O comportamento do mercado de venda para ocupação própria
Pedro Salema Garção, director de Agency da Worx O Mercado de Escritórios de Lisboa é por definição um mercado dominado quase a 90% pelo regime de arrendamento. Apesar dos volumes de Área Bruta Locável (ABL) arrendada e ABL comprada diretamente pelo ocupante final não serem de todo comparáveis, facilmente conseguimos observar que no período pré-crise… Continue reading O comportamento do mercado de venda para ocupação própria
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Pedro Salema Garção, director de Agency da Worx
O Mercado de Escritórios de Lisboa é por definição um mercado dominado quase a 90% pelo regime de arrendamento. Apesar dos volumes de Área Bruta Locável (ABL) arrendada e ABL comprada diretamente pelo ocupante final não serem de todo comparáveis, facilmente conseguimos observar que no período pré-crise (anos 2008-2009), a opção de compra assumia mais peso nas decisões de ocupação das empresas.
E os números provam isso. De acordo com os dados do departamento de Research, no ano de 2008, foram registadas 28 operações de venda e em 2014, apenas uma. Este comportamento foi motivado pelo cenário que se viveu no culminar da crise económica, em que assistimos a uma queda acentuada no setor imobiliário, com o ano 2013 (77.000 m2) a registar o pior ano de sempre em termos de take-up.
Vemos que o período que se seguiu de recuperação económica, muito frágil e dominada por incertezas, desencadeou uma maior dificuldade de acesso ao crédito bancário, um clima de incerteza face à instabilidade política nacional e europeia, contribuindo em larga medida para a escassez de operações de venda no mercado. Ainda as políticas orçamentais em vigor de combate ao deficit, assim como o sentimento de 0% tolerância ao risco ao mesmo, acompanhado de uma pressão no valor de rendas no mercado de arrendamento, motivaram a procura a centrar-se em exclusivo, neste tipo de opção.
Em 2016, começámos a assistir a sinais positivos de recuperação económica, e a uma maior disponibilidade financeira e liquidez das empresas. Seguindo esta linha de progressiva recuperação económica, no 1.º trimestre de 2017, o mercado de venda começa a dar sinais muito encorajadores de viragem. Só nos primeiros três meses do ano, foram vendidos para ocupação própria 5 espaços de escritórios.
O aumento generalizado da confiança das empresas e a maior disponibilidade financeira podem constituir motores para um reavivar do mercado de venda, deixando antever uma oportunidade de desenvolvimento de projetos criados para o efeito. A falta de oferta de qualidade para venda, poderá abrir caminho para esta tendência de mercado.
Não obstante, é preciso ter em mente que o mercado de arrendamento continuará a reunir a preferência dos ocupantes, muito sustentada, pela flexibilidade que esta opção oferece.
*O autor escreve ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico