Cinema mostra diálogo entre tradicional e moderno na Beira Interior
O objectivo das sessões é o de exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional
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A 52.ª sessão da actividade PROJECTAR propõe um diálogo entre o tradicional e o moderno, entre o oriente e o ocidente, numa sessão dupla dedicada à casa Sugimoto, em Kyoto, exemplar de arquitectura tradicional japonesa do séc. XVIII, e ao pavilhão Alemão na Feira Internacional de Barcelona de 1929, do arquitecto Mies van der Rohe. Esta sessão, que marca o regresso à Universidade da Beira Interior, na Covilhã, vai decorrer a 6 de Abril.
Segundo a organização os filmes a ser exibidos são ambos da série Architectures: o primeiro versa sobre uma casa tradicional japonesa, em Kyoto, e foi realizado por Richard Copans em 2007. “A Casa Sugimoto é uma grande casa de cidade – mais de 15 divisões – com um programa complexo, ligado à actividade familiar. É uma bela casa tradicional no centro da cidade de Kyoto. Foi construída em 1743. Foi destruída no grande incêndio de 1870. Felizmente, num pequeno recanto escavado, debaixo do sobrado, os proprietários tiveram tempo de depositar o altar dos antepassados e de mergulhar na água do poço o livro das Nen-Chu-Gyoji, livro no qual são registadas as obrigações da casa. Este livro permitiu reconstruir a casa como ela era. Estamos em Kyoto, no bairro sudoeste que exibe os majestosos carros alegóricos do Festival de Gion, um dos raros bairros preservados de Kyoto: uma rectícula da cidade em ilhas, segundo os eixos Norte / Sul e Este / Oeste, uma recticúla adoptada no século VIII a partir da capital chinesa Chang’An. É a casa da família Sugimoto, que construiu a sua fortuna com o comércio de tecidos para Kimono. Actualmente, é ainda um Sugimoto que aí habita, um professor universitário”.
O segundo documentário, realizado por Stan Neumann em 2009, é dedicado ao Pavilhão Alemão de Barcelona. “No livro dos recordes da arquitectura, o Pavilhão Alemão construído por Mies van der Rohe para a Exposição Universal de Barcelona de 1929, é detentor do da relação reputação por metro quadrado de construção. Nunca um programa foi definido de forma tão estranha como o do Pavilhão. Para os patrocinadores oficiais, ele deve “representar a Alemanha actual, aquilo que nós fazemos, que nós somos e o que nós procuramos: a clareza, a simplicidade, a integridade.” Para Mies van der Rohe, o pavilhão deve ficar totalmente vazio, para que o arquitecto possa fazer arquitectura. O seu único mobiliário, são as duas famosas “cadeiras Barcelona” desenhadas para o Rei e Rainha de Espanha. Esta espantosa equivalência entre grandeza e gratuitidade, este desprezo pelo simples uso considerado como declínio e queda, vai assombrar toda a arquitectura do século XX. Considera-se geralmente o Pavilhão como o auge da carreira alemã de Mies van der Rohe. Depois, diz-se, começou a sua segunda vida, a sua vida americana”.
O objectivo das sessões é o de exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na nossa região.
Estas sessões destinam-se, para além dos arquitectos da região, a outros técnicos e a todas as pessoas com curiosidade e interesse nestes temas, sendo de acesso livre mas limitadas à lotação do Anfiteatro da Biblioteca da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, que está disponível para o efeito.