Nova Iorque e Hong Kong são as cidades mais caras para construir
As cidades de grande densidade são, segundo os responsáveis da Arcadis, as mais caras, devido à limitada disponibilidade de espaço, às acessibilidades e ao valor do metro quadrado. Segundo o estudo da consultora de engenharia holandesa, na Europa, cidades como Lisboa ou Atenas ainda têm um custo de construção 50% abaixo dos grandes centros urbanos, como Paris, por exemplo
Pedro Cristino
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As cidades de grande densidade são, segundo os responsáveis da Arcadis, as mais caras, devido à limitada disponibilidade de espaço, às acessibilidades e ao valor do metro quadrado. Segundo o estudo da consultora de engenharia holandesa, na Europa, cidades como Lisboa ou Atenas ainda têm um custo de construção 50% abaixo dos grandes centros urbanos, como Paris, por exemplo
O mais recente estudo da Arcadis – International Construction Cost – conclui que Nova Iorque, nos EUA, é a cidade mais cara para a construção. À maior cidade norte-americana, seguem-se as cidades asiáticas de grande densidade, com Hong Kong no segundo posto, e Macau no quinto, a fechar o top cinco. Genebra, no terceiro posto, e Londres, no quarto, completam o ranking. De acordo com o grupo holandês, Londres caiu dois lugares desde o ano transacto, em grande parte devido à desvalorização da libra, como resultado do “Brexit”, que tornou a cidade menos dispendiosa em comparação com outras metrópoles. Xangai, na 35.ª posição, e Manila, na 38.ª, representam as maiores quedas – ambas caíram oito lugares no ranking. As maiores subidas nesta classificação que inclui 44 cidades, são Auckland, na Nova Zelândia, que subiu ao 13.º lugar, Belgrado, no 30.º, e Taipei, no 40.º. Estas três cidades subiram quatro posições face a 2016. “Cidades com grande densidade, como Nova Iorque ou Hong Kong, são localizações com custos particularmente altos devido a limitações de disponibilidade territorial, acessibilidade e o valor do metro quadrado”, afirmou o director de Program Management da Arcadis. Segundo Edel Christie, apesar disto, estas cidades “continuam a prosperar e observam um desenvolvimento de actividade significativo graças à sua atractividade como cidades globais desejáveis para comércio e para as populações”. “O custo de construir infra-estruturas críticas e novos edifícios durante o decorrer de uma longa fase de construção é difícil de prever” para Christie. Assim, o desafio de proporcionar certezas em termos de custos e de negócio torna-se “vital”.
Ásia
Os efeitos da transição continuada na China, que se distancia de uma economia impulsionada pelo investimento estão a ter um impacto assinalável nos mercados asiáticos que previamente haviam sido alvos do investimento chinês. Em alguns casos, os mercados imobiliários estão a sofrer os efeitos de excesso de oferta, que são exacerbados pelo abrandamento da procura por parte de turistas e ocupantes chineses. As taxas de crescimento em muitos mercados da construção asiáticos têm-se reduzido, segundo a Arcadis, de forma significativa ao longo dos últimos 18 meses, à medida que as taxas de desenvolvimento comercial e residencial alcançam o pico. Em termos de perspectivas, a consultora holandesa prevê que a procura esteja dependente de investimentos de grande escala em infra-estruturas de energia e de transportes, como o projecto One Belt One Road.
Américas
A Arcadis prevê que a produção na construção nos EUA cresça cerca de 3% por ano, impulsionada pelo mercado residencial, a recuperação de granes áreas metropolitanas e pela continuação do investimento na indústria, à medida que o ritmo de reintrodução de indústrias nacionais acelera, “especialmente em linha com as propostas da nova administração”. A habitação permanece como um mercado florescente, mas, com a manutenção das taxas de construção a 30%, abaixo do pico de pré-crise, deverá haver potencial para um maior crescimento. As infra-estruturas também são referidas como alvo de um importante foco, que deverá continuar a impulsionar pressões de custo dentro do sector. Por sua vez, o Brasil enfrenta “um futuro difícil”, embora a Arcadis espere que as novas medidas fiscais introduzidas pelo Governo para fazer regressar a economia ao crescimento levem a uma recuperação da procura por parte dos sectores comercial e residencial privados. Todavia, as perspectivas de investimento em indústrias de recurso permanecem “pobres” dadas as continuadas condições de excesso de oferta.
Austrália-Pacífico
Os mercados de construção na Austrália continuam a sofrer os efeitos do abrandamento nos mercados de “commodities”, mas os sectores de infra-estruturas e residencial mantêm-se fortes na Nova Gales do Sul e em Victoria. As perspectivas de crescimento estão alinhadas com um ambicioso plano de infra-estruturas de transporte, de cerca de 148 mil milhões de dólares australianos (105 mil milhões de euros), focado na construção rodoviária e ferroviária, embora parte deste valor dependa da contribuições das empresas, dos pagamentos dos utilizadores e do risco político.
Europa
Segundo a Arcadis, existem diferenças de custo significativas dentro da Zona Euro, com os custos em Lisboa e Atenas a permanecerem 50% abaixo dos custos de Paris, por exemplo. Os riscos de fazer previsões sobre a performance do mercado europeu incluem o “Brexit” e eleições que decorrerão brevemente em alguns dos estados membros. Todavia, existe uma forte actividade dentro do sector das infra-estruturas, que continuará a impulsionar os custos, devido ao aumento da procura por trabalhadores e materiais.
Médio Oriente
Doha – capital do Qatar – e o Dubai continuam a investir em construção, à medida que o Mundial de Futebol de 2022 e a Expo2020 se aproximam. Outras cidades registaram uma estagnação ou uma queda nos custos devido à redução do investimento público, resultante da queda dos preços de petróleo.