Antevisão 2018: Presença atenta às oportunidades de investimento
“Considerando as dotações orçamentais para o investimento publico no sector, em 2108, o mercado continuará fortemente dependente da iniciativa privada, muito orientada à reabitação do parque imobiliário existente e para alguns projectos de construção nova, já em perspectiva”
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Texto: Miguel Santana, administrador da Fidelidade Property
O mercado imobiliário português regista, nos últimos anos, um ciclo de crescimento e de grande dinamismo, essencialmente suportado no investimento privado e fortemente influenciado pelas políticas fiscais de incentivo à captação de capitais externos. A entrada, no mercado português, de um importante número de novos actores, alguns deles com actuação à escala internacional, contribuiu para a projecção do sector para níveis nunca alcançados e vem reforçando a confiança dos mercados na realização de investimento em Portugal. Paralelamente e como nunca, estamos no radar dos operadores turísticos, beneficiando da instabilidade registada noutros destinos e do investimento realizado nas infra-estruturas facilitadores do acesso ao país. O crescimento do sector do turismo foi determinante para o movimento de regeneração do parque edificado que se verifica nas principais cidades portuguesas, para o que, igualmente, muito contribuíram as políticas de incentivo fiscal à Reabilitação Urbana e a flexibilização da Lei do Arrendamento Urbano.
A abertura da banca ao financiamento imobiliário está a permitir a retoma da construção de habitação nova, um mercado onde se regista um deficit de oferta para as classes populacionais mais dependentes de financiamento. O mercado do arrendamento habitacional, que ainda não é uma realidade em Portugal será, certamente, muito impulsionado pela “Nova Geração de Políticas de Habitação” recentemente aprovadas em Resolução do Conselho de Ministros, no qual se enquadram os Programas de Renda Acessível já em curso.
Considerando as dotações orçamentais para o investimento publico no sector, em 2108, o mercado continuará fortemente dependente da iniciativa privada, muito orientada à reabitação do parque imobiliário existente e para alguns projectos de construção nova, já em perspectiva. O mercado continuará a atrair investimento estrangeiro, não obstante alguma incerteza quanto aos programas de incentivo fiscal como o Visa Gold e o Regime de Residentes Não Habituais e a retoma que se verifica em outros mercados internacionais mais maduros. O sector de escritórios, que apresenta hoje um diferencial negativo entre a oferta e a procura, merecerá a atenção dos investidores. Com efeito, existe uma enorme pressão do lado das empresas, que procuram espaços com áreas acima dos 2.000m2, de qualidade, situados nos eixos consolidados e em consolidação, como a zona ribeirinha de Lisboa.
Neste contexto, a Fidelidade, que tem em curso um projecto de reestruturação da sua carteira de activos imobiliários, estará atenta às oportunidades de investimento e manterá a sua presença activa no sector.