Oslo Opera House, Snøhetta
Qual a importância do som na arquitectura?
O tema estará no centro de uma conferência que o MAAT recebe no próximo dia 12 de Fevereiro
Ana Rita Sevilha
Ordem dos Engenheiros lança ‘Prémios Nacionais’
“Redução de custos ambientais e operacionais” justifica importância do Aqua+ Escritórios
ACEMEL atinge os 20 associados com entrada da Nabalia e EZU Energia
Casa da Arquitectura abre concurso para bolsas de doutoramento
Fundão recebe o New European Bauhaus Festival
Segurança de trabalhos em altura no sector da construção
Câmara de Setúbal vai reabilitar Palácio do Quebedo por valor superior a 2 M€
Preços de escritórios e lojas aumentaram em média +20% durante a pandemia
TdC dá luz verde ao prolongamento da Linha Vermelha
Century 21 Portugal espera “crescimento” nos próximos anos
“O som pode ser invisível, mas isso não significa que seja menos um material arquitectónico do que a madeira, o vidro, o cimento, a pedra ou a luz”. A declaração é de Michael Kimmelman, crítico de arquitectura do NYTimes, salientando uma dimensão da arquitectura muitas vezes ignorada e que estará no centro de uma conferência que o MAAT recebe no próximo dia 12 de Fevereiro, a RESONATE Lisbon e na qual será moderador.
“Esta conferência de um dia, no MAAT, constitui uma oportunidade única para adquirir uma perspectiva interdisciplinar e criativa sobre um tema raramente abordado, mas que afecta verdadeiramente a forma como o espaço arquitectónico é intuído e apreciado,” explica Pedro Gadanho, Director do MAAT.
Na conferência “RESONATE Thinking Sound and Space”, os directores de Diller Scofidio + Renfro, Snøhetta, Foster + Partners e Henning Larsen trocarão impressões com vários artistas e performers, bem como, com designers de som da Meyer Sound e da Arup. A conferência será moderada por editores de renome do New York Times, Dezeen, Designboom e Monocle.
“A maioria das pessoas costuma falar de arquitectura enquanto disciplina tridimensional, focando-se nos aspectos visual, espacial e funcional. Mas a arquitectura é sempre intuída a quatro dimensões.” Diz Martin Barry, Fundador da reSITE. “Os aspectos sonoro e acústico são fundamentais na forma como as pessoas percepcionam os espaços públicos, o que sempre constituiu o principal ponto de interesse da reSITE. É com orgulho que apresentamos, juntamente com o MAAT, a essência absoluta do melhor conhecimento de todas as partes do mundo sobre a intersecção entre arquitectura e a inovação sonora, e a sua convergência com a arte e experimentação.”
Em nota de imprensa, o MAAT explica que, RESONATE “resulta de uma nova parceria entre o MAAT e a reSITE. Ambos incentivam a inovação e o diálogo relevante a nível global: o MAAT, ao oferecer uma base comum de descoberta e pensamento crítico que atravessa a arte, a arquitectura e a tecnologia; a reSITE, uma voz pioneira na Europa no campo de repensar a arquitectura e os espaços públicos de forma a tornar as cidades mais habitáveis, com seis anos de experiência na concepção de eventos internacionais, interativos e transdisciplinares”.
A conferência está intimamente ligada à instalação sonora e de live streaming de Bill Fontana, Shadow Soundings, em exibição no MAAT, e constituirá a última oportunidade para a explorar numa visita guiada por artistas, antes do encerramento (12 de fevereiro).
Três casos de estudo
Elizabeth Diller apresentará a relação de Diller Scofidio + Renfro com a presença do som na arquitectura, incluindo a transformação do Lincoln Center for the Performing Arts, a High Line e o Shed, o primeiro centro multi-artes concebido para apresentar todos os tipos de artes performativas, visuais, e de cultura popular em Nova Iorque. Falará também sobre o Museu da Imagem e do Som, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Peer Teglegaard Jeppesen, do atelier Henning Larsen, deixou a sua marca em centros culturais e de artes performativas na Europa e na Ásia, com o Harpa Music Hall and Conference Centre de, em Reiquejavique. A Oslo Opera House, de Snøhetta, foi um dos edifícios mais icónicos na sua tipologia. O sócio fundador, Kjetil T. Thorsen falará sobre o desafio de criar uma sala de concertos que procura um equilíbrio entre um som orquestral e uma acústica que permita transmitir claramente a voz dos cantores de ópera.
Para além da apresentação de artistas como Bill Fontana, Xavier Veilhan ou Bernhard Leitner, a ligação entre a arquitetura e o futuro da acústica será estabelecida pelos especialistas da Arup e da Foster + Partners, em debate com o perito da Meyer Sound, John Pellowe, vencedor de vários prémios Grammy.