Implosão das torres marca inÃÂcio de nova era em Tróia
Oito anos depois de apresentado o projecto inicial, a Sonae pode finalmente iniciar os trabalhos de construção do mega-empreendimento na penÃÂnsula de Tróia, um investimento avaliado em 300 milhões de euros. Pouco mais do que cinco segundos bastaram para colocar um ponto final num processo que já se arrastava há oito anos, estando assim criadas… Continue reading Implosão das torres marca inÃÂcio de nova era em Tróia
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Oito anos depois de apresentado o projecto inicial, a Sonae pode finalmente iniciar os trabalhos de construção do mega-empreendimento na penÃÂnsula de Tróia, um investimento avaliado em 300 milhões de euros.
Pouco mais do que cinco segundos bastaram para colocar um ponto final num processo que já se arrastava há oito anos, estando assim criadas condições para o desenvolvimento do projecto pensado pelo grupo Sonae, para a dinamização turÃÂstica da penÃÂsula de Tróia.
Com a implosão de duas das seis torres do antigo complexo turÃÂstico da Torralta, a Verdemar e a T04, poderão em breve avançar os trabalhos planeados para aquela que é designada como Unidade Operativa de Planeamento1, área onde serão construÃÂdos os principais equipamentos previstos pela Sonae no âmbito do mega-empreendimento planeado pelo grupo liderado por Belmiro de Azevedo.
Para a Sonae Turismo, está iniciado o «caminho para que Tróia assuma uma forte posição competitiva no universo do turismo». A queda das duas torres, assumida por Belmiro de Azevedo como um processo de «destruição criativa», representa o inicio de uma série de outras demolições que vão englobar cerca de 40 por cento da área bruta de construção pré-existente naquela região.
Até 2010 prevê-se que a Sonae Turismo consiga instalar naquela penÃÂnsula, um conjunto de projectos que representam a constituição de sete mil camas, 3400 das quais novas, distribuÃÂdas entre a componente turÃÂstica e a residencial. Ao todo são 440 hectares de intervenção profunda que vão marcar a paisagem.
O investimento total previsto ronda os 300 milhões de euros e além da intervenção da Sonae, inclui também a participação do grupo Amorim, com quem Belmiro de Azevedo chegou a acordo em Janeiro último para a concessão de jogo por um perÃÂodo de 20 anos.
«Tempo demais» O presidente da Sonae mostrou-se, no entanto, bastante crÃÂtico em relação àforma como decorreu o processo de licenciamento e aprovação da primeira fase do Troiaresort, evidenciando mais uma vez, a complicada máquina burocrática que envolve este tipo de projectos.
Para Belmiro de Azevedo, «foram oito anos de espera e temos de convir que foi tempo demais». «Foi muito tempo de paralisia burocrática. Mesmo tendo existindo uma boa relação com os vários responsáveis autárquicos, perdeu-se 70 a 80 por cento do tempo àespera de decisões governamentais. E nem sequer era por haver discórdia, era mesmo apenas inacção».
Na presença do primeiro-ministro José Sócrates, o empresário foi ainda mais longe ao acrescentar que «não se pode esperar que haja muitos empresários com paciência para esperar tanto tempo». «O Tróiaresort, se multiplicado por 50, por nós ou por outros, terá um valor inferior a um mega-projecto de infraestruturas que eu gostaria de realizar, mas só depois de ter dinheiro em caixa», adiantou ainda o empresário.
Não deixou no entanto de enaltecer que foi dado um importante passo rumo àcompetitividade. «Pode-se dizer que o projecto de Tróia tem o melhor de vários mundos. Tem de ser competitivo não só a nÃÂvel nacional como também internacional, tem que criar riqueza e postos de trabalho, tem de significar crescimento», concluiu Belmiro de Azevedo.
A Sonae Turismo orientou o Troiaresort para um segmento mais familiar. Segundo a empresa, «o Troiaresort será um family oriented resort, com múltiplas actividades, designadamente o golfe, a náutica de recreio e o jogo, com o intuito de capitalizar o «valioso património ambiental (Estuário do Sado) e cultural de Tróia». «Os mercados ibérico e europeu do turismo residencial, do golfe e das reuniões, congressos e incentivos constituem os alvos principais a que se dirige o Troiaresort».
«Eco-resort» A base do projecto previsto pela Sonae assenta fundamentalmente em quatro factores: a componente urbana, o núcleo de praia, o sector urbano com golf e um eco-resort. Conhecida é também a intenção de criar uma unidade hoteleira de luxo, cinco estrelas, complementada depois com apart-hotéis, moradias turÃÂsticas e um aldeamento turÃÂstico de 21 mil metros quadrados.
Pensada está também a criação de um centro de congressos, um parque de recreio aquático, um centro desportivo e um núcleo destinado àmonitorização do sistema ambiental. Tróia vai também receber uma nova marina e um novo porto de ancoragem para os ferries provenientes de Setúbal. O novo porto de recreio ficará situado a Norte, aberto para o estuário do Sado, enquanto que nos ferries o transporte de veÃÂculos será deslocado mais para sul, sendo que a actual localização será mantida mas apenas para o desembarque de passageiros.
Por enquanto apenas está aprovada a primeira unidade operativa de planeamento, tendo Carlos Beato, presidente da câmara de Grândola, salientado que as restantes três, previstas no conjunto de investimentos a efectuar pela Sonae, não estão previstas para breve. Quem também está agradado com o projecto agora iniciado é o actual presidente da câmara de Setúbal. Para Carlos Sousa, «a importância económica do projecto é preponderante para a região». «O turismo é uma das principais alavancas económicas de Setúbal.
Temos potenciais enormes, como o estuário do Sado e a Serra da Arrábida. Este será nos próximos anos um dos principais projectos turÃÂsticos do paÃÂs, quanto mais não seja pela proximidade existente e pela melhoria das condições na ligação entre Tróia e Setúbal», acrescenta o autarca.
Para os responsáveis da Sonae Turismo, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) estimado para o projecto de investimento, num ano cruzeiro, é de cerca de 35 milhões de euros, correspondente a um crescimento de 4,5 por cento do VAB do Alentejo Litoral. «O VAB induzido pelo projecto de investimento, directa e indirectamente, estima-se em cerca de 65 milhões de euros, correspondente a um crescimento regional de 7,5 por cento», refere a empresa integrante do grupo Sonae.
Para a história Entre 1970, data em que começou a ser construÃÂdo aquele que serÃÂa o empreendimento turÃÂstico da Torralta, e 2010, data em que está prevista a conclusão do projecto da Sonae, há um longo perÃÂodo de 40 anos. Para trás parece ter ficado o sonho de José e Agostinho da Silva, dois irmãos que idealizaram aquilo que seria um mega empreendimento turÃÂstico com uma capacidade de cerca de 24 mil camas.
Para isso, contariam com a ajuda financeira de aproximadamente 27 mil investidores. De sonho pouco passou e o Club Internacional de Férias da Torralta, depois de um perÃÂodo conturbado de gestão que culminaria em 1994, altura em que foi apresentado aos credores o plano de viabilização da Torralta, que acabaria por decretar a falência. Nesta altura já o Estado tentava alienar os créditos públicos da Torralta.
Quatro anos volvidos, e em resultado de um concurso público promovido pelo então ministro da Economia, Daniel Bessa, a Sonae assume controlo sobre a Torralta por um milhão de contos (cinco milhões de euros). Logo aàficou demonstrada a intenção de Belmiro de Azevedo em tornar Tróia como um destino turÃÂstico de referência, nacional e internacionalmente.
Um dos pontos altos dá-se finalmente em finais de 2003, altura em que formalmente é anunciado o acordo de parceria com o grupo Amorim para a dinamização turÃÂstica daquela penÃÂnsula. O grupo de Américo Amorim tem já garantida a concessão de jogo para Tróia, a explorar através de um hotel-casino avaliado em cerca de 100 milhões de euros.
Por confirmar está ainda a possibilidade do grupo Pestana poder também estar envolvido de alguma forma, neste conjunto de projectos. Belmiro de Azevedo, no final da sessão, não confirmou.