Edição digital
Assine já
    PUB
    Engenharia

    Jeddah Tower: a simplicidade do projecto em altura

    Robert Sinn, vice-presidente da Thornton Tomassetti e director do gabinete de Chicago desta consultora de engenharia, esteve em Lisboa, onde dissertou sobre o projecto da torre mais alta do mundo, a Jeddah Tower (também conhecida como a Kingdom Tower), na Arábia Saudita. O engenheiro norte-americano esteve no Instituto Superior Técnico, numa palestra promovida pelo Fórum Civil, onde abordou as particularidades do projecto que desenvolveu para esta infra-estrutura em construção na Península Arábica, cuja conclusão está prevista para 2019

    Pedro Cristino
    Engenharia

    Jeddah Tower: a simplicidade do projecto em altura

    Robert Sinn, vice-presidente da Thornton Tomassetti e director do gabinete de Chicago desta consultora de engenharia, esteve em Lisboa, onde dissertou sobre o projecto da torre mais alta do mundo, a Jeddah Tower (também conhecida como a Kingdom Tower), na Arábia Saudita. O engenheiro norte-americano esteve no Instituto Superior Técnico, numa palestra promovida pelo Fórum Civil, onde abordou as particularidades do projecto que desenvolveu para esta infra-estrutura em construção na Península Arábica, cuja conclusão está prevista para 2019

    Pedro Cristino
    Sobre o autor
    Pedro Cristino
    Artigos relacionados
    Segurança de trabalhos em altura no sector da construção
    Construção
    Câmara de Setúbal vai reabilitar Palácio do Quebedo por valor superior a 2 M€
    Construção
    Preços de escritórios e lojas aumentaram em média +20% durante a pandemia
    Imobiliário
    TdC dá luz verde ao prolongamento da Linha Vermelha
    Construção
    Century 21 Portugal espera “crescimento” nos próximos anos
    Imobiliário
    A estratégia da MAP Engenharia, as casas impressas pela Havelar, o ‘novo’ rumo da Mexto e a TRAÇO no CONSTRUIR 503
    Construção
    Consumo de cimento aumentou 23,6% em Janeiro
    Construção
    Encontro de Urbanismo do CIUL regressa com ‘Há Vida no Meu Bairro’
    Arquitectura
    Autódromo Internacional do Algarve desenvolve CER com SES Energia
    Empresas
    Rita Bastos assume direcção da Sekurit Service e da Glassdrive Portugal
    Empresas

    20170317_143902Robert Sinn, vice-presidente da Thornton Tomassetti e director do gabinete de Chicago desta consultora de engenharia, esteve em Lisboa, onde dissertou sobre o projecto da torre mais alta do mundo, a Jeddah Tower (também conhecida como a Kingdom Tower), na Arábia Saudita. O engenheiro norte-americano esteve no Instituto Superior Técnico, numa palestra promovida pelo Fórum Civil, onde abordou as particularidades do projecto que desenvolveu para esta infra-estrutura em construção na Península Arábica, cuja conclusão está prevista para 2019.
    Códigos americanos
    O projecto para aquela que será a torre mais alta do mundo foi adjudicado através de um concurso internacional em 2009, a esta empresa de Chicago, que contou com o atelier Adrian Smith + Gordon Gill para o projecto de arquitectura e com a Langan para a geotecnia. “Concluímos o projecto em 2013”, afirmou Sinn perante a plateia do Técnico, destacando que a torre não demorou quatro anos a desenhar. De acordo com o engenheiro, o processo deparou-se com paragens e arranques e todo o projecto para o betão – “é uma torre quase totalmente em betão” – foi seguindo o Código 318 do American Concrete Institute, um código “muito vulgar no Médio Oriente”, como “quase todos os códigos dos EUA para o projecto de estruturas”. Aos presentes, Sinn fez o enquadramento contextual deste projecto, explicando que a cidade de Jeddah é, “historicamente, a entrada para as cidades sagradas de Meca e Medina”. “A maioria dos peregrinos muçulmanos que se deslocam a estas cidades sagradas, fazem-no através do aeroporto de Jeddah e essa é a história da cidade”, explicou. Neste contexto, revelou também que a torre será o centro de um “masterplan” de grandes dimensões. Segundo Robert Sinn, “a estratégia de construir uma torre muito grande, muito dispendiosa e, depois, rodeá-la com muitos outros edifícios é uma estratégia que funcionou já várias vezes e em diversos locais do Médio Oriente” e, neste contexto, revelou que existe “uma grande necessidade de habitação para o segmento alto em Jeddah, uma das cidades de mais rápido crescimento no reino saudita, e a torre terá um grande papel nisso”. A Jeddah Tower não será apenas o mais alto edifício do mundo, mas também “a primeira estrutura construída pelo homem a alcançar a altura de um quilómetro”. Primordialmente um edifício de habitação, esta estrutura terá algum espaço para escritórios na sua base e um hotel de cinco estrelas logo por cima.
    Simplicidade em altura
    “Pela forma como a torre se configura, vê-se que tem três “pernas” e afunila à medida que prossegue a sua ascensão vertical”, mostrou o autor do projecto, realçando também a simplicidade do mesmo. A estrutura é, segundo Robert Sinn, “muito simples”. “Não é de todo uma estrutura complexa: é um sistema de estruturas de suporte, um sistema muito antigo”, afirmou, explicando que, na realidade, são dois sistemas separados. “À medida que a estrutura afunila, a dois terços da sua altura torna-se tão estreita que não existem pisos na base superior desta torre, consistindo os últimos 300 metros apenas no pináculo – “um vazio de betão”. Para o resto da torre, o sistema consiste em estruturas de suporte. Todavia, os dois sistemas “estão ligados num ponto de transição”, não existindo “descontinuidade entre ambos”. Para explicar o seu projecto, o vice-presidente da Thornton Tomassetti remeteu para a história dos arranha-céus, dos quais sempre foi “um fã”. “O sistema que tentei desenhar é muito semelhante ao do Burj Khalifa, embora existam algumas diferenças bastante grandes”, destacou, afirmando que “nada é necessariamente 100% novo”. “Todos os sistemas que desenvolvemos para edifícios altos têm uma história consigo – temos tendência a dar passos curtos nestes edifícios em altura”, explicou.
    O segredo nas paredes
    Para este projecto, Sinn não recorreu a pilares, mas sim a estruturas – paredes – de suporte em betão, edificadas na base. “Basicamente, todas as paredes do sistema são verticais – embora existam algumas inclinadas – e estão todas ligadas através de vigas, colocadas acima das passagens e entradas”, afirmou o engenheiro, explicando também que não existe nenhuma parte da estrutura “desligada do resto”, uma vez que todas têm o seu papel no contexto das acções do vento e da resistência sísmica. “Costumo dizer às pessoas que não existe colunas, é tudo paredes”, assegurou, acrescentando que nenhuma destas paredes foi instalada em vigas de transição: as paredes verticais continuam pelo edifício acima, até às extremidades, a partir de um piso em lajes de betão. Apesar de se tratar do edifício mais alto do mundo, é, na realidade, “muito simples de construir”, de acordo com o autor do projecto, que revelou a ambição de “construir algo que pode ser feito com a tecnologia disponível no Reino da Arábia Saudita”, um aspecto que, para Sinn, é “fundamental”.

    Em termos do funcionamento arquitectónico, a torre dispõe de três entradas, uma para cada utilização – escritórios, hotel e habitação – em cada uma das “pernas” deste edifício. Em cada uma das extremidades situam-se algumas das paredes de suporte desenhadas por Robert Sinn e à medida que alguém passa por uma entrada, passa por debaixo das vigas a que o engenheiro recorreu para ligar o sistema estrutural. Para Sinn, este sistema é, porventura, “melhor para unidades residenciais”, uma vez que estas não requerem “grandes espaços para a estrutura”. No topo do edifício, as três alas distintas têm o mesmo comprimento. “Cada uma delas afunila num ângulo para a totalidade da altura do edifício e, assim, uma ala irá arquear-se em três graus e outra terá um ângulo ligeiramente diferente”. Cada uma destas alas tem uma curva diferente e atinge o cimo do edifício a uma elevação diferente. A ala que está defronte para a cidade sagrada de Meca é a mais alta e tem o ângulo mais vertical das três.
    Recusar a descontinuidade
    De acordo com Robert Sinn, “não existem descontinuidades” nesta estrutura. O que sucede, segundo o engenheiro, “é que as paredes de suporte, no final de cada ala, aproximam-se cada vez e, num dado ponto, quase se tocam”. Quando tal acontece, é feita uma transição entre a área habitável do edifício e o pináculo. “Por isso existe uma transição – uma peça de betão de quatro metros que liga as paredes da parte inferior ao pináculo da parte superior”, explicou o responsável da consultora. Todavia, as paredes em si “iniciam-se na fundação e seguem até ao topo do edifício sem nenhuma interrupção”. Segundo Sinn, a linha entre a parede de suporte e o pináculo “é idêntica – têm o mesmo declive e quando digo que são dois sistemas interligados é a isso que me refiro”. Neste desenho, as paredes de suporte têm “alguma hierarquia”, com base na forma como são olhadas “de um ponto de vista estrutural”. “A primeira é uma parede triangular e uma grande parte da sua função consiste na rigidez e forças torsionais”, indicou o engenheiro, referindo-se a este elemento como “uma secção fechada”, sem muitas aberturas, uma vez que estas se encontram noutro local, e como “uma parede quase sólida, com espessura de 800 milímetros na base do edifício”. O segundo ponto desta hierarquia reside na forma como as paredes se organizam ao longo dos corredores. “As paredes que têm mais aberturas estão todas ligadas com vigas, que têm 1,6 metros de profundidade”, em pisos com alturas médias de quatro metros. Estas paredes têm a espessura de 1 metro na base da torre. “Depois há as paredes transversais com vigas de ligação, que vão desde uma ponta à outra do edifício”, apontou, explicando que designou estes elementos de “paredes de estabilização, pois aumentam a estabilidade da torre”. Para este engenheiro, as paredes mais importantes “são as únicas que afunilam”. “As paredes das extremidades são altamente tensionadas porque são as que estão mais longe do eixo central do edifício”, explica, referindo que estas têm 1,2 metros de espessura na base, a espessura máxima de todas as paredes de suporte do edifício, e algo que, segundo Robert Sinn, “chocou o empreiteiro” – Saudi Binladin Group. “Há edifícios com cerca de um terço da altura da Jeddah Tower com paredes dessa espessura, mas estamos a utilizar todas as paredes do edifício para resistir às cargas gravitacionais e às cargas do vento”, ressalvou o projectista.
    Betão de alta resistência
    Relativamente a materiais, “diria que são materiais de alta resistência mas não invulgares”, afirmou Robert Sinn, indicando que o betão tem uma força de 85 megapascal. O engenheiro revelou a sua preferência por betão de 100 megapascal, contudo, “o empreiteiro estava algo preocupado com o controlo de qualidade para esse betão de alta resistência”. Com a possibilidade de utilizar um betão mais resistente, apesar de não se alterar a espessura das paredes de suporte, iria ser reduzida a quantidade de reforço aplicada. De acordo com Sinn, “todo o betão da torre é auto-compactável e esse é, cada vez mais, o padrão”. Por outro lado, o facto de se tratar de um projecto para um arranha-céus obrigou à especificação não só da resistência, mas também da rigidez do betão, o que levou à realização de testes de elasticidade, o que criou um desafio, uma vez que “não há no Médio Oriente ou na Europa laboratórios com capacidade para testar este betão de maior resistência para efeitos de encolhimento e retracção”, o que exigiu que os materiais fossem transportados para um laboratório perto de Chicago, onde foram testados. Por outro lado, apesar de não existir “praticamente actividade sísmica na Penísula Árabe”, teve de ser tido em conta o projecto sísmico. “O dimensionamento para todas as torres em altura tem como base o vento – é todo o critério de projecto para estes edifícios”, salientou o engenheiro norte-americano, revelando que, para esta torre, teve de recorrer a dois laboratórios canadianos para realizar os testes em túnel de vento. Os resultados de cada um dos laboratórios foram similares.
    Fundação
    O sistema de fundações consistiu num ensoleiramento reforçado por estacas – 270 em série, que variam em comprimento e ligadas, na sua totalidade, por uma laje de fundo. No centro, foram instaladas as estacas mais longas, com 150 metros. Estas são “as que têm a carga mais leve e a razão por serem tão longas explica-se com o sistema de paredes de suporte”. “Na altura em que as cargas atingem a base da torre, as tensões nas paredes têm de ser todas iguais – é fundamental!”, destacou Robert Sinn. Segundo o engenheiro, “o sistema é tão rígido para as cargas gravitacionais da torre, com todas as vigas de ligação, que é necessário haver uma fundação muito rígida, não apenas resistente”. Neste sentido, “tem de haver rigidez suficiente para limitar o diferencial entre o centro e as extremidades do edifício”. E é precisamente isso que as estacas mais longas, no núcleo, fazem. “A maioria das fundações para este tipo de edifícios tende a ter a maioria do assentamento no centro e menos nas extremidades”, referiu o projectista, explicando que a forma de contrariar esta situação consiste em colocar as estacas no centro. “Se não o fizermos – se não tivermos uma fundação com rigidez suficiente – não sobrecarregaremos as estacas ou a fundação, mas corremos o risco de sobrecarregar o edifício”, explicou, afirmando que, assim, “estamos a proteger mais a estrutura da torre do que a fundação”. Por outro lado, à medida que estas torres de grande altura vão sendo construídas, tendem a pressionar, no sentido descendente, toda a envolvente, no que concerne a assentamentos. “Prevemos cerca de 10 centímetros de assentamento, a longo prazo, para esta torre”, salientou, afirmando que, se a construção das estruturas à volta deste edifício tivesse arrancado paralelamente à construção do edifício, “estas afundar-se-iam juntamente com a torre”. Assim, teve de ser adiada a construção de todas as estruturas imediatamente à volta da Jeddah Tower. Apesar de, uma vez construída, a Jeddah Tower passar a ser o edifício mais alto do mundo, Robert Sinn não tem ilusões: “há sempre um próximo edifício mais alto”. Todavia, até que ponto é exequível a construção de edifícios com alturas superiores à deste? “Podemos projectá-lo, mas quem irá querer construí-lo? Estou convencido de que não será no meu tempo”, concluiu Robert Sinn.

    Sobre o autorPedro Cristino

    Pedro Cristino

    Mais artigos
    Artigos relacionados
    Segurança de trabalhos em altura no sector da construção
    Construção
    Câmara de Setúbal vai reabilitar Palácio do Quebedo por valor superior a 2 M€
    Construção
    Preços de escritórios e lojas aumentaram em média +20% durante a pandemia
    Imobiliário
    TdC dá luz verde ao prolongamento da Linha Vermelha
    Construção
    Century 21 Portugal espera “crescimento” nos próximos anos
    Imobiliário
    A estratégia da MAP Engenharia, as casas impressas pela Havelar, o ‘novo’ rumo da Mexto e a TRAÇO no CONSTRUIR 503
    Construção
    Consumo de cimento aumentou 23,6% em Janeiro
    Construção
    Encontro de Urbanismo do CIUL regressa com ‘Há Vida no Meu Bairro’
    Arquitectura
    Autódromo Internacional do Algarve desenvolve CER com SES Energia
    Empresas
    Rita Bastos assume direcção da Sekurit Service e da Glassdrive Portugal
    Empresas
    PUB
    Construção

    Segurança de trabalhos em altura no sector da construção

    O Instituto Electrotécnico Português (IEP) promove no próximo dia 4 de Abril de 2024, no Porto, uma formação em ‘Segurança de Trabalhos em Altura’. Estes continuam a ser um dos principais riscos do sector responsáveis pelo maior número de mortes e feridos graves 

    Este curso teórico-prático, direccionado a trabalhadores que tenham a seu cargo a realização de trabalhos em altura, tem como objectivos “dotar os participantes dos conhecimentos que lhes permitam efectuar com segurança trabalhos em altura; conhecer o enquadramento legal na área de segurança e saúde no trabalho; utilizar correctamente os EPI e proceder à respectiva verificação; conhecer a sinalização de segurança e a sua correcta utilização; saber avaliar as condições envolventes da obra (traçados de energia, telecomunicações etc)”.

    Os trabalhos em altura representam um risco significativo no sector da construção, com as “quedas” a representarem uma das principais causas de acidentes graves e fatais.

    De acordo com dados da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) em 2023 morreram 119 mortes em acidentes de trabalho, dos quais 25% (29 casos) foram causados por quedas em altura. Registaram-se 449 acidentes de trabalho graves, dos quais 18% (81 casos) envolveram quedas em altura.

    Entre 2020 e 2023, houve uma redução de 10% no número total de mortes por acidentes de trabalho; e uma redução de 15% no número de acidentes de trabalho graves. Apesar da redução, as quedas em altura continuam a ser uma das principais causas de morte e de acidentes graves no trabalho. Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), com o objectivo de analisar os exames médico-legais de vítimas de acidentes de trabalho graves na região Norte de Portugal, concluiu que as quedas em altura, a par dos acidentes de viação foram as principais causas de acidentes graves e as principais vítimas são Homens, entre 25 e 45 anos, que trabalham na construção, operação de máquinas, serviços gerais e no comércio, são as principais vítimas.

    O planeamento e a avaliação de riscos são preponderantes para evitar acidente, nomeadamente, elaborando um plano de trabalho específico para cada actividade em altura, incluindo a identificação de todos os riscos potenciais e as medidas de controlo a serem implementadas. É ainda importante a realização de uma análise de segurança do trabalho antes do início da actividade, considerando as condições climáticas, o estado dos equipamentos e a qualificação dos trabalhadores. Os Equipamentos de Protecção Individual/Coletiva (EPIs e EPCs) são também elementos cruciais para a prevenção e segurança de trabalhos em altura.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Construção

    Câmara de Setúbal vai reabilitar Palácio do Quebedo por valor superior a 2 M€

    A empreitada “tem por objecto a requalificação profunda de um único edifício vetusto”, com a criação de aprtamentos T0 e T1, devendo “as soluções arquitectónicas e o desenvolvimento das diferentes especialidades de projecto” ser “executadas por um único empreiteiro

    A Câmara Municipal de Setúbal vai avançar com a reabilitação do Palácio do Quebedo, tendo aprovado, na última reunião pública, a abertura de um concurso público. Com um preço base que ultrapassa os dois milhões de euros (acrescido de IVA à taxa legal em vigor), a obra tem como objectivo “proporcionar habitação temporária a pessoas em situação de sem-abrigo”.

    A proposta aprovada refere que o Palácio do Quebedo vai ser reabilitado no âmbito da Estratégia Local de Habitação (ELH) para “proporcionar uma habitação temporária à pessoa em situação de sem-abrigo, apoiada por um conjunto diversificado de serviços básicos e de apoio social, em estreita ligação com outros recursos da comunidade e com o apoio técnico adequado, no sentido de promover a inserção social e a autonomização”.

    Vão ser criados apartamentos de tipologias T1 e T0 para serem utilizados como alojamento temporário, sendo a integração ou a permanência das pessoas em situação de sem-abrigo definida em função da avaliação técnica de cada situação em concreto”, embora “tendencialmente” aconteça por um período de entre três e seis meses.

    Os apartamentos vão poder acolher “entre o mínimo de uma pessoa e o máximo de duas pessoas, considerando o número de quartos disponíveis, mediante avaliação fundamentada da situação, e respeitando as normas de habitação e as condições de higiene e segurança em vigor”.

    Além da abertura do concurso público, fundamentado na impossibilidade de satisfação da necessidade com recursos próprios da autarquia, foram ainda aprovados o programa do procedimento, o caderno de encargos e o projecto, bem como a fixação em 30 dias do prazo para a apresentação das propostas.

    A não adjudicação por lotes tem como fundamentos, entre outros, o facto de a separação das prestações causar “graves inconvenientes para a entidade adjudicante” e para a segurança de veículos e de peões, além de a gestão de um único contrato ser “mais eficiente” para a autarquia e de beneficiar da “redução de preços decorrente da economia de escala, que no valor da empreitada em causa já será relevante”.

    É ainda sublinhado que a empreitada “tem por objecto a requalificação profunda de um único edifício vetusto”, devendo “as soluções arquitectónicas e o desenvolvimento das diferentes especialidades de projecto” ser “executadas por um único empreiteiro, dadas as condições do edifício em causa e a extensão da reabilitação prevista”.

    A adjudicação da empreitada tem como critério a proposta economicamente mais vantajosa, determinada através da modalidade multifactor, na qual o preço da proposta tem um peso de 60 por cento e o prazo da proposta de 40.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Imobiliário

    Preços de escritórios e lojas aumentaram em média +20% durante a pandemia

    A Casafari, plataforma europeia de dados imobiliários, revela as conclusões de uma análise sobre o mercado de lojas e escritórios em Portugal no período compreendido entre 2019 e 2023, procurando avaliar o impacto da pandemia neste segmento e o comportamento mais recente destes activos quer ao nível do arrendamento quer ao nível da venda

    De acordo com os dados analisados, os preços de arrendamento e venda de ambos os segmentos cresceram, em média, +20% nos últimos cinco anos. A oferta de escritórios e lojas, tanto para venda como para arrendamento, também subiu a nível nacional, destacando-se o segmento de escritórios cuja oferta para arrendamento mais do que duplicou desde 2019, com os preços (+25,58%) a sustentarem este crescimento. Entre 2019 e 2023 o valor médio do m2 passou de 7,8€/m2 em 2019 para 9,8€/m2 em 2023, com Évora a registar o maior crescimento (+160%), seguido de Bragança (+50%) e Beja (+42,9%). Em termos de oferta no mesmo período, o número de escritórios para arrendar mais do que duplicou (+136%) em todo o país durante o período em analise.

    O crescimento foi menos acentuado de 2022 a 2023 com o preço médio de escritórios para arrendamento a registarem uma subida de +9,6% em relação ao ano anterior, evoluindo de 8,9€ em 2022 para 9,8€ em 2023. As maiores subidas nos valores de arrendamento registaram-se em Évora (+44.4%), Bragança (+28,6%) e Porto (+20%). A maior queda do preço de arrendamento verificou-se na Guarda (-16.7%) e em Faro (-7.1%). 2023 foi ano em que a oferta de arrendamento mais aumentou desde a pandemia, com o número de anúncios a crescer +44.6% face a 2022, a nível nacional, com Faro e Leiria e a Grande Lisboa a serem os distritos com maiores subidas na oferta de escritórios para arrendamento.

    Os preços de escritórios para venda em Portugal aumentaram +18,2%, passando de um valor médio de 1.108,60€/m2 em 2019 para 1.310,40€/m2 em 2023, com as maiores subidas a verificarem-se na Madeira (+50%), Setúbal (+44,5%) e Portalegre (+42,9%). No polo oposto, Bragança (-19,5%), Évora (-16,7%) e Castelo Branco (-14,3%) destacaram-se pelas quebras registadas neste indicador. No que diz respeito à oferta de escritórios para venda, o crescimento foi mais expressivo, +35,7%. Os distritos que mais cresceram a este nível foram Bragança (+375%), Açores (+233,1%) e Viana do Castelo (+175%).

    No período entre 2022 e 2023, o preço de venda por m2 Portugal subiu +11,7%, evoluindo de um valor médio de 1.173,10€/m2 em 2022 para 1.310,40€/m2 em 2023, com os maiores aumentos a serem registados na Guarda (+40%), Vila Real (+33.7%) e Bragança (+29,8%). As maiores quedas de preço em 2023 registaram-se nos Açores (-10,5%).

    A oferta em 2023 registou o maior crescimento (+17%). Contudo, este foi também o ano em que houve mais distritos a verem o número de escritórios para venda a reduzir (9). Destaque para a Madeira (-36.6%), Portalegre (-25%) e Bragança (-20.8%). O maior aumento de oferta foi registado nos distritos de Vila Real (+42.9%), Lisboa (+34.6%) e Leiria (+33.6%).

    Comércio em crescendo

    Ao nível do arrendamento de lojas a oferta mais do que duplicou no período entre 2019 e 2023. À semelhança do que aconteceu com os escritórios os preços acompanharam a subida tendo aumentado +18,8%, passando de um valor médio de 7,7€/m2 em 2019 para 9,2€/m2 em 2023, com o maior aumento a ocorrer em Beja (+83,3%). Em sentido contrário, Portalegre foi o único distrito a sofrer uma quebra de preço (-10%). A oferta a nível nacional subiu +74,1%, com Vila Real (+204,5%), Açores (+126%) e Santarém (+119%) a sobressaírem com os maiores crescimentos. De enaltecer ainda que nenhum distrito registou quebras neste indicador.

    O preço de arrendamento em todo o país apenas cresceu apenas +2,8 no período de um ano, ao passar de um valor médio de 8,9€/m2 em 2022 para 9,2€/m2 em 2023. Também aqui Beja (+37,5%) se destaca com a maior subida, acompanhada por Coimbra (+25%) e Évora (+22,2%). Por outro lado, Santarém (-22,2%), Bragança (-14,3%), Viseu (-14%) e Faro (-7%) foram os únicos distritos com descida do preço. A oferta para arrendamento, por seu lado, aumentou +25,9%, com Faro (+75,2%), Lisboa (+68,3%) e Porto (+45,9%) a evidenciarem-se. Já Braganga (-14,6%) e Viana do Castelo (-12,9%) apresentaram as maiores quebras a nível de escritórios disponíveis no mercado.

    Do lado da Venda o preço médio a nível nacional cresceu +19,1%, entre 2019 e 2023, passando de um valor médio de 1.018,30€/m2 em 2019 para 1.213,20€/m2 em 2023, com a Madeira (+41,6%), Faro (+36,7%) e Lisboa (+30,5%) a registarem as maiores subidas. Faro foi aliás a grande surpresa desta análise, dado que o preço das lojas para venda já é superior ao da Grande Lisboa (2.386€/m2 vs 2.356€/m2).

    Em sentido inverso, Portalegre foi a única região do país na qual o preço por m2 desceu (-15,9%). A nível de oferta, registou-se um crescimento de +33,5% em Portugal, com Vila Real, Bragança e Beja a serem os distritos em destaque no número de lojas para venda.
    No período entre 2022 e 2023 as maiores variações de preço registaram-se nos distritos de Madeira (+28.4%), Setúbal (+17.8%) e Faro (+14.5%). Beja foi o único distrito a verificar quebras (-1.9%). Já a oferta de lojas para venda subiu +11,3% em todo o país, com Leiria (+30,2%) a ser o distrito sobressair em termos de aumento e a Madeira (-14,9%) do lado das quebras.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos

    Futura Estação de Metro de Alcântara

    Construção

    TdC dá luz verde ao prolongamento da Linha Vermelha

    O contrato referente à execução da Empreitada de concepção e Construção da Extensão da linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara do Metropolitano de Lisboa recebeu visto prévio por parte do Tribunal de Contas

    CONSTRUIR

    Este contrato, assinado a 22 de Dezembro de 2023 com o Agrupamento Complementar de Empresas METRO S. SEBASTIÃO ALCÂNTARA, ACE, constituído pelas agrupadas Mota-Engil  Engenharia e Construção e SPIE Batignolles Internacional, Sucursal em Portugal, com o preço contratual de 321.888.000,00€ (trezentos e vinte e um milhões, oitocentos e oitenta e oito mil euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor, aguardava decisão do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa quanto ao levantamento do efeito suspensivo automático decorrente da acção interposta por um dos concorrentes no concurso (FCC Construcción, Contratas Y Ventas, SAU e Alberto Couto Alves).

    O contrato foi assinado no estrito cumprimento e respeito pelo regime fixado no Código dos Contratos Públicos, decorridos os prazos legais e a tramitação subsequente legalmente estabelecida. Com a decisão agora conhecida do Tribunal de Contas, o contrato estaria em condições de iniciar a sua vigência.

    O custo total elegível previsto para o prolongamento da linha Vermelha da estação São Sebastião a Alcântara, é de 405,4 milhões de euros. Encontra-se previsto no Plano de Recuperação Resiliência 2021-2026, e conta com um investimento europeu de 304 milhões de euros e um apoio financeiro nacional de 101,4 milhões de euros.

    O prolongamento da linha Vermelha a Alcântara irá servir zonas com forte atracção e geração de viagens, com significativa densidade habitacional e de emprego, escolas, comércio e serviços, assim como alvo de grande reabilitação urbanística, como é exemplo a zona de Alcântara. Terá uma extensão de cerca de 4 km e quatro novas estações: Campolide/Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara, esta última fará a ligação à futura Linha Intermodal Sustentável, promovendo a ligação ao Concelho de Oeiras (LIOS Ocidental).

    Estima-se que a procura diária captada nas quatro estações que integram este prolongamento corresponderá a um acréscimo de 4,7% de clientes em toda a rede, cerca de 87,8% do acréscimo de procura estimado corresponde aos actuais utilizadores do transporte colectivo. A procura captada ao segmento dos actuais utilizadores de transporte individual representa 11,8%, correspondendo a menos 3,7 mil viaturas individuais a circular diariamente, com ganhos de tempos de 72%, dos quais 53,2% correspondem aos actuais utilizadores. Considerando a análise a 30 anos, as emissões evitadas ascenderão a 175,6 mil toneladas de CO2, as poupanças energéticas ascenderão a 29,2 mil tep (Toneladas equivalentes de Petróleo).

    Estima-se, ainda, que a transferência de passageiros dos modos rodoviários para o Metro de Lisboa permitirá evitar a emissão de 6,2 mil t de CO2 equivalente (CO2) no 1º ano de operação.

     

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Imobiliário

    Century 21 Portugal espera “crescimento” nos próximos anos

    “Com a expectativa de estabilização das taxas de juro e a continuação da dinâmica positiva no mercado de trabalho, antecipamos um aumento nas transações imobiliárias em Portugal ao longo de 2024. Esta visão sustenta a nossa confiança no crescimento sustentável do sector”, destaca Ricardo Sousa, CEO Century21 Portugal

    CONSTRUIR

    No ano passado, a Century 21 Portugal registou, ao longo do ano, um desempenho positivo em vários indicadores-chave. “Apesar da incerteza no mercado imobiliário português ter marcado o primeiro trimestre de 2023 e assombrado grande parte do ano – com as taxas de juro e a instabilidade económica global a afectar a confiança dos consumidores, os restantes trimestres foram de recuperação, com vários dos principais indicadores a acelerar”, indica a rede imobiliária em comunicado.

    A partir do segundo trimestre, a Century 21 observou uma recuperação, com um aumento consistente nas vendas e no preço dos imóveis. Este aumento foi impulsionado por uma série de factores, como a forte procura de imóveis em território nacional. 

    A Century 21 Portugal está confiante que o mercado imobiliário português continuará a crescer nos próximos anos, “mantendo o ritmo de crescimento e o aumento a quota de mercado”.

    “Estamos confiantes quanto ao futuro do mercado imobiliário português e a posição estratégica da Century 21 para maximizar as oportunidades que surgem. Com a expectativa de estabilização das taxas de juro e a continuação da dinâmica positiva no mercado de trabalho, antecipamos um aumento nas transações imobiliárias em Portugal ao longo de 2024. Esta visão sustenta a nossa confiança no crescimento sustentável do sector”, destaca Ricardo Sousa, CEO Century21 Portugal.

    Os indicadores da marca Century 21 Portugal projectam uma estabilização dos preços das casas, pelo que “não são expectáveis descidas”. Contudo, “é fundamental ter em atenção a evolução do mercado de emprego em Portugal e os factores geopolíticos internacionais, tendo em conta que são variáveis que podem rapidamente alterar as tendências do mercado residencial e da economia portuguesa”. 

    É igualmente importante ter em conta a análise de quatro dinâmicas, que passamos a destacar. A primeira é a estabilidade no mercado de trabalho, onde a taxa de desemprego se mantém em torno de 7%, o que proporciona uma base sólida para que famílias e jovens possam participar activamente do mercado imobiliário, tanto na compra como no arrendamento.

    A segunda dinâmica prende-se com as condições de acesso a crédito habitação. A perspectiva de estabilização e descida das taxas de juros já está a ter impacto desde o final do ano passado nas Euribor, assim como a revisão da regra macroprudencia. 

    Quanto à terceira dinâmica, referente ao programa Simplex para licenciamento urbano, apesar de ainda precisar de ajustes, tem potencial para aumentar a oferta habitacional a curto e médio prazo. O que acontece tanto através da regularização de imóveis antes indisponíveis para venda como pela agilização de novos projectos de construção. Contudo, é essencial clarificar e ajustar este processo para assegurar a segurança jurídica e a proteção do consumidor.

    Por último, a procura internacional mantém-se dinâmica, com Portugal a consolidar-se como destino de eleição, mesmo face às alterações nos programas de incentivo à residência.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Construção

    A estratégia da MAP Engenharia, as casas impressas pela Havelar, o ‘novo’ rumo da Mexto e a TRAÇO no CONSTRUIR 503

    A estratégia da MAP Engenharia na entrevista de Diogo Guerra Abecasis, Co-Founder & Managing Director da MAP Engenharia, as obras da Linha Violeta ou as propostas de diversificação da Mexto na edição 503 do CONSTRUIR, que conta com a revista Traço

    CONSTRUIR

    MAP vai diversificar áreas de actuação e estuda aquisições
    Prevendo facturar 80 milhões de euros em 2024, o dobro do que foi apurado no último ano, os responsáveis da MAP Engenharia estão atentos às oportunidades do mercado e estudam diversificar a sua actividade para outras áreas. Projectos públicos são uma hipótese e não está descartada a aquisição de empresas em nichos específicos. Diogo Guerra Abecasis, Co-Founder & Managing Director da MAP Engenharia explica, ao CONSTRUIR, que a falta de mão de obra, qualificada ou operacional, pode tornar-se um grave problema

    Linha Violeta arranca em 2025
    O concurso prevê um prazo de seis meses para a entrega de propostas, que terminará em Setembro, e a intenção é a de adjudicar o concurso ainda em 2024, para avançar com a construção da linha ainda nos primeiros meses de 2025

    Havelar garante que o futuro da habitação é 3D
    A Havelar apresenta-se ao mercado com uma tecnologia inovadora capaz de imprimir uma casa de 90 m2 em menos de 24h e por um baixo custo

    Mexto diversifica estratégia e ‘ruma’ a Sul
    Depois de obra feita no sector da reabilitação, o futuro da Mexto passa agora, também, pelo turismo residencial. Meco, Melides e Monte Gordo são as novas localizações

    A versão completa desta edição é exclusiva para subscritores do CONSTRUIR. Pode comprar apenas esta edição ou efectuar uma assinatura do CONSTRUIR aqui obtendo o acesso imediato.

    Para mais informações contacte: Graça Dias | gdias@workmedia.pt | 215 825 436

    Nota: Se já é subscritor do CONSTRUIR entre no site com o seu Login de assinante, dirija-se à secção PLUS – Edição Digital e escolha a edição que deseja ler

    ACEDA AQUI À VERSÃO DIGITAL DA EDIÇÃO IMPRESSA DO CONSTRUIR 503

    ACEDA AQUI À VERSÃO DIGITAL DA EDIÇÃO IMPRESSA DA TRAÇO

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Construção

    Consumo de cimento aumentou 23,6% em Janeiro

    Segundo a mais recente Síntese Estatística da Habitação, da AICCOPN o consumo de cimento aumentou 23,6% em Janeiro, em comparação com igual período do ano transacto. Na região Oeste, onde o número construções novas cresceu 17,1% é a região em destaque

    CONSTRUIR

    No mês de Janeiro de 2024, o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 339 milhares de toneladas, o que traduz um crescimento de 23,6%, em termos homólogos.
    Relativamente ao licenciamento municipal de obras de construção nova ou de reabilitação de edifícios residenciais, verificou-se uma redução de 6,5%, face ao mesmo mês do ano anterior. Quanto ao número de fogos licenciados em construções novas, verifica-se, também, um decréscimo, em termos homólogos, apurando-se uma variação de -16,4%, para um total de 2.394 alojamentos.

    Em Janeiro, verifica-se um acréscimo homólogo de 24,7% no volume de novo crédito à habitação, excluindo renegociações, concedido pelas instituições financeiras, que totalizou 1.184 milhões de euros. A taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou- se em 4,66%, nesse mês, o que traduz um aumento de 2,47 pontos percentuais, face ao verificado no mesmo mês do ano anterior.

    No que concerne ao valor mediano de avaliação de habitação para efeitos de crédito bancário, em Janeiro, observou-se uma valorização de 4,4%, em termos homólogos, em resultado de variações de 3,2% nos apartamentos e de 6.1% nas moradias.

    Na sua análise mensal a AICCOPN destaca a região centro, onde o número de fogos licenciados em construções novas nos doze meses terminados em Janeiro de 2024, cresceu 17,1%, totalizando 4.321 alojamentos licenciados. Destes, 13% são de tipologia T0 ou T1, 26% são de tipologia T2, 47% de tipologia T3 e 14% de tipologia T4 ou superior. Quanto ao valor de avaliação bancária na habitação, verificou- se, nesta região, uma variação homóloga de 3,8% no mês de Janeiro.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Arquitectura

    Encontro de Urbanismo do CIUL regressa com ‘Há Vida no Meu Bairro’

    O programa “Há Vida no meu Bairro” pretende avaliar e planear a oferta das funções de proximidade à escala do Bairro e intervir no espaço público, com o objectivo de promover uma cidade mais humana, uma cidade mais próxima

    CONSTRUIR

    Promovido anualmente, desde 2013, o ciclo de conferências sobre urbanismo regressa este ano com uma reflexão sobre Lisboa. Tendo como mote “Há Vida no Meu Bairro”, o ciclo irá abordar, ao longo de seis sessões, um conjunto de temas, com um painel de técnicos e especialistas convidados a apresentar experiências e perspectivas sobre as temáticas lançadas, abrindo-se espaço ao debate e à troca de ideias.

    O programa “Há Vida no meu Bairro” pretende avaliar e planear a oferta das funções de proximidade à escala do Bairro e intervir no espaço público, com o objectivo de promover uma cidade mais humana, uma cidade mais próxima.

    A estratégia enquadra-se no conceito de ‘Cidade dos 15 minutos’, uma forma de organizar os centros urbanos que permite que todos os serviços e necessidades básicas dos moradores – escolas, espaços verdes, comércio local, lazer, desporto, saúde – estejam à distância de uma deslocação de 15 minutos, a pé ou de bicicleta.

    Propõe-se, desta forma, melhorar o conforto e a qualidade de vida de quem habita a cidade, reforçando as dinâmicas de proximidade, criando espaços de encontro, reduzindo desigualdades no acesso a serviços e na utilização do espaço público e, simultaneamente, promovendo um maior envolvimento e participação das pessoas na construção da cidade.

    A primeira sessão, com o tema ‘Lisboa, Há Vida no Meu Bairro’, que dá nome às iniciativas, tem lugar já no próximo dia 9 de Abril, pelas 18h, no Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL). Neste encontro participam Paulo Pardelha (Câmara Municipal de Lisboa/Departamento de Planeamento Urbano), como moderador, e Joana Almeida (Vereadora do Urbanismo, dos Sistemas de Informação e Cidade Inteligente, e da Transparência e Prevenção da Corrupção), Alfonso Vergara (Fundação Metropoli – Espanha) e João Ferrão (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa) como oradores.

    As restantes sessões têm lugar a 18 de Abril (Como implementar a Cidade de 15 minutos?), a 2 de Maio (Que mobilidade queremos no bairro?), a 16 de Maio (Cuidar do espaço público e dos espaços verdes do bairro), a 6 de Junho (A importância do comércio e dos equipamentos de bairro) e a 27 de Junho (O que é uma cidade saudável? E um bairro saudável?).

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Empresas

    Autódromo Internacional do Algarve desenvolve CER com SES Energia

    A SES Energia, empresa portuguesa de soluções de eficiência energética, e o Autódromo Internacional do Algarve, estabeleceram um acordo para a criação e desenvolvimento de uma Comunidade de Energia. O projecto compreende a instalação de 2000 painéis solares, com uma potência total de 1075 kWp

    CONSTRUIR

    A SES Energia, empresa portuguesa de soluções de eficiência energética, e o Autódromo Internacional do Algarve, estabeleceram um acordo para a criação e desenvolvimento de uma Comunidade de Energia, assente na produção de energia verde, proveniente de sistemas fotovoltaicos, no complexo deste importante equipamento de desporto motorizado situado em Portimão.

    O projecto compreende a instalação de 2000 painéis solares, com uma potência total de 1075 kWp, que assegurará ao AIA a independência adicional da rede em 45%, ficando desde já assegurada 65% da produção para este ecossistema de equipamentos, que são adicionais às instalações exteriores já existentes.

    A implementação desta nova central de energia fotovoltaica irá evitar a emissão de 841 toneladas de CO2 por ano, o equivalente à plantação de cerca de 38.227 árvores.

    “Estamos muito satisfeitos com esta parceria com o AIA, pelo contributo que todos vamos dar para a transição energética, seguindo os objectivos da empresa, mas também os objectivos europeus de combate às alterações climáticas. O Algarve tem condições excelentes para aproveitar estas soluções de produção de energia verde, reforçando o AIA a sua capacidade de inovação e de desenvolver projectos com responsabilidade social e ambiental.”, comenta Paulo Silva, Administrador Executivo da SES Energia.

    “Este projecto em parceria com a SES, insere-se num conjunto de iniciativas integradas no Plano Global para a sustentabilidade do AIA. O objectivo principal, passa por obter a certificação em sustentabilidade dos nossos eventos, processo já a decorrer”, refere Paulo Pinheiro, administrador da Parkalgar SA.

    Esta parceria, formalizada recentemente, avançou de imediato com a construção da 1ª fase ainda antes do evento que decorreu no passado fim-de-semana, o MotoGP, seguindo-se, agora a fase 2, com a construção em solo. A expectativa é terminar o projecto em meados de Junho, arrancando neste momento a Comunidade de Energia Renovável.

     

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Empresas

    Rita Bastos assume direcção da Sekurit Service e da Glassdrive Portugal

    Com um percurso profissional de quatro anos na Saint-Gobain Portugal, Rita Bastos passou anteriormente por indústrias como a da cerâmica, relojoaria, joalharia e cortiça

    CONSTRUIR

    A Saint-Gobain Sekurit Service Portugal e a Glassdrive Portugal têm uma nova directora geral. Rita Bastos, anteriormente directora da Saint-Gobain Solutions, cuja actividade se foca no sector da construção e em mercados industriais, assume agora funções na Sekurit Service, empresa especializada na produção e distribuição de vidro automóvel, e na Glassdrive, empresa focada na substituição e reparação de vidro automóvel.

    Com um percurso profissional de quatro anos na Saint-Gobain Portugal, Rita Bastos passou anteriormente por indústrias como a da cerâmica, relojoaria, joalharia e cortiça. Anteriormente às suas funções na multinacional francesa, assumia o cargo de Global Marketing Manager na Amorim Cork Composites. É licenciada em Design de Comunicação pela Universidade do Porto, mestre em Marketing e Publicidade pela Universidade de Barcelona, pós-graduada em Gestão de Marketing pela Porto Business School e em Finanças pela Nova SBE.

    “Sinto-me muito grata e feliz pela oportunidade de assumir novas funções no Grupo Saint-Gobain que tem sido a minha casa nos últimos anos. Espero que a minha integração, juntamente com a colaboração de uma equipa multidisciplinar de excelência, contribua para os resultados ambiciosos que temos planeados para Portugal nos próximos anos”, afirma Rita Bastos.

    A Saint-Gobain C.A.S.A. (Claim Accident Service Assistance) representa uma rede nacional de prestadores de serviços, que actuam na reparação de danos na habitação, com cobertura nacional, sustentada pelo know-how da Saint‐Gobain. A empresa possui cerca 150 colaboradores, uma sede e uma filial de distribuição e mais de 130 centros Glassdrive distribuídos de Norte a Sul de Portugal e Ilhas.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB

    Navegue

    Sobre nós

    Grupo Workmedia

    Mantenha-se informado

    ©2021 CONSTRUIR. Todos os direitos reservados.