Catella dedica 200M€ para investir em Portugal e Espanha
Ao CONSTRUIR, Javier Hortelano (Managing Director & Partner da Catella Asset Management) e Eduardo Guardiola (director & Partner Catella Asset Management) explicam que a gestora de fundos olha para Portugal e Espanha como mercados onde há muito para fazer e que poderão ser estratégicos numa lógica de diversificação dos activos, até agora muito dependentes do segmento residencial
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Está avaliado em 200 milhões de euros o plano de investimentos que a Catella Asset Management tem previsto para o mercado ibérico, uma estratégia que não deixará, obviamente, Portugal de fora.
Ao CONSTRUIR, Javier Hortelano (Managing Director & Partner da Catella Asset Management) e Eduardo Guardiola (director & Partner Catella Asset Management) explicam que Portugal se trata de um “mercado muito atractivo, que deverá manter a tendência pese embora haja um conjunto de organismos internacionais – assim como o Banco de Portugal – que estimem que possa haver uma certa desaceleração. De acordo com estes responsáveis, “o mercado imobiliário tem levado os últimos anos a exercer um grande atractivo para os investidores, como arranque do mercado residencial de aluguer e outros activos alternativos em plena ebulição, como as residências para estudantes. Por outra parte, os escritórios e a área logística apresentam um potencial interessante ao nível das rendas”, asseguram aqueles responsáveis.
Estratégia ibérica
“A nossa estratégia em Portugal”, referem Javier Hortelano e Eduardo Guardiola, “será similar à de Espanha”. Para aqueles responsáveis da gestora sueca de fundos, “Portugal e Espanha são dois países de oportunidades. Por isso, nós, na Catella, dedicaremos uma parte importante dos novos fundos a este mercado ibérico como um exemplo da nossa confiança nestes mercados. Procuraremos investir num espectro alargado que vá desde activos core até value add”. Hortelano e Guardiola sublinham, ao CONSTRUIR, que vão procurar identificar oportunidades não apenas em Lisboa mas em outras cidades também, nomeadamente no Porto. “Contamos com fundos da nossa responsabilidade ou geridos pela Catella para investir no segmento residencial, mas num sentido amplo, ou seja, desde o mercado de arrendamento como alojamento sénior, coliving, residências para estudantes, escritórios ou estacionamento”, referem, não descartando os activos comerciais, seja na área do retalho ou no segmento hoteleiro.
Focados em habitação
A estratégia da gestora de fundos estava muito focada em habitação, residências para estudantes e mercado de retalho, mas é expectável que os próximos meses possa haver novidades em relação ao “destino” de 200 milhões de euros que a Catella estima destinar no mercado ibérico nos próximos dois anos, nomeadamente ao nível de edifícios de escritórios e apartamentos. Em concreto, segundo conseguimos apurar, a gestora nórdica lançou um fundo de 400 milhões de euros para investir no segmento de escritórios na Europa, sendo que Portugal e Espanha deverão ficar com uma fatia em torno de 150 milhões de euros para este tipo de imóveis. Lisboa e Porto estão no radar, juntamente com um contingente espanhol que além de Madrid e Barcelona conta igualmente com Valência, Málaga, Bilbao e Zaragoza.
Os planos apontam para um alargamento da carteira de activos da Catella, que conta já com a gestão de 1000 imoveis, para áreas alternativas . Em Espanha, a Catella gere uma carteira de activos na ordem dos 250 milhões de euros. O segmento de residências seniores será uma estreia para a gestora de fundos sueca (sobretudo no mercado ibérico), ao passo que, no segmento de estudantes, já tem activos, no mercado espanhol, desde 2017, nomeadamente um em Pamplona “Normalmente as residências existentes estão em mãos de instituições religiosas ou de universidades que, por tradição, não entram propriamente na lógica tradicional de mercado. A nossa intenção, no fundo, passa por adquirir terreno pela mão de um promotor”, explica Guardiola, citado pela imprensa espanhola. Para o segmento estudantil, o investimento previsto ronda os 60 milhões de euros, o que deverá representar o acréscimo de três ou quatro projectos à carteira neste segmento, mais especificamente em Espanha.
Residências seniores
A experiência da Catella com este tipo de projectos só tem histórico em França, até ao momento, quando adquiriu seis residências por 130 milhões de euros. “É um sector muito fragmentado que tende a consolidar-se”, saliente Guardiola, que acrescenta que “há muitos proprietários que são, ao mesmo tempo, operadores e que agora ponderam vender a propriedade para centrar-se na operação. Esta é uma oportunidade que estamos a avaliar”. Dando como exemplo a realidade espanhola, Guardiola explica que este é um segmento ainda pouco maduro, face ao que existe em outros mercados europeus. “O paradigma está, todavia, a mudar: os jovens não podem nem querem comprar casa”, assegura o Partner Catella Asset Management, que acrescenta que “quem hoje tem 35 ou 40 anos de idade contempla quando tiver 50 ou 60 anos vender a sua propriedade e optar por um modelo de aluguer deste género”. Falamos de activos não medicalizados para pessoas não dependentes, que conta não só com serviços já incluídos como com serviços opcionais. “Em Espanha, este é um nicho que tem muito por onde crescer”, conclui.