Mais de 53 mil novos apartamentos ficaram por concretizar
Nos últimos cinco anos, 41% dos apartamentos com pedido de licenciamento não avançaram. Reflexo da conjuntura de instabilidade internacional, económica e política que se vive, refere análise da Confidencial Imobiliário
CONSTRUIR
Cleanwatts inicia expansão internacional para o Reino Unido
Novo centro de reparação da Complete Entertainment Exchange abre em Vila Nova de Gaia
Fusões e aquisições na Europa crescem 23% e atingem os 255 mil milhões de dólares no primeiro semestre
Portugal reforça 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD
Plaza Madeira reforça oferta comercial
Espanhola Meridia adquire glamping de luxo ‘Reserva Alecrim’
Quadrante adquire espanhola Meta Engineering
Frota automóvel da Sunenergy certificada pela ADENE
Incêndios: Ordem dos Arquitectos manifesta solidariedade e apela a melhor cultura de ordenamento do território
PAB_LivingLab em Loures apresenta soluções para a descarbonização
Entre 2019 e 2023, deram entrada nas autarquias de todo o Continente pedidos para o licenciamento de 128.800 novos apartamentos, revela a Confidencial Imobiliário. Deste universo de apartamentos projectados, contudo, apenas 59%, num total de mais de 75.550 fogos, foram efectivamente licenciados e entraram em obra, ficando em suspenso uma fatia de 41% da oferta potencial, num total de 53.200 apartamentos.
Esta bolsa de oferta não concretizada equipara com o volume de apartamentos concluídos no mesmo período, e os quais foram totalmente absorvidos pela procura. De acordo com a análise da Confidencial Imobiliário, entre 2019 e 2023 terão sido concluídos 48.900 novos apartamentos no país, estimando-se que tenham sido totalmente vendidos, de acordo com as projecções de transacções realizadas a partir da base de dados do Sistema Residencial, SIR. Tal significa que, nos últimos cinco anos, teria sido possível duplicar a nova oferta residencial.
Os dados resultam de uma análise da Confidencial Imobiliário aos dados dos pré-certificados emitidos pela ADENE, que reflectem as intenções de investimento da promoção imobiliária, e os dados do licenciamento de habitação do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Estes dados mostram que há um hiato muito relevante entre as intenções de investimento e a obra efectivamente lançada. Para mais, este hiato tem vindo a agravar-se a cada novo ano, de tal forma que o rácio entre obras, que nos são dadas pelas licenças emitidas, e os projectos com pedido de licenciamento, dados pelos pré-certificados, reduziu-se de 74% em 2021 para 53% em 2023”, comenta Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.
“O congelamento de uma fatia tão importante da oferta planeada reflecte, sobretudo, o ciclo de instabilidade dos últimos anos, marcado pela pandemia, a guerra, a inflação, o aumento dos juros e, a nível nacional, o pacote Mais Habitação, contexto que, na prática, significou tirar 53 mil novos apartamentos ao mercado. Esta tem sido uma situação especialmente marcante no último ano, conforme mostra o inquérito Portuguese Investment Property Survey, que fazemos em parceria com a APPII, e cuja mais recente edição revela que a instabilidade e riscos políticos foram os factores que mais se agravaram e penalizam o aumento da oferta em 2023. Ao mesmo tempo que a falta de procura surge como a menor das preocupações do sector”, conclui ainda Ricardo Guimarães.