Investigadores da UBC concluem que os códigos de segurança fazem disparar o custo de construção
“Concluímos que é desnecessário construir uma ponte com tanto reforço”, afirmou Alam, autor do estudo, explicando que os códigos “exigem muito material e a dimensão das colunas e das vigas é simplesmente demasiado grande”

Pedro Cristino
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Um estudo recente de investigadores do “campus” de Oganagan, da Universidade da British Colombia (UBC) concluiu que as pontes construídas segundo o Código Canadiano de Projecto de Pontes Rodoviárias (CCPR) sofrem de excesso de obras, o que aumenta, “de forma desnecessária” as despesas de construção.
Segundo Shahria Alam, docente da UBC, na fase de projecto, os engenheiros determinam a performance sísmica e prevêem os danos, perante a ocorrência de um sismo, calculando as cargas que o material consegue suportar. Estes mesmos engenheiros têm ainda de fazer cálculos para a provável funcionalidade da ponte num cenário de pós-sismo. “Concluímos que é desnecessário construir uma ponte com tanto reforço”, afirmou Alam, autor do estudo, explicando que os códigos “exigem muito material e a dimensão das colunas e das vigas é simplesmente demasiado grande”.
Alam, que lecciona Engenharia Civil no “campus” de Okanagan,explica que há muitos materiais utilizados nas pontes e, durante anos, o senso comum consistiu em acrescentar reforço de aço para torná-las mais fortes. Contudo, a sua investigação e os testes estruturais no seu laboratório e num pilar de uma ponte contam uma história diferente.
De acordo com o CCPR, o projecto de carga, durabilidade e sísmico – como o movimento durante um terramoto será disperso dentro da estrutura de forma a que a mesma se mantenha de pé – são todos parte dos elementos básicos no planeamento de pontes.
“A segurança pública é o aspecto mais importante e temos de construir estruturas que não colapsem durante um sismo”, afirma Alam, salientando que deveriam estar a ser construídas estruturas não apenas para “salvar vidas mas também para salvar a própria estrutura”. Como parte da sua investigação, Alam e a sua equipa têm estado a testar materiais reforçados com memória de forma e pilares de ponte pós-tensionados no Laboratório de Materiais e Estruturas Avançados da universidade.
“Propusemos um critério de desvio residual para o projecto assente na performance para pontes que têm capacidade de auto-centragem”, declarou o investigador, ressalvando que é “muito caro construir uma ponte com um certo critério, e depois não é financeiramente comportável demoli-la e substitui-la”.
Assim, os novos sistemas estruturais podem ser projectados seguindo as linhas propostas e, desta forma, “os engenheiros podem construir pontes quase à prova de danos, mesmo depois de um grande sismo”, concluiu Shahria Alam.