Obras do nosso quotidiano retratadas em Livro
A Fundação Serra Henriques e a Docomomo Internacional colocaram em livro 10 edifícios representativos do movimento moderno na história da arquitectura
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“Obras que usamos diariamente ou pelas quais passamos todos os dias e que transformaram o espaço público e que sem nos apercebemo-nos são uma obra de arte”. Foi desta forma que a arquitecta Ana Tostões, coordenadora do livro “Isto é Arquitetura Moderna”, justificou a escolha das 10 obras do “imenso e qualificado universo da arquitectura moderna” do século XX que integram o livro.
Esta é também uma forma de “responsabilizar” o leitor “pela preservação” deste património, que percebe que também é parte integrante deste, refere Ana Tostões.
“Trata-se de uma escolha tão simbólica quanto difícil, apostada em levar ao grande público o património moderno registado entre arquitectura e paisagem, procurando responder ao repto colocado pelo programa Política Nacional de Arquitectura e Paisagem”, explicou ainda a arquitecta.
O título definido pela coordenação editorial constituiu um desafio para eleger obras que abrangessem diferentes autores, programas e lugares do território de Portugal Continental, de Norte a Sul, tendo autores de referência. Pardal Monteiro ou Fernando Távora, Álvaro Siza ou Nuno Teotónio Pereira foram convocados para representar programas que vão da habitação ao lazer, da espiritualidade à educação.
As escolhas das 10 obras
Do primeiro campus universitário moderno, o Instituto Superior Técnico, em Lisboa, ao palácio de Cristal transformado em Pavilhão dos Deportos por José Carlos Loureiro nos anos 50, no Porto, da Igreja do Sagrado Coração de Jesus ou da Associação Académica de Coimbra de Alberto José Pessoa ao Cinema Batalha de Artur Andrade sem esquecer a “celebrada” Casa de Chá da Boa Nova e a Escola do Cedro, em Vila Nova de Gaia, “a bravura dos autores portugueses é reunida com o objectivo de valorizar o património moderno, chamando a atenção do público para o seu valor e para a importância da sua conservação”.
No conjunto urbano da Avenida Infante Santo, “revela-se a arte pública integrada na cidade com a contribuição de artistas como Jorge Vieira, Nikias Skapinakis, Carlos Botelho e Maria Keil”. Também no Metropolitano de Lisboa está presente a obra de Francisco Keil do Amaral, “desenhando o espaço do quotidiano moderno de muitos cidadãos”, com a integração dos painéis de azulejos de Maria Keil presentes, ainda hoje, algumas estações.
Finalmente, o complexo da sede e museu da Fundação Calouste Gulbenkian que reuniu três dos mais destacados arquitectos modernos portugueses, Alberto Pessoa, Pedro Cide Ruy Jervis d’Athouguia, a par dos paisagistas Viana Barreto e Ribeiro Telles, engenheiros e artistas plásticos.
Reconhecendo a importância do movimento moderna na história e, em particular, na história da arquitectura, a Fundação Serra Henriques junta-se à Docomomo Internacional para esta edição, que conta ilustrações da autoria de João Fazenda e os textos de Joana Gouveia Alves e Sandra Vaz Costa.
Apostada em promover a valorização do Património Cultural, o estudo da Arquitetura Sustentável, Urbanismo e Ordenamento do Território, a Fundação Serra Henriques, em parceria com a Ordem dos Arquitectos, tem vindo a organizar debates estratégicos com o objectivo de assegurar a qualificação das cidades e da paisagem, respondendo assim à necessidade de operacionalizar soluções em território nacional, capazes de dar resposta a problemas como o dos incêndios que assolaram o país em 2017.
Neste contexto, e após dois debates realizados em Coimbra, a Fundação promoveu recentemente no Palácio Foz, em Lisboa, o Colóquio Arquitecturas Cruzadas, uma iniciativa que reuniu diversas personalidades do mundo da arquitectura em torno das temáticas de valorização do território e do património cultural, onde o livro foi apresentado.