Especial Máquinas e Equipamentos: De olhos postos nas autárquicas
As eleições autárquicas, agendadas para o último trimestre do ano, são encaradas como um factor de dinamização da actividade na construção. Por muito que essa melhoria não seja significativa, é suficiente para animar os empresários que asseguram as grandes vantagens na adopção de pequenas/médias máquinas por parte de quem irá executar esses trabalhos. E lembram os avanços que este segmento de mercado tem conhecido nos últimos anos
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As autárquicas que se avizinham podem representar uma golfada de ar fresco e, apesar das expectativas animadoras, os sinais do que aí vem não são ainda suficientes para se falar em recuperação. Esta é pelo menos a lógica manifestada pelos empresários que actua no segmento das Máquinas e Equipamentos que, ainda assim, não deixam de se mostrar animados.
Hugo Bexiga, responsável de Máquinas Novas, Usadas e Rental da Barloworld STET, que em Portugal representa a Caterpillar, garante que “a aproximação das eleições autárquicas e o recente crescimento de concursos públicos e adjudicações de obras municipais contribui de forma preponderante para o sentimento positivo e actuais expectativas de evolução do mercado de equipamentos em 2017”. José Gameiro, presidente da Motivo, assegura ao CONSTRUIR que ,na óptica da empresa que representa a britânica JCB, é expectável uma melhoria acentuada graças “não às máquinas pesadas, mas sim à gama de retroescavadoras, midi escavadoras e mini escavadoras, cujo peso face ao total de todos os tipos de máquinas para a construção tem vindo a subir e representou cerca de 60% no ano passado”. “Os investimentos das autarquias em maquinaria continuam a ter um peso considerável nas nossas vendas e as expectativas para 2017 são ainda maiores em comparação com os últimos anos”, garante Gameiro, assegurando que na gama de equipamentos da JCB existem máquinas com versão “municipal”, especialmente dedicadas às Autarquias, desde a 1CX até à 3CX e 4CX, passando pela 3CX Compact, “uma retroescavadora que é 35% mais compacta do que a conhecida 3CX e é ideal para trabalhar em espaços confinados”. Acácio Matias, gerente da Munditubo, lembra que não se esperam grandes vendas ao nível dos grandes modelos “porque o sector das grandes obras públicas continua parado, ou quase, por questões orçamentais. As obras são anunciadas mas nunca mais arrancam como é caso do Hospital do Seixal. No mercado externo, nomeadamente nos PALOP`s, a situação também não está melhor. Agora mesmo o governo de Moçambique anunciou que não vai pagar aos seus credores internacionais nos próximos tempos”. “Em período de eleições autárquicas sempre mexe mais o sector da maquinaria miúda, como sejam as pequenas escavadoras, placas compactadores, saltitões, ferramentas manuais e, claro, a utilização de mão de obra intensiva na jardinagem, nas inevitáveis rotundas, nos passeios e calçadas, enfim, o costume”, garante. No entender de Torres Marques, responsável pelas áreas da Construção e da Compactação e Pavimentação, “numa altura em que existem poucos projectos em curso e em que se verifica a existência de pouca liquidez no sector de Construção, as eleições autárquicas poderão funcionar como excelente mote para o relançamento do sector, nomeadamente na área da reconstrução e de manutenção e que envolverá na sua grande maioria, pequenas e médias empresas que irão com certeza dinamizar toda a área comercial ligada a este sector”. No caso da Atlas Copco, garante, “existe uma aposta cada vez maior na Área da Revenda, o que permitirá aumentar a sua área de cobertura e marcar uma maior presença junto dos clientes finais”. Sonia García Lázaro, responsável de Comunicação da Scania, entende que as autárquicas podem trazer alguma movimentação “nas não será uma evolução significativa”.
Modernidade
Perante as expectativas de um mercado, sobretudo interno, à procura de melhores dias, as empresas posicionam-se no sentido de melhor responder ao que antevêem como tendência. José Gameiro, presidente da Motivo, explica que “a JCB 3CX é a retroescavadora mais moderna do mercado, dispondo hoje de uma série de sistemas de verificações e de dispositivos automáticos que são usados na indústria automóvel, permitindo consumos na casa dos 5/6 litros de combustível contra 8/10 litros das máquinas da concorrência”. Para José Gameiro, “a JCB dispõe das mais modernas midi escavadoras e vamos dentro de semanas lançar novas mini escavadoras, o que significa a gama mais moderna face às restantes ofertas disponíveis, com vantagens comparativas em termos de especificações”. Hugo Bexiga assegura por seu lado que o futuro passa pela tecnologia. Recordando o papel que a formação pode ter na eficiência de serviços, o responsável de Máquinas Novas, Usadas e Rental da Barloworld STET salienta que estão “focados no desenvolvimento de soluções tecnológicas que ajudam os nossos clientes a tornar-se mais rentáveis. Falamos de soluções que ajudam a reduzir o tempo de inactividade das máquinas, a reduzir os custos de manutenção, a melhorar a eficiência através de redução de consumo de combustível e, mais importante, que melhoram a segurança de todos os envolvidos na operação de equipamentos”.
Ao CONSTRUIR, Rita Amorim, da Direcção de Gestão de Clientes e Produtos do Grupo Vendap adianta que, mantendo a concentração de trabalhos nas pequenas obras por contrapartida de uma diminuição ou estabilização dos alugueres de maquinaria pesada em grandes obras”, o grupo está a apostar na diversidade da oferta de equipamentos, “permitindo aos nossos clientes terem uma One Stop Shop”. “Neste momento alargámos a nossa frota com novos tipos de equipamentos em mini-escavadoras e plataformas e estamos a renovar a frota existente em plataformas elevatórias, empilhadores e geradores de forma a conseguir responder às necessidades dos nossos clientes”, revela Rita Amorim, acrescentando que o grupo está focado “em poder oferecer todo o tipo de equipamento necessário à construção, desde uma grua a um sanitário de obra”. Sonia García Lázaro, responsável de Comunicação da Scania, salient que o fabricante sueco trabalha em permanência na melhoria das suas soluções, “pelo que os nossos produtos sempre têm associados as mais recentes novidades. 2017 será um ano de grandes novidades e marca o lançamento da nova gama para a área da Construção”
O mercado
Hugo Bexiga, responsável de Máquinas Novas, Usadas e Rental da Barloworld STET acredota que “apesar do mercado nacional perspectivar para 2017 alguns sinais, embora ainda débeis, de recuperação da indústria, que ainda não impactam de forma significativa na evolução das vendas dos equipamentos de grande porte, o crescimento do investimento municipal e o crescente aumento do investimento em habitação traça para 2017 um cenário de evolução positiva da procura em equipamentos de construção ligeira”. Já para José Gameiro, o responsável máximo da Motivo, um dos grandes desafios que os empresários têm pela frente passa pela mudança substancial por que passa o mercado de máquinas pesadas “por estarem a regressar de África máquinas que deixaram de ter ocupação, quer pelo facto das existentes constituírem uma oferta superior às necessidades”. “Em contrapartida”, acrescenta, “tem-se registado um aumento significativo na procura de máquinas compactas, nomeadamente mini e midi escavadoras, cuja tendência se perspectiva de aumento continuado. Comparando 2016 com 2015, enquanto o mercado da gama pesada reduziu 16%, o da gama compacta subiu 29%”. No entender de Torres Marques, responsável pelas áreas da Construção e da Compactação e Pavimentação da Atlas Copco, “o Mercado actual na sua globalidade tem pouca procura, muito devido a situação económica do País com o reduzido investimento em grandes obras públicas como também ao intenso abrandamento de projectos no exterior pelos ‘nossos’ construtores. O pouco investimento que tem havido é na área de reconstrução e manutenção quer nas vias públicas como na área habitacional”.