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    Broadway Malyan (re)desenha primeiro Hotel Ramada by Wyndham em Portugal

    Esta inauguração contribui, segundo os promotores da iniciativa, “para o crescimento do portfolio de mais de 120 hotéis Ramada by Wyndham em toda a Europa

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    A Broadway Malyan é a responsável pelo desenho do primeiro hotel da marca Ramada by Wyndham em Portugal, uma unidade que nasce da recuperação do antigo Olaias Park Hotel, em Lisboa, conferindo-lhe “um conceito sofisticado e refinado”.

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    Com 300 quartos – incluindo quartos clássicos, superiores, suítes e executivos – este hotel, gerido pela DHM – Discovery Hotel Management, marca de gestão Portuguesa, sob um contrato de franchising de longo prazo com a Wyndham Hotels & Resorts, inclui dois andares para conferências e eventos, com 11 salas de reuniões e um auditório de última geração, que pode acolher até 280 pessoas.
    Esta inauguração contribui, segundo os promotores da iniciativa, “para o crescimento do portfolio de mais de 120 hotéis Ramada by Wyndham em toda a Europa, nomeadamente no Reino Unido, Alemanha, Grécia, Itália e Holanda”.
    Patrick Divall, vice-Presidente Regional da Europa Ocidental da Wyndham Hotels & Resorts, salienta que “a prosperidade social de Portugal, as cidades pitorescas e as paisagens variadas, bem como o estatuto de Lisboa como cidade capital europeia, continuam a atrair turistas e viajantes de negócios de todo o mundo. O Ramada by Wyndham é a nossa marca mais global e estamos entusiasmados em adicionar Portugal à nossa lista crescente de mais de 60 países em todo o mundo, onde a marca tem presença.” Já segundo Francisco Moser, Managing Director da DHM – Discovery Hotel Management, “em todo o mundo, a Ramada by Wyndham é procurado por viajantes que querem encontrar uma marca internacionalmente reconhecida que lhes é querida e familiar. Estamos muito satisfeitos em apresentar a marca em Portugal e ansiosos para combinar o nosso alto padrão de gestão hoteleira, com a visibilidade, distribuição e capacidade de escala que a Wyndham Hotels & Resorts nos oferece.”
    A marca Ramada by Wyndham faz parte do Wyndham Hotels & Resorts, o centro de hospitalidade com quase 9.000 hotéis em mais de 80 países. Ramada by Wyndham Lisbon é a mais recente adesão à crescente marca da Wyndham Hotels & Resorts, que inclui 11 hotéis operacionais sob as marcas Dolce Hotels & Resorts by Wyndham e TRYP by Wyndham.

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    Andreia Garcia, arquitectura e curadora

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    ‘Fertile Futures’ ou uma viagem através de sete territórios da água

    A presença portuguesa na Bienal de Veneza em 2023 percorre os caminhos da água em diferentes hidrogeografias. Identificadas pela importância que representam para o território, como pelas problemáticas ecológicas, sociais, económicas e políticas que têm levado à sua deterioração

    ‘Fertile Futures’ expressa o entendimento sobre o “Laboratório do Futuro”, tema proposto por Lesley Lokko para a 18ª Exposição Internacional de Arquitectura – Bienal de Veneza 2023, que convoca, “mais do que a oportunidade de produzir conhecimento sobre um conjunto de temas urgentes à sociedade e ao planeta, também um modo específico de fazer”, discutindo e propondo estratégias para a gestão, reserva e transformação de água doce.

    Contribuindo para uma discussão que é comum e global, ‘Fertile Futures’ problematiza a escassez e gestão deste recurso, a partir do território português. Com foco em sete hidrogeografias, ‘Fertile Futures’ apresenta no Palácio Sinel de Cordes, em Lisboa, os resultados desta investigação multidisciplinar, uma iniciativa coordenada por Andreia Garcia e explicada em entrevista à TRAÇO.

    Os sete casos em estudo exemplificam a acção antropocêntrica sobre os recursos hídricos na Bacia do Tâmega, Douro Internacional, Médio Tejo, Albufeira do Alqueva, Perímetro de Rega do Rio Mira, Lagoa das Sete Cidades e nas Ribeiras Madeirenses.

    De regresso a Lisboa

    Um ano depois, ‘Fertile Futures’ regressa a Lisboa para partilhar, para além da exposição principal que esteve em Veneza, os conhecimentos acumulados ao longo das Assembleias de Pensamento, disseminadas pelo País, e do Seminário Internacional de Verão, realizado no Fundão.

    Inaugurada em Janeiro, a exposição irá manter-se no Palácio Sinel de Cordes até 27 de Abril, onde se encontram expostos os trabalhos realizados pelas equipas artísticas Corpo Atelier, Dulcineia Santos Studio, Guida Marques, Ilhéu Atelier, Pedrêz, Ponto Atelier e Space Transcribers, bem como contributos que decorreram das Assembleia de Pensamento.

    Andreia Garcia recebeu a TRAÇO neste espaço, onde nos fez uma visita guiada através dos territórios ali representados permitindo-nos conhecer uma versão “mais completa” da exposição.

    Que tipo de exposição temos aqui?

    Esta exposição não é exactamente a mesma que esteve em Veneza. É uma exposição mais completa. Além de todos os conteúdos que estiveram expostos no Palácio Franchetti desde Maio de 2023 em Veneza, conta, ainda, com a dimensão da segunda fase do laboratório, que correspondeu ao Seminário Internacional de Verão, situado no Fundão, onde, durante 15 dias, estivemos com alunos dos cinco Continentes a trabalhar, em contexto real e sobre a problemática da escassez de água doce com as mesmas sete equipas de arquitectura que estiveram representadas.

    Mais do que mostrarmos projectos acabados, foi importante explicarmos as reflexões multidisciplinares que, aqui na exposição, estão representadas por imagens, textos e maquetes, assim como pelo documentário, desenvolvido pelo canal 180, com a direcção do Joaquim Mora, que nos acompanhou desde o início do projecto.

    O Seminário, no fundo, foi o culminar do laboratório?

    O Seminário foi a segunda fase deste laboratório, que contou ainda com cinco Assembleias de Pensamento que aconteceram no decurso do projecto. Exatamente um ano depois da primeira Assembleia de Pensamento, inauguramos aqui no mesmo espaço a itinerância da exposição. Por isso, esta exposicão, para nós, é muito importante, porque apresenta o culminar desse processo laboratorial que procurou ser inclusivo e aberto. Além de montarmos um projecto com equipas de trabalho multidisciplinares, procurámos representar todo o País e, onde estão, pela primeira vez, ambas as ilhas – arquipélago dos Açores e o arquipélago da Madeira.

    É expectável que este ciclo tenha continuidade?

    A itinerância pode trazer consigo outros momentos, outra produção de conhecimento, que naturalmente poderão depois verter noutras configurações e noutras mostras, noutros perfis e até noutras geografias. Esta é a ideia. Neste momento existem alguns convites para pensar o futuro do projecto noutros contextos, mas está tudo em aberto. Importará referir que têm sido muitas as investigações de carácter mais académico que se têm debruçado sobre os conteúdos desenvolvidos pelo Fertile Futures.

    Aliás, para mim uma curadoria é isso. É a produção de conhecimento, e mais do que o resultado, importa o processo a partir da investigação.

    Numa perspectiva de continuidade considera ser possível alargar este laboratório a outros territórios?
    O projecto foi pensado nestes contextos a partir de sete hidrogeografias específicas, mas, como disse, há outros projectos de investigação que já derivam deste trabalho. Nesse sentido, poder-se-ia considerar que estamos a caminhar para uma nova fase. Ou seja, num curtíssimo espaço de tempo já há quatro dissertações de mestrado e uma tese de doutoramento que se focam no projeto ‘Fertile Futures’. Portanto, há uma contaminação positiva, de certa forma, e uma sensibilização para estas questões a vários níveis, também académicos.

    Entendemos a Arquitectura como entidade mediadora, capaz de atentar a um problema, de o contextualizar e estudar e, depois, recorrer a múltiplas estratégias de acção algumas das quais a partir de cenários eventualmente ficcionáveis

    Que mensagem pretendem passar com este projecto?

    Aquela que será talvez a maior é alertar e sensibilizar para as consequências do consumo desenfreado, da extracção, da errada distribuição dos recursos hídricos, e de certas medidas politicas, que tendencialmente demonstram mais enfoque no capital do que na salvaguarda do nosso território.

    O facto de entretanto percebermos que estas questões estão a despertar a atenção politica, mesmo que a um nível regional, é também positivo, porque nos dá a esperança de que possa haver permeabilidade para o diálogo entre as várias partes envolvidas, o que, aliás, foi o que sempre se pretendeu com o projecto.

    Nesse sentido, importa referir, por exemplo, que algumas das equipas de arquitetura estão já a trabalhar com os municípios para pensar em estratégias que possam contribuir para a reversão de alguns dos problemas enunciados a partir de trabalhos de campo multidisciplinares.

    Essa profunda preocupação é também importante para percebermos que precisamos de chamar até à arquitectura outros conhecimentos, outras áreas de especialidade com o propósito de trabalharmos em conjunto e, por isso, de um modo mais informado. No caminho que temos percorrido com esta Bienal de Veneza também conseguimos perceber que para encontrarmos mais respostas para os problemas enunciados, teremos de ensaiar novas perguntas capazes de complexidades múltiplas.

    Que papel pode ter a arquitecto neste alerta?

    Entendemos a Arquitectura como entidade mediadora, capaz de atentar a um problema, de o contextualizar e estudar e, depois, recorrer a múltiplas estratégias de acção algumas das quais a partir de cenários eventualmente ficcionáveis, mas que nos sugerem que, na prática, há ainda muito a fazer na ponderação da relação da humanidade com os escossistemas naturais.

    Nesta exposição fica claro que a arquitectura também é política. E que os arquitectos devem ter um papel no planeamento do território e na gestão dos seus recursos, para lá de interesses meramente económicos.

    Temos consciência que a arquitectura, individualmente, não tem capacidade para actuar sozinha na resolução dos problemas e, por isso, convocámos igualmente especialistas das áreas da geografia, da engenharia hidráulica, do paisagismo, da sociologia, da antropologia, da economia, entre outras áreas de conhecimento.

    Com este projecto pretendemos alertar e sensibilizar para as consequências do consumo desenfreado, da extracção, da errada distribuição dos recursos hídricos, e de certas medidas politicas, que tendencialmente demonstram mais enfoque no capital do que na salvaguarda do nosso território

    Porquê ter como ponto de partida diferentes hidrogeografias?

    As diferentes hidrogeografias representam diferentes territórios onde é evidente a acção humana sobre os recursos hídricos. Os sete casos em estudo contam-nos sete histórias sobre o país. Às equipas de projecto foi pedido que se debruçassem sobre cada uma das problemáticas dessas histórias e ensaiassem futuros mais férteis.

    Sendo caso específico do território português, podem, no entanto, ter múltiplos paralelos com outros semelhantes em outros pontos do Mundo. Lendo as hidrogeografias em Portugal e a partir do território português, percebemos claramente que queríamos apontar questões globais.

    Quem está no poder politico actualmente está mais sensível a estas questões?

    Naturalmente, há metas internacionais e essas metas apontam-nos objectivos concretos. Hoje em dia, se não mudarmos as nossas práticas, seja a nível científico ou profissional, ou até doméstico, essas metas não vão ser cumpridas. Definem-se muito objectivos, mas com o objectivo de os alcançarmos assistimos à implementação de medidas contraditórias que muitas vezes levam à exploração desmedida do solo e à errada distribuição dos seus recursos. O poder político necessita de uma prática consciente, focada no longo prazo e na preservação dos ecossistemas. Nenhuma prática é isenta de erros no seu caminho, mas terá de ambicionar fazer melhor e não repetir equívocos.

    Lagoa das Sete Cidades (Ilhéu Atelier)

    A Lagoa das Sete Cidades é o maior reservatório natural de água doce do arquipélago dos Açores e também uma das sete maravilhas naturais de Portugal. Apesar de romantizada, a atividade agropecuária é responsável pela degradação acelerada dos ecossistemas no território da bacia e na água das lagoas. O desmedido uso de fertilizantes para a produção de pastagens dá origem a processos de eutrofização, causando significativas emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, bem como a deterioração do equilíbrio bio-físico-químico da água, inviabilizando a sua utilização. A proposta explora a (re)imaginação utópica da região, combatendo o principal foco de poluição das lagoas açorianas, ao reconsiderar criticamente o uso do solo, em direta articulação com as dimensões sociais, culturais, patrimoniais e naturais que definem a paisagem dos Açores.

    Para repor a qualidade da água, o modelo propositivo apresentado considera remover do território o elemento poluidor das lagoas, ponderando todos os impactos em articulação interdisciplinar, de modo a garantir oportunidades mais sustentáveis. Manipulando as (in)tangibilidades do futuro, os diferentes discursos complementam-se e contribuem para outras visões do lugar, especulando sobre cenários fictícios. O granel, reconhecido elemento da arquitetura vernacular das Sete Cidades, é descontextualizado para albergar o símbolo da indústria agropecuária – a vaca. O arquétipo, tradicionalmente identificado como protetor dos bens agrícolas do solo, vê o seu propósito ironicamente invertido, para proteger o território dos efeitos nefastos da agropecuária.

    Ribeiras Madeirenses (Ponto Atelier)

    A repetida ocorrência das aluviões nas Ribeiras Madeirenses evidencia o preço a pagar pela urbanização rápida e não planeada do território, agravada pelos cada vez mais frequentes picos de precipitação, fruto das alterações climáticas, cuja responsabilidade redobrada caberá também ao desenfreado e carbonizado sector da construção. O desafio implica a reflexão crítica sobre o trauma associado a estes eventos, desenvolvendo hipóteses de revitalização das linhas de água, hoje fortemente artificializadas, recuperando a resiliência entretanto perdida.

    A partir de uma releitura crítica das Ribeiras Madeirenses, quatro atos expectantes evocam quatro temporalidades que sinalizam transformações nas ribeiras da Madeira em resultado da ação antrópica. Unidos pela linha do desenho do corpo da água, esses atos reinscrevem: a imagem de um tempo pretérito em que a natureza vibrante das ribeiras participava verdadeiramente na vida da cidade; a imagem do tempo catastrófico das aluviões que, vindo do passado, atravessa o presente e ameaça o futuro; a imagem de um presente contínuo em que a vibração dessa vida urbana foi erradicada das ribeiras, numa tentativa de apagamento; e, por fim, a imagem de um tempo futuro que poderá existir e que procura recuperar o potencial latente destes corpos de massa líquida. Procurando na leitura territorial a possibilidade da experimentação de espaços de contenção, retenção e (re)condução para o redesenho do caminho da água, ensaiam-se, a várias cotas, construções topográficas de reconciliação entre o ser humano e a água.

    Bacia do Tâmega (Space Transcribers)

    A água da Bacia do Tâmega, outrora base de culturas de regadio, é hoje o principal recurso de uma das maiores instalações de energia hídrica verde da Europa. O Sistema Eletroprodutor do Tâmega, conhecido como Gigabateria, trouxe transformações significativas a esta região, tornando evidente o contraste entre dois modos de gerir água: como recurso e bem comum local e enquanto produto mercantil para a criação de energia. Ao explorar formas de articulação entre diferentes escalas e tempos presentes neste território, ativa-se o diálogo, a partir da capacidade mediadora da arquitetura, procurando mitigar o impacto da metamorfose do território, flora, fauna e da vida humana locais.

    Uma hidro-metodologia, materializada em práticas espaciais críticas, combina a análise imersiva e o jogo performativo como proposta arquitetónica para reimaginar o conceito de comuns na gestão hídrica do Tâmega. A investigação analítica, aqui denominada de hipertexto do Tâmega, potencia os contrastes e as ligações entre arquiteturas hídricas da região, os distintos modos da sua gestão e as suas relações com humanos e não-humanos. Recorrendo a hidro-artefatos, a play tour – performada e jogada em Março de 2023 e registada em filme documental – revela métodos poéticos que procuram reconciliar tensões hídricas existentes, enquanto aponta caminhos para o desenho de diálogos que antecipam futuros mais comuns sobre o Tâmega e além.

    Douro Internacional (Dulcineia Santos Studio)

    A investigação concentra-se na cota alta das margens do Douro Internacional, região paradigmática da relação de dependência e partilha entre Portugal e Espanha, sublinhando a relevância da água na conservação do solo e dos ecossistemas, para além do seu uso enquanto recurso energético e bem essencial para consumo humano. Contribuindo para o combate à desertificação de uma zona crescentemente despovoada, propõe-se a reaprendizagem de técnicas ancestrais e sistemas naturais, e a recuperação da dimensão simbólica dos elementos naturais.

    Uma visão para a preservação da água doce é contada através das raízes da árvore de um Freixo, sobre as quais peças cerâmicas foram moldadas para dar a ver o corpo invisível do chão, trazido aqui por meio de um substituto – um tapete de terra. O solo é o reservatório do futuro, para água e vida: um conceptáculo vivo, mineral e orgânico, onde raízes de árvores se entrelaçam num diálogo de formas que se complementam e desaceleram, espalham e infiltram a água. Trata-se de um sistema complexo e inteligente, de estrutura esponjosa e em permanente mudança, engendrado localmente, e cuja expressão resulta das forças dos diferentes ecossistemas coabitantes, na luta por comida e reprodução da espécie. O “chão como reservatório” é a lição do Douro Internacional para outros lugares, e a evidência de que apenas um saber local, partilhado e multidisciplinar, poderá conseguir ler e reconhecer o potencial de cada chão, daquilo de que é feito e de que precisa.

    Médio Tejo (Guida Marques)

    O impacto da indústria mineira é manifesto na região do Médio Tejo, nomeadamente na contaminação da água do rio Zêzere e lençóis freáticos de modo alargado. A constatação do elevado nível de metais pesados, acima do máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, é particularmente grave num momento em que se considera a hipótese do seu transvase, para aumentar o caudal do rio Tejo e garantir o abastecimento de água na área metropolitana de Lisboa. Repensando as políticas e prioridades do extrativismo, a proposta defende a renaturalização progressiva da paisagem, num processo- -manifesto de recuperação e descontaminação, a partir das ferramentas políticas e ativistas da arquitetura.

    A Arquitetura também se faz de manifestos e da coragem para reparar. A partir de registos escritos e performativos, expressa-se uma forte relação de proximidade e intimidade com o território, sensível ao passado e preocupada com um futuro expectante, na urgência de uma nova ação sobre o mundo. A partilha ambiciona unir dispositivos e formas, memórias, inquietações e angústias, para sensibilizar o pensamento e o corpo de quem lê, ouve e vê: a palavra também constrói, o corpo também é lugar. Pela partilha do sensível, reativa-se o afeto.

    Albufeira do Alqueva (Atelier Pedrêz)

    Apresentada politicamente como caso exemplar, a Albufeira do Alqueva é responsável pela transformação extrema de uma paisagem – de sequeiro a regadio –, com a criação do maior lago artificial da Europa. A sua água permite dar resposta às necessidades energéticas emergentes, incentivar a crescente atratividade turística e, sobretudo, contribuir para a alta produtividade do agronegócio instalado, simultaneamente responsável pela contaminação e superexploração dos solos. Operando sobre as consequências desta alteração e atenta aos impactos na diversidade dos ecossistemas, estruturas patrimoniais e desigualdades sociais, a proposta explora a dimensão operativa e técnica da arquitetura, no desenvolvimento de dispositivos de descontaminação e produção de solo, na antevisão do futuro daquela região.

    De forma ficcional, encena-se um futuro próximo onde a albufeira do Alqueva deixará de existir, dando lugar a um barreiro deserto rodeado por uma floresta exuberante de características únicas: um manto vegetal, formado por um tecido de bolsas circulares de vegetação capazes de reter quantidades de água equivalentes à que existiu outrora no lago. Artefacto para regeneração do solo é um invento construído em aço pela Pedrêz que, a partir da transformação de resíduos decorrentes da agro-indústria em energia térmica, hidrogénio, e carvão, possibilita a purificação da água e a produção de biofertilizante. A resposta concreta de regeneração social e ambiental, através da ação simples e continuada do ser humano na paisagem, reposiciona-o como elemento consciente e gerador de fertilidade.

    Perímetro Rega do Rio Mira (Corpo Atelier)

    O Rio Mira é envolvido por um largo perímetro de rega atualmente dominado por investimentos e interesses exógenos, impostos aos modelos de exploração agrícola instalados, de menor escala ou ambição. Tirando proveito das redes preexistentes, as explorações de alto rendimento contribuem para o desigual acesso aos recursos hídricos, bem como para a contaminação de solos e água, pela introdução de agroquímicos aceleradores. Ao mesmo tempo, a sua viabilidade assenta na superexploração de trabalhadores imigrantes, agentes ocultos, sujeitos a condições precárias de trabalho e habitação. A proposta advoga o potencial político da arquitetura, a partir da denúncia das situações de exploração e sobreposição, alertando para a ausência de regulação deste sistema.

    Aceitando a incapacidade da Arquitetura para encontrar uma resposta à complexidade desta problemática, avança-se uma instalação-denúncia que, pela sua dimensão poética, procura sensibilizar a consciência global para as questões sociais, ecológicas, administrativas e económicas em debate. Enquanto símbolo da distribuição desejavelmente democrática da água pelo território e pela população que o habita, o aqueduto, aqui incompleto, partido e fragmentado, evidencia a sua própria disfuncionalidade e despropósito. Este objeto mobilizador procura esclarecer a matriz da problemática no acesso à água nestas paisagens, imaginando três momentos distintos: junto à barragem de Santa Clara; num território natural e indefinido; e junto à foz do Rio Mira, onde a grande parte das explorações agrícolas de alto rendimento se aglomeram.

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    CCDR-Norte apresenta Prémio Arquitectura do Douro 2024

    A apresentação da iniciativa acontece por ocasião do Dia Internacional dos Monumentos e Sítio, no Museu do Douro, no Peso da Régua. Podem concorrer intervenções de construção, conservação ou reabilitação de edifícios ou conjuntos arquitectónicos, bem como intervenções de desenho urbano em espaço público

    A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte apresenta, esta quinta-feira, dia 18 de Abril, a oitava edição do Prémio Arquitectura do Douro.

    A apresentação da iniciativa acontece por ocasião do Dia Internacional dos Monumentos e Sítio, marcado pela entidade com uma conferência dedicada ao tema “Economia, Paisagem e Arquitectura: O Alto Douro vinhateiro, património e futuro”, no Museu do Douro, no Peso da Régua.

    Podem concorrer intervenções de construção, conservação ou reabilitação de edifícios ou conjuntos arquitectónicos, bem como intervenções de desenho urbano em espaço público.

    Lançado em 2006 por ocasião das comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro, o Prémio de Arquitectura do Douro tem uma periodicidade bienal e destina-se a promover a “cultura arquitectónica e as boas práticas” do exercício da arquitectura numa “paisagem cultural evolutiva e viva” como o Douro vinhateiro. A atribuição das distinções nas edições anteriores distingue intervenções arquitectónicas exemplares num território dinâmico classificado pela UNESCO.

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    Arquitecto britânico John Pawson assina projecto de 110M€ na Herdade da Palheta

    A propriedade contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 villas e 20 casas de campo e contará, também, com um clube de vinhos numa adega centenária. A data de abertura está prevista para 2028

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    O britânico John Pawson foi seleccionado para supervisionar a arquitectura e o design interior da Palheta, um novo empreendimento turístico, localizado na herdade com o mesmo nome, próxima da vila do Redondo e de Évora. O projecto é um dos maiores investimentos de sempre no sector hoteleiro em Portugal e está a ser desenvolvido por Lucas e Philippe Bitencourt, que têm mais de vinte anos de experiência na área da hotelaria e serviços premium.

    Com um investimento estimado em 110 milhões de euros, o empreendimento tem data de abertura prevista para 2028.

    Com mais de 40 anos de actividade na arquitectura, este é o primeiro projecto de John Pawson em Portugal, cujo conceito tem por base a “paisagem natural” e o “património cultural” característicos do local.

    “As formas são a essência da arquitectura, mas nada transcende a primazia do lugar e da atmosfera. A paisagem de Palheta é de uma beleza extraordinária, abrangendo vinhas e montado e azinho, o acidentado contraposto pelo ondulado. Poderia passar uma eternidade aqui, simplesmente a observar a forma como a luz muda, de acordo com a hora do dia e a estação do ano. Estou ansioso por desempenhar o meu papel na criação de um ambiente muito especial, onde as pessoas virão para desfrutar de uma oferta única de tranquilidade, cultura e hospitalidade”, afirma John Pawson.

    A propriedade contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 villas e 20 casas de campo e contará, também, com um clube de vinhos numa adega centenária, marca do rico legado enológico da propriedade, cujas vinhas se estendem por 25 hectares.

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    Porto: Estudantes de arquitectura paisagista desenham projecto para Largo Tito Fontes

    Propostas devem atender a princípios basilares de sustentabilidade, função, ecologia, estética, integração social, cujas soluções sejam capazes de promover a infiltração de águas pluviais, atenuação de temperaturas de ponta e resiliência climática

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    A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto voltou a desafiar os alunos de arquitectura paisagista para pensarem e desenvolverem um projecto para a cidade. Na segunda edição, o “Urban Scape” procura propostas de intervenção para o Largo Tito Fontes, em Santo Ildefonso. A iniciativa, que já foi distinguida com um prémio de inovação pedagógica atribuído pela Universidade do Porto, decorre até Sábado na Porto Innovation Hub.

    Na abertura dos trabalhos, FilipeAraújo, vice-presidente da Câmara do Porto destacou “o profícuo envolvimento da Academia, e em particular da UP, e o amplo número de exemplos de aplicação das suas soluções”.

    Filipe Araújo reforçou, ainda, “a preocupação permanente de ajudar e orientar, também, a Academia a ajustar as suas áreas de investigação à cidade real e à dinâmica entre as várias orgânicas da Câmara do Porto, sempre com o foco no bem-estar do cidadão”.

    Este é um evento destinado a alunos de arquitectura paisagista, que são desafiados a criar, desenvolver e apresentar uma proposta de intervenção num espaço público de pequena e média dimensão, até ao termo do evento.

    As propostas devem atender a princípios basilares de sustentabilidade, função, ecologia, estética, integração social. São, também, desenvolvidas propostas capazes de promover a infiltração de águas pluviais, atenuação de temperaturas de ponta e resiliência climática.

    Ao longo de três dias, os estudantes são organizados em grupos constituídos com elementos de diferentes anos, mimetizando a prática da profissão com projectistas com diferentes níveis de experiência, sob orientação de um tutor. O projecto é desenvolvido com recurso a suportes digitais tridimensionais, em realidade virtual.

    O momento foi, também, aproveitado para lançar o livro que agrega os resultados da primeira edição do “UrbanScape”, que colocou os alunos a redesenhar, em 24 horas, o espaço interior de um dos edifícios da Faculdade de Ciências.

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    Terra Lodge Hotel

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    A arquitectura consciente e social [c/galeria de imagens]

    Eloisa Ramos e Moreno Castellano são a dupla de arquitectos que forma o atelier Ramos Castellano. É, sobretudo, em Cabo Verde que desenvolvem o seu trabalho que apelidam de “arquitectura consciente”. Uma consciência que vem do local e das suas gentes, das suas necessidades, mas também do seu conhecimento intrínseco e geracional. De projecto em projecto, testam o potencial transformador da arquitectura no espaço e os seus impactos sociais

    Eloisa Ramos nasceu na ilha de Santo Antão e Moreno Castellano é originário da Sardenha. Portugal e Itália serviram de ponto de encontro, para o trabalho e para a vida, numa fase ainda de formação dos dois arquitectos. Cabo Verde é casa e campo de experimentação da sua arquitectura há década e meia. Uma arquitectura “consciente”, do local e do seu impacto nas pessoas. Porque apesar de estabelecerem a sua base na cidade do Mindelo, em São Vicente, podemos encontrar os seus trabalhos noutras ilhas que compõem o arquipélago.

    O que os levou a estabeleceram-se em Cabo Verde?
    Eloisa Ramos (ER): Foi uma coisa quase natural. Estabelecemo-nos primeiro em Itália, onde chegámos a criar um gabinete e a fazer algumas coisas, mas a vida deu voltas e em 2008, ainda antes da crise [económica], decidimos vir para Cabo Verde. Não houve nenhuma razão extraordinária. Terminámos os projectos que tínhamos em curso e depois embarcamos nessa nova aventura que, para mim, era um bocadinho o regresso a casa, embora o Moreno também já conhecesse. Decidimos voltar.

    Moreno Castellano (MC):
    Aqui em Cabo Verde havia espaço para desenvolver arquitectura, ou seja, aqui podemos de deixar uma marca, de fazer algo concreto, de construir fisicamente. Isso aconteceu construímos um museu, por exemplo, algo que teria sido muito difícil de acontecer na Europa. O que era importante para nós era fazer arquitectura e não onde a arquitectura é feita. Agora estamos a reparar que é muito importante onde a arquitectura é feita para o interesse que vão despertar. O Mindelo [onde o atelier tem a sua base] não é uma cidade muito grande, tem 75 mil habitantes e a ilha [São Vicente] é praticamente uma cidade-ilha mas é muito cosmopolita porque sempre foi uma cidade porto, com pessoas de vários lugares, e isto é muito interessante também para o nosso trabalho porque deu-nos a oportunidade de trabalhar com clientes de muitíssimas nacionalidades e ter uma visão mais ampla, apesar de estarmos nesta latitude mais descentralizada.

    Que tipo de projectos têm ocupado o vosso gabinete?
    ER: Temos feito um pouco de tudo ao longo destes quase 20 anos de carreira, desde habitação, hotéis, projectos urbanísticos… museus, um já construído e outro ainda em projecto. Inclusive design de interiores, um pouco por necessidade, que aqui não há assim tanta escolha. Mas em contrapartida há mão de obra artesanal especializada, se é que podemos dizer assim. Fruto das necessidades as pessoas desenvolveram o seu engenho e aqui há gente incrível ao nível da carpintaria, marcenaria, etc. Pessoas com muita sabedoria a nível artesanal.

    Qual é o traço comum dos vossos projectos? É esta ligação com os artesões, com o saber local, é a questão da sustentabilidade, porque nos vossos projectos há muito esta preocupação com a reutilização de materiais?
    MC: Há uma ideologia comum de certa maneira. Nós vemos a arquitectura como uma manifestação da vida, então posso dizer que não há um preconceito, ou seja, os projectos nascem das necessidades e muitas vezes tentamos que a arquitectura contribua para a resolução de problemas da sociedade. Por exemplo, temos um projecto na Cruzinha (Santo Antão), de uns investidores alemães, e o que fizemos foi canalizar e distribuir esse investimento para a sociedade local. Agora como se manifesta isso na arquitectura? Nas escolhas e decisões que fazemos. Em vez de usar o material importado, por exemplo, utilizamos o material local, em vez de utilizar técnicas que ocupam poucos trabalhadores, usamos as que precisam de mais mão de obra. Há aqui múltiplos aspectos e nenhum projecto é igual a outro ou tem as mesmas soluções. Portanto, o que tentamos fazer através do projecto é contribuir para o bem-estar e para a felicidade da comunidade onde o projecto está a ser desenvolvido.
    Até hoje, isto sempre funcionou de uma forma quase espontânea, biológica, porque onde escolhemos colocar os projectos, a comunidade floresceu. A instalação do hotel em São Pedro (Aquiles EcoHotel), por exemplo, fez com que a comunidade mudasse. A Mudança veio com a luz eléctrica, com a pavimentação das ruas, os pescadores, que até aí se dedicavam só à pesca tradicional passaram a realizar passeios com os turistas. Mas nada disto foi propositado.

    “Tentamos que a nossa arquitectura vá mais fundo, vá tocar a emoção das pessoas”

    Mas houve uma primeira decisão de investir. Um promotor?
    ER: Inclusive até muita gente dizia que era de loucos porque quem imaginava um hotel mesmo no meio daquela comunidade piscatória? Mas este hotel gerou uma energia muito forte e acabou por agregar valor acrescentado à comunidade, que como o Moreno estava a dizer aconteceram várias coisas boas e a comunidade mudou para melhor

    MC: O objectivo primeiro de um investidor é o proveito, mas é preciso fazê-lo compreender que o seu proveito pode ser maior com algumas mudanças.

    ER: Com respeito à tua pergunta anterior, eu diria que o traço comum na nossa prática é que tentamos sempre fazer uma arquitectura consciente, completamente inserida onde ela está a ser feita. Uma arquitectura que põe o homem no centro, o homem utilizador, o cliente utilizador final, aquele que vai desfrutar do espaço, no centro da atenção
    E o nosso traço comum digamos assim gira a volta disso. Tentamos fazer essa arquitectura consciente, em harmonia com o ambiente onde está inserida e isso tem funcionado, porque as pessoas não vêem esta nova adição como uma coisa estranha. O hotel Aquiles ou o Centro Nacional de Artes, Artesanato e Design, podiam ser algo muito estranho ou criar uma certa apatia, mas foram muito bem aceites. Tentamos que a nossa arquitectura vá mais fundo, vá tocar a emoção das pessoas. Claro que nunca vai satisfazer a todos no mesmo sentido, mas pelo menos tentamos.

    Foi o que fizeram na Cruzinha, em Santo Antão?
    MC: O projecto da Cruzinha está em desenvolvimento há sensivelmente oito anos. Está localizado numa grande extensão de terreno, quase que todo uma encosta da montanha, e começou por ser um projecto imobiliário e depois passou a incluir um hotel. Os investidores são alemães. Mas o que é que acontece quando vem um investidor de fora e
    compra uma grande extensão de terreno, para não criar logo uma fricção com o território, com a população, com o lugar, tem de dar algo em troca daquilo que vai receber. Então criamos terraços na encosta que permitissem o cultivo de produtos, então esta decisão que não é do foro da arquitectura, no fim é muitíssimo arquitectónica.

    ER: Porque Cabo Verde não tem muitas zonas agrícolas não queríamos que o hotel criasse um déficit de recursos. Então pensámos, porque não ser o hotel a produzir e se calhar a criar excedente que pode ser inserido no mercado? Com isto estamos a minimizar essa insatisfação que às vezes vem do ‘turismo explorador’.

    MC: Propusemos um sistema alternativo a este fenómeno e em troca fomos empregando a mão de obra local na construção de hotel, formando artesões em sistemas construtivos locais, utilizando os recursos locais na construção e com isto vemos a comunidade a ganhar força e a sentirem-se valorizados.

    Isso acontece em todos os vossos projectos?
    MC: Num outro projecto em que estamos a trabalhar, optamos quase por não ter soluções pré-concebidas. Tentamos formar uma estrutura e os artesões que participam vão acrescentando algo. Como se um projecto de arquitectura fosse uma música jazz…

    ER: Ainda é algo muito experimental. Existe um projecto que é seguido, mas ao invés de forçar soluções, adaptamos e absorvemos com naturalidade as soluções que vão surgindo.

    “Estamos totalmente convencidos que a Arquitectura é fruto de seres humanos, não é o resultado de posições geográficas”

    Apesar destes vários intervenientes locais, os projectos são só concebidos pela Eloisa e pelo Moreno? Como é que gerem todo o processo?
    ER: No momento da concepção somos só nós, mas depois temos outros intervenientes ao nível da finalização do projecto, apenas. Cada um de nós tem uma personalidade muito vincada, mas há sempre um respeito mútuo. E quando um está a ir por um caminho ou a optar por soluções não tão convenientes, então o outro acrescenta algo, a bem do projecto que neste processo ganha ímpeto de crescimento.

    MC: Ou seja, vimos ambos de lugares geográficos diferentes, mas somos muitíssimo flexíveis e ao longo destes anos a trabalhar não só em Cabo Verde, mas também noutros países, vimos que muitas vezes na arquitectura os problemas surgem onde há uma força a querer obrigar outra força a fazer algo para o qual não está pronto, preparado, um pouco como na vida.
    A arquitectura transmite sensações, umas mais que outras, trabalhamos para que a nossa arquitectura, os nossos projectos, transmitam algo e esse algo não vem só da forma ou dos materiais, mas antes de um conjunto de decisões que vão sendo tomadas ao longo do processo construtivo. As ideias, como os materiais, nunca são preconcebidos, quando nos propusemos a fazer um museu cuja fachada foi feita com tampas de barris, as pessoas olhavam para nós como se fossemos doidos, mas agora vais àquela praça e o edifício em si transmite uma grande alegria, domina a praça. Prova de que o valor da matéria é o valor que as pessoas lhe dão e não o que lhe é intrínseco.

    O facto de estarem numa ilha e de (quase) tudo ser importado e por isso mais caro, torna mais fácil a abertura para a reutilização de materiais no processo construtivo, mesmo os mais inusitados como a utilização de tampas de bidons na construção de uma fachada?
    ER: A necessidade aguça o engenho, não é? Com poucos recursos tivemos de explorar ao máximo a potencialidade de coisas que, de outra forma iriam para o lixo. A nossa arquitectura não é só baseada nisso, mas esta é uma componente importante, temos imenso prazer em tentar contribuir e deixar a nossa pegada ecológica aqui neste planeta. E pelo menos que a nossa arquitectura seja para agregar e não para tirar. Que seja um exemplo também e que os jovens arquitectos vejam isso como, não uma estrada única, mas pelo menos uma estrada que pode ser válida no futuro.

    MC: Nós estamos a trabalhar num contexto que sempre foi marginalizado. E há uma falta de conhecimento, histórica, sobre o que acontece e está a ser construído em África. Então para nós é importante que a Arquitectura ajude a reverter esta tendência. Estamos a tentar mostrar que aqui onde estamos também não temos nada a menos que outros países mais na vanguarda. Estamos totalmente convencidos que a Arquitectura é fruto de seres humanos, não é o resultado de posições geográficas, de latitudes ou longitudes, de educações superiores ou de grandes orçamentos.

    Como é que tem evoluído a Arquitectura em Cabo Verde? Como é que olham para p desenvolvimento por exemplo da Cidade da Praia, em Santiago, ou mesmo do Mindelo onde estão localizados?
    ER: A nível urbanístico não vou falar. Prefiro falar do saber tradicional que havia na construção de antigamente, das casas super frescas que eram de terra batida que eles molhavam todos os dias de manhã, as paredes de pedra, as coberturas de palha, a orientação, os ventos, o sol… isso era tudo levado em consideração quando por exemplo o meu pai fez a nossa casa em Santo Antão. E ele não era arquitecto, nem nada disso, mas utilizou a sabedoria popular. Orientou a casa na melhor posição, estudando o percurso do sol, do vento, da queda da água, das chuvas e das pedras, porque Santo Antão é montanha. Aqui temos também uma encruzilhada de várias influências portuguesas, inglesas, entre outros, com as suas influências no uso na madeira ou de betão. Mas sinto que este conhecimento se vem perdendo no que está a ser construído agora. O progresso é muito betão, o progresso são as janelas enormes de alumínio, mesmo que o edifício esteja orientado a sul.
    Há muita coisa que está a ser perdida e que devia ser valorizada e se calhar estudada mais a fundo que é um pouco o que nós estamos a tentar desenvolver, numa chave mais contemporânea. Mas Cabo Verde é um país novo e não podemos ser duros na crítica, de certa forma este percurso é compreensível quando se está ainda a tentar construir uma identidade.

    Que projectos têm actualmente em mãos?
    ER: Terminamos o projecto, para um cliente privado, de um museu sobre o fenómeno da escravatura na Cidade Velha, património da Unesco. É um projecto bastante interessante, mas sobre o qual não podemos adiantar muito. Estamos a terminar um projecto de uma pequena guest house, apenas com oito quartos, também em Santiago…

    MC: Estamos a trabalhar este projecto ao nível da experimentação. Propusemos a sua criação como parte de um viveiro e os seus ocupantes vivem no meio das plantas. O sistema de rega usa água reciclada. Existe uma orientação que foi estudada para a criação de dinâmicas. Depois temos outros projectos de habitação em curso. Mas existe sempre uma preocupação e consciência com a sustentabilidade. Fomos convidados pelas autoridades da Sardenha, a minha ilha, para fazer propostas para alguns projectos. O objectivo é o de replicar projectos, como os que desenvolvemos em Cabo Verde, que têm impacto e geram valor para as comunidades locais. Porque a Sardenha também tem problemas de desertificação de abandono da população do seu interior e a ideia é estes projectos, que ainda não sabemos quais são, ajudem a reverter essa tendência.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Programa de actividades “explica” relação de Siza com o Barroco

    A proposta da equipa de investigação liderada pelos investigadores José Miguel Rodrigues, director do CEAU e professor da FAUP, e Joana Couceiro, investigadora do CEAU-FAUP, é verificar na obra de Álvaro Siza a presença das ideias e dos ideais Barrocos. As iniciativas terão lugar no Museu Nacional Soares do Reis e na Igreja dos Clérigos

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    As relações entre a arquitectura de Álvaro Siza e o Barroco estão presentes em vários autores que escreveram sobre Álvaro Siza, além de permanecerem no modo como o próprio, referindo-se ao Porto, e a Nasoni, em textos escritos, seus, anuncia o seu interesse e empenho em conhecer melhor a arquitetura e a cidade Barrocas.

    Neste sentido, o Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP), tem vindo a desenvolver nos últimos três anos o projecto  “Siza Barroco”, que visa “colocar em evidência a relação entre a ideia de Barroco e a obra de Álvaro Siza”.

    A proposta da equipa de investigação liderada pelos investigadores José Miguel Rodrigues, director do CEAU e professor da FAUP, e Joana Couceiro, investigadora do CEAU-FAUP, é verificar na obra de Álvaro Siza a presença das ideias e dos ideais Barrocos, procurando compreender o quanto esta é uma arquitectura sem tempo.

    “Tratou-se de prosseguir um caminho, um percurso natural, cientes de que a colocação lado-a-lado da ideia de Barroco e da arquitectura de Álvaro Siza traria ganhos de conhecimento a ambas as partes” refere a equipa, sublinhando que “se, por um lado, a arquitectura de Siza se compreende melhor à luz do Barroco (ideológico), também o Barroco (cronológico) resulta mais inteligível com a obra de Siza.”

    O programa, que tem início em Abril e prolonga-se até Dezembro de 2024, integra conferências, uma exposição, um colóquio e um concerto que cruzam e entrecruzam a arquitectura de Siza, a arquitectura de Nasoni, a talha dourada, a música barroca-contemporânea, entre outras.

    O calendário de iniciativas abre com uma conferência de Eduardo Souto de Moura sobre “A Actualidade do Barroco”, a 20 de Abril, no Museu Nacional Soares dos Reis.

    Seguem-se três conferências com contributos de outras disciplinas: Ángel Garcia-Posada (4 de Maio), Juan José Lahuerta (18 de Maio) e Maria Filomena Molder (22 de Junho), consultores do projecto de investigação.

    A 12 de Setembro inaugura a exposição “Siza Baroque”, uma mostra patente até 31 de dezembro no Museu Nacional Soares dos Reis, lado a lado com a arte antiga e o projecto de Fernando Távora para o Museu.

    Já no dia 28 de Setembro realiza-se o segundo acto de conferências com José Miguel Rodrigues e Joana Couceiro – “Siza e o Barroco” -, Ana Tostões – “Siza e o Moderno”, e Jorge Figueira – “Siza e o Pós-moderno”. O segundo acto de conferências termina com um debate com todos os convidados moderado por Sílvia Ramos, investigadora do projecto.

    O colóquio “Betão, Branco, Dourado” decorre no dia 7 de Dezembro e integra comunicações dos investigadores do projecto: Sílvia Ramos, Miguel Araújo, Mariana Sá, Ricardo Leitão, Inês Sanz Pinto, Mafalda Lucas, Graça Correia, Hélder Casal Ribeiro, João Pedro Serôdio, Luís Urbano, Marco Ginoulhiac, Nuno Brandão Costa, e dos convidados João Pedro Xavier e Susana Ventura.

    O momento de encerramento vai ser assinalado com um concerto na Igreja dos Clérigos, a 14 de Dezembro, a partir da obra ‘barroca-contemporânea’, Magnificat em Talha Dourada, de Eurico Carrapatoso.

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    ‘Fertile Futures’: A propósito da exposição Palácio Sinel de Cordes recebe diferentes actividades

    Nos dias 20 e 27 de Abril, decorrem visitas guiadas à exposição, inclusive com Língua Gestual Portuguesa, assim como actividades para famílias e crianças

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    Até dia 27 de Abril, a representação oficial portuguesa na 18ª Bienal de Arquitectura de Veneza – Fertile Futures – apresenta no Palácio Sinel de Cordes os resultados desta “investigação multidisciplinar” que aliou à exposição cinco ‘Assembleias de Pensamento’, um seminário internacional de Verão e duas publicações. A par da exposição, estão previstas, ainda, um conjunto de actividades até ao final do mês.

    Neste sentido, está prevista para dia 20 a ‘Fertile Futures: visita relax’, com concepção e orientação da Locus Acesso e do Serviço Educativo da Trienal. Uma visita que adopta uma abordagem “confortável” e “acolhedora” a todo o tipo de público, incluindo com perturbações do espectro do autismo, sensoriais e de comunicação ou dificuldades de aprendizagem, crianças pequenas, pessoas com síndrome de Tourette, com ansiedade ou pessoas idosas que queiram usufruir da medição a um ritmo pausado.

    Ainda neste dia, e a pensar nas famílias, em particular o público infantil, acontece a ‘Fertile Futures: Gincana no palácio’. Invadidas por objectos estranhos de sete paisagens portuguesas, as salas do Palácio Sinel de Cordes expõem novos tesouros e histórias para contar, com concepção e orientação de Daniella Figueiredo e do Serviço Educativo da Trienal.

    Para dia 27 de Abril, haverá possibilidade de visitar, pela última vez, a exposição, com acompanhamento de Ester Donninelli. Também neste dia a exposição estará aberta a pessoas surdas, com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

    Durante a tarde, a iniciativa ‘Fertile Futures: Oficina Hágua?’, para idades entre os seis e os 12 anos, recupera a mostra tendo como base o elemento água que a caracteriza. Num jogo de acção-reacção, será construída uma engenhoca de recolha e redistribuição da água à escala da mão, num projecto pensado por Filipa Tomaz e Letícia do Carmo, do Serviço Educativo, com orientação de Daniella Figueiredo.

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    Openbook assina nova sede da Galp

    A petrolífera portuguesa tem casa nova e o fit out da sua nova sede, que ocupa um dos edifícios do ALLO em Alcântara, tem a assinatura da Openbook Architecture. Um projecto que se desenvolveu pelos sete andares e se centra nas pessoas

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    A nova sede da Galp, projectada pela Openbook, espelha o compromisso da empresa com as pessoas e o futuro. O espaço reflecte a visão de vanguarda da Galp, bem como a sua dedicação à inovação, sustentabilidade e bem-estar dos seus colaboradores.

    Localizada na frente ribeirinha de Alcântara, a nova sede da Galp revela uma arquitectura que se caracteriza por uma dinâmica inspirada na natureza inovadora da marca, com uma fluidez e diversidade de espaços pensados para potenciar a criatividade e a colaboração entre equipas. O ambiente criado ao longo dos sete pisos é caracterizado por um desenho orgânico dos espaços que potencia a transparência do edifício.

    A entrada apresenta-se como um espaço amplo e sóbrio, com um duplo pé-direito e galeria no piso 1. Esta zona funciona como a rótula de distribuição do edifício, com ligação a uma área destinada a exposições e eventos, ao Auditório Américo Amorim e à escadaria que leva ao Meeting Center, localizado no piso um e dois. Aqui estão também localizadas as zonas de suporte, “food & beverage”, o “wellness center” e sala de jogos, os quais permitem uma pausa mais descontraída e informal. As áreas operacionais desenvolvem-se nos restantes pisos, onde se destaca a criação e conjugação de núcleos que compõem as diferentes zonas de trabalho.

    “Estamos especialmente orgulhosos com o resultado deste projecto tão relevante para a Openbook e, certamente, para quem vier a trabalhar nele. Um projecto que eleva a experiência dos colaboradores e incorpora a cultura da marca e os modelos de trabalho que se pretendiam implementar na nova sede da Galp”, afirma Paulo Jervell, partner do Grupo Openbook.

    A materialidade, os tectos, as cores e as formas orgânicas foram cuidadosamente pensados para gerar um espaço de trabalho atractivo e estimulante.

    A construção ficou a cargo da Tétris.

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    Margarida Quintã (esquerda) e Teresa Novais (direita)

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    9ª ediçao do Open House Porto celebra Abril

    Com o tema “50 Anos a Construir a Liberdade” e curadoria das arquitectas Teresa Novais e Margarida Quintã, a iniciativa tem lugar nos dias 6 e 7 de Julho

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    A 9ª edição do Open House Porto (OHP) 2024 celebra os 50 anos do 25 de Abril de 1974, com o tema “50 Anos a Construir a Liberdade” e curadoria das arquitectas Teresa Novais e Margarida Quintã.

    A iniciativa, organizada pela Casa da Arquitectura (CA) que integra, mais uma vez, os municípios da Maia, Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia, tem data marcada para os dias 6 e 7 de Julho.

    “Num ano em que se comemoram os 50 anos da democracia, a CA desafiou as curadoras a pensar em espaços modelo neste processo de construção da democratização. A dupla curatorial, que pela primeira vez está entregue a duas mulheres, de gerações e percursos diferentes, respondeu de forma exemplar a este desafio de mostrar como os princípios de Abril foram concretizados. A arquitetura foi um instrumento de concretização dos princípios da Democracia”, explica Nuno Sampaio, director executivo da CA.

    Margarida Quintã e Teresa Novais explicam assim o conceito que orienta o OHP deste ano: “Se na revolução de 25 de abril de 1974 o povo português reivindicava “a paz, o pão, habitação, saúde e educação” [em alusão à canção de intervenção ‘Liberdade’ de Sérgio Godinho], em 2024 queremos, por um lado, conhecer o que fomos capazes de alcançar, e por outro, identificar o que desejamos para o futuro”.

    As propostas recaem, assim, em visitas a espaços de iniciativa pública, municipal, ou cooperativa, construídos nas últimas cinco décadas, que retratam as transformações operadas nos municípios da Maia, Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia. “O que queremos perguntar é: de que é que nós, portugueses, precisamos hoje para “termos liberdade a sério?”, acrescentam.

    O roteiro é acompanhado pelos Programas Caleidoscópio e Plus que propõem um conjunto de actividades abertas e destinadas a todos os públicos. Todas as visitas e actividades são de participação gratuita

    Até 21 de Abril decorrem as candidaturas para o voluntariado da OHP.

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    Um dos três vencedores do Prémio ArchDaily Brasil 2024 é português

    O edifício Factory Lisbon, com assinatura de Julian Breinersdorfer Architekten, José Baganha e Ângela Maurice, foi o terceiro classificado no Prémio ArchDaily Brasil Obra do Ano 2024

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    Este ano, o primeiro lugar foi atribuído ao Hospital Veterinário Escola da Unileão em Juazeiro do Norte, projecto com assinatura do gabinete Lins Arquitectos Associados. O segundo lugar foi para Angeli.Leão com o projecto para o Marco dos Corais, em Maceió. Em terceiro lugar ficou a Factory Lisbon, localizada em Lisboa, projecto desenvolvido por Julian Breinersdorfer Architekten, José Baganha e Ângela Maurice.

    “A Factory Lisbon resulta da reutilização adaptativa de uma fábrica de bolachas e massas, de 1973 do exército português. O edifício tombado pelo património histórico fica na frente do porto de Lisboa, inserido no complexo histórico de abastecimento do exército, que está a ser transformado num distrito de inovação, o Hub Criativo de Beato”.

    Fotos de Francisco Nogueira

    O edifício tem 200 metros de comprimento por apenas 11 de largura. “Este volume estreito normalmente exigiria a introdução de vários núcleos de betão para a circulação de emergência. Para evitar tal intervenção disruptiva, toda a circulação foi adicionada externamente. Na forma de passarelas de aço leve e escadas de um único lance, ela percorre as fachadas e contorna os silos históricos e um poço de elevador no centro do edifício. Aqui, as escadas são suspensas do tecto para minimizar seu impacto estrutural. O novo poço do elevador é revestido com espelhos, de modo a se misturar com as cores e características históricas”.

    O Prémio Obra do Ano do ArchDaily Brasil, um prémio de arquitectura lusófona, resulta da votação dos leitores do site, que seleccionam os 15 finalistas e, posteriormente, os três vencedores.

     

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