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    Rodrigo Sampayo e Paulo Jervell

    Arquitectura

    “A boa arquitectura consegue o propósito com plasticidade”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Rodrigo Sampayo e Paulo Jervell da OPENBOOK Architecture sublinham que “o promotor tem de estar comprometido com a qualidade das propostas”, daí se debaterem pelos concursos pagos

    Ana Rita Sevilha

    Rodrigo Sampayo e Paulo Jervell

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    “A boa arquitectura consegue o propósito com plasticidade”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Rodrigo Sampayo e Paulo Jervell da OPENBOOK Architecture sublinham que “o promotor tem de estar comprometido com a qualidade das propostas”, daí se debaterem pelos concursos pagos

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    Ana Rita Sevilha
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    Rodrigo Sampayo e Paulo Jervell

    Rodrigo Sampayo e Paulo Jervell, dois dos sócios do OPENBOOK Architecture, receberam o CONSTRUIR para uma conversa sobre arquitectura, desafios e tendências. Com uma extensa experiência e conhecimento em projectos corporate,  garantem que o conceito que norteia o escritório é diferenciador.


    Foram distinguidos recentemente com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, na categoria Comercial & Serviços, com a Sede da Abreu Advogados (Lisboa).  
    E não há muito tempo com o Prémio Nacional do Imobiliário, nas Categorias “Escritório” e “Reabilitação”, com a Sede da VdA – Vieira de Almeida.
    O que representam estas distinções?
    Rodrigo Sampayo: São fruto de quase 30 anos de experiência e do reconhecimento não só do mercado, mas dos promotores e clientes finais que nos contratam com a garantia de que o nosso trabalho será de qualidade.


    Mas traduz-se em encomenda?
    Rodrigo Sampayo: Sim, reflecte-se. Nós temos, por exemplo, ainda que de uma forma pouco estruturada, dois ou três clientes institucionais que andávamos a tentar cativar há já algum tempo e que agora, também por trabalharem com estes escritórios de advogados, vieram ter connosco no sentido de finalmente reconhecerem a qualidade do serviço.

    O gabinete é fundado em 2007, mas o Rodrigo referiu há pouco a experiência de 30 anos…
    Rodrigo Sampayo: Os 30 anos veem de várias experiências, de outra vida que tivemos num outro gabinete de arquitectura. Em 2007 juntámo-nos com o Paulo Jervell, que vinha de uma área um pouco diferente, ligada à arquitectura mas muito corporate e ligada às consultoras e o Pedro Pires ligado à área financeira. Esta conjugação de valências, gerou um gabinete com um acumular de várias experiências.

    Que análise é possível fazer aos tempos que se vivem hoje, no mercado e na profissão?
    Rodrigo Sampayo: Na prática, esta crise esmagou muito os honorários de projecto. Há uma tentativa de vários colegas nossos, e na qual também estamos incluídos, de tentar valorizar e mostrar que o projecto de arquitectura é um serviço de enorme valor acrescentado. E na realidade representa muito pouco em relação ao total do investimento do processo imobiliário por que nós nos responsabilizamos. Ou seja, são fracções muito pequenas e há uma tentativa de consciencializar o mercado de que a arquitectura tem de ser bem paga porque o produto final depende da qualidade do serviço. Portanto, não faz sentido esmagar preços, faz sentido escolher as equipas pela qualidade da proposta e pelo track record, porque na realidade estamos a falar de 0,2% do investimento que se negoceia ao nível dos honorários.

    Mas acha que, com o facto de a arquitectura portuguesa ser amplamente reconhecida e a profissão de arquitecto estar tão difundida, nos dias que correm ainda não há noção desse valor acrescentado?
    Rodrigo Sampayo: Esse é um dos problemas, o mercado produziu milhares de arquitectos nos anos 90 e nos anos 2000 e actualmente está inundado. E isso é a lei da oferta e da procura, como há uma oferta muito grande, o valor dos honorários baixa porque as pessoas também baixam a fasquia. Do nosso ponto de vista, quem compra arquitectura deve valorizar esse serviço pelo track record e não comparar, vulgarmente falando, “alhos com bugalhos”.
    Existem óptimos arquitectos, mas a prestação do serviço, a estrutura que a empresa oferece difere. A qualidade do serviço, principalmente na área corporate, que um atelier de arquitectura com menor dimensão ou menos profissionalismo oferece – o que não quer necessariamente dizer que seja um mau arquitecto –, é completamente distinta.
    De facto, muitas vezes entramos em concorrência com empresas que têm uma destreza completamente diferente da nossa e uma estrutura de custos incomparavelmente mais pequena do que a nossa e, portanto, têm uma capacidade de resposta incomparavelmente inferior à nossa. Nós conseguimos dar uma resposta que está de acordo com o prazo e a qualidade com que nos comprometemos. Isso dá um grande conforto ao cliente, mas tem de ser pago, porque no fundo está a pagar a disponibilidade e o know-how acumulado.

     

    Estamos a falar também dos Departamentos de Arquitectura das consultoras que hoje fazem também muitos projectos corporate?

    Rodrigo Sampayo: A minha experiência diz que, tipicamente o que acontece é que quando se faz uma integração vertical em termos de projecto, o resultado não é tão bom. Por vezes até cumpre, mas quando se procura valor acrescentado, têm de recorrer a uma empresa como a nossa. Há outras empresas muito boas que são nossas concorrentes, não somos os únicos, mas é indiscutível que somos uma referência. Agora, tipicamente, quando as consultoras oferecem esse serviço e é feito internamente, a experiência que têm é uma experiência de pouco valor acrescentado sob o ponto de vista de branding, não é sob o ponto de vista do serviço. Quando as empresas procuram um serviço pouco diferenciado, fica bem, mas não é um serviço de valor acrescentado e não é o mercado onde nós nos posicionamos.
    Paulo Jervell: Relativamente à rentabilidade adicional que um particular ou uma empresa pode tirar do serviço que fornecemos, vou dar como exemplo a habitação. Há uma disparidade brutal entre os últimos anos –  em que tivemos uma crise imobiliária profunda -, e o período actual em que se observa a valorização da cidade, no caso específico de Lisboa, e do nosso imobiliário, que fez com que se passasse dos 3.000€, 3.500€/metro quadrado para, em alguns casos, 12.000€/metro quadrado. Ou seja, quem acabou por acrescentar valor nesta cadeia foram os prestadores de serviços como os arquitectos. Mas infelizmente, quem acaba por retirar todo o partido desta valorização é o proprietário e o promotor. Os honorários dos arquitectos e dos engenheiros continuam os mesmos. Esta é a nossa luta! Se estamos a acrescentar valor ao produto porque não somos valorizados ou remunerados através de honorários mais adequados?
    Rodrigo Sampayo: Acho que isto também tem que ver com a profissionalização do cliente, do comprador. Quanto mais profissional é o comprador, maior é o entendimento do valor acrescentado de uma empresa de serviços com a destreza, a capacidade técnica e de resposta e a qualidade arquitectónica da nossa.
    A qualidade arquitectónica até pode ser discutível, porque há muito bom arquitecto em Portugal, mas juntar o cumprimento de prazos, de custos e a qualidade técnica, mas para conseguir dar uma resposta com todos estes vectores é preciso ter dimensão e algum nome no mercado. Se estamos a comparar empresas que têm 4 ou 5 arquitectos, com empresas como a nossa que tem 30, a capacidade de resposta é completamente diferente.

    Mas voltando aos honorários e aos promotores. Em Lisboa, por exemplo, os gabinetes ou arquitectos que assinam os projectos são muitas vezes o grande argumento de venda…
    Paulo Jervell: Exacto, os cartões de visita para alavancar essas vendas são muitas vezes a marca da arquitectura, mas depois não corresponde aos honorários que são praticados.

    Rodrigo Sampayo: Isto é um problema muito complicado, porque a qualidade do serviço só se percebe depois do mesmo ser consumido. Ou seja, o que acontece é que a nossa forma de trabalhar é de avançarmos muito na altura da proposta, a qualidade da proposta é muito bem desenvolvida, o problema é que isto não é como comprar mobiliário ou outro produto de consumo. É um processo que, desde a compra do terreno, à contratação do arquitecto até ao desenvolvimento do projecto e execução a obra, normalmente dura 3 anos. A qualidade do serviço só é percebida aí, quando ele é finalizado. É um mercado complicado e os arquitectos não são uma classe corporativa, não se protegem a eles próprios e muitas vezes, para entrarem em determinados mercados fazem propostas abaixo do razoável. Esse é um dos grandes dramas da nossa actividade. O que é que acontece? O serviço é mal pago, logo as equipas são mal pagas e assim sendo, as empresas não têm capacidade de investimento e por isso não conseguem prestar um serviço de melhor qualidade, e como não conseguem o serviço é mal pago. É uma “pescadinha de rabo na boca” e um tema que demora tempo a ser resolvido, mas que não tenho a mais pequena dúvida de que vai ter que acontecer, porque não é possível o mercado sobreviver com profissionais francamente mal pagos.

    Rodrigo Sampayo
    Mas isso terá de partir dos decisores…
    Rodrigo Sampayo: Nós temos recebido convites para entrar em concursos em que simplesmente não entramos. Felizmente estamos com imenso trabalho e não vamos retirar pessoas a equipas que estão afectas a outros trabalhos facturados e com rentabilidade, para entrar em concursos em que entram sete empresas e no final ganha uma e as outras enviam o trabalho para o lixo. É uma desproporção em relação ao investimento. Nós debatemo-nos muito pelos concursos remunerados, até porque o promotor tem de estar comprometido com a qualidade das propostas. Eu se vou a um restaurante não peço cinco pratos, como um e só pago esse! Obrigam-me a pagar todos. Os promotores têm de perceber que é mais justo, é mais eficaz e é irrelevante em termos do investimento. Se eu cumprir um determinado caderno de encargos e for remunerado, o meu produto é melhor e no final o promotor tem mais qualidade na escolha.

    Desenvolveram recentemente um novo conceito:
    Brandchitecture. Na prática do que se trata?
    Paulo Jervell: É um conceito que estuda o ADN da empresa, a sua essência e a sua génese e integra na arquitectura toda essa informação. O produto final é muito mais representantivo e exclusivo da empresa. Os nossos clientes têm métricas de valorização e de análise e têm-nos transmitido que as mais-valias que retiram dos projectos são enormes face aos colaboradores e à venda de serviços da própria empresa. Uma VdA – Vieira de Almeida ou uma Abreu Advogados, uma Nokia ou uma Deloitte tem aproveitado o seu espaço para vender a sua imagem, quer aos seus clientes quer aos seus colaboradores.

    Os projectos corporativos são uma larga fatia do portfólio do escritório e um programa que tem vindo a sofrer grandes mudanças e a ganhar protagonismo, uma vez que as empresas, hoje em dia, querem que os seus colaboradores – que hoje são também diferentes – tenham experiências e que os seus espaços espelhem os seus valores. Ao nível da arquitectura como é que passam conceitos como “transparência”, “inovação”, “tradição”, “preocupação com o ambiente”,…
    Rodrigo Sampayo: Isso é sintetizado no nosso conceito de Brandchitecture. Cada entidade tem a sua especificidade e é a leitura dessa especificidade que de facto nos permite fazer uma implementação da mesma. Queremos que quando uma pessoa entra num determinado escritório, respire o ADN desse escritório. Isto é o resultado de um trabalho de fundo sobre o cliente, nós não trabalhamos para o cliente, trabalhamos com o cliente, os nossos clientes são nossos parceiros, assumimos o papel de seus consultores internos. Quando uma empresa muda da sede A para a sede B, há uma evolução desse ADN e nós somos uma parte interventiva nessa evolução. E isto é absolutamente crucial o cliente entender, porque não é meramente um bom layout ou uma boa arquitectura é muito mais do que isso, é o entranhar deste conhecimento profundo, é o criar de um conceito de espaço e de experiência que é absolutamente específico. E isto tem tido uma taxa de sucesso grande, mas há uma faixa do mercado que ainda não percebe que isto é um enorme valor acrescentado.
    Paulo Jervell: Nós temos a componente técnica e a componente arquitectónica, mas há outra componente muito importante que é todo este know-how que temos de workplace strategy que é fruto de uma enorme pesquisa e de muito trabalho interno, mas também fruto de um acumular de experiências de sucesso que nos oferecem visões e capacidades para desenvolver estes projectos com um diferencial óbvio.
    Rodrigo Sampayo: O conceito OPENBOOK Architecture é diferenciador porque é mais de serviço ao cliente. A arquitectura genericamente tem por vezes esse defeito. Muitas vezes o arquitecto não abdica do seu ego e mesmo contra a necessidade do cliente. Nós temos uma visão que a arquitectura não é isso, é a fusão entre um serviço e um espaço. A arquitectura tem de servir uma função. A boa arquitectura consegue o propósito com plasticidade e com um bom objecto arquitectónico. Nós acreditamos e achamos que fazemos arquitectura de autor, mas aquilo que nos distingue das práticas genéricas é ter a forma e o conteúdo.

     

     

    Paulo Jervell


    Ainda que cada cliente seja um cliente, existem tendências e linhas que se repetem?

    Rodrigo Sampayo: Uma secretária é uma secretária e um coffee corner é um coffee corner…isso com certeza. Os rácios entre postos de trabalho e postos de trabalho colaborativos, entre a secretária que é afecta a uma pessoa e zonas de trabalho que não são afectas a ninguém – como salas de reuniões, mesas de reunião informal -, dependem de actividade para actividade mas cada vez são mais transversais. Agora, se a empresa é mais ou menos compartimentada, se tem necessidade de estancar departamentos, isso depende muito de empresa para empresa. Claro que a acústica e a luz, por exemplo, são transversais aos clientes e a um bom projecto.

    O trabalhar está a tornar-se numa experiência?

    Rodrigo Sampayo: É isso. Está ligado a um conceito novo que diz: “O trabalho é o que se faz não é para onde se vai”. Eu trabalho onde estou melhor a trabalhar. Os novos conceitos de escritórios são muito mais aproximados ao ambiente de casa, as pessoas querem trabalhar em sítios onde se sintam em casa. A cultura está cada vez mais diferenciada no sentido em que se procura ter postos assignados, mas também locais onde se possa trabalhar e beber um café. Ou seja, trabalho onde me estou a sentir melhor para trabalhar. Toda esta flexibilidade é um valor acrescentado extraordinário. Mas muitas empresas não entendem isto assim porque não estão a pensar a sua Sede de uma forma conveniente.

    As análises das Consultoras apontam, ao nível do sector dos Escritórios, para muita procura e pouca oferta. No caso de projectos da vossa autoria, os escritórios da VdA – Vieira de Almeida estão perto do Cais do Sodré, e a Abreu Advogados em Santa Apolónia. No vosso entender, é expectável que a zona ribeirinha de Lisboa seja de futuro uma localização privilegiada para novas sedes corporativas?

    Paulo Jervell: Para ter uma ideia, neste momento o mercado teria capacidade de ocupar aproximadamente 200 mil metros quadrados de escritórios, para os quais não existe oferta. Existe uma real procura e a maioria dela de áreas com dimensão. Muitas das empresas que olharam e continuam a olhar para Portugal são empresas que precisam de dimensão. Não há no centro da cidade edifícios capazes de absorver essa procura e qualquer promotor ou proprietário com um edifício no centro prefere muito mais fazer uma promoção residencial, porque o retorno é mais imediato e mais expressivo. Resta-nos o eixo ribeirinho, que vai fazer seguramente a ligação com o Parque das Nações. No corredor Oeste acredito que também vão surgir novos parques de escritórios e depois algumas zonas entre Algés e Carcavelos, com toda a dinâmica do novo campus da Nova. Mas claramente não podemos fugir muito deste eixo ribeirinho.
    Rodrigo Sampayo: E existem ainda dois projectos estruturantes grandes: o Quartel da Artilharia Um e os terrenos da antiga Feira Popular. A Praça de Espanha também se fala que poderá ser uma zona de expansão, assim como a José Malhoa que tem uma série de edifícios devolutos, mas tem de se cativar pessoas para irem para lá.
    Sobre o autorAna Rita Sevilha

    Ana Rita Sevilha

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    Savills desenvolve conceito e projecto da nova sede da Sacyr Somague

    A multinacional espanhola, que actua no sector de infraestruturas e concessões, mudou a sua sede para o Centro Empresarial Torres de Lisboa, que permitiu dar resposta às necessidades de adaptação a um novo modelo de trabalho, conciliando zonas de gabinetes individuais com a integração de uma área em open space, a par de novas áreas informais e colaborativas

    papa

    Após ter desenhado os escritórios da Sacyr Somague na Rua Castilho, o departamento de BPC & Architecture da Savills volta a desenvolver o conceito e projecto da nova sede da empresa, localizada no Centro Empresarial Torres de Lisboa.

    A multinacional espanhola, que actua no sector de infraestruturas e concessões viu, neste parque de escritórios, a oportunidade perfeita para desenvolver as suas operações em território nacional. Através deste novo espaço, pretende dar resposta às necessidades de adaptação a um novo modelo de trabalho, conciliando zonas de gabinetes individuais com a integração de uma área em open space, a par de novas áreas informais e colaborativas.

    Segundo a consultora, “a imagem corporativa da Sacyr serviu como inspiração e fio condutor para o design da intervenção” neste espaço de aproximadamente 600 metros quadrados (m2). Neste sentido, “foi privilegiada a sua palete de cores bem como as formas geométricas do logótipo que pontuam o espaço, tanto no pavimento como nas divisórias e elementos diferenciadores”.

    “Procurámos ter na nova sede um espaço inovador, mais colaborativo, confortável, clean, agradável, com espaços pensados no bem-estar e adaptado às necessidades de todos os colaboradores. Pressionados pelo pouco tempo de realização do projecto, a Savills esteve sempre disponível e foram incansáveis em todo o processo”, sublinha Rita Santos, responsável de Recursos Humanos e Serviços Gerais da Sacyr em Portugal.

    Também Pedro Gomes, architecture associate da Savills Portugal, destacou o projecto “desafiante e gratificante”, em que a aposta em “espaços colaborativos que transmitissem bem-estar” foi a tónica de todo o processo. “A equipa Savills teve, mais uma vez, a capacidade de agilizar todo este processo de forma célere, entregando ao cliente um resultado que foi ao encontro das suas expectativas”, salientou.

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    MASSLAB vence concurso público para a redesenhar etar de Bragança

    MASSLAB ganha concurso para dar nova vida à Estação de Tratamento de Águas de Bragança com um novo espaço público para actividades lúdicas e educativas numa cobertura de 6.800 m2

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    Entre a arquitectura, o paisagismo e a engenharia, o projecto da autoria do escritório de arquitectura MASSLAB para a nova cobertura da ETAR de Bragança vai permitir a utilização pública desta infraestrutura que, até agora, tinha como função apenas o tratamento de águas. O projecto ilustra como é possível acrescentar valor a infraestruturas existentes com a adição de funções recreativas.
    O projecto vencedor do concurso público lançado pela Câmara Municipal de Bragança, foca-se na reabilitação urbanística integral da paisagem, com a incorporação de uma cobertura com carácter temático de relevância para o município. Entendida a importância de alterar a percepção negativa associada às ETARs através das necessidades básicas de desinfecção e desodorização, os arquitectos sentiram necessidade de transformar esta estrutura num elemento participativo na cidade, capaz de promover novas zonas lúdicas, educativas e de lazer, com o objectivo de educar e despertar o interesse na preservação e no tratamento das águas.

    “Se pensarmos que quando se cria uma cobertura, criam-se também novas oportunidades de uso desta cobertura, aumentamos as possibilidades do uso de cada construção, criando valor acrescentado praticamente com o mesmo investimento”, afirma Duarte Ramalho Fontes, sócio do escritório MASSLAB.

    Mais do que desenhar “o 5º alçado” com a preocupação de integrar o ambiente construído na paisagem existente junto ao castelo de Bragança, dotar a cobertura de novos usos que não existiam foi a premissa chave no repensar o projecto para a ETAR.

    Com a intenção de fazer da cobertura da ETAR um espaço de atracção educacional, turística e de utilização pública, o projecto prevê múltiplos pontos de acesso ao terreno. A flexibilidade dos espaços permite a realização de visitas escolares ou eventos, oferecendo diferentes possibilidades de uso e transformando simples caminhos em locais de encontro e intera ção social.

    Através da relação visual entre o interior na operação do tratamento de águas e a cobertura acessível e ajardinada, com um objectivo didáctico, cria-se uma dinâmica entre o espaço privado da infraestrutura e o espaço público. Para melhor integrar a ETAR à paisagem, os acessos existentes foram preservados e enriquecidos com novos elementos, como miradouros e ligações pedonais para caminhadas. Um destaque especial foi dado à criação de um percurso pedonal ao longo do Rio Fervença, que, além de valorizar os caminhos já existentes, conecta directamente a ETAR ao percurso natural da água, promovendo uma contínua interacção entre a o ambiente construído e o ambiente natural.

    A nova cobertura inclui a optimização da estrutura através de formas geométricas quadrangulares, interligadas e integradas com nova vegetação, contribuindo para uma solução tanto estética quanto prática. Estes quadrados permitem uma grande variedade de possibilidades de ocupação do espaço, que pode ser mais fixa ou mais temporária, de acordo com as necessidades do município. A estrutura em betão simples, com fundações em estaca, é desenhada para interferir minimamente na construção existente e no vale, enfatizando uma abordagem económica e com o menor impacto possível na paisagem natural existente. Através de entradas de luz que promovem uma conexão visual entre o interior e a cobertura, cria-se uma dinâmica entre o espaço privado da infraestrutura e o espaço público.

     

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    Aprovada a proposta final para a operação de reabilitação da Quinta do Ferro

    A versão final da Operação de Reabilitação Urbana sistemática da Quinta do Ferro, um passo essencial para a resolução de um dos maiores desafios urbanísticos da cidade de Lisboa ao longo das últimas décadas, foi aprovada por unanimidade em reunião da Câmara Municipal de Lisboa

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    Este modelo resulta de um processo com cerca de dois anos, que incluiu reuniões privadas e sessões públicas de esclarecimento com os moradores, com associações e com os proprietários, e cuja fase mais recente foi a discussão pública da Operação de Reabilitação Urbana Sistemática, que decorreu entre 17 de Outubro e 28 de Novembro de 2023.

    Depois de ser analisadas e ponderadas as diversas participações, foram acolhidas duas sugestões e duas reclamações, e foram respondidas todas as questões suscitadas nos pedidos de informação e esclarecimento. Na sequência das participações, foram revistas as peças desenhadas e rectificadas questões que provocaram dúvidas, tornando mais clara e compreensível a leitura.

    O modelo urbano proposto para a intervenção permite criar habitação acessível, espaços verdes e estacionamento, para além de estimular a reabilitação urbana através de incentivos previstos na Operação de Reabilitação Urbana.

    “Hoje demos um passo decisivo, que nos vai permitir, finalmente, depois de muitos anos de indefinição e de intervenções falhadas, dar início à regeneração da Quinta do Ferro. Vamos reabilitar esta zona central, respondendo aos anseios da comunidade local, e abri-la à cidade”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. “Lisboa é feita para todos e não podemos tolerar que continue a existir uma cidade esquecida”, acrescenta Carlos Moedas, lamentando o abandono a que a Quinta do Ferro e os seus moradores foram votados durante décadas.

    “Esta resolução só foi possível graças ao trabalho incansável do Urbanismo da Câmara de Lisboa, que liderou um longo trabalho de diálogo e concertação com os moradores e proprietários da Quinta do Ferro, sem nunca impor soluções pré-definidas”, sublinha por sua vez a vereadora do Urbanismo da Autarquia. A vereadora Joana Almeida salienta ainda que este processo poderá servir de inspiração para o futuro: “Este é um verdadeiro exemplo da nossa forma de fazer cidade. O processo participativo na Quinta do Ferro foi exemplar e consideramos que será um modelo a seguir em outros processos complexos”.

    Após esta aprovação em reunião da Câmara Municipal de Lisboa, a proposta será submetida à Assembleia Municipal para discussão e votação. O passo seguinte será o lançamento do concurso de empreitada até ao final de 2024, permitindo avançar com a primeira fase da operação.

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    OA e APAP estudam possibilidade de Ordem Profissional conjunta

    Ordem dos Arquitectos e Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas pretendem colaboração mais próxima para responder aos desafios contemporâneos. Protocolo, que será assinado esta quinta-feira, inclui possibilidade de Ordem Profissional conjunta

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    tagsAPAPOA

    A Ordem dos Arquitectos (OA) e a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP) assinam esta quinta-feira, 21 de Março, em Lisboa, um protocolo com vista a trabalharem em conjunto sobre a possibilidade de “num futuro próximo” apresentarem ao legislador proposta para uma Ordem Profissional conjunta.

    “Deste modo, desejando a Ordem dos Arquitectos reabrir o processo do seu Estatuto, melhorando aspectos organizacionais e de salvaguarda da qualidade da arquitectura e do urbanismo, e pretendendo a Associação dos Paisagistas Portugueses valorizar e definir de forma clara o âmbito dos actos do arquitecto paisagista – ambas na defesa estrita do interesse público – tornou-se fundamental a elaboração e subscrição de um documento agregador”, justificam ambas as instituições.

    Neste protocolo de colaboração, as entidades aceitam também colaborar nos serviços e processos de encomenda e concursos de projecto, que lhes sejam solicitados pela administração pública ou por entidades privadas, visando a complementaridade das suas competências profissionais e a defesa do interesse público. E concordam em desenvolver eventos e formações conjuntas, que contribuam para a qualificação profissional e a prestação de serviços dos seus membros e associados, assim como promover programas, projectos e acções tendo em vista um planeamento e desenho urbano mais “verde e azul”.

    “Os desafios de futuro no nosso território e nas nossas cidades assentam na capacidade de incorporarmos o vastíssimo conhecimento que existe nos nossos profissionais. Essa valia tem de ser direccionada para encontrar soluções para os problemas contemporâneos. Nesse sentido é fundamental, hoje mais do que nunca, que os arquitectos sejam promotores de uma actividade colaborativa e multidisciplinar. A presença próxima dos arquitectos paisagistas, do seu conhecimento e da sua prática traz enormes benefícios para o interesse público, nomeadamente num contexto em que um desenho urbano e paisagístico muito qualificado é imprescindível. Assim, esta ligação entre as nossas disciplinas é decisiva para responder a estes desafios e beneficiará tanto a APAP como a OA”, considera Avelino Oliveira, Presidente da Ordem dos Arquitectos, para quem “o futuro comum será o que os membros de ambas as entidades pretenderem”.

    “Desde a sua génese, a Arquitectura Paisagista entende a paisagem como um sistema, portanto, muito mais do que o somatório das partes. Perante os desafios globais que hoje se apresentam, mais do que nunca é essencial trazer a paisagem e as suas componentes para o ordenamento do território e para um novo desenho das cidades, capaz de um olhar sobre a relação complexa do homem e de todos os seres vivos em equilíbrio com os factores físicos do meio e que hoje é a pedra de toque da luta contra a perda da biodiversidade, e das doutrinas da neutralidade climática e da gestão racional dos recursos”, refere João Ceregeiro, presidente da APAP.

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    Immersivus Gallery Porto acolhe exposição imersiva “A Cidade do Futuro”

    A galeria de arte imersiva desafiou alunos da licenciatura de Multimédia da Escola Superior de Media, Artes e Design a desenvolverem sete experiências artísticas multimédia que reflectem a visão dos jovens artistas sobre o futuro da humanidade

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    A partir de 23 de Março, a Immersivus Gallery, localizada na Alfândega do Porto, vai acolher a exposição multimédia “Immersivus X: Cidade do Futuro”, um conjunto de sete projecções a 360º graus que transportam o público, com todos os seus sentidos, para os futuros idealizados por 28 estudantes do segundo ano da licenciatura de Multimédia da ESMAD do Politécnico do Porto (P.Porto).

    Desenvolvida no âmbito do projecto “Immersivus X”, que pretende dar palco e visibilidade a talentos emergentes no domínio da arte multimédia, a exposição aborda diferentes perspectivas, partindo da tumultuosa realidade actual para criar interpretações artísticas impactantes, disruptivas e totalmente imersivas acerca do rumo da humanidade, dos espaços que esta habitará e das formas de vida que prevalecerão no planeta.

    Através desta iniciativa, os jovens artistas, na sua maioria entre os 19 e os 21 anos, vão poder aprofundar os seus conhecimentos ao nível da idealização, concepção e implementação de experiências imersivas e apresentar, pela primeira vez, os seus trabalhos a um público mais abrangente. “Immersivus X: Cidade do Futuro” terá uma duração total de cerca de 25 minutos e, no final, os visitantes poderão votar na sua projecção favorita, através de um QR Code.

    Para Edoardo Canessa, produtor executivo da Immersivus Gallery, “em plena era digital, é fundamental dar voz a novos talentos e conhecer o seu contributo não só para a arte, mas também para a reflexão acerca do rumo da humanidade e do futuro que eles próprios vão vivenciar. Nesta exposição é possível perceber claramente o impacto que as nossas acções já estão a ter na vida nos jovens e na forma como eles encaram o futuro, e sobre as quais é muito importante reflectir. Mas esta mostra é, acima de tudo, uma celebração do talento das novas gerações e um contributo para a construção do seu percurso artístico no contexto da Arte Digital, em Portugal e no mundo”, afirma.

    Para Rui Rodrigues, professor e um dos docentes da disciplina onde se desenvolveu este projecto, a par do professor Luís Félix, “cada vez mais é importante envolver os estudantes das universidades nas dinâmicas das cidades e na sua actividade artística/cultural. Esta iniciativa acaba por dar uma oportunidade única aos nossos estudantes da Licenciatura de Multimédia da ESMAD de pensar e desenvolver um projecto desde o seu início, e ao mesmo tempo mostrar a um público mais abrangente os resultados desta reflexão. O tema das Cidade do Futuro torna-se neste caso o mote para que os estudantes exibam, através de uma experiência imersiva, as suas inquietações, cenários e impacto das nossas acções num futuro que pode ser mais ou menos longínquo. Os jovens são o presente e o futuro de qualquer sociedade e é importante dar-lhes voz para que as suas preocupações ecoam e nos façam questionar constantemente”, sublinha o docente.

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    NBS traz a Portugal o arquitecto paisagista Kongjian Yu

    O arquitecto paisagista Kongjian Yu é presença confirmado do NBS Summit Urban Edition, o evento organizado Associação Nacional de Coberturas Verdes (ANCV) e que irá decorrer entre 23 e 24 de Maio

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    Doutorado pela Harvard GSD (1995), decano da College of Architecture and Landscape Architecture Peking University e fundador da Turenscape, um dos mais proeminentes estúdios de arquitectura paisagista da China com mais de 500 colaboradores, Yu tornou-se numa das mais importantes e visionárias figuras da transformação urbana das cidades contemporâneas. A par da sua vasta prática projectual que procura integrar soluções conjuntas entre elementos tradicionais e contemporâneos chineses, Yu é igualmente reconhecido por ter desenvolvido o conceito de design ecológico Sponge City.

    Yu é reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho inovador na criação de espaços urbanos que harmonizam de forma única a natureza e a função humana nomeadamente pelo conceito Sponge Cities que visa enfrentar os desafios de inundações urbanas e escassez de água por meio de infraestruturas naturais e sustentáveis.

    As suas investigações sobre Ecological Security Patterns (1995) e Ecological Infrastructure, Negative Planning and Sponge Cities (2003) foram adotadas pelo Governo Chinês (2013) como directrizes para as campanhas de protecção e restauração ecológica. Tendo ajudado na transição das políticas ecológicas chinesas a nível nacional e tendo sido implementadas em mais de 200 cidades. Esta passagem de um urbanismo centrado no desenvolvimento económico para um urbanismo ecologicamente prudente deveu-se às mais de 600 palestras que Yu dirigiu a ministros, presidentes de câmara, e técnicos, assim como às numerosas cartas dirigidas aos principais dirigentes chineses.

    O conceito de Sponge Cities centra-se na problemática das inundações urbanas aceleradas pelas alterações climáticas, introduzindo zonas infra-estruturais em grande escala, como zonas húmidas construídas, vias verdes, parques, coberturas ajardinadas, entre outras, que actuem como dispositivos “esponja”, retendo a água em vez de drená-la. Através desta metodologia de Yu, é expectável que até 2030, 80% das cidades onde a estratégia foi implementada, sejam capazes de absorver 70% da sua precipitação.

    Ao longo de sua carreira, Kongjian Yu tem sido um defensor incansável das soluções baseadas na natureza, acreditando firmemente no poder transformador que têm para criar cidades mais sustentáveis, resilientes e habitáveis.

    Com o apoio do Município do Porto através da Águas e Energia do Porto, o evento decorre de 23 e 24 de Maio na Super Bock Arena, reunindo líderes, especialistas, investigadores e profissionais comprometidos com o avanço das Soluções Baseadas na Natureza (NBS) e do desenvolvimento urbano sustentável.

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    Arquitectura

    “Arquitecturas provocadas pela transição” dão o mote à 13ª edição da Open House

    Na sua 13.ª edição, a Open House Lisboa pretende ajudar a compreender a complexidade das mudanças em curso na cidade, explorando as continuidades e as rupturas que misturam formas, materiais, métodos, funções e vivências

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    Olhando para a transição como o processo que enquadra a mudança, qual o impacto que provoca na arquitectura, quando esta se expressa através de renovações, que abarcam diversas funções e valorizam a versatilidade e o hibridismo espacial? Esta é a questão que o Open House Lisboa levanta na sua 13.ª edição e que pretende ajudar a compreender a complexidade das mudanças em curso na cidade, explorando as continuidades e as rupturas que misturam formas, materiais, métodos, funções e vivências.

    Com data marcada para o fim-de-semana de 11 e 12 de Maio, a iniciativa, que inclui um programa de visitas e passeios, desvenda os primeiros espaços já confirmadas para a edição deste ano. São eles o campus do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil que ocupa uma área de 22 hectares, classificado Monumento de Interesse Público, a Capela de Santo Amaro. Desenhada pelo autor do claustro do Convento de Cristo em Tomar, é uma obra renascentista classificada Monumento Nacional, o palacete do século XVIII Santa Clara 1728 reconvertido em hotel pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, o Palácio Sinel de Cordes, um espaço que já foi casa, embaixada e escola, passando agora a sediar um pólo cultural dedicado à arquitectura, uma livraria e uma cafetaria vegana com um projecto de reabilitação do atelier FSSMGN Arquitectos, o Centro Ismaili. Situado nas Laranjeiras, é um templo religioso de arquitectura imponente e jardins sumptuosos, da autoria de Frederico Valsassina Arquitectos e Raj Rewal Associates, o Teatro Thalia transformado num espaço multiuso, é reconhecível pelo seu corpo massivo de betão pigmentado de terracota da autoria de Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitectos e o antigo Hotel Vitória, actual sede do Partido Comunista Português, é um edifício da autoria do arquitecto Cassiano Branco que conjuga a solidez sóbria do Modernismo com o Art Deco. A lista, conhecida até agora, conta para já com duas novidades: a Galeria Avenida da Índia — Galerias Municipais, um amplo espaço de carácter industrial que foi recuperado em 2015 pela EGEAC para acolher uma programação de artes visuais e, o “ambicioso” Plano de Drenagem de Lisboa, que inclui uma visita à escavação do primeiro túnel que liga Monsanto-Santa Apolónia, preparando a cidade para os desafios futuros e das alterações climáticas

    Habitações criadas de raiz para outro fim; edifícios obsoletos com múltiplos destinos possíveis; novos conjuntos habitacionais construídos em vazios urbanos centrais; edifícios e equipamentos públicos reabilitados para novas actividades; ou ainda conventos, mosteiros e palácios que, ao longo da sua existência, tiveram inúmeras utilizações, mostrando a sua plasticidade funcional e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas, do tempo são alguns dos géneros de espaços a visitar.

    Entretanto, encontra aberta a ‘chamada’ ao voluntariado, que está aberta até 20 de Abril e que integra um programa de intercâmbio europeu que dá oportunidade a quem participa nesta 13.ª edição de viajar até Bilbao (5 e 6/10), Barcelona (26-27/10), Tessalónica (por anunciar) e conhecer outras formas de fazer cidade.

    A rede de cidades do Open House Worldwide continua a crescer, passando em 2024 a incluir mais cinco cidades: Miami, Berna, Murcia, Hong Kong e Zaragoza.

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    Francisco Lobo e Romea Muryń

    Arquitectura

    Locument escolhido para curadoria da 11ª edição do Arquiteturas Film Festival

    Francisco Lobo e Romea Muryń são os rostos do estúdio de pesquisa, sediado no Porto, que combina cinema, arquitectura e investigação urbana. O AFF acontece entre os dia 27 a 30 de Junho

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    O estúdio de pesquisa, sediado no Porto, que combina cinema, arquitectura e investigação urbana, Locument são os curadores convidados para a 11ª edição do Arquiteturas Film Festival (AFF). Com o tema “Aprender a Desaprender” e através de um programa de filmes, debates, instalações e passeios, o AFF irá reflectir sobre questões prementes como a justiça social, a crise ecológica e a descolonização, que acontece de 27 a 30 de Junho, no Porto. 

    Partindo de cenários contemporâneos, o colectivo viaja para locais únicos para desenvolver os temas da sua pesquisa. “Mergulhando nas histórias que reflectem problemas com ressonância global, o seu trabalho centra-se na recriação de enredos complexos escondidos sob a superfície do espectro visível”, destaca a organização do AFF.

    Fundado em 2015 por Francisco Lobo e Romea Muryń, os trabalhos dos Locument foram exibidos internacionalmente em exposições e festivais de cinema como a 15ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia, em Itália; a 25ª Bienal de Design Ljubljana, na Eslovénia; Arquitecturas Film Festival, em Portugal; Archstoyanie Festival Festival no Nikola-Lenivets Art Park, na Rússia; In-Between Conditions Media Art Festival Tbilisi, na Geórgia; Commiserate Chicago Media Art Festival, nos EUA e no Architecture Film Festival, em Roterdão, entre outras colaborações.

    A par da curadoria, são também já conhecidos os realizadores convidados para a edição de 2024 do AFF. Focando o seu interesse sobretudo no modo como o ambiente construído molda e influencia a vida quotidiana, Ila Bêka e Louise Lemoine têm desenvolvido uma abordagem única e pessoal, que pode ser definida, seguindo o autor francês Georges Perec, como uma “antropologia do ordinário”. Apresentados pelo The New York Times como “figuras de culto do meio arquitectónico europeu”, o trabalho de Bêka & Lemoine tem sido amplamente aclamado como “uma nova forma de crítica” que “mudou drasticamente o modo como vemos a arquitectura”.

    O Arquiteturas Film Festival é organizado pelo Instituto e dirigido pelo arquitecto Paulo Moreira. Fundado em 2018, o Instituto é uma plataforma sediada no Porto para discutir e divulgar a arquitectura e as suas intersecções com as artes visuais e espaciais, o pensamento crítico e as colaborações interdisciplinares.

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    Crédito: Tom Welsh // Pritzker

    Arquitectura

    Riken Yamamoto, o arquitecto que define ‘comunidades’, vence o Pritzker de 2024

    “Pela forte e consistente qualidade dos seus edifícios, ele visa dignificar, melhorar e enriquecer as vidas dos indivíduos – desde crianças até idosos – e as suas conexões sociais”, afirmou ainda o júri. “Para ele, um edifício tem uma função pública mesmo quando é privado.”, acrescenta a nota do júri que reconhece, pela nona vez, a arquitectura japonesa

    Ricardo Batista

    Está encontrado o nome do vencedor do Prémio Pritzker de 2024. A distinção deste ano de um dos mais prestigiados galardões da área da arquitectura vai ser entregue ao japonês Riken Yamamoto, arquitecto “que promove o sentido de comunidade” e que, segundo o júri, consegue produzir arquitectura tanto como pano de fundo quanto como primeiro plano para a vida quotidiana, confundindo as fronteiras entre as suas dimensões públicas e privadas, e multiplicando oportunidades para as pessoas se encontrarem espontaneamente por entre estratégias de design precisas e racionais”.

    Yamamoto torna-se assim o nono arquitecto japonês a vencer esta distinção, o que coloca o Japão como a nação com maior número de galardoados, superando assim os Estados Unidos. Para Alejandro Aravena, presidente do júri e vencedor do troféu em 2016, “uma das coisas de que mais precisamos no futuro das cidades é criar condições através da arquitectura que multipliquem as oportunidades para as pessoas se reunirem e interagirem. Ao esbatermos cuidadosamente a fronteira entre público e privado, Yamamoto contribui de forma positiva para além do objetivo, permitindo a formação de comunidade”, pode ler-se na nota justificativa da escolha de Yamamoto. “Pela forte e consistente qualidade dos seus edifícios, ele visa dignificar, melhorar e enriquecer as vidas dos indivíduos – desde crianças até idosos – e as suas conexões sociais”, afirmou ainda o júri. “Para ele, um edifício tem uma função pública mesmo quando é privado.”, acrescenta a mesma nota.

    Em declarações à Fundação Pritzker a partir de Yokohama, onde está sediado, Yamamoto afirmou que se sentia orgulhoso e “surpreendido” por ganhar o prémio, visto como o Nobel da arquitetura, nesta fase da sua carreira. “Em breve farei 79 anos”, disse. “Este prémio é um momento importante para mim. No futuro próximo, penso que muitas pessoas me ouvirão muito atentamente. Talvez eu possa expressar a minha opinião mais facilmente do que antes.” O arquiteto explicou que a sua arte não é apenas desenhar edifícios, mas desenhar no contexto dos seus arredores e, esperançosamente, impactar também esses arredores.

    Um dos exemplos mais paradigmáticos da linguagem arquitectónica de Yamamoto é o quartel da corporação de Bombeiros de Hiroshima Nishi, projetado em 2000, com uma fachada, paredes interiores e pisos feitos de vidro. O edifício convida o público a experienciar as actividades diárias dos bombeiros, algo que raramente se vê. O resultado encoraja os transeuntes “a observar e interagir com aqueles que protegem a comunidade, resultando num compromisso recíproco entre os funcionários públicos e os cidadãos que servem”, afirmaram os organizadores. Normalmente, explicou Yamamoto, uma estação de bombeiros seria construída em betão. Ele tinha uma perspectiva diferente, que apresentou num concurso com outros arquitetos.

    “Propus uma ideia muito radical,” disse Yamamoto. “A ideia era que a estação de bombeiros deveria ser o centro da comunidade. Não apenas o seu trabalho de combate a incêndios, mas a sua vida diária deveria ser o centro, porque eles vivem no local e durante 24 horas têm atividades.” Ele descreveu os bombeiros a treinar com cordas e escadas num átrio central visível do exterior.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Arquitecto chileno Iván Bravo em conferência no Porto

    Sob o título ‘Obra/Obra’, Iván Bravo, marca presença em mais um ciclo de conferências ‘Matéria: conferências brancas [Matter: the white conferences]’, que terá lugar esta quinta-feira, dia 7 de Março, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da FAUP

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    O arquitecto chileno Iván Bravo vai marcar presença em mais um ciclo de conferências ‘Matéria: conferências brancas [Matter: the white conferences]’. A sessão está agendada para esta quinta-feira, dia 7 de Março, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).

    Sob o título ‘Obra/Obra’, Iván Bravo reflectirá sobre a identidade da prática do seu atelier, com o mesmo nome, enquanto apresenta um conjunto de obras recentes, associadas ao tema do habitar, de diferentes escalas, do processo de projecto ao resultado construído.

    “Seja pictórico, musical, literário ou arquitectónico, o conceito de obra significa a realização de um processo criativo realizado por um artista. Pelo contrário, os projectos realizados por um arquitecto raramente são chamados de “obra”, mas sim pelo programa a que respondem: casa, cabana, edifício. Poderíamos dizer que, ao contrário de outras disciplinas criativas que se consagram quando realizadas como obras de arte, a arquitectura é uma obra, no seu sentido artístico, que é, simultaneamente, entendida como um artefacto em construção, um mecanismo vivo feito de matérias-primas e governado apenas por restrições estruturais e técnicas de construção”, afirma o arquitecto.

    Iván Bravo é arquitecto e mestre em fotografia e dedica-se à prática da arquitectura desde 2002, sobretudo com projectos de pequena e média escala, em cujo desenvolvimento se combinam materiais e práticas de diferentes disciplinas artísticas.

    Iván Bravo complementa a prática em atelier com a prática académica, em diferentes universidades do Chile. O seu trabalho foi apresentado, em conferência, em diferentes países da América do Sul, e em exposição, nomeadamente, nas Bienais de Arquitectura e Design do Chile e de Buenos Aires. Foi publicado nas revistas Domus, Arquitetura Viva e Summa+, entre outras.

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