Espaços labirínticos e simplicidade cromática em Escher Lisboa
A principal qualidade do espaço criado por Corrado Anselmi é a que melhor reflecte o trabalho do visionário holandês: uma forma labiríntica
Ana Rita Sevilha
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O Museu de Arte Popular em Lisboa, recebe até 27 de Maio de 2018, uma exposição retrospectiva de M. C. Escher. Composta por 200 obras do mestre holandês que influenciou mentes científicas e artísticas, “Escher” reúne peças emblemáticas do autor mas não só. Incluídos na mostra estão também recursos educacionais, jogos didáticos e laboratórios científicos que ajudam os visitantes – de todas as idades -, a compreender o universo, por vezes desconcertante, de M. C. Escher. A Traço visitou a exposição, entrou no labirinto que é o espaço expositivo que acolhe a mostra, e falou com Corrado Anselmi, o arquitecto italiano responsável pelo mesmo.
Sequências, interceções e interferências
O convite da Arthemisia (empresa que organiza esta e outras exposições de grande escala), chegou no primeiro dia de Junho e Corrado Anselmi partiu de imediato para ver de perto o Museu de Arte Popular. Chegado a Lisboa, conta, percebeu que “o espaço do Museu tinha sido projectado para receber uma colecção interna, com alguns elementos entre os espaços, materiais decorativos e pinturas grandes nas paredes, que iriam prejudicar o diálogo com uma exposição como a de Escher”. Este foi para Anselmi, o principal desafio, ao qual deu resposta projectando e construindo novas paredes, sobre o existente mas sem lhe tocar. “Desta forma conseguimos uma nova sequência de espaços, fluídos, sem intersecções ou interferências”. A principal qualidade do espaço criado por Corrado Anselmi é a que melhor reflecte o trabalho do visionário holandês: uma forma labiríntica. Para além disso, o arquitecto italiano destaca a simplicidade dos espaços, a escolha de apenas duas cores – também elas inspiradas na obra do artista – para todas as secções, uma boa iluminação e bons gráficos. “Toda o espaço expositivo foi pensado como um suporte para evidenciar a obra de Escher”, diz à Traço.
Para Anselmi, a exposição é imperdível, não só porque contempla obras de arte originais, mas também porque foi pensada e desenhada para os visitantes entenderem o universo de Escher através do espaço, de experiências e de uma abordagem didática.
Exposição
Sobre a exposição, que conta com curadoria de Mark Veldhuysen, Director Geral da M. C. Escher Company, e de Federico Giudiceandrea, colecionador italiano e especialista no artista, a organização recorda que “a arquitectura teve uma presença muito marcante nos seus trabalhos, funcionando como influência e inspiração claras no mundo do design”. A mesma fonte evidencia ainda a “exploração do infinito e as metamorfoses geradas pela repetição de padrões geométricos” como duas das suas principais características.