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    “Investimento imobiliário está a tornar-se numa aplicação financeira”

    A Stone Target actua no mercado imobiliário e tem como modelo de negócio o acompanhamento do potencial investidor em Portugal, percorrendo toda a cadeia de valor. A grande aposta desta empresa, encabeçada pelos sócios Rogério Antunes, Cristina Pereira e Daniel Martins baseia-se numa rede de parcerias alargada, através da qual pretendem apresentar as melhores oportunidades de negócio aos clientes internacionais, fazendo, entretanto, toda a consultoria e avaliação das potenciais oportunidades

    Pedro Cristino
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    “Investimento imobiliário está a tornar-se numa aplicação financeira”

    A Stone Target actua no mercado imobiliário e tem como modelo de negócio o acompanhamento do potencial investidor em Portugal, percorrendo toda a cadeia de valor. A grande aposta desta empresa, encabeçada pelos sócios Rogério Antunes, Cristina Pereira e Daniel Martins baseia-se numa rede de parcerias alargada, através da qual pretendem apresentar as melhores oportunidades de negócio aos clientes internacionais, fazendo, entretanto, toda a consultoria e avaliação das potenciais oportunidades

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    A Stone Target actua no mercado imobiliário e tem como modelo de negócio o acompanhamento do potencial investidor em Portugal, percorrendo toda a cadeia de valor. A grande aposta desta empresa, encabeçada pelos sócios Rogério Antunes, Cristina Pereira e Daniel Martins baseia-se numa rede de parcerias alargada, através da qual pretendem apresentar as melhores oportunidades de negócio aos clientes internacionais, fazendo, entretanto, toda a consultoria e avaliação das potenciais oportunidades

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Daniel Martins, Rogério Antunes e Cristina Pereira, sócios da Stone Target, explicam detalhadamente o modelo de negócio da empresa.

    Como surge a empresa?

    RA: A Stone Target surgiu em 2012 como uma empresa de mediação. Na altura estava a trabalhar sozinho mas, de qualquer forma, tenho uma experiência já bastante grande na área da mediação e a empresa surgiu por causa de alguns negócios muito pontuais que desenvolvi na altura, sempre muito ligados à área do investimento. Em 2014, falei com a Cristina, que entrou na sociedade, e optámos por alargar o nosso âmbito. Somos muito especializados na área do investimento, e começámos também a trabalhar com algum retalho porque era o caminho natural. Como vendemos produtos de investimento aos construtores, aos investidores, depois esses construtores devolviam produto para retalho, ou seja, produto pronto para se vender. O Daniel entrou em 2016, para complementar a equipa. O modelo de negócio baseia-se na consultoria imobiliária. Essencialmente, fazemos consultoria de investimento imobiliário.

    Como se desenvolve?

    RA: Fazemos a captação de boas oportunidades de investimento, fazemos uma análise da viabilidade desses negócios e, depois, vamos colocar isso junto dos investidores com quem trabalhamos. Essencialmente, o que esses investidores procuram não são imóveis, mas sim lucro. O que fazemos é propor lucro aos nossos investidores. Captamos boas oportunidades de investimento, fazemos uma análise do negócio, fazemos uma análise financeira e de mercado e, depois, com base nisso, fazemos chegar as oportunidades aos investidores para se desenvolver o negócio.

    Falamos de investimento em que áreas?

    RA: Trabalhamos essencialmente a habitação neste momento, embora tenhamos feito alguns negócios que não são estritamente habitação. Nós não somos especializados em serviços, mas sim em habitação. Contudo, o que estamos a desenvolver – e temos feito alguns negócios nesse sentido – são, não só negócios imobiliários, mas, depois, também os negócios associados ao imobiliário. Por exemplo, temos tido algumas abordagens com pessoas que querem fazer investimento na área de agricultura. Isso implica uma parte imobiliária mas depois implica também uma parte de negócio, cuja análise também fazemos, embora não sejamos especialistas nessa área – vinho, cortiça, etc.

    Mas fazem a ligação aos outros especialistas?

    RA: Fazemos, porque temos uma rede de parcerias muito alargada e é nisso que está baseada a nossa actividade.

    É quase um serviço chave na mão?

    RA: Sim, quase. Fazemos a cadeia toda.

    DM: Directamente ou através de parceiros.

    Como estava o mercado imobiliário em 2012, quando a empresa surgiu?

    RA: Em 2012 estava a desconto, completamente. Estávamos a falar de coisas vendidas abaixo do valor patrimonial em zonas de Lisboa consideradas excelentes. E se Lisboa estava a desconto, imagine tudo o que não é Lisboa. Estava tudo a ser vendido abaixo do valor patrimonial das finanças, mas não havia liquidez. Portanto, os negócios, apesar de serem excelentes, tinham de ser muito bem estruturados. Não havia crédito, e quem tinha dinheiro, normalmente, não tinha muito, pois tinha muito “stock” – o negócio imobiliário é muito de “stock”. Entretanto começaram a surgir investidores estrangeiros e muitos destes investidores tinham ligações fora de Portugal, que informaram do estado do mercado, e esses, fazendo parcerias com investidores que já estavam neste mercado, iam injectando dinheiro ou arranjavam compradores finais para os projectos, e foi aí que o mercado começou gradualmente a recuperar.

    O vosso mercado é maioritariamente Lisboa?

    RA: Sim, embora estejamos a analisar outras áreas.

    Em 2014 decidiram apostar também no retalho. O mercado já mostrava sinais de recuperação?

    RA: O mercado começou a ter um pouco mais de liquidez e, nessa altura, quando fiz a sociedade com a Cristina, definimos uma estratégia a longo prazo. Consideramos que, no mercado de Lisboa que, nessa altura, era onde havia operações suficientemente interessantes para nós aportarmos “know how” e para fazemos este tipo de abordagem, com a análise do produto, a análise financeira, a análise da rentabilidade do negócio e, depois, a análise do mercado, só havia operações suficientes quando se tratava de investimento. Nessa altura pensámos que o que era previsível acontecer era que, dentro de dois ou três anos, o mercado cresceria, estávamos a ter um fluxo interessante de investidores estrangeiros, teríamos um mercado interessante de segmento médio-alto e alto, e essas operações já seriam suficientemente altas para a nossa abordagem. Nessa altura, abordámos o mercado do retalho, no sentido de nos prepararmos para o que iria acontecer, e que está a acontecer agora no mercado. Nós temos T2 com alguma facilidade por 500 mil euros e temos já um “pipeline” muito grande de projectos que foram comprados ao longo destes anos, já com a estimativa dos preços a que assistimos agora – achamos que ainda vamos a continuar a assistir ao crescimento dos preços..

    Até quando?

    RA: Eu penso que, pelo menos, mais quatro ou cinco anos.

    DM: Acho que vai estar tudo dependente das políticas das taxas de juro e de remuneração dos produtos financeiros, porque a verdade é que o imobiliário está a constituir-se como um investimento de refúgio.

    RA: Estamos a assistir a um fluxo constante de investidores estrangeiros que está a mudar de facto o mercado. O mercado, de facto, expandiu. Nós não estamos a assistir apenas à recuperação do mercado. Estamos a assistir à sua expansão. E esses novos investidores é que estão a ancorar o crescimento dos preços, porque não estamos a falar dos investidores que vêm para comprar, para depois se irem embora. O “Golden Visa” é mais um negócio, mas não foi com base nisso que crescemos. Temos assistido a muitos clientes estrangeiros, essencialmente europeus, mas começam a aparecer investidores de outras geografias muito interessantes, como Brasil, Estados Unidos, etc., que vêm para ficar. Portanto, isso ancora os preços.

    DM: Grande parte do crescimento também se acentuou com esta onda muito recente – que começou em 2011/20112 – de que Lisboa, numa primeira fase, e Portugal, numa segunda fase, é um “hotspot” em termos mundiais não só de turismo mas também do investimento imobiliário. Acabam por andar um pouco de mãos dadas. Havia um grande desconhecimento em relação ao mercado português e às suas potencialidades e, entretanto, tanto o actual Governo como o anterior tiveram um conjunto de iniciativas que deram visibilidade ao país, que o tornaram atractivo em termos fiscais para certos segmentos de mercado que tencionamos trabalhar, nomeadamente o mercado dos reformados, a nível europeu, e o mercado de profissionais altamente qualificados. O surgimento de concorrência é uma forma de validação do modelo e, nos últimos tempos, temos assistido à chegada a Portugal de modelos como, por exemplo, a Second Home, que valida um pouco este conceito. Qualquer casa em Lisboa, sobretudo numa zona mais central ou mais histórica, que seja colocada no mercado, 80% das visitas que receberá serão de estrangeiros, sempre na faixa entre 30 e 50 anos, altamente qualificados, que procuram em Lisboa um porto de abrigo. A nossa ideia é posicionarmo-nos como consultores privilegiados, junto de todos os actores do mercado, em toda a cadeia.

    Os investidores que representam são individuais ou empresas?

    RA: Quando falamos de investidores, tratam-se de empresas.

    CP: Há cada vez mais um grupo emergente que é o do investidor particular que procura aplicar os activos que tem no banco e transformá-los em investimento mais garantido.

    RA: O investimento imobiliário está a caminhar a passos largos para se tornar uma aplicação financeira.

    Porque proporciona uma maior confiança relativamente ao mercado financeiro…

    CP: Sim, porque é um bem que fica consigo e que é seu.

    DM: Qualquer bem é valorizado pela atenção e procura que tem e Lisboa, neste momento, e a marca Portugal, constituíram-se como um bem muito relevante em termos de investimento imobiliário, porque vende, porque é uma garantia de rentabilidade. Muitos investidores, nomeadamente institucionais, estão cada vez mais a diversificar tendo em conta bens tangíveis. Segundo os últimos relatórios, energia e imobiliário têm sido, por excelência, os grandes sectores de refúgio para o investimento e Portugal está muito bem posicionado.

    A valorização do imobiliário a que se assiste agora é sustentável?

    RA: É. Por dois motivos. Primeiro, temos esta ancoragem no aumento do mercado, de facto, porque as pessoas estão a vir viver para Portugal. Estamos a ter mais procura em termos turísticos e o imobiliário também é rentabilizável por essa via. Por outro lado, temos uma questão muito importante, que acho que é também muito interessante, e que consiste no facto de os investidores portugueses e os investidores estrangeiros – mas muitas vezes, um “mix” dos dois: investidores portugueses que conhecem o mercado, acompanhados por um músculo financeiro – têm muitos projectos em “pipeline”, cujos estudos de viabilidade são feitos com base no crescimento dos preços de que estamos a falar. O que acontece é que esses grupos de investidores têm, eles próprios, acesso ao mercado de compradores estrangeiros e está a criar-se uma capilaridade que vai trazer, por estas vias, o comprador francês, suíço, brasileiro, chinês, etc.

    Há especulação?

    RA: Tem havido alguma especulação. Como o mercado está em crescimento, o que acontece é que, compradores que aqui estavam colocados comparam, por exemplo, na Baixa, e o mercado da Baixa aumentou, e eles consideraram que valia a pena ceder a sua posição. Em alguns casos foi pura especulação, e noutros tem a haver com a mera tomada de mais-valia. Agora, os investidores que têm, de facto, dimensão, e os investidores que têm estruturas já no estrangeiro e estão a investir cá, não largam os activos. Vão desenvolvê-los até ao fim.

    DM: Usam-nos como bandeira para conseguirem aceder a outros projectos de maior dimensão. Neste momento, a força motriz do mercado está na procura e não na oferta, ao contrário daquilo que foi sempre regra em Portugal, mesmo nos tempo em que o mercado estava em alta.

    Mas já se começa a notar isso, com a falta de “stock”

    DM: Há uma coisa muito interessante que é diferente, por exemplo, do movimento especulativo dos preços do final dos anos 90 e início de 2000, que era alimentado por projectos que estavam dependentes da banca do princípio ao fim. A partir do momento em que isso é retirado do cenário, a valorização que é feita dos imóveis, é feita com uma base concreta, que é a base do mercado e não com uma base artificialmente criada com a insuflação por entrada do mercado financeiro. A Stone Target posiciona-se como fornecedor de exclusividade, seja através de produto, seja através da rentabilidade associada a esse produto. Com a procura exacerbada que existe, torna-se cada vez mais complicado não só avaliar a real natureza dos negócios, como aceder às boas oportunidades. Com este processo de crescimento que temos vindo a sedimentar na empresa, criámos as relações que nos permitem, nesta altura de elevada procura, aceder a produto numa situação privilegiada e, dessa forma, vender níveis de rentabilidade superiores ao típico construtor que está a apostar no mercado da reabilitação. Há duas grandes dificuldades típicas em qualquer mercado: arranjar bom produto para colocar no mercado e arranjar compradores. Neste momento, a grande dificuldade do mercado está no primeiro ponto. O segundo, nós cobrimos, também pela dinâmica que temos deixado no mercado, mas a grande mais-valia para a típica empresa de construção é aceder a estas oportunidades.

    Lisboa está a valorizar-se na generalidade, ou por zonas?

    CP: Ainda há zonas muito embrionárias nesta questão do crescimento e do interesse imobiliário, mas são áreas do futuro. Temos uma cidade que, geograficamente, começa a fechar em termos de capacidade e recurso de reabilitação, nomeadamente tudo o que é bairrismo. A compra desenfreada a preços loucos a que temos assistido até agora faz com que haja limitação, porque não vamos tirar as pessoas de casa. Esses bairros começam a fechar em termos de capacidade que têm para gerar negócio. O que acontece é que, no horizonte do investidor, há outras zonas geográficas de apetite. Temos uma cidade à beira do rio, sol quase 365 dias por ano e toda esta luz da cidade, que chama os turistas europeus. Será nessa linha do rio a aposta do futuro, até à zona do Parque das Nações. As zonas bairristas, diz-me a minha sensibilidade, que estão a fechar e, se calhar, fecham já este ano. Depois, há escapatórias, em termos de investimento, porque em termos de posicionamento de habitação, é outra coisa. Nas Avenidas Novas não temos apartamentos de 24 metros quadrados como há em Alfama, nem em Alfama há apartamentos de 200 metros quadrados como há nas Avenidas Novas. Portanto, falamos de outro tipo de comprador, outro tipo de exigência, outro tipo de investidor. Quando falamos de comprador, é o comprador que compra a sua casa para aí viver. Quando referimos investidor, é quem compra para rentabilizar. Há zonas que começam a espoletar a reabilitação de luxo, em prédios com outro registo urbanístico, arquitectónico, etc, como a das Avenidas Novas. Quando se consegue fazer uma reabilitação de grande dimensão em Alfama, quem compra para investir vai esquartejar aquela reconstrução de prédio e, de um edifício grande – não haverá muitos em Alfama – faz dois ou três. O objectivo  é vender, transformar o activo num outro tipo de negócio que pode não passar por habitação. Quem procura no outro lado da cidade, vai manter, vender ou comprar o apartamento grande, porque é outro tipo de comprador, de investidor. Assim, começamos a ter um maior investimento estrangeiro, porque são capitais que se associam, de outro posicionamento e de outra projecção. O que nos diz a nossa experiência é que o caminho da reabilitação em Lisboa é o da reabilitação de luxo. Todo o caminho que fizemos com os nossos investidores até agora, consistiu em colocá-los nesse mercado. Fizemos um caminho de relação, de negócio e de investimento e a nossa estratégia é exactamente acompanhá-los nesse sentido e levá-los a zonas “prime” de Lisboa que são onde realmente vai nascer e continuar a construção de luxo. A construção de luxo em Lisboa nunca irá sofrer tanta oscilação como a média e baixa.

    DM: Por inerência, para os negócios de segmento baixo e alto, também vamos assistir a uma valorização.

    Estes investimentos no mercado de luxo têm normalmente que fim?

    CP: Há uma linha que divide a cidade: falar do Chiado é diferente de falar da Madragoa ou da Mouraria. São dois lados opostos na cidade que se definem como um quadro arquitectónico. No o Chiado ou nas Avenidas Novas, o negócio irá sempre passar pela habitação e não pelo turismo, porque são zonas que, desde sempre, foram consolidadas pela habitação. Por outro lado, Alfama/Graça colocaram Lisboa no mundo pela via do turismo. E por essa via, desde há cinco anos a esta parte, começámos a perceber que estas zonas estavam adormecidas. Então existe o lado da habitação consolidada, de luxo, e o lado do turismo.

    Prevê-se o surgimento de novas zonas atractivas para o investimento, em Lisboa?

    RA: Há uma zona que nos parece relativamente óbvia, entre o Parque das Nações e a Praça do Comércio. É uma zona fantástica da cidade e que já tem alguns projectos: a Fábrica do Gás já tem um grande projecto, tem o plano de pormenor já aprovado, etc. Depois, temos o Braço de Prata. Há ainda algumas zonas que têm sido descobertas para investimento alternativo. Vamos tendo zonas novas na cidade, que estão perfeitamente identificadas e seguras do seu crescimento em termos de preços. As zonas históricas estão a fechar, mas há zonas de expansão. O eixo até ao Parque das Nações parece óbvio que irá crescer. Depois temos outras zonas, como o Beato, o Vale de Chelas, mas para outro tipo de segmentos. Na nossa opinião, tem de se ter algum cuidado para se investir nessas zonas. Não se pode pensar que vai acontecer ali o que aconteceu no resto da cidade, pois falamos de uma zona mais afastada, muito mais incipiente em termos de desenvolvimento imobiliário, está muito misturada com zonas más e, portanto, embora seja uma zona de expansão, tem de se ter algum cuidado. Teremos claramente valorização nas Avenidas Novas, Benfica também é uma zona muito interessante…

    E têm produto disponível?

    RA: Pois, essa é a grande questão. Produto não têm, mas têm capacidade de expansão. Alfama, por exemplo, não tem essa capacidade.

    DM: Outro fenómeno que pode ser interessante na área do mercado de luxo, é a criação de uma tipificação de produto. O produto de luxo é diferente. Em Portugal, temos um certo fio condutor que está associado à tal marca – a ideia do sol, a ideia da vida pacata, a ideia da segurança, que é crítica. O impacto que esta segurança tem na psique dos potenciais compradores é enorme. A oportunidade é importante. Em Lisboa e no Porto começamos a ficar muito restringidos quanto à disponibilidade do produto de luxo e começam a surgir oportunidades distintas, também com a assinatura portuguesa, de luxo, no Alentejo ou no Minho. Esse é um mercado que também exploramos porque, na realidade, os próprios investidores também estão interessados. Alguns que já estavam cá radicados começam a tomar consciência de outras zonas. Há outros que vêm por referência de quem já cá está e começam a procurar essas oportunidades. Vamos começar a ter “cluster” de imobiliário de luxo mediante as condições das áreas e das zonas.

    RA: Na Costa Vicentina há micro-mercados muito interessantes. As pessoas pensam sempre em Tróia ou Comporta, mas nessa zona, há uma série de áreas importantes. O que é importante é, de facto, ter uma rede perfeitamente definida e capaz de identificar e qualificar os investidores, porque a questão que se coloca em todo o mercado é esta: há ou não procura para determinada zona? Se não houver, esquece-se, porque não há mercado. Há ou não procura por este tipo de produto? Há. A procura não está nos portais imobiliários generalistas ou nas feiras imobiliárias. Nós temos uma rede que nos permite identificar onde está a procura para determinado segmento.

    DM: Isto gera um certo “cluster” e para acedermos a clientes deste “cluster” e acedermos a estas realidades que já existem temos de ter uma rede e é essa a nossa aposta: ter uma rede de acesso a oportunidades interna, bastante bem desenvolta, que já está construído, com muitos anos de trabalho, a equipa, as relações de confiança que vamos sabendo construir. Depois, há outra parte, que são as redes no estrangeiro, com parceiros privilegiados, que nos tragam os investidores. Sabemos, por exemplo, que o modelo dos chineses foi muito centralizado via Macau e em duas ou três províncias chinesas, mas isto tem um problema: como é um mercado muito fechado de dentro, só permitiu o acesso a números significativos de clientes por parte de quem já tinha construídas as redes de angariação de clientes na própria china. Isso foi uma das grandes desvirtuações do mercado, provocada pelo “golden visa”. Virámo-nos muito para aquela latitude e havia todo um conjunto de outras latitudes a explora que não foram devidamente exploradas.

    Entretanto, o fluxo chinês também diminuiu…

    CP: A questão aqui é que um investidor chinês que já vem com outra postura para o mercado actualmente. Os que já cá estão, estão com o “golden visa” adquirido, portanto já estão a evoluir ou na forma de habitação, ou de negócio. Os que estão a vir, vêm mais esclarecidos. Até porque já temos um histórico, que foi passado e transpirado para fora de Portugal, portanto, estes novos investidores já vêm muito mais acautelados e devidamente acompanhados. O nosso caminho – da Stone Target – nunca foi feito a pensar na era dourada dos “golden visa”. Fizemos o nosso caminho, surgia um negócio e olhávamos para ele como outro negócio qualquer. Para quem está focado num só tipo de mercado estrangeiro que é o chinês, sabemos que há flutuações e que, à primeira brecha, o barco vai ao fundo.

    DM: Um aspecto interessante neste processo de expansão comercial a nível internacional, por parte do imobiliário português, é que houve uma concentração em alguns mercados específicos, como França, na Europa, China, na Ásia e mesmo no próprio mercado americano, que está muito inexplorado, só assistimos a alguma dinamização junto das comunidades portuguesas, normalmente na Costa Leste.

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    2024 será um ano de expanção para a Hipoges

    A Hipoges atingiu 49 mil milhões de euros em activos sob gestão a nível global até ao final do de 2023, mantendo uma taxa de crescimento contínuo em todos os países onde opera e avançando no seu plano de crescimento estratégico

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    O anúncio foi feito pelos líderes da Hipoges, Hugo Velez e Claudio Panunzio, durante o Town Hall 2024 realizado a nível global, que reuniu os quase 2.000 colaboradores que a Hipoges tem espalhados pelos seus 11 escritórios em Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

    “Somos uma marca cada vez mais importante”, sublinha Hugo Velez. “O ano passado foi desafiante e 2024 também o é, mas continuamos a crescer, e fazemo-lo de forma sustentada e nos quatro países onde estamos presentes”.

    Claudio Panunzio refere que a Hipoges tem o desafio de “continuar a desenvolver as melhores práticas na gestão de activos”.”Ǫueremos concentrar-nos na nossa expansão internacional e tirar partido da nossa posição para continuar a crescer organicamente e também através de novas aquisições. Estamos actualmente a avaliar quatro ou cinco oportunidades de aquisição em Espanha, Portugal e Itália”.

    Durante o evento, a Chief Financial Officer da Hipoges, Marta Márquez, destacou a “clara tendência de crescimento” da empresa durante o ano de 2023, apesar do contexto de incerteza em que opera, o que lhe permite desfrutar de uma “sólida posição de mercado”.

    Já o Global Chief Operations da Hipoges, Juan Ramón Prieto, fez um balanço do desempenho da empresa em 2023, um ano em que “tivemos de superar grandes desafios devido à evolução da actividade jurídica e imobiliária em Espanha e Portugal”. Apesar dos atrasos nos prazos legais, da redução da quantidade de stock para venda e da queda das hipotecas, a Hipoges “conseguiu aumentar o volume de negócios e comercializar activos mais rapidamente do que o esperado, tanto em Espanha como em Portugal”.

    Durante o ano de 2023, a Hipoges reforçou as suas linhas de negócio e serviços, bem como a sua quota de mercado, através da criação de duas novas empresas e da aquisição de uma participação maioritária numa terceira: a KPI Hotel Management Solutions, especializada na gestão de hotéis e resorts, com presença em Portugal e Grécia; a Finanwin, uma plataforma de mediação hipotecária que opera em Espanha e Portugal; e a F&G, focada na gestão de documentação de activos financeiros.

    Durante a sua intervenção, Margarida Maia, Chief Services Officer, explicou que a equipa da Hipoges cresceu 15,8% em relação ao ano anterior, para 1.820 colaboradores no final de Dezembro de 2023 a nível global, e a empresa espera ultrapassar a marca dos 2.000 este ano. Foram abertos novos escritórios em Espanha, em Sevilha e na Corunha, e em Portugal, em Lisboa, existiu uma mudança para um novo escritório com uma capacidade mais adequada às necessidades da empresa.

    Durante o seu Town Hall 2024, a Hipoges avançou ainda as quatro grandes linhas do plano estratégico em que a empresa pretende alicerçar o seu crescimento: diversificação dos mercados geográficos e das linhas de actividade; aposta na inovação tecnológica; melhoria da eficiência e das margens de rentabilidade; e aposta na captação e fidelização de clientes.

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    Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa

    Esta iniciativa representará uma redução de mais de 50 000 toneladas de CO2 equivalente por ano nas emissões provenientes do consumo de electricidade do Grupo

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    O Roca Group, líder mundial em design, produção e comercialização de produtos para a casa de banho, anunciou um contrato de compra de energia renovável a longo prazo (PPA – power purcha-se agreement), que terá vigência de dez anos, de 2025 a 2035, ligado às novas instalações solares Trévago I & II, situadas na província de Sória, em Espanha.

    A entrada em funcionamento das instalações de produção solar Trévago I e II está prevista para Julho de 2025. Estas instalações contam com uma capacidade de 86,84 MWp. Do total da capacidade, 80% destina-se ao Roca Group e prevê-se a produção de 120 GWh de energia limpa anualmente, o que corresponde ao volume necessário para abranger o consumo eléctrico de todas as operações do Grupo em território europeu.

    Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Bruc Energy, uma empresa de produção de energia renovável, e contou-se com a consultoria jurídica da Baker McKenzie, por parte do Roca Group, e da Allen & Overy, por parte da Bruc, assim como com o apoio estratégico da Schneider Electric, através dos respectivos serviços de consultoria em PPA, no que respeita à coordenação de todo o processo.

    Este processo representará uma redução de mais de 50 000 toneladas anuais de CO2 equivalente, o que corresponde ao consumo de energia do Grupo na Europa. Trata-se de mais um objectivo atingido no plano de descarbonização do Roca Group que se vem juntar à recente entrada em funcionamento da primeira fábrica de produção de louça sanitária neutra em emissões de carbono a nível mundial. O Grupo acumula já uma redução de 39% nas respectivas emissões directas de CO2 equivalente e de 47% na respectiva intensidade energética entre 2018 e 2022, aproximando-se do objectivo de reduzir para zero as emissões líquidas em 2045.

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    Paulo Caiado, presidente da APEMIP

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    Convenção APEMIP | IMOCIONATE 2024 já tem data marcada

    Arrancaram esta semana as inscrições para a Convenção APEMIP | IMOCIONATE 2024. Esta é a segunda edição do evento, que decorreu pela primeira vez em Julho do ano passado. A Convenção decorre a 4 de Julho, no Grande Auditório do CCB.

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    “Habitação” é o tema desta segunda edição e abordará entre outros, os modelos de trabalho, as tendências internacionais, sustentabilidade e crescimento económico, a IA na mediação, novas construções,; reabilitação urbana, políticas de financiamento, smart cities e demografia.
    A iniciativa, destina-se a participantes de todo o sector e conta com a presença de importantes players do mercado, nacionais e internacionais. As inscrições estão abertas até 30 de Junho.
    “Num momento em que os temas relacionados com o sector imobiliário estão na ordem do dia, acreditamos que é muito importante trazer estes tópicos a discussão, com especialistas, para analisar as dinâmicas e futuro do setor”, explica Paulo Caiado, presidente da APEMIP. “Este tipo de iniciativas são essenciais para o sector, pois existe a oportunidade de reunir todos os interessados deste núcleo na a reflexão sobre pontos fulcrais para o futuro do imobiliário”, acrescenta Paulo Caiado.
    Ao longo do evento, serão realizadas apresentações por parte de oradores de diferentes áreas do setor, existirão também mesas de debate entre especialistas nacionais e internacionais e ainda alguns momentos de networking.

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    Prospectiva fiscaliza empreitadas no hospital de Vila Nova e Gaia e Espinho  

    As novas empreitadas contam com um prazo de execução previsto de 150 dias, sendo que caberá à Prospectiva a coordenação de empreitadas, o controlo do planeamento e do desenvolvimento dos trabalhos, o controlo e a fiscalização da qualidade de execução de cada obra e do planeamento e execução do plano de gestão de RCD

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    A construção do Heliporto, da Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e da recuperação da cobertura do Pavilhão Feminino da mesma unidade de saúde contam com fiscalização da Prospectiva.

    As três novas empreitadas contam com um prazo de execução previsto de 150 dias, sendo que caberá à Prospectiva a prestação de serviços inclui a coordenação de empreitadas, o controlo do planeamento e do desenvolvimento dos trabalhos, o controlo e a fiscalização da qualidade de execução de cada obra e do planeamento e execução do plano de gestão de resíduos de construção e demolição.

    Planta cobertura Pavilhão Feminino

    No caso concreto da substituição da cobertura do Pavilhão Feminino a obra incidirá, primeiramente, na demolição do telhado existente, passando-se, em seguida, para a construção da estrutura metálica do telhado, assim como a execução do novo telhado e colocação de caleiras e tubos de queda de águas pluviais.

    Planta implantação Heliporto

    Para a construção do Heliporto e das Escadas de Emergência, a empreitada passará pela construção de estruturas metálicas, a ampliação de núcleos de escadas e elevadores em betão armado, assim como as instalações hidráulicas, eléctricas e mecânicas, passando, depois para as infraestruturas aeronáuticas.

    Planta UCI Neurocriticos

    Já a construção da nova UCI para Neurocríticos, o processo envolve a fase de arquitectura, com as estruturas, instalações eléctricas, telecomunicações, instalações mecânicas e infraestruturas hidráulicas, assim como todas as valências necessárias para a segurança contra incêndios.

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    Grupo IPG coloca no mercado 51 mil m2 de activos logísticos e industriais

    Os activos localizados em Vila Nova da Rainha/Azambuja e na Trofa contam com a comercialização, em co-exclusividade, da CBRE e da JLL

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    As consultoras imobiliárias CBRE e JLL comercializam em regime de co exclusividade os dois activos industriais/logísticos do Grupo IPG localizados em Vila Nova da Rainha/Azambuja e na Trofa e que em conjunto totalizam 51 mil metros quadrados (m2).

    O activo em Vila Nova da Rainha/ Azambuja, com uma infraestrutura completa e pronta a usar, dispõe de uma área total de 36.289 m2, e cerca de 1.500 m2  de área bruta de construção existente,  contando ainda com sete mil m2 de telheiros. Este imóvel encontra-se estrategicamente localizado na zona prime da logística da Grande Lisboa.

    Já o activo de logística localizado na Trofa, sendo igualmente uma oportunidade de investimento altamente vantajosa na zona Norte, conta com uma área de 14.300 m2 de terreno e 3.250 m2 de área bruta de construção existente, e possui ainda um logradouro que permite uma possível conversão tanto numa área de estacionamento, como num espaço de armazenamento ao ar livre.

    A localização deste imóvel destaca-se, também, pela proximidade aos transportes públicos, bons acessos e proximidade às áreas industriais de Santo Tirso, Trofa e Maia.

    Para Nuno Torcato, director da Industrial e Logística na CBRE Portugal, a chegada destes dois activos ao mercado representa uma oportunidade de negócio “excepcional” para operadores logísticos na região Centro e Norte do País, “considerando a falta de produto disponível com tamanho considerável e excelente localização, bem como com características desta qualidade”.

    Também Mariana Rosa, head of Markets Advisory na JLL, destaca a “localização estratégica e características de qualidade” destes dois imóveis, considerando tratar-se de “uma oportunidade única para os operadores logísticos”.

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    Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo e o engenheiro Fernando Santo. Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24

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    As cinco décadas de democracia vão estar em destaque, esta quarta-feira, dia 24 de Abril, na Ordem dos Arquitectos e que visa abordar a temática da habitação durante este período.

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo, e o engenheiro Fernando Santo. Foi também convidada a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Machado Santos (presença a confirmar).

    Este será a primeira de uma serie de iniciativas que a Ordem dos Arquitectura organizar com o objectivo de “pensar e mostrar como evoluiu a habitação em Portugal nas últimas cinco décadas e o que falta fazer”.

    Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24, celebrando em simultâneo os 25 anos da Ordem dos Arquitectos e os 50 do Portugal democrático.

     O programa Habitar Portugal 74/24 vai, durante os próximos meses, continuar a analisar as questões da habitação em Portugal, através de uma equipa de comissários, que coordenada pelo arquitecto César Lima Costa, seleccionará obras emblemáticas neste período, pela sua arquitectura e também pela relevância estratégica para o País.

    Prevê-se, também, uma exposição itinerante, que terminará em 2026 na Capital Mundial da Arquitectura, em Barcelona.

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    Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€

    O desempenho do Pestana Hotel Group em 2023 acontece num contexto de investimento de 85 milhões de euros na renovação e aquisição de novos hotéis e na aposta em empreendimentos turísticos

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    O Pestana Hotel Group divulgou esta terça-feira os resultados financeiros de 2023. A receita do grupo atingiu os 557 milhões de euros, representando um aumento de 23% face ao ano anterior. O grupo apresentou ainda um EBITDA de 189 milhões de euros e registou um resultado líquido de 105 milhões de euros em 2023.

    O crescimento das receitas foi impulsionado pela hotelaria, que representa 67% da receita total do grupo, mas também pela área imobiliária, que opera sob a marca Pestana Residences, e que conta com um peso de 16%. As outras actividades do grupo, incluindo golfe, Pestana Vacation Club e Empresa de Cervejas da Madeira, contribuíram com 17% da receita.

    Além do desempenho financeiro sólido que tem vindo a consolidar ao longo de décadas, o Pestana Hotel Group registou, em 2023, um nível de satisfação de clientes de 87,8%, reflectindo a qualidade do serviço e o compromisso do grupo com a experiência do cliente.

    De acordo com o CEO do Pestana Hotel Group, José Theotónio, “Os resultados de 2023 reflectem a forte aposta que temos vindo a fazer nas nossas pessoas, mas também na redução da pegada de carbono e na melhoria da eficiência energética assim como no elevado investimento na transformação digital. Estamos comprometidos em continuar a crescer de forma sustentável, melhorando continuamente as condições das nossas pessoas e a qualidade dos serviços, proporcionando experiências únicas aos nossos clientes”.

    Crescimento de 20% nas remunerações e encargos

    De destacar, em 2023, o investimento realizado nas pessoas, que reflecte a política do grupo em reconhecer e recompensar o empenho dos seus colaboradores, com um crescimento de 20% nas remunerações e encargos, representando um aumento de mais de 19 milhões de euros face a 2022.

    A política salarial do Pestana Hotel Group tem sido historicamente de reforço da remuneração e dos benefícios dos seus colaboradores, tendo-se registado em 2023 um aumento médio de 12% nas remunerações base. A participação nos resultados resultou ainda numa média de dois salários extra por colaborador, totalizando 7,5 milhões de euros.

    A importância da sustentabilidade no sector da hotelaria

    Com um investimento de 12 milhões de euros previsto até 2025, o grupo está empenhado em reduzir o impacto das suas operações no meio ambiente, e desenvolver uma estratégia integrada e assente em cinco pilares – energia, água, resíduos, fornecedores e mobilidade.

    Nesse âmbito, o Pestana Hotel Group tem vindo a implementar o projecto Carbono Zero com resultados muito positivos, reflectindo-se numa diminuição de 11% nas emissões de carbono nos últimos três anos.

    Até 2030, a meta do grupo é de redução de emissões de carbono em 37% face a 2019, objectivos ambiciosos que envolvem vários projectos, tais como a implementação de um sistema de monitorização dos consumos em todos as unidades Pestana, a instalação de painéis fotovoltaicos ou os projectos de circularidade da água, como a dessalinizadora localizada em Alvor e a utilização de águas residuais da ETAR da Boavista no Algarve para rega de campos de golfe.

    Renovação e novos projectos

    A renovação de hotéis ou a aquisição de empreendimentos representou, em 2023, um investimento do grupo de 85 milhões de euros. O Pestana Hotel Group renovou os hotéis Pestana Vila Lido Madeira e Pestana Blue Alvor Beach, e adquiriu o empreendimento turístico Vila Sol, em Vilamoura, no qual já detinha a gestão operacional do hotel e do respectivo campo de golfe. Em Lisboa, o grupo concluiu a construção e abriu a Pousada Alfama e o Pestana Rua Augusta. Para este valor de investimento contribuíram ainda vários projectos na área imobiliária nas regiões do Algarve, Costa Alentejana e Madeira.

    A sustentabilidade do negócio tem sido uma prioridade do grupo ao longo dos mais de 50 anos da sua História. Ao longo de 2023, tendo em conta a volatilidade das taxas de juro, o grupo optou por amortizar antecipadamente empréstimos com taxas variáveis, mantendo a estratégia de taxas fixas, com impacto muito positivo na sua posição financeira que resultou numa evolução favorável do rácio de Dívida Líquida/EBITDA, actualmente com um valor inferior a 1, contribuindo assim para a solidez financeira do Pestana Hotel Group.

    Resultados que permitiram, já no início de 2024, prosseguir com a expansão do Pestana Hotel Group, fortalecendo a presença do grupo nos Estados Unidos, com a aquisição do Pestana Orlando Suites – Lake Buena Vista e prosseguir com o desenvolvimento dos projectos em curso, nomeadamente a construção do eco-resort Pestana Dunas, em Porto Santo e do Pestana CR7 Paris.

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    ‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%

    O ‘The Nine’ é o terceiro projecto imobiliário lançado por Vilamoura, que deverá estar concluído no início de 2025. Até ao final do ano está previsto o lançamento de mais três empreendimentos

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    O condomínio ‘The Nine’, localizado em Vilamoura, abre portas ao andar modelo, numa altura em que a comercialização atinge os 50%. Nuno Banha, director da Vilamoura Properties, explica que “O The Nine junta-se ao Natura Village, vendido em quase 50%, e ao Vilamoura Parque, que neste momento tem apenas cinco unidades para venda. Estes projectos são muito diferentes entre si, em termos de localizações, tipologias, dimensões e preços, mas todos reflectem a qualidade da oferta de habitação que existe em Vilamoura, seja para viver, passar férias ou investir”.

    Promovido pela Norfin, sociedade gestora da Vilamoura Lusotur, o empreendimento foi projectado a pensar no “máximo aproveitamento solar”, todas as salas são viradas a Sul e prolongam-se para o exterior em jardins, varandas e rooftops privados, com áreas amplas, entre os 19 metros quadrados (m2) e os 166 m2.

    Próximo do campo de golfe, da praia e da marina e a apenas quatro minutos de distância do centro, o ‘The Nine’ conta com 48 apartamentos, dos quais 39 são T2 e nove T3. Os quartos são maioritariamente em suite, com roupeiros e closets generosos e o condomínio oferece, ainda, duas piscinas e uma zona lounge exclusiva, além de estacionamento subterrâneo privado, com postos para carregamento de veículos eléctricos.

    “Neste condomínio, cada detalhe foi cuidadosamente concebido para elevar a experiência dos ocupantes. Trata-se da fusão perfeita entre design contemporâneo e funcionalidade, oferecendo um estilo de vida dinâmico e espaços meticulosamente planeados para maximizar o conforto e a conveniência”, considera Henrique Rodrigues da Silva, COO da Norfin SGOIC.

    O ‘The Nine’ é o terceiro projecto imobiliário lançado por Vilamoura, sendo que até ao final do ano está previsto o lançamento de mais três. Ainda em fase de construção, o projecto deverá estar concluído nos primeiros meses de 2025.

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    ‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024

    Um dos maiores eventos de Management e Marketing da Europa reunirá mais de 3.500 quadros médios e superiores para refletir sobre o Futuro das Organizações

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    De 2 a 4 de julho de 2024, o QSP SUMMIT está de volta sob o mote ‘Rethinking Organizations’. Com foco nas organizações e no futuro do trabalho, mais do que nunca, é tempo das organizações refletirem sobre inovação, adaptação e transformação.

    Mediante um leque abrangente de tópicos a serem explorados em torno da temática principal ‘Rethinking Organizations’, desde a importância crescente da agilidade, liderança, gestão de talento e cultura organizacional, até a questões de inovação, o impacto da IA no mundo do trabalho e as grandes tendências do futuro em certas áreas de negócio. Serão ainda alvo de debate alguns tópicos essenciais, entre eles: a importância da estratégia e da data, as tecnologias de integração de equipas, o reskilling e upskilling das equipas, o bem-estar organizacional, e outras matérias de interesse.

    Entre as primeiras novidades está Linda Hill, professora da Harvard Business School e etnógrafa americana com uma carreira distinta, especialista em desenvolvimento de liderança e inovação, mas mais nomes como Costas Markides – Professor de de Estratégia e Empreendedorismo, o especialista em tendências Rohit Bhargava, a data expert Christina Stathopoulos, entre outros, já foram anunciados. No total, o evento contará com aproximadamente 98 gurus, especialistas e profissionais das mais diversas áreas.

    O QSP SUMMIT conta também com uma área de exposição com mais de 130 marcas envolvidas e apresenta novos palcos este ano, adicionando mais sessões e novas áreas de partilha de conhecimento.

    Para mais informações ou aquisições de passes, pode consultar o website oficial do evento, em www.qspsummit.pt.

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    Arquitectura

    Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”

    Do inquérito realizado aos profissionais destaca-se a exigência de 1300 euros de salário de entrada, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, melhor retribuição às horas-extra e ao estabelecimento de carreiras, com propostas distintas para projectistas e para técnicos especializados

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    Com o objectivo de “discutir e aprovar as primeiras tabelas salariais” para a arquitectura, o sindicato do sector convoca os profissionais para uma assembleia geral a realizar no dia 1 de Maio na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Arquitectura (SINTARQ) no Porto.

    Para a concretização e aplicação deste seu caderno reivindicativo, o SINTARQ lançou duas iniciativas. Desde Junho de 2023, uma campanha de entrada em empresas para contactar trabalhadores e criar as primeiras estruturas sindicais nesses locais de trabalho. E no final do ano passado, um inquérito que permitiu aferir as expectativas profissionais de quem trabalha em arquitectura e confirmar, uma vez mais, o retrato de precariedade e indignidade transversal no sector, cujos resultados definitivos serão divulgados em breve.

    Da campanha de entrada em empresas, resultou a criação de doze estruturas sindicais em locais de trabalho, algumas das quais com processos reivindicativos em curso. A expectativa é a de que a aprovação do Caderno Reivindicativo agora em Maio sirva de sustentação a esses processos e ao surgimento dos primeiros Acordos de Empresa em Arquitectura.

    Do Inquérito às expectativas profissionais destacamos a ampla adesão dos trabalhadores inquiridos à exigência de 1300 euros de salário de entrada, à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a horas-extra com melhor retribuição e maiores restrições, e ao estabelecimento de carreiras como instrumento central à elevação dos salários e ao combate à discriminação e ao assédio.

    A título de exemplo, 94% dos inquiridos defende uma carga horária semanal até 35 horas; a expectativa salarial mediana de um trabalhador com cinco a dez anos de experiência é de 1800 euros e 80% dos inquiridos declara fazer horas extra, metade dos quais sem receber qualquer compensação por isso. Segundo dados preliminares deste Inquérito, um trabalhador em arquitectura vê-se espoliado, no mínimo, em 500 a 800 euros por ano em horas extra não compensadas.

    O Caderno Reivindicativo que será submetido à discussão propõe duas tabelas salariais: uma para projectistas e outra para técnicos especializados, dividindo-se em carreiras profissionais de assistente, júnior e sénior. A progressão atende aos anos de experiência ou às funções efectivamente desempenhadas, independentemente da antiguidade. Estarão também em discussão os critérios que determinam essa progressão e que servirão para contrariar a transversal estagnação de carreiras.

    Além dos salários, carreiras e horário laboral, propõem-se reivindicações-base noutros vectores tais como: direitos na parentalidade, regulação do teletrabalho, dias de férias, garantias de segurança e saúde no trabalho e formação profissional certificada.

    É o culminar de um processo com cerca de um ano e que contou com dez reuniões abertas de discussão realizadas em Braga, Coimbra, Porto, Lisboa e Setúbal, e que agora se encerra neste último Plenário Nacional no Porto.

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