Logística vai beneficiar com o crescimento do e-commerce
Esta é, pelo menos, a expectativa da consultora imobiliária Savills, que vê no crescimento do fenómeno do comércio digital e nas transformações que isso provoca na relação entre as marcas e os clientes uma oportunidade para a instalação de centros logísticos mais próximos dos clientes
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O impacto que o e-commerce está a ter no mercado imobiliário europeu esteve em destaque numa iniciativa promovida pela consultora imobiliária Savills, que juntou imprensa e players do sector. No encontro, que contou com a presença do director of European Cross-Border Investment da Savills UK, ficou claro que o comércio digital está a ter influência no mercado imobiliário na medida em que, com o crescimento do comércio online, as empresas retalhistas procuram cada vez mais centros logísticos para armazenamento e distribuição de produtos para comercialização online, o que está a promover o aumento da procura por este tipo de infra-estruturas.
“Com o impacto crescente do comércio online nas vendas dos retalhistas, poderá verificar-se também em Portugal uma tendência para a redução das áreas das lojas a par de um aumento da procura de áreas de armazenamento o mais próximas possível do centro das cidades e das lojas existentes, de forma a que o período de espera dos consumidores online seja o mais reduzido possível. Esta tendência a que nós chamamos ‘last mile’ tem vindo a impactar o negócio logístico e a forma como está organizado. Verifica-se um aumento da procura por armazéns de menor dimensão, localizados o mais próximo possível dos principais acessos aos grandes centros urbanos”, conclui Cristina Cristóvão, Retail Agency Director da Savills Portugal.
Em Portugal, as vendas online associadas ao retalho já representam quase 10% do total de vendas e a tendência é que estes valores continuem a subir nos próximos anos. O share online está a crescer, mas o formato loja ainda desempenha um papel importante e relevante na promoção de vendas e na mitigação das pressões de margem online. É necessário que o mercado imobiliário perceba toda a supply chain dos negócios retalhistas para preparar uma oferta adequada.
Forte impacto
Marcus de Minckwitz, director of European Cross-Border Investment da Savills UK, explica que o Reino Unido está já a ser fortemente afectado pelo maior dinamismo das plataformas electrónicas no retalho, sublinhando que 65% do negócio do sector logístico já é proveniente do sector do retalho, sobretudo, graças ao crescimento do e-commerce e das chamadas ‘same-day deliveries’. Minckwitz explica ainda que as devoluções de compras feitas por canais electrónicos são 20% superiores às dos canais físicos, o que tem obrigado as empresas de retalho a repensar as suas cadeias de abastecimento e a criarem centros de armazenamento e distribuição cada vez mais próximos dos consumidores, nomeadamente nos centros urbanos. “Os mercados logísticos europeus estão agora a experienciar o mesmo crescimento a que o Reino Unido assistiu nos últimos cinco anos, com os arrendatários do sector do retalho a representar mais de 60% do espaço ocupado durante esse período”, explica.
Marcus de Minckwitz diz ainda que “em média, as vendas online em toda a Europa ainda são menos de metade das vendas online do Reino Unido, mas parece-me claro que o rápido crescimento do e-commerce a que temos assistido no Reino Unido está em curso também no resto da Europa”.
O próprio sector do retalho, no entender de Cristina Cristóvão, sente que há um decréscimo significativo ao nível das vendas. “É um facto que as pessoas não deixam de comprar, mas há novos canais de vendas que estão a canalizar os fluxos para outros modelos. Não é, por isso, de estranhar que boa parte das transformações que têm sido introduzidas nos centros comerciais em Portugal passem pela transformação das áreas de restauração, por exemplo, e pela aposta no conceito de experiência”, acrescenta.