Sá Fernandes propõe nova visão da 24 de Julho
José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, apresentou uma proposta de requalificação para a Avenida 24 de Julho. O projecto passa pela demolição do edifÃÂcio da direcção-geral da Administração Pública, e pela construção de uma praça em seu lugar, bem como pela recuperação de três armazéns datados da transição do século XVIII e… Continue reading Sá Fernandes propõe nova visão da 24 de Julho
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José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, apresentou uma proposta de requalificação para a Avenida 24 de Julho. O projecto passa pela demolição do edifÃÂcio da direcção-geral da Administração Pública, e pela construção de uma praça em seu lugar, bem como pela recuperação de três armazéns datados da transição do século XVIII e XIX
José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, apresentou uma proposta que visa a requalificação da Avenida 24 de Julho, no troço envolvido pelos armazéns de José António Pereira.
O projecto aponta para a recuperação do património municipal aàexistente, constituÃÂdo por três edifÃÂcios de armazéns datados da transição do século XVIII para o século XIX., e a criação de uma praça no espaço onde hoje se encontra o edifÃÂcio da direcção-geral da Administração Pública (DGAP), que, segundo a proposta apresentada, seria demolido. Este edifÃÂcio de escritórios, construÃÂdo na década de setenta, partilha, segundo José Sá Fernandes, da linha arquitectónica de vários outros edifÃÂcios que fazem a frente da avenida, virada para o Tejo. Segundo a proposta do vereador, o edifÃÂcio da DGAP manteve desde sempre uma péssima relação arquitectónica com os armazéns, nomeadamente tapando vistas e servindo de barreira pedonal, evidenciando que na altura da sua construção provavelmente se previa a demolição dos mesmos e a extensão para as traseiras de mais edifÃÂcios em betão com o objectivo de albergar mais escritórios. Esta situação e aquele local, segundo o documento da proposta, necessitam de uma reformulação, que se traduz «numa escolha entre um bloco de cimento datado dos anos 70 e um conjunto edificado do século XVIII, construÃÂdo numa estrutura abobada e com coberturas em terraço àbeira-rio». O documento sustenta que «hoje em dia ninguém terá dúvidas sobre a opção a tomar: melhor ligação 24 de Julho, melhor vista para o Tejo, mais património, melhor turismo, mais segurança e melhor cidade», referindo ainda que, «a natureza urbana e o valor patrimonial do conjunto, evidenciam a profunda dissonância introduzida pela construção do edifÃÂcio da DGAP. Sendo o conjunto dos edifÃÂcios antigos propriedade municipal, o restauro e aproveitamento efectivo destes três armazéns pode, e deve ser benéfico para a cidade e para a própria Câmara, na medida em que é património de ambas». A demolição do edifÃÂcio da DGAP, «que hoje se encontra em parte desocupado e não serve convenientemente os próprios serviços», e consequente abertura de uma praça, «viria também a valorizar um percurso pedonal que se encontra totalmente escondido e “oprimido†pela presença fÃÂsica do edifÃÂcio que forma uma barreira e não permite uma ligação urbana clara entre a Avenida 24 de Julho e a Rua das Janelas Verdes. Sem o prédio de betão, esta ligação seria natural».
Criação de uma praça
A proposta assenta assim na criação de uma praça no local onde actualmente se encontra o edifÃÂcio da DGAP, refere o documento da proposta, que justifica a opção da praça, uma vez que a «Avenida 24 de Julho apresenta várias interrupções na malha urbana em forma de praça ajardinada». Esta opção «reporia a vista dos armazéns primitivos, uma vez que os dois armazéns das actuais traseiras fariam parte da sua frente, recuada em relação à24 de Julho». Esta praça, «como interrupção na continuidade monótona e árida desta Avenida, só pode contribuir para a sua valorização a todos os nÃÂveis: mais segurança, mais lazer, mais vista, mais turismo». Cria-se, deste modo, «um espaço arborizado, onde o prédio dá lugar a uma praça ampla. Voltam-se a utilizar os terraços dos armazéns, por meio de um ascensor colocado na empena lateral do edifÃÂcio principal do conjunto, que dá para a Avenida 24 de Julho». O projecto prevê para além de uma utilização dos terraços, uma circulação pedonal entre os mesmos, que se fará «por meio dos passadiços originais, que voltam assim a cumprir a sua função inicial, mas para dar lugar a esplanadas que poderão ser extensões de cafés e bares situados nos pisos térreos dos antigos armazéns». Confrontados com o facto de Portugal ter pouca tradição de utilização de espaço público, originando que praças, jardins e outros acabem degradados e sem utilização, os arquitectos, membros do gabinete do vereador José Sá Fernandes, e responsáveis por esta intervenção, não temem que a criação de uma praça venha posteriormente a ser um espaço sem utilização, uma vez que existem outras no eixo Cais do Sodré – Alcântara, que são espaços de utilização pública frequente.
Os armazéns de José António Pereira
Os três edifÃÂcios, datados de 1799 e 1805, «são hoje património da Câmara Municipal de Lisboa e encontram-se em grande parte desocupados». O documento alerta para a importância da história daquela área, uma vez que o «conjunto arquitectónico faz parte do passado da frente de rio» daquele bairro portuário.
Relativamente a custos, o gabinete municipal do Bloco de Esquerda apenas refere os gastos a fazer com a demolição do edifÃÂcio da Direcção-Geral da Administração Pública, que estão estimados entre 25 mil e 50 mil euros. Um custo considerado «pequeno relativamente ao ganho conseguido com o desenvolvimento deste projecto».