Fábrica Confiança: Família dos fundadores apela à suspensão da hasta pública
Com data marcada para 30 de Abril, os 63 descendentes apelam a Ricardo Rio que encontre para a Fábrica um destino “digno do seu passado”
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Sessenta e três descendentes e familiares de Manuel dos Santos Pereira e Rosalvo da Silva Almeida, que fundaram a Saboaria e Perfumaria Confiança em 1894, lançaram um apelo ao presidente da Câmara Municipal de Braga para que suspenda a hasta pública de alienação do edifício, agendada para 30 de Abril.
“O imóvel deve continuar na esfera pública, constituindo um centro interpretativo da memória da fábrica e de outras unidades industriais já desaparecidas e um espaço dedicado às artes e à cultura. Foi aliás essa a razão pela qual foi adquirido pelo Município de Braga em 2011/2012 através de um processo de expropriação por utilidade pública com o propósito expresso de ser reabilitado e no âmbito de um consenso alargado quanto à salvaguarda deste marco da indústria bracarense e portuguesa”, defendem os membros da família.
“Para além da qualidade dos seus produtos, a Confiança marcou a cidade de Braga também pelas condições de trabalho que proporcionou aos seus operários”, refere a mesma missiva dos fundadores da fábrica, que destaca ainda que a par da componente industrial, a Confiança contribuiu para “o enriquecimento cultural dos seus trabalhadores, muitos antigos operários lembram ainda hoje as festas, os espectáculos e as sessões de cinema”.
E “é em nome dessa memória, que, no caso particular, se funde com a nossa memória familiar”, que os familiares dos fundadores da fábrica apelaram a Ricardo Rio que suspenda a venda em hasta pública prevista para o próximo dia 30 e se sente à mesa com as associações culturais bracarenses reunidas na plataforma Salvar a Fábrica Confiança no sentido de encontrar um destino para o imóvel digno do seu passado e daquilo que significa para a memória colectiva dos bracarenses”.
A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança apresentou recurso no Tribunal Central Administrativo Norte da decisão relativa à providência cautelar. Ao mesmo tempo decorre a acção principal onde se apontam várias ilegalidades, entre elas a violação do PDM, no processo de venda da Fábrica Confiança a privados. Entretanto, está a decorrer na Direcção-Geral do Património Cultural o processo de classificação da antiga Fábrica Confiança.
A Câmara de Braga expropriou o edifício para o transformar num equipamento cultural aberto à cidade, cujo investimento se encontra integralmente pago, não constituindo qualquer encargo para o Município de Braga.