Investimento privado em infra-estruturas de países em desenvolvimento cai em 2016
Banco Mundial explica que os compromissos de investimento em 2016, avaliados em 62 mil milhões de euros, representam também uma queda “substancial” dos 105 mil milhões de euros de investimento médio anual registado entre 2011 e 2015
Pedro Cristino
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Um relatório recente do Banco Mundial (BM) conclui que os compromissos de investimento em projectos de infra-estruturas com participação privada em países em desenvolvimento diminuíram acentuadamente em 2016, caindo 37% em comparação com 2015.
Uma grande quebra de compromissos de investimento na Turquia – que, em 2015, viu três mega projectos alcançarem o encerramento financeiro, nomeadamente o Aeroporto IGA, em Istambul, avaliado em 31 mil milhões de euros – contribuiu significativamente para o declínio anual, destaca a nota de imprensa do BM. A mesma fonte frisa que, sem o projecto do aeroporto da capital turca, a quebra do investimento privado em infra-estrutura seria de 8% ao ano, segundo o relatório Private Participation in Infrastructure Database.
No comunicado, o Banco Mundial explica que os compromissos de investimento em 2016, avaliados em 62 mil milhões de euros, representam também uma queda “substancial” dos 105 mil milhões de euros de investimento médio anual registado entre 2011 e 2015. A tendência geral para um investimento menor pode atribuir-se, segundo o BM, a três países que receberam mais de metade dos compromissos de investimento para projectos de infra-estruturas com participação privada nos anos recentes: Turquia, Índia e Brasil.
“As infra-estruturas em países em desenvolvimento são oportunidades de investimento por explorar, com apenas uma pequena percentagem de projectos a atraírem o investimento do sector privado até agora”, afirmou Laurence Carter. Segundo o director sénior do Grupo de Infra-estruturas, PPP e Garantias do Banco Mundial, “o potencial dentro das regiões e dos sectores é enorme e o Banco Mundial irá continuar a priorizar investimentos de infra-estruturas de apoio para impulsionar um crescimento mais inclusivo”.
O relatório observou projectos de infra-estruturas em 135 países em desenvolvimento mas, segundo a nota de imprensa, apenas alguns países reigstaram um investimento privado significativo em infra-estruturas. Paralelamente, um aumento de 43% em compromissos na Ásia Oriental e uma recuperação “igualmente significativa” no sector das energias renováveis foram pontos altos de um ano que, de outra forma, seria “fraco”.
Em 2016, os compromissos de investimento nas renováveis continuaram a crescer em 2016, compreendendo 88% dos 144 projectos de produção eléctrica apoiados pelo sector privado. Os projectos estão maioritariamente focados no hidroeléctrico, fotovoltaico e tecnologias eólicas “onshore”. Comparados com os volumes em queda nos sectores da água e transportes, o investimento do sector privado em projectos de energia aumentou, no geral, 11% anualmente. Os dados do relatório apontam ainda para o sexto ano seguida de queda de investimento nos projectos relacionados com o carvão.
A China e a Indonésia foram destinos de investimentos privilegiados. Na China, os compromissos cifraram-se nos 9,9 mil milhões de euros em 2016 – um aumento de 75% face à média dos últimos cinco anos. Segundo o BM, este impulso pode reflectir-se em sucesso para o programa de PPP chinês recentemente lançado.
Na Indonésia, os volumes de investimento aumentaram para 6 mil milhões de euros e o relatório sublinha que a região Ásia Oriental – Pacífico foi um “investidor activo”, uma vez que o financiamento bilateral, especialmente do Japão e da China, aumentou. Todavia, o apoio de bancos multilaterais de desenvolvimento tem permanecido em 13% de todos os negócios.
No que concerne aos países mais pobres, os compromissos de investimento em projectos de infra-estruturas com financiamento privado estão a um nível mais elevado do que o de 2015, mas abaixo da média de cinco anos. Um total de 2,5 mil milhões de euros de investimento alcançou o encerramento financeiro para 14 projectos em sete países pertencentes à Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), com Gana e Honduras a registarem a maior actividade.
“Reforçar o investimento privado em infra-estrutura nos países mais pobres do mundo é uma prioridade para o Banco Mundial”, afirmou o practice manager do Grupo de Infra-estrutura, PPP e Garantias do BM. Segundo Clive Harris, a instituição que representa está “comprometida em trabalhar com parceiros de desenvolvimento para abordar e reduzir o risco em mercados desafiantes, de forma a atrair mais investimento privado num maior leque de países”.