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    “Arquitectura Democrática é as pessoas sentirem que contam”

    Trabalhar com pessoas que nunca trabalharam com arquitectos ou que não têm dinheiro para contratar os serviços de um é, grosso modo, no que consiste a Cooperativa Trabalhar com os 99%. Assente numa metodologia de trabalho em que as pessoas contam, os projectos inevitavelmente vão para além da arquitectura, e há toda uma equipa muito… Continue reading “Arquitectura Democrática é as pessoas sentirem que contam”

    Ana Rita Sevilha
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    “Arquitectura Democrática é as pessoas sentirem que contam”

    Trabalhar com pessoas que nunca trabalharam com arquitectos ou que não têm dinheiro para contratar os serviços de um é, grosso modo, no que consiste a Cooperativa Trabalhar com os 99%. Assente numa metodologia de trabalho em que as pessoas contam, os projectos inevitavelmente vão para além da arquitectura, e há toda uma equipa muito… Continue reading “Arquitectura Democrática é as pessoas sentirem que contam”

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    Trabalhar com pessoas que nunca trabalharam com arquitectos ou que não têm dinheiro para contratar os serviços de um é, grosso modo, no que consiste a Cooperativa Trabalhar com os 99%. Assente numa metodologia de trabalho em que as pessoas contam, os projectos inevitavelmente vão para além da arquitectura, e há toda uma equipa muito empenhada nisso.

     Estiveram recentemente nas Conferências do Trindade a falar sobre a Cooperativa Trabalhar com os 99%. No que consiste e que trabalho estão a desenvolver nesse âmbito?
    Tiago Mota Saraiva: Nós fomos mostrar trabalho – nomeadamente feito entre 2010 e 2011 – desenvolvido, fundamentalmente, com pessoas que nunca trabalharam com arquitectos ou que não têm dinheiro para contratar os serviços de um arquitecto. Portanto, foi um pouco explicar os vários trabalhos que temos em curso nesse âmbito, que teve uma formalização mais recente, porque transferimos alguns desses projectos para a Cooperativa. No fundo, os trabalhos de ordem social e de “design thinking”, ou seja, de pensamento global e estratégico, todos eles estão mais relacionados com o projecto da Cooperativa e todos os outros com o ateliermob.

    Estamos a falar de que tipo de trabalhos?
    A diversidade é enorme.  Estamos a prestar assessoria ao fundo que é gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian de apoio às vítimas do incêndio de Pedrogão. Esse trabalho, por exemplo, passa por instruir processos – uma coisa muito técnica -,  que compreende levantamentos, vistorias, reconstruções com ou sem repetições do que existia. É um trabalho muito importante e que nos vais levar a montar um gabinete técnico local por seis meses para já. Isto é muito importante, porque tudo o que se passou foi de uma violência tal que o processo vai muito além da arquitectura. O nosso gabinete por exemplo, vai ter uma antropóloga a trabalhar no terreno. Na Cooperativa já raramente temos projectos só de arquitectos. Neste caso, as questões de construção não são as prioritárias, não existe uma situação de carência habitacional, não existe uma necessidade urgente de resposta a dar tecto, existe sim, uma carência de trabalho – porque houve uma actividade produtiva que foi destruída. Estamos a falar de zonas que desertificaram, temos de segurar as pessoas que mantiveram os trabalhos, porque ter casas e não ter pessoas não serve para nada.  No Alentejo também vamos ter várias obras ao mesmo tempo, por isso é possível que também seja montado outro gabinete local.
    Depois, em Tomar, estamos com um projecto que consiste na transformação de cinco escolas primárias desactivadas, em habitação social, muito provavelmente para uma comunidade cigana. Este projecto implica pensar, numa escola, o que é espaço público e o que não é. É um projecto muito interessante e que entregámos por estes dias o projecto base.
    Estamos muito empenhados em ver se o projecto de realojamento das Terras da Costa vai de facto para a frente. Há sinais que pode acontecer na próxima legislatura e tem mesmo de acontecer.
    Temos alguns processos interessantes também, por exemplo, no Barreiro, um projecto de reabilitação de espaço público mas que inclui 90 unidades de habitação social feitas no período do Estado Novo e sem hipótese de adaptabilidade às questões de mobilidade, o que é um problema para o município. A Câmara tomou a iniciativa de começar a fazer um processo – que nos parece muito interessante -, que é no fundo pegar nessas habitações sociais e transformá-las no Centro do Alto Seixalinho, e as pessoas que vivem nesses vários fogos serem realojadas em fogos ali à volta, comprados pelo município. É um projecto com uma vertente social muito importante.
    Estamos também, através da Cooperativa, empenhadíssimos em participar na Lei Quadro da Habitação. Já fomos recebidos na Assembleia da República, já temos participado em algumas discussões, seja com alguns partidos seja ao nível da comissão que está a preparar a Lei Quadro. Nós próprios temos ideia de começar a desenhar algumas propostas nesse âmbito, porque é uma lei com que vamos viver e lidar na nossa vida profissional ao longo dos próximos 30 anos, portanto é muito importante participar na sua discussão. Estamos a tentar tudo para conseguir participar no processo.
    Aqui em Lisboa, continuamos a prestar assessoria técnica aos bairros da PRODAC, numa lógica de tentar dar o salto para financiamentos europeus e numa perspectiva de haver uma melhoria da sustentabilidade, da estratégia ambiental e da autosuficiência dos bairros. Temos um projecto apresentado ao município – o Palácio Marquês de Abrantes – que derivou de dois anos de trabalho na Rua de Marvila e em que, juntamente com a população, chegámos a uma lógica de o tornar num Centro de Acolhimento, para a população e refugiados.

    E como é que está esse projecto?
    A nossa zona é uma zona “in between”, está entre dois desenvolvimentos. Existe a zona baixa, ribeirinha, que já está com um boom imobiliário e vazia de pessoas, em cima está a habitação social e nós estamos no triângulo onde as duas linhas férreas se juntam. É uma zona expectante. Temos situações de casas sem casa-de-banho, por exemplo, mas as pessoas do bairro não querem que o senhorio faça obras porque têm medo que após as mesmas os coloquem em outro sítio e nunca mais voltem. Outra coisa que nos dizem sempre é que querem cultura no bairro, cinema, danças…o bairro embora seja de génese operária, teve sempre a cultura como uma coisa muito importante.  O projecto do Palácio, juntamente com a cidade de Lisboa,  foi seleccionada pela UCLG – United Cities and Local Governments”, como um dos projectos preferência a ser acompanhado, tendo sido considerado como um processo de referência nas questões de imigração. Nós temos um projecto muito mais sonhador: o que temos proposto à Câmara é a gestão do edifício  e uma bolsa que nos consiga financiar a execução dos projectos. Em contrapartida nós candidataríamos o projecto do Palácio a um fundo das Nações Unidas para projectos específicos  com comunidades migrantes e reabilitação de edifícios para esse fim.
    Paralelamente, temo-nos cruzado internacionalmente com muita gente grega, do Governo do país e da cidade de Atenas, que abriram já várias vezes as portas ao Trabalhar com os 99%, por acharem que é uma dinâmica muito interessante para aplicar lá. Portanto, eu acho que poderá ser uma realidade sendo que, o primeiro eixo seria perceber de que forma duas estruturas da sociedade civil, duas cooperativas, se podiam articular e fazer uma ponte de forma a tornar menos burocrático o sistema de toda a inserção dos refugiados.
    É um projecto muito sonhador, mas todos os contactos que temos tido, cá e lá, dos Governos de país e de cidade, o que nos têm dito é: “não existe mas pode acontecer”.

    Vocês – ateliermob – falam muito em Arquitectura Democrática. Qual seria a definição deste “conceito”?
    Arquitectura Democrática é as pessoas sentirem que contam. As pessoas habituaram-se demasiado a não contar…desabituaram-se de reinvindicar e de ter uma palavra. As estratégias que temos vindo a tomar é sempre tendo em conta esse fim, de que as pessoas contam.

    No dia 14 de Outubro, Marvila recebe outra edição do Poster e vocês vão lá estar. Qual o tema da vossa participação?
    O nosso é muito sobre o tema da gentrificação.  A nossa primeira iniciativa de ir para Marvila era para tentar fazer um plano anti-gentrificação. Nós começámos a trabalhar em 2013, 2014 na chamada Marvila Velha, que era a zona das unidades operárias maiores, só que passado um ano e meio de trabalho, chegámos à conclusão que a gentrificação era uma coisa muito profunda nas pessoas, as pessoas estavam gentrificadas por si, já não acreditavam em nada, assumiam que era uma inevitabilidade. Daí nos termos agarrado ao Palácio Marquês de Abrantes como um eixo de intervenção, foi uma transformação. Colocar refugiados ali, é um processo de colocar gente nova, só que gentrificação também tem outra coisa, o termo de origem significa uma recomposição social e nós o que estamos a dizer é que Marvila sempre foi um local de chegada, os bairros de barracas eram lugares de migração de pessoas do interior de Portugal para a cidade, então que mantenha essa presença como local de migração, um território de acolhimento. Mas temos a noção que o temos de ocupar rapidamente, caso contrário o Palácio vai dar um excelente Hotel com um sistema de vistas fantástico. Sê-lo-á se não ganharmos esta batalha.

    Como é que olha para a pressão imobiliária na cidade de Lisboa e para o seu rápido desenvolvimento?
    Acho que há um discurso muito perigoso anti-turista, que não é o mal, é a consequência. É um discurso que me incomoda muito e que é perigoso. Uma coisa é certa, uma economia baseada em turismo é muito mais instável do que baseada em petróleo, porque com o petróleo consegues medir as reservas que tens, sabes quando é que vai acabar, ainda que sejas afectado por oscilações, sabes quando começa e quando acaba. O turismo não. Basta falar-se num atentado, este nem precisa de acontecer, mas passar na imprensa qualquer coisa, vai-se embora a Madonna. Nas Faculdades de Arquitectura, quando começam a falar se a profissão tem futuro ou não, digo sempre: uma tese com imenso futuro é sobre reconversão de unidades hoteleiras em habitação. Ou seja, a reversão deste processo. Estamos claramente a pensar o urbanismo como no século XX e isso já não tem muito a ver. As cidades de ponta já estão a pensar o urbanismo numa perspectiva muito diferente, mais sustentado, participado. O capitalismo é muito pouco criativo, repete, repete, repete…

    Quais são as graves consequências a médio-longo prazo?
    A mais grave é aparecer um movimento de extrema direita consistente. O ódio ao turista, ao cigano, ao outro…O que está a acontecer já é muito mau, é a recomposição social e as pessoas estarem sozinhas nesta luta e o Estado não conseguir fazer nada, porque faz leis que o prejudica. Nos últimos anos alterou-se completamente a balança entre proprietários e arrendatários, porque os primeiros podem fazer mais ou menos o que querem. O Estado está cá para tentar almejar um certo equilíbrio e justiça, mas isso foi-se perdendo. Olhando para o lado, para exemplos como Veneza, Barcelona, em estados mais avançados do processo, conseguimos ver muito bem o que nos vai acontecer, embora Barcelona esteja agora na frente da resposta e das políticas públicas, porque chegou mais cedo ao limite. Em Lisboa ainda estamos muito atrás neste processo de resposta.

    O que esperas das autárquicas?
    Aqui em Lisboa, espero que possa sair uma reflexão sobre um urbanismo mais contemporâneo do Século XXI, que implica participação, sem ser participação como fogo de vista. Regressando à Arquitectura Democrática, se democracia é só colocar um voto de 4 em 4 anos, é porque já não o é. Não pode ser só isso.Mas também há bons exemplos, o Jardim do Caracol é um deles. Imensa gente que se juntou para defender um baldio, para dizer que tinham o sonho de ver ali um jardim e lutar por isso. Foi um exemplo muito interessante e que eu acho que tenderá a acontecer mais pela cidade…

    Nas zonas alvo de grandes investidores?
    Aí temos de exigir mais. Constitucionalmente, nós temos o direito à habitação previsto, temos também o direito à propriedade. Mas, colocamos sempre, hoje, em todas as leis, o direito à propriedade que prevalece sobre o direito à habitação. Eu acho que devíamos pensar em termos políticos e éticos, se um proprietário tem de facto direito de despejar uma pessoa. Tu dir-me-ás: mas à rendas baixas, houve um congelamento, o proprietário está a financiar um problema social. Tudo verdade. Mas eu também posso dizer: então porque não pensamos numa renda justa?

    E o que é uma renda justa? Como se calcula?
    Podemos mensurar. Podemos imputá-la ao rendimento das pessoas, imputá-la a zonas e contextos específicos. Podemos encontrar um valor, e aí estamos a regular.

     

    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    NBS traz a Portugal o arquitecto paisagista Kongjian Yu

    O arquitecto paisagista Kongjian Yu é presença confirmado do NBS Summit Urban Edition, o evento organizado Associação Nacional de Coberturas Verdes (ANCV) e que irá decorrer entre 23 e 24 de Maio

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    Doutorado pela Harvard GSD (1995), decano da College of Architecture and Landscape Architecture Peking University e fundador da Turenscape, um dos mais proeminentes estúdios de arquitectura paisagista da China com mais de 500 colaboradores, Yu tornou-se numa das mais importantes e visionárias figuras da transformação urbana das cidades contemporâneas. A par da sua vasta prática projectual que procura integrar soluções conjuntas entre elementos tradicionais e contemporâneos chineses, Yu é igualmente reconhecido por ter desenvolvido o conceito de design ecológico Sponge City.

    Yu é reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho inovador na criação de espaços urbanos que harmonizam de forma única a natureza e a função humana nomeadamente pelo conceito Sponge Cities que visa enfrentar os desafios de inundações urbanas e escassez de água por meio de infraestruturas naturais e sustentáveis.

    As suas investigações sobre Ecological Security Patterns (1995) e Ecological Infrastructure, Negative Planning and Sponge Cities (2003) foram adotadas pelo Governo Chinês (2013) como directrizes para as campanhas de protecção e restauração ecológica. Tendo ajudado na transição das políticas ecológicas chinesas a nível nacional e tendo sido implementadas em mais de 200 cidades. Esta passagem de um urbanismo centrado no desenvolvimento económico para um urbanismo ecologicamente prudente deveu-se às mais de 600 palestras que Yu dirigiu a ministros, presidentes de câmara, e técnicos, assim como às numerosas cartas dirigidas aos principais dirigentes chineses.

    O conceito de Sponge Cities centra-se na problemática das inundações urbanas aceleradas pelas alterações climáticas, introduzindo zonas infra-estruturais em grande escala, como zonas húmidas construídas, vias verdes, parques, coberturas ajardinadas, entre outras, que actuem como dispositivos “esponja”, retendo a água em vez de drená-la. Através desta metodologia de Yu, é expectável que até 2030, 80% das cidades onde a estratégia foi implementada, sejam capazes de absorver 70% da sua precipitação.

    Ao longo de sua carreira, Kongjian Yu tem sido um defensor incansável das soluções baseadas na natureza, acreditando firmemente no poder transformador que têm para criar cidades mais sustentáveis, resilientes e habitáveis.

    Com o apoio do Município do Porto através da Águas e Energia do Porto, o evento decorre de 23 e 24 de Maio na Super Bock Arena, reunindo líderes, especialistas, investigadores e profissionais comprometidos com o avanço das Soluções Baseadas na Natureza (NBS) e do desenvolvimento urbano sustentável.

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    “Arquitecturas provocadas pela transição” dão o mote à 13ª edição da Open House

    Na sua 13.ª edição, a Open House Lisboa pretende ajudar a compreender a complexidade das mudanças em curso na cidade, explorando as continuidades e as rupturas que misturam formas, materiais, métodos, funções e vivências

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    Olhando para a transição como o processo que enquadra a mudança, qual o impacto que provoca na arquitectura, quando esta se expressa através de renovações, que abarcam diversas funções e valorizam a versatilidade e o hibridismo espacial? Esta é a questão que o Open House Lisboa levanta na sua 13.ª edição e que pretende ajudar a compreender a complexidade das mudanças em curso na cidade, explorando as continuidades e as rupturas que misturam formas, materiais, métodos, funções e vivências.

    Com data marcada para o fim-de-semana de 11 e 12 de Maio, a iniciativa, que inclui um programa de visitas e passeios, desvenda os primeiros espaços já confirmadas para a edição deste ano. São eles o campus do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil que ocupa uma área de 22 hectares, classificado Monumento de Interesse Público, a Capela de Santo Amaro. Desenhada pelo autor do claustro do Convento de Cristo em Tomar, é uma obra renascentista classificada Monumento Nacional, o palacete do século XVIII Santa Clara 1728 reconvertido em hotel pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, o Palácio Sinel de Cordes, um espaço que já foi casa, embaixada e escola, passando agora a sediar um pólo cultural dedicado à arquitectura, uma livraria e uma cafetaria vegana com um projecto de reabilitação do atelier FSSMGN Arquitectos, o Centro Ismaili. Situado nas Laranjeiras, é um templo religioso de arquitectura imponente e jardins sumptuosos, da autoria de Frederico Valsassina Arquitectos e Raj Rewal Associates, o Teatro Thalia transformado num espaço multiuso, é reconhecível pelo seu corpo massivo de betão pigmentado de terracota da autoria de Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitectos e o antigo Hotel Vitória, actual sede do Partido Comunista Português, é um edifício da autoria do arquitecto Cassiano Branco que conjuga a solidez sóbria do Modernismo com o Art Deco. A lista, conhecida até agora, conta para já com duas novidades: a Galeria Avenida da Índia — Galerias Municipais, um amplo espaço de carácter industrial que foi recuperado em 2015 pela EGEAC para acolher uma programação de artes visuais e, o “ambicioso” Plano de Drenagem de Lisboa, que inclui uma visita à escavação do primeiro túnel que liga Monsanto-Santa Apolónia, preparando a cidade para os desafios futuros e das alterações climáticas

    Habitações criadas de raiz para outro fim; edifícios obsoletos com múltiplos destinos possíveis; novos conjuntos habitacionais construídos em vazios urbanos centrais; edifícios e equipamentos públicos reabilitados para novas actividades; ou ainda conventos, mosteiros e palácios que, ao longo da sua existência, tiveram inúmeras utilizações, mostrando a sua plasticidade funcional e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas, do tempo são alguns dos géneros de espaços a visitar.

    Entretanto, encontra aberta a ‘chamada’ ao voluntariado, que está aberta até 20 de Abril e que integra um programa de intercâmbio europeu que dá oportunidade a quem participa nesta 13.ª edição de viajar até Bilbao (5 e 6/10), Barcelona (26-27/10), Tessalónica (por anunciar) e conhecer outras formas de fazer cidade.

    A rede de cidades do Open House Worldwide continua a crescer, passando em 2024 a incluir mais cinco cidades: Miami, Berna, Murcia, Hong Kong e Zaragoza.

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    Francisco Lobo e Romea Muryń

    Arquitectura

    Locument escolhido para curadoria da 11ª edição do Arquiteturas Film Festival

    Francisco Lobo e Romea Muryń são os rostos do estúdio de pesquisa, sediado no Porto, que combina cinema, arquitectura e investigação urbana. O AFF acontece entre os dia 27 a 30 de Junho

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    O estúdio de pesquisa, sediado no Porto, que combina cinema, arquitectura e investigação urbana, Locument são os curadores convidados para a 11ª edição do Arquiteturas Film Festival (AFF). Com o tema “Aprender a Desaprender” e através de um programa de filmes, debates, instalações e passeios, o AFF irá reflectir sobre questões prementes como a justiça social, a crise ecológica e a descolonização, que acontece de 27 a 30 de Junho, no Porto. 

    Partindo de cenários contemporâneos, o colectivo viaja para locais únicos para desenvolver os temas da sua pesquisa. “Mergulhando nas histórias que reflectem problemas com ressonância global, o seu trabalho centra-se na recriação de enredos complexos escondidos sob a superfície do espectro visível”, destaca a organização do AFF.

    Fundado em 2015 por Francisco Lobo e Romea Muryń, os trabalhos dos Locument foram exibidos internacionalmente em exposições e festivais de cinema como a 15ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia, em Itália; a 25ª Bienal de Design Ljubljana, na Eslovénia; Arquitecturas Film Festival, em Portugal; Archstoyanie Festival Festival no Nikola-Lenivets Art Park, na Rússia; In-Between Conditions Media Art Festival Tbilisi, na Geórgia; Commiserate Chicago Media Art Festival, nos EUA e no Architecture Film Festival, em Roterdão, entre outras colaborações.

    A par da curadoria, são também já conhecidos os realizadores convidados para a edição de 2024 do AFF. Focando o seu interesse sobretudo no modo como o ambiente construído molda e influencia a vida quotidiana, Ila Bêka e Louise Lemoine têm desenvolvido uma abordagem única e pessoal, que pode ser definida, seguindo o autor francês Georges Perec, como uma “antropologia do ordinário”. Apresentados pelo The New York Times como “figuras de culto do meio arquitectónico europeu”, o trabalho de Bêka & Lemoine tem sido amplamente aclamado como “uma nova forma de crítica” que “mudou drasticamente o modo como vemos a arquitectura”.

    O Arquiteturas Film Festival é organizado pelo Instituto e dirigido pelo arquitecto Paulo Moreira. Fundado em 2018, o Instituto é uma plataforma sediada no Porto para discutir e divulgar a arquitectura e as suas intersecções com as artes visuais e espaciais, o pensamento crítico e as colaborações interdisciplinares.

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    Crédito: Tom Welsh // Pritzker

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    Riken Yamamoto, o arquitecto que define ‘comunidades’, vence o Pritzker de 2024

    “Pela forte e consistente qualidade dos seus edifícios, ele visa dignificar, melhorar e enriquecer as vidas dos indivíduos – desde crianças até idosos – e as suas conexões sociais”, afirmou ainda o júri. “Para ele, um edifício tem uma função pública mesmo quando é privado.”, acrescenta a nota do júri que reconhece, pela nona vez, a arquitectura japonesa

    Ricardo Batista

    Está encontrado o nome do vencedor do Prémio Pritzker de 2024. A distinção deste ano de um dos mais prestigiados galardões da área da arquitectura vai ser entregue ao japonês Riken Yamamoto, arquitecto “que promove o sentido de comunidade” e que, segundo o júri, consegue produzir arquitectura tanto como pano de fundo quanto como primeiro plano para a vida quotidiana, confundindo as fronteiras entre as suas dimensões públicas e privadas, e multiplicando oportunidades para as pessoas se encontrarem espontaneamente por entre estratégias de design precisas e racionais”.

    Yamamoto torna-se assim o nono arquitecto japonês a vencer esta distinção, o que coloca o Japão como a nação com maior número de galardoados, superando assim os Estados Unidos. Para Alejandro Aravena, presidente do júri e vencedor do troféu em 2016, “uma das coisas de que mais precisamos no futuro das cidades é criar condições através da arquitectura que multipliquem as oportunidades para as pessoas se reunirem e interagirem. Ao esbatermos cuidadosamente a fronteira entre público e privado, Yamamoto contribui de forma positiva para além do objetivo, permitindo a formação de comunidade”, pode ler-se na nota justificativa da escolha de Yamamoto. “Pela forte e consistente qualidade dos seus edifícios, ele visa dignificar, melhorar e enriquecer as vidas dos indivíduos – desde crianças até idosos – e as suas conexões sociais”, afirmou ainda o júri. “Para ele, um edifício tem uma função pública mesmo quando é privado.”, acrescenta a mesma nota.

    Em declarações à Fundação Pritzker a partir de Yokohama, onde está sediado, Yamamoto afirmou que se sentia orgulhoso e “surpreendido” por ganhar o prémio, visto como o Nobel da arquitetura, nesta fase da sua carreira. “Em breve farei 79 anos”, disse. “Este prémio é um momento importante para mim. No futuro próximo, penso que muitas pessoas me ouvirão muito atentamente. Talvez eu possa expressar a minha opinião mais facilmente do que antes.” O arquiteto explicou que a sua arte não é apenas desenhar edifícios, mas desenhar no contexto dos seus arredores e, esperançosamente, impactar também esses arredores.

    Um dos exemplos mais paradigmáticos da linguagem arquitectónica de Yamamoto é o quartel da corporação de Bombeiros de Hiroshima Nishi, projetado em 2000, com uma fachada, paredes interiores e pisos feitos de vidro. O edifício convida o público a experienciar as actividades diárias dos bombeiros, algo que raramente se vê. O resultado encoraja os transeuntes “a observar e interagir com aqueles que protegem a comunidade, resultando num compromisso recíproco entre os funcionários públicos e os cidadãos que servem”, afirmaram os organizadores. Normalmente, explicou Yamamoto, uma estação de bombeiros seria construída em betão. Ele tinha uma perspectiva diferente, que apresentou num concurso com outros arquitetos.

    “Propus uma ideia muito radical,” disse Yamamoto. “A ideia era que a estação de bombeiros deveria ser o centro da comunidade. Não apenas o seu trabalho de combate a incêndios, mas a sua vida diária deveria ser o centro, porque eles vivem no local e durante 24 horas têm atividades.” Ele descreveu os bombeiros a treinar com cordas e escadas num átrio central visível do exterior.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Arquitecto chileno Iván Bravo em conferência no Porto

    Sob o título ‘Obra/Obra’, Iván Bravo, marca presença em mais um ciclo de conferências ‘Matéria: conferências brancas [Matter: the white conferences]’, que terá lugar esta quinta-feira, dia 7 de Março, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da FAUP

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    O arquitecto chileno Iván Bravo vai marcar presença em mais um ciclo de conferências ‘Matéria: conferências brancas [Matter: the white conferences]’. A sessão está agendada para esta quinta-feira, dia 7 de Março, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).

    Sob o título ‘Obra/Obra’, Iván Bravo reflectirá sobre a identidade da prática do seu atelier, com o mesmo nome, enquanto apresenta um conjunto de obras recentes, associadas ao tema do habitar, de diferentes escalas, do processo de projecto ao resultado construído.

    “Seja pictórico, musical, literário ou arquitectónico, o conceito de obra significa a realização de um processo criativo realizado por um artista. Pelo contrário, os projectos realizados por um arquitecto raramente são chamados de “obra”, mas sim pelo programa a que respondem: casa, cabana, edifício. Poderíamos dizer que, ao contrário de outras disciplinas criativas que se consagram quando realizadas como obras de arte, a arquitectura é uma obra, no seu sentido artístico, que é, simultaneamente, entendida como um artefacto em construção, um mecanismo vivo feito de matérias-primas e governado apenas por restrições estruturais e técnicas de construção”, afirma o arquitecto.

    Iván Bravo é arquitecto e mestre em fotografia e dedica-se à prática da arquitectura desde 2002, sobretudo com projectos de pequena e média escala, em cujo desenvolvimento se combinam materiais e práticas de diferentes disciplinas artísticas.

    Iván Bravo complementa a prática em atelier com a prática académica, em diferentes universidades do Chile. O seu trabalho foi apresentado, em conferência, em diferentes países da América do Sul, e em exposição, nomeadamente, nas Bienais de Arquitectura e Design do Chile e de Buenos Aires. Foi publicado nas revistas Domus, Arquitetura Viva e Summa+, entre outras.

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    CCB debate habitação e construção ‘comum’

    Para aprofundar os argumentos em torno da propriedade e dos cuidados não especulativos no âmbito da exposição Habitar Lisboa, o CCB convidou o filósofo francês Pierre Dardot, que conta com a participação dos arquitectos Joanne Pouzenc e Alex Römer, do Construlab

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    Perante a grave crise de habitação e as sérias consequências da privatização da terra, como subverter o sistema convencional de propriedade para implementar uma propriedade coletiva de bens comuns? Como podem os arquitectos contribuir para qualificar a compreensão da produção e do cuidado do habitat colectivo? Pode o design reforçar a pertença à comunidade e aumentar o sentido de lugar?

    Para aprofundar os argumentos em torno da propriedade e dos cuidados não especulativos no âmbito da exposição Habitar Lisboa, o CCB convidou o filósofo francês Pierre Dardot para desenvolver a actividade prática do Comum e articular a forma como o Comum se tornou o princípio definidor e uma ferramenta conceptual crítica para os movimentos políticos alternativos no século XXI.

    A mesa-redonda, que acontece dia 17 de Março, no Centro de Arquitectura / Garagem Sul, junta, ainda, a Dardot, os arquitectos Joanne Pouzenc e Alex Römer, do Construlab, que defendem que a união pode ser fomentada através do design e que o nosso objectivo deve ser o de construir terrenos não apenas comuns mas também de convívio. A conversa é moderada pela crítica e curadora Julia Albani.

    Esta conversa é a primeira de uma série de eventos em torno do Comum, iniciada e organizada pelo Institut Français du Portugal e pelo Goethe-Institut Portugal, em parceria com o Centro de Arquitectura / Garagem Sul, desenvolvida no âmbito do programa paralelo da exposição Habitar Lisboa (comissariada por Marta Sequeira), por ocasião do próximo festival “Uma Revolução Assim — Luta e Ficção: A questão da habitação”, uma iniciativa do Goethe-Institut Portugal, em parceria com a Culturgest – Fundação Caixa Geral de Depósitos, com curadoria de Julia Albani.

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    Guia dá a conhecer a arquitectura bioclimática e eficiência energética nos Açores

    Na primeira parte do Guia é abordado a arquitectura e o clima em mudança, com passagem pela arquitectura bioclimática e a eficiência energética, Já na segunda parte, são reunidos contributos que oferecem uma visão sobre o ambiente construído e os edifícios, face às exigências de um clima instável e de recursos naturais limitados

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    A Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos (SRAZO), apresentou o ‘Guia de Formação em Arquitectura Bioclimática e Eficiência Energética nos Açores’. Um documento que contou com a colaboração de profissionais das áreas da ecologia do ambiente construído, da arquitectura bioclimática e das eficiências energética e que, segundo o arquitecto Nuno Costa, resultou do “convite” do departamento da Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas do Governo dos Açores.

    Este Guia, desenvolvido no âmbito do projecto “Planclimac”, que procura promover a Macaronésia como um laboratório de estudos sobre as alterações climáticas, destina-se, sobretudo, a profissionais de arquitectura e engenharia, sendo o seu principal objetivo “permitir o desenvolvimento das suas competências na execução de projectos que melhorem o comportamento térmico, a eficiência energética e a circularidade ao longo de toda a vida dos edifícios, permitindo a redução de emissões poluentes, especialmente de CO2”.

    Atentos à crescente importância que temáticas como o ambiente e as alterações climáticas têm vindo a ter junto da sociedade, mostrando-se a arquitectura como um importante contributo para a melhoria da qualidade e sustentabilidade do ambiente construído, este documento tem como objectivo divulgar uma “visão informada e crítica” sobre o edificado, a infraestrutura e a prática da arquitectura, num momento de reencontro com os princípios da arquitectura bioclimática, condicionado por um quadro regulamentar da construção denso e evolutivo no domínio do desempenho energético dos edifícios.

    São, assim, abordados no Guia os desafios energéticos e climáticos glocais no ambiente construído; os princípios de arquitectura bioclimática; a térmica de edifícios; e, os requisitos de contenção e eficiência energética. Na primeira parte do documento é feita uma introdução à arquitectura e ao clima em mudança, seguida de breves textos sobre arquitectura bioclimática e sobre eficiência energética, em edifícios e nos Açores. Na segunda parte, são reunidos contributos que oferecem uma visão sobre o ambiente construído, e os edifícios, face às exigências de um clima instável e de recursos naturais limitados.

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    Broadway Maylan assina renovação do Hotel Mundial

    O projecto de requalificação, que visa recuperar o glamour dos anos 60, terá uma duração prevista de três anos. Além da renovação dos quartos, o ponto central do projecto será a abertura da entrada original, criando uma conexão ao bar do hotel. No primeiro andar, irá ser remodelado o terraço exterior, criando ligação directa com o restaurante

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    Marcado pelo movimento modernista de meados do século XX, o Hotel Mundial, em Lisboa, vai ser objecto de uma profunda remodelação para responder “à crescente procura de alojamento turístico de alta qualidade na cidade”.

    Gerido pela PHC Hotels – Portuguese Hospitality Collection, o “icónico” hotel foi projectado por Porfírio Pardal Monteiro, que com a sua “vincada e distinta” personalidade, marcou a trajectória estética citadina. Desde a sua inauguração, em 1958, o hotel foi alvo de quatro extensões diferenciadas. Para 2024 está previsto o início do projecto de requalificação, numa visão totalmente integrada e que visa recuperar o glamour dos anos 60 e cuja “missão” foi atribuída à Broadway Malyan.

    “O Hotel Mundial ocupa um lugar importante na transformação de Lisboa numa cidade moderna e global e estamos muito satisfeitos por trabalhar com a Broadway Malyan, para garantir que o hotel continue a fascinar e a encantar os seus hóspedes e clientes durante muitos anos. Estamos a trabalhar no presente e a preparar o future”, afirma Miguel Andrade, director geral de Operações da PHC Hotels.

    Como parte do projecto, a Broadway Malyan irá remodelar as áreas comuns do hotel, incluindo a recepção, lobby e bar, que vai passar a ter esplanada e que apresenta um novo conceito de restauração. No piso 1, toda a área de restauração vai ganhar uma nova disposição, tirando maior partido da luz natural e da vista para a futura Praça do Martim Moniz. Ainda neste piso nasce uma área de reuniões e eventos que de seis passam oito salas, todas com luz natural.

    “O Hotel Mundial era diferente de tudo o que existia na cidade quando foi inaugurado há 65 anos, criando um marco contemporâneo impressionante num dos bairros mais históricos de Lisboa. Nos últimos anos, a cidade registou uma explosão de investimento, com a Baixa Pombalina a emergir como um dos bairros mais vibrantes da cidade, e estamos muito entusiasmados por ter a oportunidade de ajudar a transformar o Hotel Mundial e recuperar a sua posição como um dos principais destinos hoteleiros da cidade”, destaca Margarida Caldeira, directora global hospitality da Broadway Malyan e responsável pelo escritório de Lisboa.

    As obras de requalificação, com uma duração prevista de três anos, terão início nos pisos 0 e 1 e nos seguintes anos com a renovação dos seus quartos, que passam a ser 317, com 10% de suites nos pisos 8 e 9 e 10% comunicantes.

    O ponto central do projecto será a abertura da entrada original, criando uma conexão ao bar do hotel, que ajudará a potenciar uma nova ligação entre a unidade e a sua localização urbana privilegiada e que vai permitir criar uma relação de maior proximidade entre as áreas do lobby/recepção e bar.

    No primeiro andar, o Hotel Mundial irá remodelar o terraço exterior, criando ligação directa com o restaurante, bem como um centro de negócios com uma nova recepção para um conjunto de salas de reuniões. Está, ainda, previsto a criação de um jardim no pátio já existente.

    Além do Hotel Mundial, o portfólio da PHC Hotels inclui o Portugal Boutique Hotel e a My Suite Lisbon Guest House – Príncipe Real, e, recentemente, o Convent Square Hotel Vignette Collection. Todas localizadas no coração de Lisboa, cada unidade hoteleira tem a sua própria identidade e conceito diferenciador.

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    Recém inaugurada Ala Álvaro Siza recebe primeiras exposições

    As exposições C.A.S.A Colecção Álvaro Siza – Arquivo e Anagramas Improváveis abrem ao público este Sábado, dia 24 de Fevereiro

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    A Fundação de Serralves inaugura esta semana um conjunto de exposições que inauguram a Ala Álvaro Siza. Assim, a partir deste Sábado, dia 24 de Fevereiro, ficam patentes a Colecção Álvaro Siza – Arquivo e Anagramas Improváveis.

    A exposição C.A.S.A – Colecção Álvaro Siza – Arquivo, centra-se, assim, no Arquivo Álvaro Siza da Fundação de Serralves, particularmente nas experiências seminais das primeiras casas, bem como nos projectos de habitação social do pós-revolução que arrebataram a Europa, e na criação de uma espécie de Casa para a Cidade, na inacabada Avenida da Ponte, ou de uma Casa para a Nação, no então vazio Pavilhão de Portugal. Mais tarde, Siza proporia Casas para a própria Arquitectura, uma não construída na sua terra natal, Matosinhos, outra recentemente concluída no Parque de Serralves.

    A mostra incluirá um amplo espectro de projectos para lá dos muros de Serralves, outras Casas de Cultura, Casas de Conhecimento, Casas de Fé, Casas de Lazer, Casas de Comércio, Casas de Família, Casas do Povo, Casas de Trabalho. O escritório de Siza é, por vezes, mais a sua casa do que o apartamento onde habita e por isso os noves segmentos da exposição, um para cada década da sua vida, serão complementados pela arte que o arquitecto produz à parte, por puro prazer, e que generosamente doou à Colecção de Serralves.

    Já ‘Anagramas Improváveis’ é a primeira exposição apresentada na recém-inaugurada extensão do Museu, a Ala Álvaro Siza, dedicada a acolher no futuro todas as mostras da colecção, ou dedicadas à arquitectura e aos vários arquivos depositados na Fundação de Serralves.

    Embora concebido pelo arquitecto que desenhou o Museu de Serralves inaugurado há 25 anos, este novo edifício propõe uma experiência de circulação muito diferente, na medida em que a permite aos curadores pensarem numa exposição que desafia quaisquer percursos ou ideias pré-definidas sobre a Colecção de Serralves, apostando em relações inéditas e intrigantes entre obras de artistas de diferentes gerações e nacionalidades.

    A partir da figura do anagrama, pensou-se uma exposição que contivesse em si mesma uma grande pluralidade de possibilidades de escrita e de leitura. Ao mesmo tempo, o seu título remete para uma das características principais da arte contemporânea portuguesa – a relação com a linguagem – e para um grupo de artistas (nomeadamente Ana Hatherly e E.M. de Melo e Castro) que tiveram, através da Poesia Experimental, um papel fundamental na eclosão e desenvolvimento da contemporaneidade artística portuguesa.

    ‘Anagramas Improváveis’ contempla a ancoragem da Colecção de Serralves nestes movimentos artístico-literários dos anos 1960–70 – bem como na mítica exposição portuguesa Alternativa Zero (1977) e na exposição-manifesto que inaugurou o Museu e Serralves, Circa 1968 (1999), mas olha para o passado com os olhos do presente, nomeadamente, através de diálogos entre obras produzidas em tempos e geografias muito distantes.

    Assim, além de uma encomenda (a artista portuguesa Luísa Cunha produziu uma peça sonora especificamente para o novo edifício), apresenta-se uma série de obras adquiridas recentemente de artistas relativamente jovens (Martine Syms, Juliana Huxtable, Korakrit Arunanondchai, Zanele Muholi, Julie Mehretu, Arthur Jafa, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, Alexandre Estrela, Trisha Donnelly, entre outros), algumas adaptadas ao espaço com a cumplicidade dos seus autores, lado a lado com obras de artistas pertencentes a gerações mais antigas, ou considerados históricos (exemplos de Joan Jonas, Lourdes Castro, Lothar Baumgarten, Cabrita, Julião Sarmento, Paula Rego, Lygia Pape, Ana Jotta e Marisa Merz, entre muitos outros).

    Recorde-se que a Ala Álvaro Siza, constitui um marco na história da Fundação de Serralves, ao mesmo tempo que presta uma merecida homenagem ao seu autor, assinalando a relação próxima entre Serralves e o genial arquitecto, há mais de três décadas. Tendo-se iniciado com a construção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 1999, que celebra este ano o seu 25º aniversário, a que se seguiram, a construção da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, em 2019, a recuperação da Casa de Serralves, em 2021, a construção da Casa dos Jardineiros, também em 2021 entre muitos outros projectos realizados em estreita colaboração.

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    Um português entre os finalistas ao prémio europeu de Arquitectura Contemporânea

    A Comissão Europeia e a Fundació Mies van der Rohe revelaram os sete finalistas que irão concorrer ao Prémio da União Europeia de Arquitectura Contemporânea 2024 — Prémios Mies van der Rohe, cinco na categoria Arquitectura e dois na categoria Emergente

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    Já estão seleccionados os sete finalistas ao prémio bienal “Mies van der Rohe”, cinco na categoria Arquitectura e dois na categoria Emergente. Portugal tinha três candidatos entre os 40 projectos em shortlist anunciada em Janeiro, entre eles a Praça e Posto de Turismo do Piódão, com assinatura do atelier Branco del Rio, que é agora um dos finalistas na categoria Emergente. Na mesma categoria concorre a Biblioteca Gabriel García Márquez em Barcelona (Catalunha, Espanha), da autoria da SUMA Arquitectura.

    As cinco obras de arquitectura finalistas são a Galeria de Arte Contemporânea Plato em Ostrava (Morávia-Silésia), da autoria do gabinete KWK Promes, o Pavilhão de Estudos no Campus da Universidade Técnica de Braunschweig (Baixa Saxónia), da autoria dos arquitectos alemães Gustav Düsing & Max Hacke, a Escola Reggio em Madrid, da autoria de Andres jaque/escritório de inovação política, o Renascimento do Convento Saint-François em Sainte-Lucie-de-Tallano/Santa Lucia de Tallà (Córsega), da autoria de Amelia Tavella Architectes, e o Hage em Lund (Condado de Scania), da autoria de Brendeland & Kristoffersen Architects.
    O anúncio do vencedor do prémio e do vencedor emergente está previsto para o final de Abril e a cerimónia de entrega dos prémios decorrerá no dia 14 de Maio de 2024, no Pavilhão Mies van der Rohe, em Barcelona.

    O finalista português
    A aldeia de Piódão, na serra do Açor, surge-nos, a concurso com a reabilitação do seu Posto de Turismo e a Praça que lhe é adjacente, num projecto conduzido pela dupla do estúdio de arquitectura de Coimbra Branco Del Rio, criado pelos arquitectos Paula del Rio e José Branco.
    O seu espaço aberto e desafogado é o principal acesso à aldeia de ruas ingremes. Ao longo dos anos a praça foi sendo ocupado para estacionamento e o projecto de reabilitação devolveu o seu uso aos habitantes. A intervenção descrita como “silenciosa”, privilegiou o uso dos materiais e soluções construtivas locais. “As árvores existentes, a estátua, a iluminação pública, foram preservadas. O novo pavimento foi construído com o mesmo material e técnica de toda a aldeia, o xisto, seguindo uma tradição dominada pelos construtores locais.

    As árvores plantadas, na entrada da praça, são cerejeiras autóctones.
    Os dois alpendres, nos acessos ao Posto de Turismo e Sanitários Públicos, foram construídos com uma delicada estrutura de colunas metálicas e vigas de madeira, e cobertos com lajes de ardósia, à semelhança de todas as coberturas da aldeia.
    A abordagem global do design visa contribuir para um arranjo onde é difícil compreender o que é novo e antigo, evitando prejudicar a ligação dos habitantes locais ao local”, justificam os seus autores.

    A ligação entre a sustentabilidade cultural e material concorre para a fixação de novos habitantes neste interior tão recuado do país, assim se espera.

     

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