Dinamarca vai criar ilha artificial
O novo “bairro” tem a designação (provisória) de Lynetteholmen e espera-se que possa albergar 50 mil habitantes quando estiver concluído, algo que deverá acontecer apenas em 2070. A falta de oferta habitacional em torno da capital obriga à criação de espaço…onde há!
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A gestão de espaço em zonas mais ou menos confinadas obriga, por vezes, a medidas mais drásticas. Ou, melhor dizendo, engenhosas. Um dos casos mais recentes é o do Mónaco, apostado que está na expansão do seu território para o mar. Da Dinamarca surgem agora notícias que dão conta dos planos das autoridades de Copenhaga no sentido de ser criada uma ilha artificial entre Nordhavn e Refshaleøen. Esta é a solução mais plausível para responder aos problemas habitacionais com que a capital dinamarquesa se tem deparado, obrigando assim ao crescimento do território para poder acomodar o crescimento do parque habitacional.
Conclusão em 2070
O novo “bairro” tem a designação (provisória) de Lynetteholmen e espera-se que possa albergar 50 mil habitantes quando estiver concluído, algo que deverá acontecer apenas em 2070. A ilha será localizada na área com vista para a Suécia e está muito perto de locais turísticos populares como a Pequena Sereia e a Ópera da cidade, o que quer dizer que será também vizinha de alguns dos empreendimentos habitacionais de maior luxo, onde não faltam os apartamentos de muitas assoalhadas e os cais de embarque para estacionamento de embarcações particulares. A construção deve começar no ano de 2035 e a venda de alguns terrenos públicos ajudará a financiar os custos de um projecto que está avaliado em cerca de 20 mil milhões de coroas dinamarquesas (2.800 milhões de euros), diz ainda o comunicado veiculado pelo governo nórdico. O Estado e o município da capital dividem, em partes iguais, a promoção e propriedade da nova ilha. O autarca de Copenhaga, Frank Jensen, disse que o novo bairro, que incluirá praias e uma linha de metro, vai ajudar a aliviar o défice habitacional da cidade, que está a passar por um boom populacional. A cidade está também a passar por um “rápido desenvolvimento”, com níveis de crescimento nunca antes vistos. “É uma coisa boa, mas também significa que a cidade ficará sem terra, por isso precisamos construir uma nova ilha”, disse Jensen. As estatísticas demográficas previsionais mostram que cerca de 170 mil pessoas (entre dinamarqueses e estrangeiros) mudarão para a capital dinamarquesa até 2045, à procura de empregos bem pagos, vida confortável e transportes públicos eficientes.
Procurando equilíbrio
“Apesar de Copenhaga ter registado elevados índices de construção nos últimos anos, não construímos o suficiente para promover o equilíbrio nos preços das casas”, assegura o ministro dos Transportes dinamarquês, Ole Birk Olesen, citado pelas agências internacionais. Segundo o mesmo responsável, o projecto da nova ilha de Lynetteholmen vai incrementar a mobilidade de toda a região metropolitana, atendendo a que as novas centralidades criadas pela ilha vão ajudar a descongestionar as áreas existentes”, continua.
Mónaco como exemplo
Pelas mesmas razões, mas por motivações diferentes, o Mónaco vai expandir o seu território, ganhando terreno ao mar. No principado vai nascer um novo complexo para milionários em pleno Mediterrâneo, o suficiente para alojar os 2.700 milionários que pretendem ali estabelecer-se na próxima década. A cidade-estado soberana ficou sem espaço para construir e o príncipe Alberto II aprovou então o “projecto de extensão urbana offshore“, que vai permitir acrescentar seis hectares aos 202 que detém agora. A ideia é recuperar a terra que existe em torno do Mónaco de modo a aumentar o espaço para construção. Este projecto vai permitir a construção de 120 habitações de luxo, que vão ser vendidas por mais de 84.778,2 euros por metro quadrado – mais caro que um Hyde Park em Londres ou Central Park West, em Manhattan. O novo bairro perto do Casino de Monte-Carlo, é considerado imprescindível para o crescimento contínuo do Principado, contudo há quem se preocupe com os ecossistemas. A Bouygues, a empresa de construção que está por detrás do projecto, diz não haver nenhum efeito prejudicial para o meio ambiente. Para este megaprojecto imobiliário o Mónaco vai roubar ao Mediterrâneo entre 300 mil e 350 mil metros quadrados, uma superfície considerável para um Estado que tem apenas dois quilómetros quadrados de superfície. Os primeiros projectos apresentados a uma certa elite da arquitectura e do urbanismo mundial datam de 2007 e 2008. Mas com o estalar da crise financeira os trabalhos foram repentinamente interrompidos. O príncipe Alberto desejava e deseja que o novo Mónaco do século XXI tenha um duplo financiamento, público e privado.