Centros comerciais: Aumenta tendência pela reconversão em escritórios e residencial
Segundo o estudo ‘European Shopping Centre: The Development Story’ da Cushman & Wakefield, centros secundários terão de se reinventar para sobreviver
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De acordo com a última edição do estudo ‘European Shopping Centre: The Development Story’, publicado pela Cushman & Wakefield, à medida que o mercado de centros comerciais atinge a maturidade na maioria dos países europeus, deverá assistir-se a uma polarização crescente entre empreendimentos prime bem sucedidos e centros secundários que enfrentam dificuldades e terão de se reinventar para sobreviver.
O research anual da consultora revela que em 2018 foram inaugurados cerca de 2,6 milhões de m2 de novos centros comerciais, 28% abaixo do registado em 2017. O valor de 2018 representa o nível mais baixo de promoção dos últimos 24 anos, sendo comparável aos volumes verificados no início da década de 1990, altura em que os primeiros centros comerciais tradicionais abriram na Europa Central e de Leste e também em Portugal.
Contudo, e apesar do ritmo de novas promoções ter abrandado ao longo dos últimos cinco anos, a dimensão total do mercado europeu continua a crescer – fixando-se actualmente em 168,1 milhões de m2 – intensificando a concorrência entre centros comerciais. Numa tentativa de manter a sua posição no mercado, os promotores estão a concentrar esforços na reformulação de projectos, com o objectivo de criar centros comerciais e de lazer sofisticados, modernos e esteticamente agradáveis.
Os empreendimentos de uso misto estão a tornar-se cada vez mais populares à medida que os investidores se apercebem do seu potencial. Como se verifica em algumas partes da Europa, sendo França um excelente exemplo, os promotores de centros comerciais estão a tentar diversificar com novos formatos como retail parks e formatos híbridos que incluem escritórios, hotéis e residencial.
Para o biénio 2019/2020, são esperados 2,1 milhões de m2 de novos centros comerciais na Europa Ocidental.
Marta Esteves Costa, Partner, Head of Research na Cushman & Wakefield, refere: “As oportunidades para a promoção de novos centros comerciais são encaradas tendo em vista dois tipos de activos. Por um lado, empreendimentos predominantemente inovadores com uma forte componente de lazer e, por outro, pequenos espaços comerciais de conveniência integrados na comunidade envolvente, onde a proximidade, a presença de um operador da área da restauração e um mix comercial adequado são factores cruciais para o sucesso.”
Na Europa do Sul, Espanha mantém a liderança no desenvolvimento de centros comerciais, enquanto em Portugal se verifica uma abordagem mais conservadora, com uma aposta clara na reconversão e expansão de centros existentes em oposição ao desenvolvimento de novos projectos de raiz. A nova oferta de conjuntos comerciais projectada para os próximos três anos irá acrescentar apenas 60.000 m2 ao stock de retalho em Portugal, sendo a grande maioria desta área correspondente à expansão de centros existentes.
De acordo com Marta Esteves Costa, “a maturidade da indústria de retalho em Portugal foi há muito identificada pelos principais players do mercado, que gozam de uma vasta experiência no sector, maioritariamente bem sucedida e sempre adaptada ao potencial do mercado. O recente crescimento do formato de rua, alinhado com a evolução do online, são também factores tidos em conta na opção de favorecimento do investimento em projectos que contam já com um longo historial de sucesso em detrimento de novos desenvolvimentos.”