Lisboa de portas abertas a 23 e 24 de Setembro
O Open House Lisboa regressa em Setembro, para uma edição comissariada
por Rita e Catarina Almada Negreiros
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Nos próximos dias 23 e 24 de Setembro, Lisboa recebe a 6ª edição do Open House, que este ano com Catarina e Rita Almada Negreiros como comissárias. À semelhança dos anos anteriores, este ano há novo roteiro, composto por uma nova selecção de edifícios, que, garante a Trienal de Lisboa – organizadora do evento em parceria com a EGEAC -, “vai continuar a dar a conhecer, de perto e por dentro, o melhor da arquitectura da cidade de Lisboa”. Até à data, estão já confirmados alguns espaços, entre eles o Second Home, Arco Xabregas, Maat, Museu dos Coches, Santa Clara 1728, Casa em Alfama, Convento das Bernardas/Museu da Marioneta (EGEAC), Atelier- Museu Júlio Pomar (EGEAC).
“Mapa Aberto”
Sob o conceito de “Mapa Aberto”, os objectivos mantêm-se e reforçam-se e são eles, “aproximar os cidadãos à arquitectura da sua cidade, dar a conhecer espaços habitualmente fechados ao público e organizar visitas gratuitas envolvendo autores ou especialistas de diferentes áreas”, enuncia a Trienal de Lisboa.
Catarina e Rita Almada Negreiros comentam: “Para nós, arquitectas, este desafio reflecte-se em desenhar uma espécie de mapa do tesouro da nossa cidade. Pode parecer um paradoxo a ideia de desenhar um ‘mapa efémero’ mas na realidade, um mapa é sempre efémero, fixando o território num determinado momento, neste caso, apenas um fim-de-semana em Setembro de 2017”.
A dupla de arquitectas explica ainda que, “os mapas de Roma de Bufalini de 1551 e o de Gianbatista Nolli de 1748, são mapas onde é possível ‘entrar nos edifícios’. Eles representam, não os edifícios pela planta da sua cobertura, como é comum, mas sim pela planta do piso térreo. Muitos destes espaços são públicos mas de acesso restrito. Quem os observa consegue ter uma percepção diferente da cidade, e sentir uma cidade mais permeável. O Open House relaciona-se com esta representação da cidade. Um mapa de uma cidade mais permeável que deixa ver espaços, na sua maioria não acessíveis ao público, um mapa com portas abertas. A escolha é obviamente subjectiva e desta selecção nasce um ‘auto retrato’ de Lisboa. Os novos espaços são um espelho optimista da cidade, uma cidade em profunda transformação. Na nossa análise, apesar do seu peso histórico, Lisboa procura reinventar-se: recuperando e descobrindo novos usos para os seus espaços; criando novos equipamentos que respondem às novas exigências da cidade; procurando novos centros; e dando resposta à imensa procura turística”.
Segundo as comissárias, a escolha dos sítios foi orientada por estas cinco linhas principais e foi à luz das mesmas, que a organização anunciou oito dos espaços que farão parte do roteiro. Na temática “Recuperar e descobrir novos usos”, estará apto a ser visitado o Second Home; no tema “Criar novos equipamentos que respondem às novas exigências da cidade”, teremos o MAAT e o Museu dos Coches; Em “Procurar novos centros”, o Arco de Xabregas; para “Responder à imensa procura turística”, o Santa Clara 1728 e a Casa em Alfama; e em “Recuperar património”, o Convento das Bernardas/Museu da Marioneta (EGEAC) e o Atelier-Museu Júlio Pomar (EGEAC).
Catarina e Rita Almada Negreiros reforçam ainda que, “Há uma nova sensibilidade para a reutilização dos espaços e nisso a arquitectura está também a mudar. A simples alteração de uso pode transformar profundamente um espaço sem o destruir. Nos últimos anos, a arquitectura aprendeu a ‘reciclar’ e tornar-se ‘mais invisível’. Aprendeu que tarefas tão invisíveis como tratar um espaço acusticamente ou alterar a sua iluminação, pode regenerar o espaço. Mas, não havendo bela (cidade) sem senão, tornou-se também inevitável que o nosso mapa contivesse espaços que gostaríamos de não perder; alguns espaços ou edifícios que estão sob ameaça de não resistirem ao impacto das forças do mercado; uma força que anima, constrói, recicla, mas também destrói. Uma transformação da cidade demasiado rápida pode levar a uma perda de lugares, habitantes e, no fim, da identidade. Esta será a parte do mapa onde estarão representados os tesouros que não gostaríamos efémeros”.
Open Calls
Contudo, a lista ainda está em aberto e como tal, estão também desde já abertos ao público os Open Calls para a sugestão de novos espaços e projectos paralelos, assim como, as inscrições para o recrutamento de voluntários, elementos que se têm revelado vitais no sucesso do evento. Recorde-se que o Open House é um fim-de-semana de visitas guiadas gratuitas e sem reserva antecipada na maioria dos casos. As visitas são por ordem de chegada para dar acesso a um maior número de pessoas e facilitar a fluidez das entradas. As excepções que exigem marcação estão devidamente assinaladas no roteiro, sendo exclusivamente online. Existem três formatos de visita: a Visita Livre – são visitas ao espaço sem acompanhamento dentro do horário indicado; a Visita Acompanhada – dá a conhecer o espaço em detalhe através de uma visita acompanhada pela equipa de voluntários presentes no local; e a Visita Comentada – trata-se de uma visita comentada pelo autor do próprio projecto de arquitectura ou por um especialista convidado.