Visabeira recupera universo de Bordallo nas Caldas
Num investimento estimado em 14,4 milhões de euros, a Visabeira Turismo procura alargar, no centro do País, uma estratégia que a tem levado a replicar um modelo de sucesso na aliança entre hotelaria e cerâmica, à imagem do que aconteceu, com sucesso, no Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel
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Num investimento estimado em 14,4 milhões de euros, a Visabeira Turismo procura alargar, no centro do País, uma estratégia que a tem levado a replicar um modelo de sucesso na aliança entre hotelaria e cerâmica, à imagem do que aconteceu, com sucesso, no Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel. “ Esta unidade hoteleira em Ílhavo, com um conceito associado à porcelana, articula a experiência turística e hoteleira da marca Montebelo Hotels, com a vivência do património da prestigiada marca centenária Vista Alegre”, revela ao CONSTRUIR fonte da Visabeira. O futuro Montebelo Bordallo Pinheiro Caldas da Rainha Hotel ocupará uma área total de intervenção de construção de cerca de 19.000 metros quadrados e poderá integrar 107 unidades de alojamento.
A Visabeira Turismo foi o único candidato ao concurso que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha lançou em Março do ano passado para a concessão dos pavilhões do Parque D. Carlos I para a instalação de um hotel, neste caso de uma unidade de cinco estrelas. Segundo os responsáveis do grupo viseense, “o novo conceito para esta unidade inspira-se no legado de mestre Raphael Bordallo Pinheiro e na história da fábrica de faiança que ele iniciou há mais de 130 anos nas Caldas da Rainha”. Questionados pelo CONSTRUIR sobre o interesse em outros espaços, nomeadamente entre os que integram a lista de património a concessionar pelo Estado ao abrigo do REVIVE, os responsáveis da Visabeira preferem manter silêncio.
De acordo com a Visabeira Turismo, pretende-se com este conceito de hotelaria ligado à experiência cerâmica, proporcionar ao hóspede uma experiência que lhe permita um conhecimento da obra e do legado de Bordallo Pinheiro, podendo, ao mesmo tempo, complementar a sua estadia com actividades ligadas ao trabalho da cerâmica, visitas ao Museu e à Fabrica Bordallo Pinheiro. “Pela experiência adquirida em outros empreendimentos, consideramos que a aposta no cruzamento de experiências é fundamental para o sucesso dos projectos. Nesta inovadora unidade hoteleira pretendemos oferecer ao turista a oportunidade de integrar programas de formação de desenho ou pintura ou simplesmente aproveitar para conhecer em mais detalhe a extraordinária obra do Mestre Bordallo”, garantem os responsáveis da Visabeira.
“Além do turista convencional o hotel proporcionará a estadia a profissionais e amantes da arte que venham aqui desenvolver peças próprias sem carácter comercial. Tudo isto será possível nas mais requintadas condições de conforto”, acrescentam.
Para além, da experiência do turista, o hotel será também um centro de criação, providenciando o alojamento de artistas consagrados de todo o mundo, ou que se deslocarão às Caldas da Rainha para integrarem projectos artísticos contemporâneos desenvolvidos pela Fábrica Bordallo Pinheiro.
Este projecto tem ainda como factor vantagem recuperar os Pavilhões do Parque, fazendo reviver os históricos edifícios iniciados pelo arquitecto Rodrigo Maria Berquó, faz agora 130 anos. E que são edifícios emblemáticos do parque D. Carlos e autênticos ex-libris da cidade das Caldas.
“Esta unidade terá a garantia da associação da conceituada marca Montebelo, cadeia de referência da oferta da Visabeira Turismo com a emblemática marca Bordalo Pinheiro, tão querida de todos os portugueses”, garantem os promotores da iniciativa
Projectados nos finais do século XIX por Rodrigo Berquó para internar aquistas e fazer da cidade uma verdadeira estância termal, os Pavilhões dos Parque nunca chegaram a cumprir essa função, tendo albergado, durante mais de 100 anos um quartel militar, uma esquadra da polícia, escolas e uma biblioteca. O Hospital Termal, o Parque (onde se integram os Pavilhões) e a Mata das Caldas da Rainha foram, em Dezembro de 2015, entregues à Câmara, que se comprometeu a gerir aquele património e investir, até 2020, 12 milhões de euros na sua recuperação. Os edifícios foram no ano passado integrados numa lista de 30 edifícios públicos degradados que o Governo entendeu concessionar a privados, no âmbito do programa “Valorização do Património”.