Comparajá.pt: Aumento do crédito à habitação impacta positivamente a construção
José Figueiredo e Sérgio Pereira, co-directores-gerais do Comparajá.pt não têm dúvidas de que o aumento do volume concedido de crédito à habitação tem impactos positivos no sector da construção em Portugal. Ao CONSTRUIR, explicam as actuais dinâmicas do financiamento e do investimento e enfatizam a ajuda que a sua plataforma pode proporcionar na altura de comprar casa
Pedro Cristino
Prospectiva fiscaliza empreitadas no hospital de Vila Nova e Gaia e Espinho
Grupo IPG coloca no mercado 51 mil m2 de activos logísticos e industriais
Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia
Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€
‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%
‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024
Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”
FEP traz a Portugal economista David D. Friedman
António Fragateiro assume direcção de Real Estate para Portugal do Numa Group
Habitação: Mais de 200 ideias integram nova versão da Carta Municipal
Sérgio Pereira e José Figueiredo, co-directores-gerais do Comaparajá.pt aproveitaram o lançamento do primeiro comparador gratuito de crédito à habitação do mercado português para falarem ao CONSTRUIR sobre o efeito que um maior acesso a este financiamento poderá ter no sector da construção nacional.
Créditos comparáveis
Este comparador permite aceder, “em menos de um minuto”, às ofertas de todas as instituições bancárias, de acordo com o perfil, prazo e valor do empréstimo pretendidos por cada utilizador. As ofertas são ordenadas de forma ascendente por montante total imputador ao consumidor – a totalidade dos custos do empréstimo até ao final do prazo contratado – e todos os produtos são explicados, em detalhe, ao utilizado, com apresentação de informações sobre o valor do “spread” e do Indexante, as várias taxas aplicadas, o valor de todas as comissões e encargos como seguros, assim como os custos referentes aos diferentes impostos associados à compra de casa. Nesta primeira fase de lançamento, a tabela de resultados do comparador baseia-se nos “spreads” mínimos fixados pelos bancos, acedendo depois os utilizadores, sem qualquer custo, a propostas vinculativas num período de até 72 horas através do serviço de apoio ao cliente do Comparajá.pt. Todavia, “à medida que for melhorando a integração tecnológica com as instituições bancárias e criado um histórico representativo de cada perfil de utilizador, a plataforma vai conseguir apresentar resultados cada vez mais customizados”. Além da proposta final das instituições seleccionadas pelos utilizadores, o Comparajá.pt disponibilizará ainda um conjunto de opções igualmente vinculativas de outras instituições que se enquadrem com o perfil e necessidades de cada consumidor específico, “de forma a que possam ter a garantia de estar a contratar a solução mais vantajosa do mercado”. Assim, os consumidores conseguem “poupar várias horas de pesquisa e análise ao não terem de ir de banco em banco para obter diferentes ofertas”. “Os portugueses estão a desperdiçar vários milhares de euros por não verificarem se existem ofertas mais competitivas no mercado na hora de contratar o seu empréstimo para comprar casa”, afirma Sérgio Pereira. Segundo Pereira, “basta aceder ao nosso comparador para perceber que, para um financiamento de 150 mil euros a 30 anos, a diferença em termos de montante total imputador ao consumidor, entre a proposta mais competitiva do mercado face à mais dispendiosa, é superior a 30 mil euros, o que se traduz numa prestação mensal quase 100 euros mais elevada”.
Mercado cresce
Ao CONSTRUIR, Sérgio Pereira realça que, actualmente, “o mercado de crédito está obviamente a crescer”, com previsões que apontam “para cima de 5 mil milhões de euros de crédito emitido este ano, a nível global”, valor que poderá representar “perto de 100 mil contratos”. “Existe aqui uma parte que serão as transferências, outras serão compra de casa e uma pequena parta será para construção de casas novas ou para fomentar esse mercado”, afirma, salientando que não se tratam de “dados de consequência, mas sim de previsões”. “Chegámos ao pico de 10 mil milhões de euros em 2009/2010”, realça, explicando que, desde então, o concessão de crédito “baixou bastante”. De acordo com Sérgio Pereira, o ano passado “passou os 4,2 mil milhões de euros e a expectativa é que, este ano, ultrapasse os 5 mil milhões”. Sobre estes valores, o co-CEO do Comparajá.pt explica que “o histórico diz-nos que, o aumento do crédito à habitação acarreta o aumento da construção em geral, portanto, é expectável que haja essa consequência”. Para Sérgio Pereira, o efeito do crédito à habitação no sector da construção afectará tanto a construção nova como a reabilitação. Todavia, existem “investimentos em projectos que estão a recorrer a outro tipo de financiamentos”. “Estamos a falar do volume de crédito que está a ser atribuído ao sector particular para habitação, mas estes projectos de construção vão normalmente captar financiamento a vários canais”, o que torna difícil “estabelecer essa correlação directa”.
Mais crédito, mais investimento
Sérgio Pereira é da opinião de que de uma maior concessão de crédito à habitação resulta um volume maior de investimento na construção. “Com o aumento do crédito à habitação, que também tem a haver com o facto das taxas de juro terem diminuído, estimula-se a procura de casa”, explica. Paralelamente, aumenta também o preço médio por metro quadrado, estimulando, por sua vez, “as construtoras e os investidores a investirem em novos projectos”, dado que a rentabilidade “será maior”. Contudo, José Figueiredo destaca que existem outros factores de estímulo além do crédito à habitação, como “os Golden Visa, fundos de investimento ou residências de estudantes, mas a grande maioria do financiamento para compra de habitação em Portugal é crédito à habitação”. “Isso tem vindo a aumentar imenso e leva, depois, a que haja fundos de investimento imobiliário que querem construir casas para as pessoas depois as poderem comprar e estas, por sua vez, recorrem ao crédito à habitação”, explica.
Gerir o stock dos bancos
Outro factor interessante nesta equação é, para Sérgio Pereira, “o facto de os bancos terem em posse muitos imóveis que foram entregues devido à crise financeira” e, como tal, “oferecem crédito a condições mais atractivas para esses mesmo imóveis porque querem vendê-los e retirá-los da sua carteira de activos”. “O que acontece é que esses imóveis geralmente estão em muito más condições e as avaliações são muito baixas, o que faz com que as pessoas peçam o crédito, mas depois peçam também uma avaliação do valor da casa com a construção”, interpõe o co-CEO do Comparajá.pt, acrescentando que, neste cenário, os bancos “concedem também o crédito multiopções para a pessoa depois investir na reabilitação do imóvel”. “Como temos milhares de imóveis nessas condições, não tenham dúvidas nenhumas de que o sector da reabilitação, ou de construção, vai beneficiar”, remata. Já José Figueiredo centra-se no aumento dos preços “tanto das rendas como das casas”, que acompanha o incremento do investimento no mercado imobiliário português. “Isso faz com que o mercado aumente”, frisa Figueiredo, explicando que, “se eu quiser ter hoje uma casa no centro de Lisboa, terei de pagar mais e, por isso, precisarei de um crédito maior, o que faz com que a base de crédito e o mercado, em si, cresçam, é um ciclo”. Assim, “conforme há mais investimento, e quanto mais os preços sobem, mais a construção quer construir, porque sabe que vai vender caro e, portanto, há aqui um ciclo positivo de geração de crédito, de construção e de rentabilidade”. Já Sérgio Pereira levanta a questão dos investimentos para arrendar. “Tanto o “short-term” como o Airbnb, como a longo prazo,a renda média está a aumentar, o que estimula os investidores estrangeiros a entrar no mercado de arrendamento e vemos isso na Baixa de Lisboa, ou no Cais do Sodré”, explica.
Aumenta o investimento
Segundo Sérgio Pereira, o impacto do aumento do crédito à habitação concedido já se está a fazer sentir no sector da construção. “Já se sente um aumento do investimento na construção, nas renovações, nas obras de reabilitação, basta olhar para o centro de Lisboa”, frisa, revelando não ter dúvidas de que “o impacto é positivo”. Porém, este impacto não influencia apenas as maiores cidades do país. “O Algarve tem tido um grande impacto também”, afirma José Figueiredo, explicando que, “com os Golden Visa, muitos estrangeiros estão também a comprar casas no Algarve” e noutras zonas turísticas, como Comporta ou Tróia. “Nesses locais pode vir a construir-se bastante”, refere. Relativamente a Lisboa, Figueiredo lembra que houve “muita construção” no passado. Com a crise, este dinamismo abrandou mas “não parou logo”, porque “havia um grande stock de habitação não ocupada ou não finalizada e esse stock está agora a ser ocupado”. Depois da ocupação, “começar-se-á a construir”. Nos subúrbios, este dinamismo ainda não se observa, mas, para José Figueiredo, “é algo que vai de certeza explodir”. Isto porque, “com as rendas a aumentarem no centro da cidade, muitas pessoas são obrigadas a ir para zonas mais periféricas”, onde ainda existe “espaço de construção” e onde as casas estavam ainda desocupadas. Uma vez ocupadas, “a construção irá entrar em grande força nas cidades”.
Confiança e oportunidade
No que diz respeito à confiança, José Figueiredo realça que, apesar de este indicador não estar em níveis altos, “está melhor”. “Está no nível mais alto dos últimos cinco anos, é quase impossível ter mais confiança, neste momento, do que a que temos”, interpõe Sérgio Pereira, justificando este desenvolvimento com o crescimento da economia e o controle das finanças públicas. Esta confiança, levará também a que mais portugueses decidam comprar casa. “Há preços atractivos agora”, sublinha Pereira. Por sua vez, José Figueiredo sublinha que “estamos numa fase muito boa, porque é uma fase de expansão, no sentido da confiança e da economia mas, ao mesmo tempo, não é uma expansão tal que a taxa Euribor tenha vindo a subir – há de subir, daqui a um ano, dois ou três, mas ainda não subiu”. Assim, “as pessoas têm confiança para comprar casa, e ainda têm uma Euribor barata, pelo que, quem quiser dar o passo de comprar casa, aproveita agora”. Segundo Figueiredo, “muitos aproveitam agora uma taxa fixa porque, se a economia continuar a melhorar, a taxa também vai subir”. Por outro lado, “vendo agora os “spreads” a baixarem um pouco, muitos ponderam a transferência de crédito da sua instituição, ou uma renegociação do crédito, de forma a passarem para um “spread” mais atractivo”.
Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Banco de Portugal, os bancos concederam cerca de 5.790 milhões de euros em empréstimos à habitação em 2016, “um aumento que acontece numa altura em que as instituições bancárias têm aliviado os “spreads”, tornando apelativo o investimento em imobiliário”. “Atendendo a que somos um dos povos europeus que mais valoriza ter casa própria, sendo prova disso o facto de 74% das famílias portugueses contarem com casa própria, quando, por exemplo, na Alemanha apenas 53% detêm as suas próprias casas e na Suíça somente 44%, estamos muito confiantes de que a facilidade e a utilidade do nosso comparador de crédito à habitação vai conquistar os muitos consumidores que, nesta fase apelativa, em termos de condições oferecidas pelos bancos, irão aproveitar para comprar casa”, revela José Figueiredo. Para o co-directo-geral do Comparajá.pt, “para além de o utilizador ter a possibilidade de encontrar a melhor solução para si, entre todas as opções existentes no mercado, a nossa equipa de apoio ao cliente presta ainda gratuitamente todo o apoio que possa necessitar ao nível do esclarecimento de dúvidas sobre as características dos produtos, o que permite uma escolha mais consciente e informada”. Para este ano, Figueiredo e Pereira têm o objectivo de ajudar 5 mil famílias portuguesas a “encontrar o melhor crédito à habitação através do seu comparador gratuito”.