Governo prepara medidas para mitigar custos de energia na indústria
O governo está a preparar um pacote de medidas para mitigar o impacto dos preços altos de electricidade na indústria e nas empresas. Eliminar barreiras a projectos de autoconsumo está entre as prioridades
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O secretário de Estado da Energia, João Galamba, admitiu que os preços da electricidade para os consumidores residenciais vão subir, mas garantiu que “não haverá uma subida significativa” do valor. “Não nos comprometemos com valores concretos, não nos comprometemos se sobe 0,5% ou 1%, se não sobe de todo, o que sabemos é que, face à enorme subida no preço grossista de electricidade, temos os meios para evitar aumentos significativos dos consumidores domésticos”, afirmou o responsável. Aumentos que serão, “seguramente” mais baixos abaixo dos que os que se registam noutros países europeus o que irá reduzir o diferencial existente hoje.
Já para o consumidor industrial o cenário será diferente e o “impacto” será maior já estes “estão mais expostos ao preço da energia e isso é tanto mais verdade quanto mais electro intensivas forem essas industrias”, sublinhou João Galamba.
Para estes grandes consumidores, o Governo está a preparar um pacote de medidas para mitigar o impacto dos preços altos que se verificam no mercado grossista. Entre as medidas consta a “revisão completa da legislação do sector eléctrico”. O Governo quer facilitar o licenciamento dos projectos de autoconsumo e, em especial, a instalação de sistemas solares fotovoltaicos.
Face ao preço do mercado grossista muitas empresas já começaram a apostar no autoconsumo e esse é um caminho que o Governo quer reforçar e acelerar “eliminando barreiras, facilitando e criando condições para que a indústria o possa fazer em melhores condições e o mais rapidamente”, sublinhou João Galamba.
Para o secretário de Estado, a melhor maneira de ajudar os consumidores, tanto domésticos como industriais, de forma sustentável ao longo da próxima década “é acelerar muito significativamente” o investimento em energia solar e eólica, antecipando as metas do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC).
Impacto das Renováveis é “inquestionável”
João Galamba marcou presença na apresentação do Estudo sobre o Impacto da Electricidade de Origem Renovável, elaborado pela Deloitte para a APREN, Associação Portuguesa de Energias Renováveis.
A análise, que actualiza a realizada em 2019, avalia “o impacto e a contribuição, entre 2016 e 2020, da electricidade de origem renovável na factura dos consumidores, no sistema eléctrico e na economia nacional projectando os seus efeitos no contexto da política energética e objectivos estabelecidos no Plano Nacional de Energia e Clima para Portugal até 2030”.
O estudo da APREN calcula que entre 2016 e 2020 a renováveis representaram para os consumidores portugueses uma poupança de 6,1 mil milhões de euros, com impactos reais no sistema de 1,7 mil milhões. O estudo indica ainda que, neste período, a contribuição das empresas de produção de electricidade a partir das FER (Fontes de Energia Renováveis) para o PIB português foi de cerca de 18,5 mil milhões de euros, cerca de 3,7 mil milhões/ano. Um valor que segundo apurou a Deloitte poderá ascender 12,8 mil milhões de euros/ano já em 2030.
O aumento do investimento, público e privado, reflecte a aposta nas energias renováveis e deverá intensificar-se nos próximos anos onde é esperado o investimento de 15 mil milhões de euros em centros electro produtores a partir de FER.
Números sobre os quais João Galamba não se quis pronunciar, mas garantindo que “sem renováveis estaríamos pior e seja quais forem os benefícios obtidos no passado hoje eles são muito maiores”.