades no Perú. Actualmente com cerca de 140 funcionários, a AGM sente a crescente aposta dos seus clientes na Bélgica e pretende duplicar o volume da sua facturação no mercado português.

    Como iniciou a AGM a sua actividade?

    A AGM foi fundada em 2011, pelo Mário Maia, que já tinha tido – e ainda tem – actividade junto das empresas ligadas à construção civil. Quando iniciei a minha actividade na empresa, o trabalho que realizava consistiu em demonstrar, às construtoras belgas, que a nossa oferta integrada dos vários serviços que temos – construir um edifício, até à fase de acabamentos, mas com apenas uma empresa prestadora de serviços – era uma mais-valia para elas porque as ajudaria em toda a gestão da obra até esse ponto. Foi difícil conseguir que a primeira construtora começasse a trabalhar com uma empresa que não conhecia de lado nenhum, de uma forma que, para elas, não era normal. Mas, depois de conseguirmos o primeiro contrato, o volume de obras desse cliente aumentou muito e os outros clientes, tendo a referência do nosso trabalho, começaram também a consultar-nos. Neste momento, já nem fazemos trabalho de prospecção comercial. Os últimos clientes que temos angariado, foram eles que nos contactaram, devido a essas referências.

    Porquê o mercado belga?

    Em Portugal, em 2011/2012, a crise ainda era muito sentida. As empresas estavam com grande dificuldade em garantir o pagamento dos seus trabalhos, havia insolvência de várias empresas, dificuldades financeiras dos nossos clientes e, assim, sobrava o mercado internacional. No mercado internacional, o país mais próximo era Espanha que vivia uma crise idêntica ou pior que a nossa. França foi o mercado de eleição para todos os nossos concorrentes, ou seja, começava a ficar saturado com empresas portuguesas. Assim, o destino mais próximo que tínhamos era a Bélgica.

    Mas a Bélgica é um mercado maduro, com concorrentes de grande dimensão…

    As empresas de grande dimensão que existem são belgas e precisam dos serviços das empresas portuguesas porque, sendo um país pequeno, tem pouca mão-de-obra. As empresas portugueas que lá operavam neste âmbito ofereciam um serviço básico, no sentido em que a gestão obra, o planeamento, a direcção de obra e o acompanhamento técnico não estavam incluídos – faziam apenas execução. E nós juntámos à execução, a gestão de obra, com engenheiros civis e técnicos superiores de higiene e segurança, algo que não era usual nas empresas que operavam no país.

    Passaram então a ser vistos como uma empresa inovadora nesse mercado?

    Exactamente. Temos clientes que passaram a ter equipas próprias de gestão e reduziram as equipas de três, para um elemento, por exemplo. Isto é, delegam a gestão, o planeamento e o acompanhamento à nossa empresa.

    Diria que é essa a vantagem competitiva mais importante que conseguiram apresentar no mercado belga?

    Essa e a integração dos vários serviços num só.

    Que vantagens vos coloca este mercado?

    É um mercado estável, ou seja, a flutuação do volume de trabalho não oscila muito de ano para ano. Há estabilidade, há sempre perspectivas de futuro e para os anos seguintes, o que permite sustentar o crescimento da nossa empresa, sem receio que, no ano seguinte, não haja trabalho. É um mercado onde os clientes respeitam os compromissos que assumem. Exigem que cumpramos os nossos, mas cumprem os deles, a nível de pagamentos, datas de pagamento e valores aprovados.

    Uma questão importante…

    Muito importante e que era uma cultura que já não se vivia cá em Portugal há algum tempo.

    Sentem que já são reconhecidos no mercado belga?

    Sem dúvida que sentimos isso. O mercado já nos conhece e isso vê-se pelo número dos pedidos de contacto que temos de vários outros clientes, com os quais nunca tínhamos trabalhado, mas que nos conhecem devido às referências. Um contributo muito grande que este mercado nos deu foi habituar-nos, a nós, às nossas equipas e à nossa cultura de empresa, ao rigor do cumprimento dos nossos compromissos, que não era assim tão normal aqui. Em Portugal é culturalmente aceite que, na altura da assinatura do contrato, os clientes se comprometam a pagar em 30 dias, para depois pagarem em 60, e que as empresas se comprometam a executar a obra em 12 meses, para depois executarem em 14. Na Bélgica isto não é aceite e a nossa cultura de empresa moldou-se a este aspecto mais anglo-saxónico e isso tem dado frutos.

    De que forma?

    Principalmente junto do cliente particular, que é um mercado que sentimos que está em crescimento e que preza muito o aspecto do cumprimento do prazo e do orçamento. Agora, em Portugal, a nossa grande aposta para 2017, que começou a dar os seus frutos em 2016, tem sido as obras com concepção-construção. Segundo o modelo tradicional, o cliente queria construir uma moradia, um edifício ou uma clínica, contrata o arquitecto, escolhe o projecto e vai ao mercado ver qual o preço para a execução da obra o que, frequentemente, traz alguns dissabores. Imaginemos que o cliente teria 500 mil euros para executar a obra e, depois do projecto pronto, o mercado está disponível para lhe fazer a obra por 600 mil. Connosco, o cliente apresenta-nos o projecto, dá-nos o caderno de encargos, diz-nos quanto quer gastar e nós formatamos o projecto para cumprir o prazo e o orçamento do cliente. As premissas são feitas logo a nível do projecto. Se o que o cliente idealizou não encaixa no orçamento, começamos desde início a trabalhar na optimização de custos.

    Que desafios encontraram no mercado belga?

    Tem-se assistido, cada vez mais, à entrada de empresas portuguesas neste mercado, bem como de empresas polacas, romenas, que têm feito algum “dumping” a nível de preços. O desafio que temos é sempre fazer valer os nossos argumentos e justificar os nossos preços que, neste momento, não são os preços normais praticados no mercado – estão acima. Há clientes que o valorizam, mas há sempre clientes que se sentem cada vez mais tentados a arriscar preços mais baixos. O nosso posicionamento não é o preço baixo, mas sim respeitar o compromisso que assumimos com o cliente desde o início, não baixar o nível de serviço e cumprir com todos os requisitos locais que são necessários para operar no sector num país estrangeiro. Não queremos entrar em guerra de preços e esse tem sido o nosso maior desafio. Outro desafio muito importante refere-se à dificuldade crescente em encontrar mão-de-obra qualificada.

    A que se deve isso?

    Portugal tem uma população pequena. Por tradição, os operários começaram a aprender a profissão muito cedo e evoluíram com o acumular da experiência ao longo do tempo. Hoje, o ingresso no mercado de trabalho é cada vez mais tardio, a formação que existe nem sempre é a mais adequada, porque a prática nem sempre está incluída e o progresso das pessoas, a nível de evolução pela experiência tarda. Quando atingem a experiência necessária já lhes restam poucos anos de carreira. Para o nosso trabalho, é importante a presença do encarregado – uma pessoa com muitos, muitos anos de experiência que assumia a liderança das equipas. Neste momento, já não há pessoas a entrar no mercado de trabalho para suprir este desafio e nós estamos a substituir essa figura, apostando em técnicos, acompanhados pelas pessoas mais experientes, formando-os dentro da empresas, para complementar a componente teórica que têm com a prática. Agora, o período de formação é longo. Temos de começar a formar um número grande de pessoas e a taxa de aproveitamento deste novo modelo de encarregados que estamos a formar não é de 100%, nem de 50%. Diria que é de 30%. Em cada dez que formamos, aproveitamos três do mais alto nível. Acreditamos neste modelo e vamos continuar a apostar nele. Diria que, na formação académica, é importante haver um reforço significativo a nível de “soft skills” e das capacidades de liderança, para preparar os estudantes para esta necessidade do mercado de trabalho.

    Ao mesmo tempo, verifica-se uma quebra no número de estudantes que optam pela licenciatura de Engenharia Civil.

    Sim e isso é bastante preocupante. Ao nível do mercado, tem caído bastante o nível de candidatos ao curso. Eu diria que os estudantes estão desiludidos com o que têm assistido na profissão. É vista como uma profissão mal paga, em que a única saída é uma internacionalização forçada, para mercados como o africano. Quem entrou no mercado de trabalho antes de 2008, tinha grandes obras num espaço de tempo muito condensado e a experiência prática era muito acelerada devido à necessidade que as empresas tinham de colocar os projectos no terreno. Neste momento, esse tipo de obra já não existe e a própria aprendizagem é mais lenta, porque o número de oportunidades de trabalho é inferior e o ritmo já não é tão elevado como era.

    Têm já uma carteira de clientes considerável na Bélgica?

    Temos. O primeiro grande cliente belga que tivemos contratou-nos para uma obra de 700 mil euros. A última obra que este cliente nos adjudicou foi de 3 milhões de euros. O volume por contrato, dentro de cada cliente, tem crescido, o que significa um voto de confiança muito grande. As empresas notam que temos capacidade para assumir contratos cada vez maiores. Nunca iriam entregar um contrato dessa dimensão a uma empresa que não conhecem.

    Isso, por sua vez, tem levado também a empresa a crescer?

    Temos crescido, mesmo a nível de quadros de gestão e de quadros de acompanhamento de obra.

    Relativamente à actividade em Portugal, notam algum sinal de retoma?

    Retoma efectiva, neste momento, não podemos dizer que haja. Notamos que há sinais de retoma e estamos a apostar nos sinais que lemos no mercado, mas estamos também a apostar num produto que nos diferencia dos demais concorrentes, que é a concepção-construção ou a optimização de custos mais construção. A construção – apenas a execução dos projectos dos outros – não tem sido um mercado em que nos tenhamos conseguido diferenciar. Continua a vigorar muito a cultura do preço, o que não é o nosso posicionamento. O serviço que oferecemos tem qualidade e sentimos que não podemos competir com empresas que fazem preços baixos apenas para garantir carteira. Queremos construir, queremos crescer, mas queremos cumprir com todas as responsabilidades que temos para com os nossos colaboradores, com os nossos fornecedores, enfim, com todos os nossos parceiros, e uma das responsabilidades é a sustentabilidade do negócio da empresa. A empresa tem que ter uma margem operacional que lhe permita continuar a crescer, cumprir os seus compromissos e garantir a sua sustentabilidade. Por isso, não queremos entrar em guerra de preços e para não entrarmos, apostamos no produto que sentimos que o mercado necessita.

    A questão do preço poderá afastar de alguma forma as oportunidades de trabalho que há em Portugal da AGM?

    Sem dúvida. Essa é a maior questão que nos afasta desse mercado.

    Parece ser uma questão transversal a todo o sector…

    É sim. Há 10 anos que não assistimos a um aumento de preço. Tanto no sector público como no privado, porque o sector privado funciona um pouco da mesma forma que o público. O sector público lança um concurso e consulta várias empresas e o privado, antes de decidir executar uma obra, também consulta várias empresas.

    Apesar do peso grande que o mercado belga tem na vossa actividade, nunca desistiram do mercado nacional…

    Não e a nossa aposta para 2017 é duplicar a facturação a nível nacional. Não é um desafio fácil este a que nos propomos mas estamos motivados e a trabalhar para isso.

    Que oportunidades identificaram para motivar essa aposta?

    O interior do país, a nível de Trás-os-Montes tem muitas oportunidades. Sentimos que Braga, a cidade que acolhe a nossa sede, vai sofrer um impulso, semelhante ao que sofreu Lisboa e que depois foi canalizado para o Porto.

    Refere-se à reabilitação?

    Exactamente. O valor imobiliário dos imóveis no Porto começa a atingir níveis altos, e os investidores começam a ver em Braga uma cidade próxima do aeroporto do Porto e com preços ainda acessíveis para reabilitar, o que nos tem levado a sentir que esse mercado em Braga vai começar a dinamizar-se em 2017.

    E além de Braga?

    O Porto continua com muito dinamismo, e há de continuar em 2017, embora com alguma queda face a 2016. O segundo semestre de 2016 em Braga foi em crescendo mas, para 2017, admitimos alguma explosão. Depois, em Trás-os-Montes, com fundos europeus destinados para desenvolver e criar mais infra-estruturas na região estão a dinamizar essas zonas. Depois há o investimento das grandes superfícies: está anunciada a vinda para o mercado nacional de uma empresa espanhola de distribuição alimentar que é a Mercadona e sentimos que as insígnias Continente, Pingo Doce, Aldi, Intermarché estão a tentar ocupar todos os espaços disponíveis e estão a construir com muita força a nível nacional, para tentar fechar a porta à Mercadona e isto tem ocupado as grandes empresa de constrção em Portugal, as que são maiores que a AGM. Estas empresas estão a dar trabalho a empresas da nossa dimensão que têm mão-de-obra aos preços de há 10 anos. Mas 2017 vai ser um ano em que sentimos que o mercado da construção vai crescer. Para além desta questão das insígnias da distribuição alimentar, temos os municípios do interior do país e temos a questão da reabilitação em todas as cidades em torno do Porto e próximas do aeroporto. Sentimos que não há mão-de-obra em Portugal para fazer face à procura.

    Vamos ter que importar mão-de-obra?

    Vamos ter que subir os preços de forma a que toda a mão-de-obra afecta aos demais países europeus regresse. Nós, como temos muita mão-de-obra própria,sentimos que temos aqui uma vantagem competitiva para 2017. Mesmo face aos concorrentes que temos, que têm muita mão-de-obra própria, nós temos outra vantagem competitiva, que é o gabinete técnico de arquitectura e engenharia.

    Com esse gabinete, conseguem apresentar logo o projecto “chave na mão”?

    Exactamente. É essa a nossa aposta para 2017.

    Além da Bélgica, apostaram em mais mercados?

    Abrimos uma filial no Reino Unido, onde estamos a fazer prospecção comercial. Contamos ter o primeiro projecto em meados de 2017. Por outro lado, regressámos agora de uma missão de reconhecimento na América do Sul, mais concretamente no Perú.

    Acabaram por fugir aos mercados mais tradicionais da construção portuguesa, como PALOP e Brasil?

    A nível estratégico, os países que maior fluxo recebem de concorrentes são os que riscamos do nosso mapa.

    A vossa aposta internacional recairá sobretudo na Europa?

    Sobretudo na Europa, sim, mas, para contrabalançar a nossa exposição à Europa, escolhemos o Reino Unido, por ser ainda Europa mas, em contrapartida, também por não estar tão exposto a todos os problemas que podem vir a afectar este continente. Queremos também um mercado fora da Europa que não seja africano nem o Brasil.

    A questão do “Brexit” preocupa-vos de alguma forma?

    Essa questão foi o catalisador que nos obrigou a abrir a sucursal o mais cedo possível, porque queríamos abrir antes do “Brexit” acontecer, antes de existirem mais barreiras à entrada e estamos a contar ter uma vantagem competitiva face às empresas que queiram ter actividade no país no pós-”Brexit”.

    A dinamização do mercado da reabilitação urbana e os projectos que o Estado português se compromete a apoiar ao abrigo do Horizonte 2020 poderão abrir boas perspectivas para o sector?

    Sem dúvida. Contamos com esses incentivos para fazer crescer a procura do mercado e para podermos finalmente ter preços que sustentem o nosso negócio.

    A questão do esmagamento dos preços parece apresentar-se como o principal entrave ao desenvolvimento do sector da construção em Portugal…

    Sim. Tem sido esse realmente o maior entrave.

    O Governo considera que poderão já estar no terreno, em 2019, obras para o novo aeroporto de Lisboa. Poderão existir neste projecto oportunidades para a AGM?

    As obras públicas de grande envergadura não são tradicionalmente o nosso mercado.

    Que balanço faz da actividade da empresa relativamente a 2016?

    Foi um ano positivo, o primeiro ano em que não duplicámos a facturação do ano anterior. Decidimos consolidar, reforçar a equipa de gestão, rever procedimentos e estratégias e entendemos que foi um ano positivo – aumentámos o volume, aumentámos a margem face a 2015 e consolidámos procedimentos para começarmos a preparar a actividade para 2017, que prevemos que seja ainda um ano de crescimento.

    Acredita que o mercado não crescerá muito mais depois de 2017?

    As empresas de construção colocam sempre – ou deveriam colocar – a questão de crescer ou não crescer. Há uma dimensão óptima para cada patamar e sempre que se dá um salto e se cresce, cria-se ineficiência, devido à economia de escala. Em 2015, estivemos perto de atingir aquele que pensávamos ser o nosso ponto alto, o nosso ponto de eficiência máxima e aproveitámos 2016 para optimizar a nossa capacidade instalada e prepararmo-nos para mais um patamar de crescimento, sem perdermos eficiência. Estamos preparados para voltar a crescer, daí eu dizer que 2017 é ainda um ano para crescer. A meio de 2017, vamos avaliar se temos capacidade instalada para continuar a crescer em 2018 ou se temos que nos focar em preparar o crescimento.

    Para 2017, que objectivos têm?

    Temos o objectivo de duplicar o volume de facturação em Portugal, de incrementar o trabalho no mercado belga e de abrir um novo mercado, ainda com uma facturação reduzida. Por isso, diria que 2017 é um ano em que podemos ter um crescimento de cerca de 20% a 30% face a 2016.

    140 funcionários.

    Sobre o autorPedro Cristino

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    Desenvolvido pela Finangeste, o edifício, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, conserva a fachada original. Além da venda, a mediadora acompanhou e apoiou o arquitecto no desenho e concepção do projecto

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    A consultora imobiliária especializada no segmento luxo, Quintela e Penalva, acaba de anunciar o fecho de vendas do projecto residencial D’Avila. Desenvolvido pela Finangeste, investidor institucional que actua no mercado português há mais de 40 anos, o D’Avila foi um “enorme sucesso comercial”.

    O envolvimento do departamento de empreendimentos da mediadora foi significativo, tendo iniciado com o apoio ao arquitecto no desenho e concepção do projecto, desde o ajuste de plantas à introdução de amenities adaptadas em função das necessidades do mercado e à coordenação da criação integral do branding e infopack do projecto.

    Segundo Jorge Costa, COO da Quintela & Penalva, “o D’Ávila é um excelente exemplo de como o nosso departamento de empreendimentos, e o trabalho de desenvolvimento em estreita colaboração com os promotores, contribui para o sucesso comercial dos projectos e para a satisfação dos clientes”.

    Recuperado a partir de um edifício antigo, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, o edifício conserva a fachada original que, conjugada com a “leveza e simplicidade” da arquitectura contemporânea, apresenta um “cariz muito especial”.

    Os interiores foram projectados para oferecer o “máximo conforto”, enquanto as áreas comuns são onde os residentes podem aproveitar para desfrutar do spa e do ginásio.

    O D’Avila dispõe de 22 apartamentos, de tipologias T1 a T3, dos quais fazem parte duas penthouses duplex. Todas as unidades são “espaçosas e funcionais”, com vãos envidraçados, do chão ao tecto, e quartos todos em suite.

    O sucesso do D’Avila mostra, segundo Francisco Quintela, CEO da Quintela e Penalva, parceiro em Portugal da Knight Frank, “que Lisboa continua a estar no radar dos investidores e que os produtos de qualidade têm procura garantida”.

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    Gebalis apresenta segunda fase do programa ‘Morar Melhor’

    Com um investimento de quase 1,3 M€, a obra contempla a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores no bairro Padre Cruz e todas as intervenções necessárias associadas

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    O programa de reabilitação dos bairros municipais de Lisboa ‘Morar Melhor’ apresentou esta sexta-feira, dia 26 de Abril, uma nova empreitada, no Bairro Padre Cruz. Com um investimento de quase 1,3 milhões de euros, acrescido de IVA, o projecto prevê a instalação de 10 elevadores em edifícios localizados na Rua Rio Sado e na Rua Rio Guadiana que vai beneficiar 201 fracções e aproximadamente 500 moradores.

    Está considerada na empreitada a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores e todas as intervenções necessárias para cumprimento da legislação de segurança, segurança contra incêndios, acessibilidades, iluminação, electricidade e ventilação. Serão, ainda, construídas duas rampas para assegurar o acesso necessário em dois dos lotes.

    “Tendo em conta o número de pessoas idosas que aqui habitam, esta intervenção responde a uma necessidade que há muito tinha sido identificada e à qual conseguimos agora responder. Esta instalação é totalmente nova, o que eleva ainda mais a importância deste investimento e o impacto na qualidade de vida dos moradores”, refere Fernando Angleu, presidente do Conselho de Administração da Gebalis.

    Esta empreitada faz parte de um conjunto de 58 que compõem o Plano de Reabilitação acordado entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Gebalis e que teve início em 2023. Até ao final de 2024 estarão concluídas as primeiras obras de reabilitação dos bairros 2 de Maio, Açucenas, Alfinetes, Boavista, Bom Pastor, Condado, Flamenga, João Nascimento Costa, Padre Cruz, Rego e Telheiras Sul.

    Considerado o maior investimento realizado na habitação municipal desde o Programa Especial de Realojamento (PER), o ‘Morar Melhor’ inclui intervenções de fundo em 478 edifícios, impactando 8614 frações, e reabilitação directa de 1545 fogos habitacionais.

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    Os dados obtidos no último inquérito realizado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, AICCOPN, junto dos empresários do sector que actuam no segmento da Reabilitação Urbana revelam abrandamento do crescimento do nível de actividade

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    De acordo com os dados obtidos no inquérito realizado pela AICCOPN, observa-se um abrandamento da tendência de crescimento do índice Nível de Actividade, que registou em Março, um crescimento de 1,4%, em termos homólogos, Já o índice qualitativo referente à evolução da Carteira de Encomendas observou um decréscimo de 3,3%, face ao apurado no mesmo mês de 2023.

    Relativamente à Produção Contratada, ou seja, quanto ao tempo previsto de laboração a um ritmo normal, no mês de Março, fixou-se em 10,3 meses, o que corresponde a um aumento em relação aos 8,5 meses registados em Março de 2023.

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    EDIH DIGITAL Built com apresentação pública

    O consórcio do EDIH DIGITALbuilt vai realizar o primeiro evento de apresentação pública, no próximo dia 30 de Abril na sede da Ordem dos Engenheiros. O projecto tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência do sector AEC e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído

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    Financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, DIGITALbuilt é um European Digital Innovation Hub (EDIH) que unifica três clusters na temática do ambiente construído: arquitectura, engenharia e construção, recursos minerais e ferrovia. Conta com a parceria do BUILT CoLAB, de Centros de Interface Tecnológica (ITECONS, StoneCITI, Centro de Competências Ferroviárias e INESC TEC) e com outras entidades de suporte (FI GROUP e FNWAY).

    Este EDIH, irá disponibiliza às PME e à administração pública, quando aplicável, serviços de transformação digital, capacitação, inclusão digital, apoio à procura de financiamento e de intermediação, serviços de incubação de PME e diagnósticos de maturidade digital. Tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência destes sectores e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído.

    No painel de Oradores, encontra-se confirmada a participação do deputy head da unit “Digital Transformation of Industrial Ecosystems” na DG CONNECT da Comissão Europeia, Gaspard Demur e da vogal do conselho de administração da ANI, Sílvia Garcia.

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    @Miguel Nogueira e Filipa Pinto

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    Porto: Infraestruturas desportivas com investimento superior a 17 M€

    Através da GO Porto, a Câmara do Porto, investiu nos últimos seis anos no alargamento e renovação de uma dezena de infraestruturas polidesportivas da cidade

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    A aposta do município do Porto na saúde e desporto acessível para todos foi reforçada com mais de 10 obras dedicadas à prática de exercício físico. Entre empreitadas já inauguradas, em curso ou ainda em projecto, o investimento supera os 17 milhões de euros, em zonas distintas da cidade, como Ramalde, Lordelo do Ouro, Paranhos ou ainda Campanhã.

    Entre as principais infraestruturas novas da cidade, é de realçar a empreitada do Campo Municipal do Outeiro, em Paranhos, num investimento municipal na ordem dos 5,5 milhões de euros, divididos por aquisição de terrenos, custos de projecto, empreitada e fiscalização.

    Com a construção das instalações desportivas, bancada com 510 lugares, edifício de apoio e respectivos acessos de circulação, a cidade deixou de ter campos pelados para a prática do futebol e devolveu ao histórico Sporting Clube da Cruz, assim como a outros clubes do Porto, um espaço de jogo digno.

    De forma a abranger mais modalidades e mais adeptos de um estilo de vida saudável, o Parque Desportivo de Ramalde/ INATEL, que está sob gestão da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, oferece, desde 2017, uma pista de atletismo com seis corredores e um campo de relva homologado para a prática de futebol de 11 e de râguebi.

    Em 2019, foi inaugurado o Skate Park de Ramalde, dentro do complexo desportivo, onde crianças, jovens e adultos têm pela primeira vez um espaço onde podem aventurar-se nesta modalidade. Dois anos depois, a GO Porto avançou com a ampliação do espaço e a construção de um bowl.

    Neste momento, está a decorrer a segunda fase da empreitada neste Parque Desportivo, que engloba um novo campo de jogos de futebol e râguebi, com um edifício de apoio com bancada coberta, um recinto para as práticas de atletismo e de zonas de tiro ao arco. Esta última empreitada está orçada em perto dos 4,9 milhões de euros.

    A Piscina Municipal Engenheiro Armando Pimentel, da responsabilidade da empresa municipal Ágora, voltou a abrir portas, totalmente equipada e requalificada. Num investimento municipal a rondar os 2 milhões de euros, esta intervenção permitiu colmatar um conjunto de deficiências de carácter estrutural no interior e exterior do edifício.

    De forma a fomentar a prática de exercício físico na aprendizagem das crianças da cidade do Porto, o Município investiu, ainda, cerca de 400 mil euros na requalificação de 10 infraestruturas exteriores de seis Escolas Básicas: EB 2/3 António Nobre, EB 2/3 Areosa, EB 2/3 Manoel de Oliveira, EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha e EB 2/3 Leonardo Coimbra.

    Entre as várias intervenções, contam-se novos pisos e equipamentos para diferentes modalidades desportivas: futebol, basquetebol e andebol, contribuindo assim para a integração social destas comunidades.

    Durante o primeiro trimestre de 2024, arrancaram também as obras na bancada do Campo do Viso, e nas infraestruturas elétricas do Estádio da Praia. Esta primeira empreitada, estimada em 215 mil euros, pretende requalificar a bancada existente, com vista à melhoria das condições de conforto, segurança e circulação.

    Já o Estádio da Praia, a maior infraestrutura desportiva sazonal gerida pela Ágora e que funciona há 15 anos com diversas competições e atividades, está a ser reabilitado ao nível do equipamento eléctrico e torres de iluminação, com um valor de empreitada de 79 mil euros.

    Com arranque previsto para o segundo semestre de 2024, o Campo Municipal de Campanhã, um novo equipamento desportivo com implantação em terreno entre a Rua de Justino Teixeira e as piscinas municipais, ainda carece do visto do Tribunal de Contas.

    Com uma área que ascende aos 17 mil metros quadrados, o espaço abrange um campo de jogos com bancada coberta, além de um edifício de apoio e novo arruamento com lugares de estacionamento. Este novo complexo desportivo tem um valor de empreitada na ordem dos 4,6 milhões de euros.

    Ainda em contratação de projeto encontra-se a Zona Desportiva Oriental, em Campanhã. Designada por Espaço Radical Zona Oriental, trata-se da construção de um parque de desporto com a instalação de um skate park, pump track, estações de street workout, basquetebol e escalada.

    Também em fase de contratação de projecto, a GO Porto tem ainda em mãos a construção de um novo complexo desportivo no Campo Municipal da Ervilha, que serve o Futebol Clube da Foz, com três campos de futebol com relvado sintético, bancada, balneários, ginásio, edifícios de apoio para áreas administrativas e arranjos exteriores.

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    Mapei leva nova gama de produtos à Tektónica

    A Mapei irá marcar presença de 2 a 5 de Maio no evento anual dedicado ao sector da construção, com a apresentação de uma nova linha de produtos dedicada ao segmento da reabilitação

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    O fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção marcará, uma vez mais, presença na Tektónica, uma feira que considera estratégica para divulgar soluções, estabelecer contactos estratégicos e acompanhar as mais recentes tendências do mercado.

    Em destaque nesta edição estará a sua nova linha Mape-Antique, uma gama completa de argamassas compostas por cal e eco-pozolana uma gama de produtos, completamente isentos de cimento, dedicadas à consolidação e reabilitação da alvenaria de edifícios de valor histórico e arquitectónico, realizados em tijolo, pedra, tufo ou alvenaria mista.

    Os produtos da gama Mape-Antique têm características físico-mecânicas muito semelhantes às das argamassas para alvenaria e rebocos utilizadas no passado, razão pela qual resultam mais compatíveis com qualquer tipo de estrutura original.

    Ao mesmo tempo, têm elevada resistência físico-química às acções agressivas, ambientais (chuva ácida, gelo-degelo e gases poluentes) e internas à alvenaria (sais solúveis e humidade). A maioria dos produtos Mape-Antique possui elevados valores de transpirabilidade e, no caso dos rebocos desumidificantes, de porosidade. Graças à sua estrutura macroporosa, são capazes de favorecer a evaporação da água presente na alvenaria muito mais do que as tradicionais argamassas para reboco de base cimentícia ou de cal-cimento. Este processo permite que as estruturas húmidas sequem, ou evitem a ascensão capilar de humidade, o que proporciona um maior conforto habitacional. Além disso, se estiverem presentes na alvenaria sais solúveis, estes cristalizam dentro dos macroporos, sem produzir tensões no reboco que o possam degradar.

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    Passivhaus Portugal com programa extenso na Tektónica

    A Passivhaus Portugal marca mais uma vez presença na Tektónica. Juntando num espaço próprio vários dos seus parceiros e criando várias dinâmicas de workshops e conversas em contínuo. Uma oportunidade para conhecer melhor este padrão que é também uma certificação

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    Em conjunto com os parceiros em exposição, a Passivhaus Portugal construiu um programa de workshops práticos contínuos, com apresentação de soluções, formas de aplicação, resolução de problemas, e muito mais. Entre workshops poderá também assistir à apresentação de projectos Passivhaus e algumas conversas entre stakeholders da área.
    De notar que o sector da eficiência energética é o que mais vai crescer nesta edição da Tektónica. Não será por acaso. A procura de soluções de habitação, residencial e de escritório, que geram poupança ao mesmo tempo que garantem conforto, saúde para os seus habitantes, e protecção para o meio ambiente, está a crescer.

    “Porque é que em Portugal, um país com um clima ameno, temos de viver com maior desconforto dentro de nossa casa ou do escritório onde trabalhamos, do que alguém que vive num clima frio? Não faz sentido. E isso é algo que entre a classe profissional é já óbvio e começa a tornar-se também para o público em geral. O padrão Passive House dá resposta a todas as questões de conforto, saúde e eficiência e, em Portugal, de forma até mais simples do que, por exemplo, na Alemanha, uma vez que falamos do único padrão no mundo que é quantitativo e rigoroso. E esta é uma das mensagens que levamos para a Tektóncia”, afirma João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    2024 será um ano de expansão para a Hipoges

    A Hipoges atingiu 49 mil milhões de euros em activos sob gestão a nível global até ao final do de 2023, mantendo uma taxa de crescimento contínuo em todos os países onde opera e avançando no seu plano de crescimento estratégico

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    O anúncio foi feito pelos líderes da Hipoges, Hugo Velez e Claudio Panunzio, durante o Town Hall 2024 realizado a nível global, que reuniu os quase 2.000 colaboradores que a Hipoges tem espalhados pelos seus 11 escritórios em Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

    “Somos uma marca cada vez mais importante”, sublinha Hugo Velez. “O ano passado foi desafiante e 2024 também o é, mas continuamos a crescer, e fazemo-lo de forma sustentada e nos quatro países onde estamos presentes”.

    Claudio Panunzio refere que a Hipoges tem o desafio de “continuar a desenvolver as melhores práticas na gestão de activos”.”Ǫueremos concentrar-nos na nossa expansão internacional e tirar partido da nossa posição para continuar a crescer organicamente e também através de novas aquisições. Estamos actualmente a avaliar quatro ou cinco oportunidades de aquisição em Espanha, Portugal e Itália”.

    Durante o evento, a Chief Financial Officer da Hipoges, Marta Márquez, destacou a “clara tendência de crescimento” da empresa durante o ano de 2023, apesar do contexto de incerteza em que opera, o que lhe permite desfrutar de uma “sólida posição de mercado”.

    Já o Global Chief Operations da Hipoges, Juan Ramón Prieto, fez um balanço do desempenho da empresa em 2023, um ano em que “tivemos de superar grandes desafios devido à evolução da actividade jurídica e imobiliária em Espanha e Portugal”. Apesar dos atrasos nos prazos legais, da redução da quantidade de stock para venda e da queda das hipotecas, a Hipoges “conseguiu aumentar o volume de negócios e comercializar activos mais rapidamente do que o esperado, tanto em Espanha como em Portugal”.

    Durante o ano de 2023, a Hipoges reforçou as suas linhas de negócio e serviços, bem como a sua quota de mercado, através da criação de duas novas empresas e da aquisição de uma participação maioritária numa terceira: a KPI Hotel Management Solutions, especializada na gestão de hotéis e resorts, com presença em Portugal e Grécia; a Finanwin, uma plataforma de mediação hipotecária que opera em Espanha e Portugal; e a F&G, focada na gestão de documentação de activos financeiros.

    Durante a sua intervenção, Margarida Maia, Chief Services Officer, explicou que a equipa da Hipoges cresceu 15,8% em relação ao ano anterior, para 1.820 colaboradores no final de Dezembro de 2023 a nível global, e a empresa espera ultrapassar a marca dos 2.000 este ano. Foram abertos novos escritórios em Espanha, em Sevilha e na Corunha, e em Portugal, em Lisboa, existiu uma mudança para um novo escritório com uma capacidade mais adequada às necessidades da empresa.

    Durante o seu Town Hall 2024, a Hipoges avançou ainda as quatro grandes linhas do plano estratégico em que a empresa pretende alicerçar o seu crescimento: diversificação dos mercados geográficos e das linhas de actividade; aposta na inovação tecnológica; melhoria da eficiência e das margens de rentabilidade; e aposta na captação e fidelização de clientes.

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    Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa

    Esta iniciativa representará uma redução de mais de 50 000 toneladas de CO2 equivalente por ano nas emissões provenientes do consumo de electricidade do Grupo

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    O Roca Group, líder mundial em design, produção e comercialização de produtos para a casa de banho, anunciou um contrato de compra de energia renovável a longo prazo (PPA – power purcha-se agreement), que terá vigência de dez anos, de 2025 a 2035, ligado às novas instalações solares Trévago I & II, situadas na província de Sória, em Espanha.

    A entrada em funcionamento das instalações de produção solar Trévago I e II está prevista para Julho de 2025. Estas instalações contam com uma capacidade de 86,84 MWp. Do total da capacidade, 80% destina-se ao Roca Group e prevê-se a produção de 120 GWh de energia limpa anualmente, o que corresponde ao volume necessário para abranger o consumo eléctrico de todas as operações do Grupo em território europeu.

    Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Bruc Energy, uma empresa de produção de energia renovável, e contou-se com a consultoria jurídica da Baker McKenzie, por parte do Roca Group, e da Allen & Overy, por parte da Bruc, assim como com o apoio estratégico da Schneider Electric, através dos respectivos serviços de consultoria em PPA, no que respeita à coordenação de todo o processo.

    Este processo representará uma redução de mais de 50 000 toneladas anuais de CO2 equivalente, o que corresponde ao consumo de energia do Grupo na Europa. Trata-se de mais um objectivo atingido no plano de descarbonização do Roca Group que se vem juntar à recente entrada em funcionamento da primeira fábrica de produção de louça sanitária neutra em emissões de carbono a nível mundial. O Grupo acumula já uma redução de 39% nas respectivas emissões directas de CO2 equivalente e de 47% na respectiva intensidade energética entre 2018 e 2022, aproximando-se do objectivo de reduzir para zero as emissões líquidas em 2045.

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