Plano de Pormenor Cais do Ginjal em consulta pública
O Plano de Pormenor, da autoria do Atelier Samuel Torres de Carvalho, visa requalificar a zona do Cais do Ginjal, dando lugar a indústrias criativas, equipamentos culturais, restauração, habitação, complexos turísticos e uma área de espaço público
Ana Rita Sevilha
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Foi aberto, durante um período de 120 dias úteis, o período de discussão pública da proposta de Plano de Pormenor Cais do Ginjal. Nesse sentido, até 19 de Fevereiro de 2018, o Plano encontra-se aberto aos contributos que os cidadãos entendam.
Recorde-se que o Plano de Pormenor, da autoria do Atelier Samuel Torres de Carvalho, visa requalificar a zona do Cais do Ginjal, dando lugar a indústrias criativas, equipamentos culturais, restauração, habitação, complexos turísticos e uma área de espaço público que triplica a actual.
Segundo o Plano de Pormenor, a estratégia de intervenção assenta principalmente na manutenção da 1ª linha de fachada, de forma a preservar o carácter do Cais do Ginjal, com um conjunto mais expressivo de nova construção a localizar-se na chamada 2ª linha de fachada.
Numa cota mais alta, a antiga fábrica de óleo de bacalhau dará lugar à componente turística do Plano. Na mesma cota ficará também o Centro Cívico do Ginjal e um silo automóvel.
No que diz respeito aos diversos usos previstos para a zona, o motor serão as industrias criativas – que permitem a revitalização e reutilização do património industrial construído. Como usos associados, o Plano propõe Habitação, Hotelaria, Comércio/Serviços, Apartamentos turísticos e residenciais e Espaços Públicos.
A ideia passa por concentrar espaços associativos, exposições, mercados de artes, espaços multimédia e espaços multifuncionais, articulando-os com actividades culturais como cinema, teatro e eventos culturais.
Em números trata-se de uma área de intervenção de 80400 metros quadrados, com uma extensão linear de 970 metros. A população prevista é de 693 habitantes e o número de fogos estima-se em 330. O espaço público passará dos actuais 6800 metros quadrados para 21500 metros quadrados e o estacionamento compreenderá uma área de 24387 metros quadrados, dos quais 11300 serão em silo.
Na apresentação à imprensa, Joaquim Judas, presidente da Câmara Municipal de Almada, lembrou “a importância deste Plano de Pormenor e de outros como de Almada Nascente – Cidade da Água ou da Quinta do Almaraz, na concretização do conceito da cidade das duas margens”.
Joaquim Judas salientou também que o projecto “apresenta importantes mais-valias (aumento do espaço público, a aproximação ao rio Tejo com segurança, a manutenção da memória histórica daquele território, a consolidação da arriba), através de soluções que protegem e requalificam esta área, ao mesmo tempo que valoriza o território e o bem-estar de quem cá vive e trabalha, através da criação de mais postos de trabalho, conseguindo-se também uma maior atractividade para o concelho e para a região”.
O presidente da CMA lembrou ainda que “os grandes projectos são polémicos” e que “é muito difícil alcançar a unanimidade”. Contudo, “a discussão pública é muito importante para mobilizar opiniões”, sublinhou, lembrando que “vivemos uma janela de oportunidade relativamente à atractividade de Lisboa e da freguesia de Cacilhas que temos de aproveitar”.