Quebra da produção em Espanha “despede” 18 mil trabalhadores em 10 anos
A associação revela que a facturação em Espanha representa apenas 20% do que tinha sido a facturação registada no último ano antes de ter sido despoletada a crise econonómica um pouco por toda a Europa
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Os números revelam que a realidade portuguesa está longe de ser caso único na Europa, à excepção de algumas realidades pontuais que, em virtude de particularidades muito próprias respiram alguma tranquilidade. De acordo com dados avançados esta segunda-feira pela imprensa espanhola, a crise que afectou fortemente o segmento da engenharia civil em Espanha ditou uma forte contracção nos quadros das empresas, nomeadamente os quadros que operam em território nacional. Segundo números do diário El Mundo, desde 2007 que os gigantes da Construção que integram a maior associação espanhola de empresas do sector eliminaram mais de 18 mil trabalhadores das listas de operários que operam em Espanha, um corte em torno dos 50% do total de contratos registados. E não há sinais de que seja uma situação para melhorar, adianta a publicação. A OHL foi a última a anunciar o despedimento de 554 trabalhadores nos próximos meses, uma lista que afectará maioritariamente trabalhadores em Espanha afectos ao sector da construção.
No último ano, a mesma estratégia já tinha sido seguida pela FCC que anunciou o despedimento de 610 trabalhadores em Espanha. A justificação apontada prende-se, essencialmente, com a forte contracção das adjudicações por parte da administração central, com claros reflexos ao nível da facturação.
A associação revela que a facturação em Espanha representa apenas 20% do que tinha sido a facturação registada no último ano antes de ter sido despoletada a crise econonómica um pouco por toda a Europa.
Em Portugal, os últimos meses têm sido férteis no anúncio de medidas por parte de alguns dos (outrora) grandes grupos ligados à Construção. O caso mais recente prende-se com a MSF que, segundo adianta esta segunda-feira o jornal Expresso, apresentou na semana passada no Tribunal de Comércio de Lisboa um pedido de protecção de credores, visando a sua viabilização. A construtora terá três meses de salários em atraso e alguns dos trabalhadores já optaram por se despedirem com justa causa para acederem ao subsídio de desemprego. A marginal actividade em Portugal e os “enormes sobrecustos” resultantes da actividade no Qatar justificam esta medida. O jornal recorda que depois da Soares da Costa e Opway, ambas em PER, ou da Teixeira Duarte, que invocou o estatuto de empresas em reestruturação para agilizar despedimentos, há uma nova construtora a recorrer a um plano que possa viabilizar a sua operação.