Ideias com futuro para a Quimiparque
Mesmo ao lado da cidade do Barreiro existe um vasto terreno praticamente sem qualquer uso. O ateliê Ideias do Futuro está a trabalhar num projecto para aquele espaço com cerca de 300 hectares que, ao fim de 15 anos, parece estar finalmente a ver a luz do dia Os terrenos da Quimiparque, no Barreiro, têm… Continue reading Ideias com futuro para a Quimiparque
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Mesmo ao lado da cidade do Barreiro existe um vasto terreno praticamente sem qualquer uso. O ateliê Ideias do Futuro está a trabalhar num projecto para aquele espaço com cerca de 300 hectares que, ao fim de 15 anos, parece estar finalmente a ver a luz do dia
Os terrenos da Quimiparque, no Barreiro, têm 300 hectares e estão actualmente desfasados da cidade e são pouco usados, parecem estar àespera de sofrer uma intervenção. É isso que o ateliê Ideias do Futuro está a fazer, ou seja, a preparar uma intervenção para aqueles terrenos que inclui zonas verdes, habitação, serviços, comércio e zonas de lazer. Estas serão baseadas num modelo de proximidade, ou seja, «ter a casa, o trabalho, a escola e o lazer num mesmo espaço que permita às pessoas ir a pé para cada um deles», explica Miguel Correia, arquitecto responsável pelo ateliê Ideias do Futuro e pelo projecto.
No entanto, para dar inÃÂcio a este projecto de grande escala que consiste na criação de 25 hectares de espaços verdes, cinco mil fogos de habitação; 25 mil lugares de estacionamento; cem mil metros quadrados de comércio, lazer e cultura; 250 mil metros quadrados de actividades económicas e 140 mil metros quadrados de reserva industrial, foi necessário dividir a área por zonas.
Assim, surgiram sete zonas distintas, cada uma delas com usos diferentes: a zona 1 é composta por 30 hectares e terá uma vocação essencialmente urbana (habitação), a zona 2 com cerca de 66 hectares destina-se àcriação de equipamentos e condições para a actividade empresarial, as zonas 3 e 4 configuram-se como zonas mistas predominantemente ribeirinhas que poderão comportar habitação, serviços e lazer. O projecto do Ideias do Futuro contempla ainda a requalificação da frente rio com um passeio que se prolonga por três quilómetros.
Intervenção ao pormenor
A primeira zona a arrancar será a 2, que já se encontra em fase de estudo prévio. Aàpretende ampliar-se e qualificar-se o parque industrial existente, prevendo-se a instalação de mais empresas (instalação de três pólos cientÃÂfico-tecnológicos e industriais) e a requalificação do Bairro das Palmeiras (5,5 hectares de habitações degradadas e pequenas fábricas). Seguir-se-ão as zonas 1 e 3, onde surgirá, respectivamente, uma praça central que comunicará com o actual centro do Barreiro através de uma rede de transportes adequada, nomeadamente a futura linha do Metro Sul do Tejo. O objectivo é prolongar a cidade do Barreiro para dentro dos actuais limites da Quimiparque e ao mesmo tempo criar uma nova centralidade, que será conseguida pela praça e por edifÃÂcios de referência arquitectónica. EdifÃÂcios que poderão surgir igualmente na zona 3, uma área de usos mistos, cuja principal vantagem é ser abrangida pela frente rio, criando-se por isso duas praças e uma pequena marina. Na zona 4, que também acompanha a frente ribeirinha, pretende criar-se um parque multimédia, ou seja, um parque temático destinado a escolas profissionais e superiores na área dos media, bem como espaços comerciais, residenciais, de lazer e duas praças centrais. Por sua vez, a zona 5 será única e exclusivamente para albergar um parque verde com cerca de 25 hectares, a mesma área que os equipamentos colectivos espalhados por todas as zonas, ao passo que nas zonas 6 e 7 se manterão os parques industriais existentes, «de forma a manter uma memória do local», pode ler-se na descrição do projecto.
Um projecto com 15 anos
O projecto do Ideias do Futuro para os terrenos da Qu.imiparque arrancou em 1991, «através de um concurso, o primeiro a nÃÂvel nacional que ganhei, e a ideia é fazer um plano de proximidade totalmente sustentado», conta o arquitecto Miguel Correia. Porque é que está a demorar tanto tempo? «Há 15 anos a pessoas não estavam preparadas para ele, inclusive algumas ideias foram postas de parte em 1991. Depois, entre 1995 e 2000, houve outro arquitecto a trabalhar no processo, por decisão camarária, e em 2001 voltei a ganhar novo concurso. Hoje os princÃÂpios que apresentei em 91 já foram aceites», explica. Não está a ser nem está previsto ser um projecto rápido. De acordo com Miguel Correia, tal como tantos outros projectos «ainda vai demorar» e a causa deve-se ao facto de «em Portugal existir uma dificuldade muito grande das pessoas em serem pragmáticas e em cumprir prazos. Mas em situações complicadas somos capazes, como fomos na Expo 98 e no Euro 2004, ou seja, quando temos alguém de fora a exigir e a insistir». O que não se passa no caso da Quimiparque, a promotora do masterplan do projecto que tem vindo a trabalhar com a Câmara Municipal do Barreiro. Para já ainda não existe nem orçamento, nem data de inÃÂcio de obras. Existe apenas uma garantia de que os terrenos, quase devolutos, da Quimiparque vão mesmo ser reabilitados. Os responsáveis envolvidos em todo este projecto acreditam que a cidade do Barreiro vai acabar por crescer.