DCIM100MEDIADJI_0023.JPG
O macro-investimento hidroeléctrico da Iberdrola em Trás-os-Montes
Grupo Iberdrola traz um avultado investimento para a região do Alto Tâmega, materializado na construção de três aproveitamentos hidroeléctricos. Uma vez concluída a obra – em 2023, segundo as previsões da empresa – a capacidade instalada em Portugal ficará 6% mais rica e ficará cumprida metade do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico
Pedro Cristino
Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia
Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€
‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%
‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024
Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”
FEP traz a Portugal economista David D. Friedman
António Fragateiro assume direcção de Real Estate para Portugal do Numa Group
Habitação: Mais de 200 ideias integram nova versão da Carta Municipal
Bison Bank lança solução de crédito à habitação para não residentes
Projecto “Baterias 2030” concluído
Grupo Iberdrola traz um avultado investimento para a região do Alto Tâmega, materializado na construção de três aproveitamentos hidroeléctricos. Uma vez concluída a obra – em 2023, segundo as previsões da empresa – a capacidade instalada em Portugal ficará 6% mais rica e ficará cumprida metade do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico
No total, são 1,56 mil milhões de euros de investimento em três centrais hidroeléctricas – Gouvães, Daivões e Alto Tâmega – que a Iberdrola trouxe para Trás-os-Montes – numa “das maiores iniciativas na história de Portugal, no sector da energia”. As três barragens, cuja construção se prevê finalizada em 2023, totalizarão uma capacidade instalada de 1.158 MW, com capacidade de produçãod e mais 1.769 Gwh anuais – o “consumo das populações da zona, acrescido das cidades de Braga e Guimarães”, segundo o responsável de fiscalização do aproveitamento de Daivões, Vítor Afonso.
“Crescer bem”
Com estes três aproveitamentos, a Iberdrola tem o objectivo de fazer a área do Tâmega crescer em torno deste projecto durante os próximos a nos, estimando-se, para tal, que a execução desta infra-estrutura leve à criação de 13.500 empregos durante o período de construção – 3.500 directos e 10 mil indirectos. Segundo Aitor Oso, Portugal é um dos “vectores de crescimento” do grupo espanhol. No evento de apresentação do projecto, o director-geral do negócio internacional da Iberdrola destacou que este projecto proporcionará “mais de 6% da potência instalada em Portugal” e explicou que o Sistema Electroprodutor do Tâmega representa “mais de 50% dos objectivos do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroléctrico”, constituindo-se como um elemento “fundamental” no impulso às energias renováveis no país. Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena reconheceu “a importância de um investimento desta dimensão para a região” e destacou que é, actualmente, “notório o acréscimo do movimento de trabalhadores e o impacto positivo [deste projecto] na restauração, nos serviços e comércio locais”. Todavia, Rui Vaz Alves referiu que é necessário “continuar a desenvolver uma estratégia sustentada para que estas obras representem uma verdadeira mais-valia para este território (…), que salvaguardem (…) o ambiente e promovam o desenvolvimento sustentado”. Para isto, é necessário, segundo o edil, recorrer a mão-de-obra e serviços locais, bem como continuar “o diálogo permanente com a população” desta região “para que a construção deste sistema represente um real benefício para a economia local e regional”. Neste sentido, o grupo espanhol revelou que irá desenvolver um plano de acção socioeconómico, para o qual tem destinado um investimento de 50 milhões de euros no sentido de promover actividades sociais, culturais e ambientais. “As expectativas em relação a estas obras são elevadíssimas”, sublinhou Rui Vaz Alves, explicando que, com este projecto, a Câmara de Ribeira de Pena pretende dar “um enorme impulso económico, mas sempre numa lógica de desenvolvimento sustentável”. Para o autarca, a implantação destas barragens “constitui um excepcional processo de conformação do território”, pelo que é “obrigação de todos aproveitar esta oportunidade para crescer bem, para ajudar as nossas populações e planear correctamente o nosso futuro”.
900 M€ em “grandes contratos”
Para o sócio-gerente da Socorpena, construtora de Ribeira de Pena envolvida no projecto, “foi muito importante perceber o modelo e a exigência da Iberdrola, para podermos ser mais competitivos em futuras licitações e para podermos responder com mais eficácia à necessidade de executar trabalhos neste empreendimento”. Neste momento, o grupo tem três adjudicações por parte da eléctrica espanhola e, para António Sousa, é “muito importante” a vontade que a Iberdrola tem demonstrado para trabalhar com empresas locais. Já Carla Costa revelou que a aposta do grupo em Portugal “tem sido grande”. “É o maior projecto da história no sector hídrico em Portugal”, destacou a directora comercial da Iberdrola em Portugal, explicando que uma das “estrelas” do projecto consiste na bombagem de Gouvães. “É o equivalente a ter uma bateria que, se falhasse a energia, poderia fornecer energia durante 24 horas”, sublinha, explicando que este sistema “gera energia muito rapidamente – em poucos minutos”. Relativamente à dimensão económica, Carla Costa revelou que a previsão é que se gastem “900 milhões de euros em grandes contratos – construção, máquinas, etc”. Neste âmbito, a directora comercial destacou que, até à data, foram já adjudicados 530 milhões de euros em contratos neste empreendimento, destacando a responsável da empresa que 80% do valor se destinou a empresas portuguesas. “Em 2017 prevê-se um investimento na ordem dos 130 milhões de euros e, em impostos, entre 45 milhões e 50 milhões de euros anuais”, concluiu Carla Costa.
Tecnologia de “última geração”
O complexo é constituído por “tecnologia de última geração” e será concebido e desenvolvido pela Iberdrola juntamente com os fornecedores, que serão, na sua maioria, portugueses. O aproveitamento de Daivões consiste numa barragem de 78 metros de altura,com dois grupos que totalizarão uma potência instalada de 114 MW e uma produção de 142GWh. Haverá ainda um grupo adicional para vazão ecológica, que acrescentará uma produção de 17GWh à instalação. Já a central do Alto Tâmega terá uma potência de 160 MW, dividida em dois grupos,com uma altura de barragem de 106,5 metros. A produção estimada desta instalação é de 139GWh. A central de bombagem de Goubães terá uma potência instalada de 880 MW, “graças às suas quatro turbinas reversíveis de 220 MW e será a maior das unidades do complexo do Tâmega. A instalação terá uma altura de 30 metros e uma produção estimada em 1.468GWh. Segundo a empresa, o desenvolvimento desta infra-estrutura de bombagem reflecte “a aposta da Iberdrola nesta tecnologia como método mais eficiente de armazenamento de energia de grande escala”. O grupo frisa que o Sistema Electroprodutor do Tâmega foi avaliado ambientalmente antes da sua aprovação através do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Conformidade com o Projecto de Execução. Neste sentido, a Iberdrola destaca que o impacte ambiental é reduzido “graças à optimização do desenho do aproveitamento”. Outro elemento destacado é a bombagem do aproveitamento de Gouvães, que “salvaguarda” o sistema eléctrico “uma vez que permite armazenar a energia no reservatório superior de Gouvães, por meio da bombagem da água do reservatório inferior de Daivões”, água essa que é posteriormente utilizada para produção de electricidade ao ser turbinada para o reservatório de Daivões.