Lisboa com biblioteca virada para o Tejo
Alberto Souza Oliveira e Manuel Aires Mateus são os autores do projecto para a biblioteca e arquivo municipal de Lisboa, localizado no Vale de Santo António. Este «edifÃÂcio-quarteirão», que deverá ser desenvolvido entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Empresa de Urbanização de Lisboa (EPUL), está estimado em 40 milhões de euros e tem… Continue reading Lisboa com biblioteca virada para o Tejo
Ana Rita Sevilha
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Alberto Souza Oliveira e Manuel Aires Mateus são os autores do projecto para a biblioteca e arquivo municipal de Lisboa, localizado no Vale de Santo António. Este «edifÃÂcio-quarteirão», que deverá ser desenvolvido entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Empresa de Urbanização de Lisboa (EPUL), está estimado em 40 milhões de euros e tem data de conclusão previsto para 2008
A dupla Alberto Souza Oliveira e Manuel Aires Mateus, são os responsáveis pelo projecto da biblioteca e arquivo central de Lisboa, a erigir no Vale de Santo António, na zona oriental da cidade. A proposta, estimada em 40 milhões de euros, visa responder às exigências actuais relativamente aos hábitos de leitura e acesso àinformação, num espaço que conjugue esta duas valências e ainda um centro de convenções. Programado para desempenhar a função de pólo cultural, o equipamento está a ser promovido pela Câmara Municipal de Lisboa com o apoio da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), que assegurará a gestão, execução e fiscalização deste projecto. A proposta está integrada num plano de intervenção para a área do Vale de Santo António, que compreende para além desta valência, habitações, espaços verdes, um centro cÃÂvico e um complexo lúdico-desportivo, projectados por Souto Moura. A opção pela área oriental da cidade para levar a cabo estas intervenções, foi, segundo a memória descritiva do projecto, de forma a «compensar o lado oriental de Lisboa com um desenvolvimento urbano mais equilibrado». Integrando-se assim num todo que é o plano de Intervenção, o edifÃÂcio proposto articula-se com o espaço verde pensado no plano bem como com o futuro centro cÃÂvico.
«Espaço de investigação arquitectónica»
Segundo os arquitectos responsáveis pelo projecto, este foi «um espaço de investigação arquitectónica», não só, porque como explicam os mesmos «um projecto é sempre uma investigação de uma ideia», mas também porque «uma boa investigação corresponderá a desenhar o edifÃÂcio cujo conceito pretende servir diferentes situações». Desta forma nasceu o conceito de «edifÃÂcio-quarteirão», que pretende dar resposta a uma topografia que exige que o edifÃÂcio resolva um desnÃÂvel entre duas cotas, caracterizando-o como «um grande monólito» composto por volumes de forma paralelepipédica que funcionam como praças, terraços, caminhos, ruas, becos e escadarias de forma a conferir uma dimensão urbana ao projecto que têm estimado uma área total coberta de 51.216 metros quadrados, dos quais 35 mil metros quadrados serão nos 12 pisos acima do solo, e 16 mil metros quadrados nos 5 pisos a baixo do solo. Exteriormente, o projecto visa uma configuração facetada e volumétrica de aproximadamente 100x40x58, rasgado por uma fenda longitudinal e orientada para o rio Tejo. Desta forma, a luz entra no espaço através desse rasgo permitindo a iluminação dos espaços nucleares do projecto. A partir do átrio de entrada, localizado no piso 0, uma escada rolante instalada no rasgo longitudinal permite um acesso de lenta ascensão até aos espaços de leitura localizados no piso superior. Os espaços destinados ao depósito de documentos do arquivo e da biblioteca, bem como os serviços de apoio ao funcionamento do equipamento representam «a estrutura de suporte de todo o edifÃÂcio», correspondendo aos pisos –2 e –1, que a par dos pisos –5 a –3 destinados a estacionamento, correspondem ao suporte dos volumes paralelepipédicos. O acesso principal ao edifÃÂcio está localizado no piso 0, onde o acesso é feito a partir de uma praça verde central, que está prevista no plano de intervenção da EPUL, e que segundo a memória descritiva da proposta «pretende constituir-se como uma área de grande dinamismo e acessibilidade». Para além do átrio principal, o piso 0 irá contemplar uma livraria e uma loja municipal, uma sala para atendimento, espaços para exposições temporárias, entre outras valências. Para o piso 1 e piso 2 estão previstos os diversos serviços internos, bem como o depósito do arquivo municipal.
Biblioteca voltada para o Tejo
A partir do piso 3 até ao piso 8, organizam-se diversos espaços de biblioteca dispostos segundo temas e suportes, caracterizados por terem como referência a paisagem do estuário do Tejo como pano de fundo. Para além dos espaços de leitura, progressivamente o utilizador irá também encontrar espaços de cafetaria, de restauração e de exposições. O topo do edifÃÂcio, constituÃÂdo pelos pisos 9, 10 e 11, é composto por um centro de convenções e um restaurante panorâmico. Este centro de convenções prevê a instalação de dois auditórios, auditório 1 e 2, com 399 e 156 lugares respectivamente, preparados para receber diversas actividades de cariz cultural, tais como teatro, dança, cinema, conferências, entre outras. Em termos de sustentabilidade e eficiência energética do edifÃÂcio, uma vez que o mesmo tem grandes superfÃÂcies envidraçadas, Alberto de Souza Oliveira e Manuel Aires Mateus explicam que uma construção caracterizada por espessas paredes de betão representa uma valorização de energia passiva em termos de condições térmicas. Segundo os arquitectos, a criação de pátios interiores garantem o contacto com o exterior sem deixar entrar carga térmica, para além de que o edifÃÂcio poderá recorrer a bancos de gelo, que consiste em acumular energia durante a noite, quando a tarifa é mais baixa, e libertá-la para arrefecimento durante o dia, estando também prevista a recuperação do ar consumido e utilizada a ventilação gratuita. Para os autores do projecto, «a construção de um espaço que possa significar para a cidade uma importante memória arquitectónica, é sem dúvida o objectivo de toda a equipa envolvida no projecto». n