“Existe cada vez menos oferta de casas para vender em Lisboa e Porto”
Ao CONSTRUIR, o fundador e director-geral da Decisões e Soluções explica a estratégia da consultora imobiliária e financeira para continuar a sua expansão no mercado nacional, depois de a facturação ter crescido 47% no último ano. Paulo Abrantes garante que a procura deverá manter-se forte, suportada pelas baixas taxas de juro e pela crescente procura oriunda dos países do norte da Europa e emergentes, enquanto a oferta de casas novas continuará limitada, porque não há construção
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Para Paulo Abrantes, os fracos índices de construção registados nos últimos anos terá consequências ao nível do futuro do mercado imobiliário. O fundador e director-geral da Decisões e Soluções explica quais os caminhos da atractividade do mercado nacional
A Decisões e Soluções distingue-se como consultora imobiliária e financeira. Que radiografia traçam das condições do mercado imobiliário neste momento?
Acho que estamos num bom momento. A venda de imóveis está a aumentar, havendo zonas do país onde há procura e já não há grande oferta de imóveis para vender. A construção e a reabilitação de imóveis também estão com uma dinâmica muito positiva. A banca voltou a conceder crédito habitação em força e com condições de financiamento muito atractivas. Tudo indica que 2017 vai ser um grande ano em todas estas áreas.
Que expectativas existem para o crescimento do mercado no futuro mais imediato?
Em 2016, o sector do imobiliário representou, em Portugal, cerca de 17 mil milhões de euros em vendas, dos quais 4 mil milhões de euros corresponderam a investimento estrangeiro e perto de 6 mil milhões de euros a crédito bancário. Nos últimos dois anos, o negócio imobiliário cresceu 50% e este ano deverá crescer na ordem dos 30%, impulsionado pelo crédito à habitação, investimento estrangeiro, reabilitação urbana e aumento do investimento na compra de casas por parte dos portugueses.
A empresa tem crescido nos últimos anos em vários domínios, desde a área imobiliária à mediação de obras. Em que assenta a vossa estratégia?
Na expansão, com a abertura de mais agências, e na admissão de mais colaboradores, que nos permite estar ainda mais perto dos nossos clientes e da população em geral. Numa grande aposta na formação e apoio a todos os nossos colaboradores. Num serviço de aconselhamento personalizado com Soluções 360º para os nossos clientes, ao nível da compra, venda e arrendamento de imóveis, bem como em relação às obras de remodelação e construção de imóveis, não esquecendo o crédito bancário e os seguros nas melhores condições de mercado.
Como se pode explicar este crescimento de 47% da facturação da área imobiliária registado em 2016?
Este crescimento de 47%, em 2016, teve a ver fundamentalmente com o aumento do número de imóveis vendidos e com o aumento do número de obras e construções adjudicadas.
Prevêem continuar a crescer ao longo de 2017. Em que áreas vão apostar para alcançar esse objectivo?
Em 2016 tivemos o nosso melhor ano de sempre e em 2017 queremos não só voltar a ter o nosso melhor ano de sempre, como crescer na ordem dos 100%, face ao ano anterior.
Queremos continuar a crescer em todas as áreas em que atuamos, nomeadamente ao nível da mediação imobiliária, mediação de obras e construção de imóveis, consultoria financeira e mediação de seguros.
Olhando para o espectro alargado da acção da Decisões e Soluções, quais os maiores desafios com que a empresa se depara neste momento? Gestão de financiamentos?
O grande desafio será continuarmos a aumentar o número de agências, colaboradores e clientes no nosso país. Para isso vamos continuar a apostar na formação e apoio a todos os nossos colaboradores, bem como na sua especialização, tendo como objectivo prestarmos um serviço de excelência aos nossos clientes e aumentarmos a nossa quota de mercado nas várias áreas em que atuamos.
Os últimos anos, por maioria de razões, foram pródigos na discussão do eterno conflito “casa própria vs. Arrendamento”. Olhando para os mais recentes indicadores, nomeadamente os valores negativos das taxas de referência e as próprias condições do mercado de arrendamento, que efeitos é que isso poderá ter no sector?
Sou de opinião que a procura deverá manter-se forte, suportada pelas baixas taxas de juro e pela crescente procura oriunda dos países do norte da Europa e emergentes, enquanto a oferta de casas novas continuará limitada, porque não há construção. Este fenómeno sentir-se-á mais nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto.
O expectável será um aumento do preço dos imóveis, mas que não será acompanhado pelo incremento das rendas (porque estas deverão acompanhar a inflação). Sendo a excepção o investimento direccionado para arrendamento de curto-prazo.
O aumento do preço dos imóveis, não acompanhado pelo proporcional aumento das rendas, conduzirá no próximo ano a uma diminuição da rendibilidade do investimento imobiliário.
Olhando para cidades como Lisboa e Porto, que análise pode ser feita ao nível da procura, oferta disponível e preços. Estamos num momento estável ao nível da aquisição ou a tendência é para crescimento?
Existe cada vez menos oferta de casas para vender em Lisboa e Porto, ao contrário da procura, que continua a crescer. Esta discrepância entre a oferta e a procura origina, naturalmente, uma subida nos preços.
Em termos de expectativas, continua-se a prever que as vendas aumentem no curto prazo e que os preços sigam uma rota de crescimento quer a curto, quer a longo prazo. Durante 2017, os especialistas do sector imobiliário antecipam a possibilidade de uma subida elevada de preços em Lisboa, esperando-se que, a nível nacional, os preços cresçam cerca de 4% ao ano nos próximos cinco anos.
O claro decréscimo nas novas construções e, ao mesmo tempo, a orientação dos novos investimentos essencialmente para reabilitação e para fins não residenciais são alguns factores que contribuem para esta redução contínua da oferta de casas, em Lisboa e Porto.
Esta situação está a tornar-se um grande entrave para as famílias que procuram uma casa compatível com as suas necessidades. Como resposta, muitas delas vão optar por construir as suas próprias moradias, contribuindo para uma maior dispersão urbana.
Na Decisões e Soluções, desde o último trimestre de 2016 que assistimos a uma crescente procura de soluções de auto-construção.