Century 21 Portugal regista aumento de 32% na facturação
Segundo a Century 21, o volume de negócios mediado aumentou cerca de 32% para os 373,3 milhões de euros, face aos cerca de 281,8 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2016
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A Century 21 Portugal, registou no primeiro semestre do ano, uma facturação de 14,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 32%, em comparação com os 11,3 milhões de euros alcançados no período homólogo do ano anterior. Segundo a Century 21, o volume de negócios mediado aumentou cerca de 32% para os 373,3 milhões de euros, face aos cerca de 281,8 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2016. Quando se compara o volume de negócios mediados neste primeiro semestre de 2017 com o último semestre de 2016, este indicador evolui 30%, “o que denota uma trajectória de crescimento consistente”, sublinha.
Entre Janeiro e Junho deste ano, a empresa realizou 4232 transações de venda, que correspondem a um crescimento de 19% face às 3561 realizadas no mesmo período do ano anterior, e a uma subida de 3% relativamente às 4111 transações de venda registadas no último semestre de 2016.
Segundo a mesma fonte, as transações de arrendamento de imóveis, nos primeiros seis meses deste ano, chegaram às 1168, revelando uma diminuição de 9% face às 1288 verificadas no período homólogo do ano passado, e o mesmo valor de descida verifica-se também na comparação com as 1280 operações de arrendamento registadas no último semestre de 2016. Este indicador confirma a tendência descendente das transações de arrendamento que se regista, consecutivamente, desde 2014.
Porém, explica, entre Janeiro e Junho de 2017, o valor médio de arrendamento, a nível nacional, fixou-se nos 680 euros, o que revela um aumento de 10% face à média de 620 euros registada no mesmo período do ano anterior. A actual oferta do mercado de arrendamento não é suficiente, nem adequada, para dar resposta aos níveis de procura dos consumidores portugueses, o que provoca um aumento sistémico do valor médio do arrendamento. A maior procura de arrendamento verifica-se no centro das principais cidades do País, e de forma mais acentuada nas que possuem polos universitários.
Mais vendidos
Os imóveis mais vendidos a nível nacional, são apartamentos de tipologias T2 e T3. O valor médio dos imóveis transacionados na rede Century 21 Portugal, no primeiro semestre do ano, desceu 11% para os 141,7 mil euros, face à média nacional de 158,4 mil euros registada no período homólogo do ano anterior e denota um aumento residual de cerca de 1% relativamente aos 140 mil euros do valor médio dos imóveis transacionados no último semestre de 2016. A maior procura regista-se por parte das famílias portuguesas de classe média e incide, principalmente, em imóveis dos segmentos médio e médio baixo, tendo em conta a real capacidade financeira deste grupo demográfico. Esta evidência fundamenta o decréscimo dos valores médios dos imóveis vendidos, na rede Century 21 Portugal.
Um dos principais factores a salientar, quando se analisa a dinâmica actual do sector imobiliário, é o enorme desfasamento entre os valores dos imóveis que estão em comercialização e os valores dos imóveis que, efectivamente, são alvo de transações de venda, em cada zona do País. De acordo com os dados da rede Century 21 Portugal, as zonas de Cascais, Coimbra, Lisboa, Porto e Ponta Delgada são as que apresentam os indicadores mais expressivos de variação entre o asking price e o selling price, o que significa que a diferença entre o valor médio dos imóveis em venda e o valor médio dos imóveis que foram transaccionados, no primeiro semestre de 2017, é de 195% em Cascais, 115% em Lisboa, 100% em Coimbra, 110% no Porto e 96% em Ponta Delgada.
A Century 21 salienta também que, é nas zonas periféricas das cidades que se está a registar uma maior dinâmica de transações imobiliárias. São zonas onde o acesso ao crédito à habitação tem uma maior influência no número de transações e são os mercados onde o valor médio dos imóveis está mais ajustado ao rendimento disponível das famílias portuguesas. Estes são aspectos fundamentais para compreender as actuais dinâmicas do sector imobiliário nacional, e que permitem concluir que o poder de compra da maioria dos portugueses não suporta os actuais níveis de preços do mercado imobiliário das zonas centrais das maiores cidades nacionais. Assim, é nos mercados das zonas periféricas que a maior parte das famílias portuguesas encontra os valores médios de imóveis compatíveis com os seus rendimentos.
Perfil actual do comprador de imóveis
No primeiro semestre de 2017, o perfil do comprador nacional de imóveis, na rede Century 21 Portugal, insere-se, maioritariamente, na faixa etária entre os 36 e os 45 anos, em segundo lugar na faixa etária dos 26 aos 35 anos e por último surgem indivíduos entre os 46 e 55 anos. O agregado familiar mais frequente é de duas pessoas, seguido por famílias de três pessoas, quatro pessoas e agregados unifamiliares, respectivamente.
Segmento internacional
As transacções internacionais na rede Century 21 Portugal registaram uma ligeira evolução, na ordem dos 4%. Entre Janeiro e Junho deste ano, foram efectuadas 986 transacções internacionais, face às 952 registadas nos primeiros seis meses de 2016. No primeiro semestre de 2017, o segmento internacional teve um impacto nas vendas da rede Century 21 Portugal de cerca de 23%, o que reflecte um ligeiro decréscimo face aos 27% verificados no primeiro semestre de 2016. Os mercados internacionais com posição mais relevante na aquisição de imóveis foram a França, Brasil, Reino Unido e Bélgica.
Na rede Century 21 Portugal, o segmento internacional apresenta uma procura por imóveis até 200 mil euros, maioritariamente, tipologias T2, nas regiões de praia e zonas rurais. No centro de Lisboa, Porto e Linha de Cascais, este valor sobe até aos 500 mil euros. Os clientes internacionais valorizam o “lifestyle” que o País oferece, a qualidade da construção, as modernas infra-estruturas, o valor competitivo do imobiliário em Portugal, comparativamente com outros países, e o programa de residentes não habituais continua a ser um factor relevante de atractividade.
Tendências do mercado imobiliário nacional
Apesar dos ciclos serem cada vez mais curtos, é expectável que a evolução positiva do mercado seja consistente no próximo semestre e durante o ano de 2018. Os indicadores relativos à concessão de crédito à habitação continuam a crescer e a permitir cada vez maior predominância dos portugueses nas transações do mercado imobiliário nacional.
As novas medidas aprovadas pelo Banco de Portugal irão, também, trazer maior transparência, rigor e competitividade aos processos de atribuição de crédito à habitação, e ao mercado imobiliário. Por um lado, a implementação da Ficha de Informação Normalizada Europeia, prevista para o início de 2018, obriga a uma maior transmissão de informação obrigatória ao consumidor, nos processos inerentes ao crédito à habitação. Por outro lado, a portabilidade das avaliações de imóveis vai estimular a competitividade do crédito à habitação, dado que passarão a ser efectuadas apenas uma vez, através de empresas certificadas pela CMVM, e aceites por qualquer banco no processo de seleção das melhores propostas de concessão de crédito. A conjugação destes dois factores vai criar maior capacidade de escolha aos consumidores e gerar maior concorrência na indústria bancária.
A evolução dos preços do imobiliário deverá ser mais moderada, como se pode verificar na análise efectuada e que revela que o valor médio dos imóveis em venda no mercado é muito superior ao valor médio das transações efectuadas. O rendimento disponível dos portugueses mantém-se em níveis bastante estáveis, o que significa que o poder de compra das famílias não irá suportar aumentos significativos na aquisição de imóveis. Por outro lado, o perfil actual do segmento de procura internacional e novos projectos imobiliários que começam a surgir irão contribuir para manter o equilíbrio, no mercado imobiliário.
Desafios a ultrapassar
O mercado imobiliário em Portugal regista um conjunto de dinâmicas que está a condicionar o acesso das famílias portuguesas às soluções de habitação em todo o país e, principalmente, no centro das principais cidades. A oferta existente está bastante desajustada da procura, sobretudo, em termos das reais capacidades financeiras da classe média portuguesa, que é o maior motor do mercado imobiliário nacional.
Para a Cebtury 21, é imperativo aumentar a oferta de habitação acessível para os portugueses. Por um lado, através da regeneração dos espaços públicos urbanos, para criar novas soluções de habitação nas zonas das cidades onde ainda é possível desenvolver projectos urbanísticos. Por outro lado, a reabilitação dos espaços públicos estimula, também, a atracção e fixação de empresas e serviços, que trazem novas dinâmicas para as zonas reabilitadas e potenciam o surgimento de soluções de habitação.
Começam a surgir projectos residenciais de obra nova, nas zonas mais periféricas das cidades, para fazer face à procura actual, porém, ainda não são suficientes. Devem ser estudados métodos inovadores de financiamento à construção, para atrair operadores de grande dimensão para dinamizar o sector da construção residencial, que desenvolvam novos projectos ajustados às reais capacidades financeiras dos portugueses, de norte a sul do País. O mercado imobiliário necessita, também, de atrair grandes investidores que constituam carteiras de imóveis para arrendamento, com dimensão que lhes permita minimizar o risco, minorar o valor das rendas e assegurar a sua rentabilidade, através da criação de economias de escala, a nível nacional.
Igualmente importante seria trabalhar com os proprietários, de terrenos e prédios devolutos ou subocupados, para potenciar novas soluções de habitação e aumentar a colocação de mais imóveis no mercado. Deveria, ainda, ser explorada a possibilidade de converter espaços não residenciais sem utilização, no centro das cidades, em soluções de habitação acessível para arrendamento.
Podem ser potenciadas soluções de coliving e coworking, para criar soluções para os jovens que querem e necessitam de estar no centro das cidades, onde pretendem trabalhar e desenvolver as suas ideias de negócio, para que se possa motivar e inspirar os jovens a criarem valor e a fazerem parte activa do futuro do País.
A evolução do sector do turismo é extremamente positiva para o desenvolvimento da economia portuguesa, quer a nível local, quer a nível nacional, e também para a dinamização do mercado imobiliário. Contudo, é fundamental definir uma estratégia integrada entre o sector do turismo e o sector imobiliário residencial, com o objectivo de promover as diferentes regiões nacionais e garantir a continuidade da descentralização da procura internacional. Este aspecto é essencial para retirar a pressão dos preços de habitação dos destinos mais populares, que se tornam os principais polos de atração de residentes sazonais, que adquirem imóveis em Portugal, bem como para potenciar o desenvolvimento de outras regiões de turismo, tendo em conta as distintas opções que Portugal tem para oferecer, de norte a sul do País.
Ricardo Sousa, Administrador da Century 21 Portugal, acrescenta: ” É importante ter consciência de que uma sólida estratégia de habitação é a base para o desenvolvimento sustentável do país. Os nossos jovens precisam de ter acesso a casas ajustadas às suas necessidades e capacidades económicas. A população envelhecida necessita de soluções de habitação adaptadas à sua condição e necessidades específicas. As empresas necessitam que os seus colaboradores tenham opções de habitação acessível. O crescimento da economia nacional e a atração de novos residentes vai, ainda, impulsionar a necessidade de soluções de habitação modernas, com maiores níveis de eficiência energética, design e arquitectura, que irão contribuir para o aumento da qualidade de vida das populações”.