Vale de Santo António orçado em 600 milhões
A EPUL apresentou o plano de reconversão urbanÃÂstica por meio de um plano de urbanização do Vale de Santo António, realizado por Manuel Fernandes de Sá e orçado em 600 milhões de euros. Com uma área de intervenção de 45 hectares, o «último vale virgem da cidade» de Lisboa vai contemplar vários equipamentos, habitação, comércio,… Continue reading Vale de Santo António orçado em 600 milhões
Ana Rita Sevilha
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A EPUL apresentou o plano de reconversão urbanÃÂstica por meio de um plano de urbanização do Vale de Santo António, realizado por Manuel Fernandes de Sá e orçado em 600 milhões de euros. Com uma área de intervenção de 45 hectares, o «último vale virgem da cidade» de Lisboa vai contemplar vários equipamentos, habitação, comércio, serviços e áreas verdes numa intervenção urbanÃÂstica «qualificadora e que procura a sua integração na cidade»
Numa área de intervenção com 45 hectares e orçado em 600 milhões de euros, a reconversão urbanÃÂstica por meio de um plano de pormenor do Vale de Santo António é da autoria de Manuel Fernandes de Sá. Localizado numa zona central da cidade de Lisboa, entre a Penha de França, o Alto de São João e o rio Tejo, esta é uma área «com uma especificidade muito própria, central mas com uma condição periférica», num entanto, «com grande potencial paisagÃÂstico e de acessibilidade». Segundo o mesmo, esta é uma zona «que espera uma intervenção urbanÃÂstica qualificadora e que procura a sua integração na cidade». O coordenador do plano, Manuel Fernandes de Sá, explica que a área de intervenção é formada por dois vales e uma colina entre eles, o que, como explica o arquitecto «estrutura a situação urbanÃÂstica». Em termos de vias, existe uma hierarquia, uma via que permite as ligações internas e àcidade adjacente e um conjunto de vias compartilhadas onde o trânsito automóvel é possÃÂvel «mas os peões mandam», salienta. A formação de uma identidade própria e de um papel relevante na realidade urbana de Lisboa, bem como a criação de um parque urbano e reposição dos equipamentos desportivos existentes propondo a localização dos restantes equipamentos necessários ao funcionamento desta parte da cidade, foram outros dos objectivos traçados pela Empresa Pública de Lisboa (EPUL). O plano orçado em 600 milhões de euros, será financiado segundo o presidente da EPUL, João Pereira Teixeira, de uma forma «repartida entre a iniciativa pública, privada e cooperativa». Relativamente a prazos de conclusão, o presidente da empresa não quis adiantar datas uma vez que, segundo o mesmo «a concretização do plano depende de inúmeras entidades», salientando ainda que «após a tramitação processual serão desenvolvidos três planos de pormenor para a zona».
Proposta de Ordenamento
A proposta de ordenamento urbanÃÂstico do Vale de Santo António é estruturada pela Avenida Mouzinho de Albuquerque, que contemplará um separador central de forma a que futuramente possa absorver uma linha de eléctrico rápido, e por um conjunto de arruamentos que asseguram as ligações viárias internas. Nos 45 hectares de área de intervenção, a área edificada será de 387.500 metros quadrados, dos quais 327.500 metros quadrados se destinam a habitação e 60 mil metros quadrados a actividades terciárias. Presentemente existem 120 mil metros quadrados de construção, o que somando àconstrução proposta totaliza uma área edificada de 507.500 metros quadrados. Em termos de ÃÂndice de Utilização Bruto (IUB), o plano director municipal (PDM) permite um IUB máximo de 1,8 metros quadrados por metro quadrado, sendo desta forma o IUB proposto para este plano, de 1,13 metros quadrados por metro quadrado, «abaixo dos nÃÂveis do PDM», sublinha o coordenador do plano, Manuel Fernandes de Sá. No entanto, a cércea de referência estabelecida pelo PDM de 25 metros, e que corresponde a aproximadamente oito pisos, será pontualmente aumentada, nomeadamente, porque «a maior parte dos edifÃÂcios a manter já possuem uma cércea que varia entre os oito e os 14 pisos». A criação de uma zona verde com 68 mil metros quadrados é outra das caracterÃÂsticas deste plano, e o ponto que o diferencia do anterior realizado por Augusto Vasco Costa, que acabou por ser abandonado. Esta área verde proposta por Manuel Fernandes de Sá, «desenvolve-se no enfiamento do Tejo, faz a articulação com os diferentes edifÃÂcios e acaba por rematar numa linha de árvores que acompanha a avenida Mouzinho de Albuquerque», refere o arquitecto. Na zona verde propõe-se ainda a instalação do parque desportivo multigeracional, e nas imediações do parque a implementação de um edifÃÂcio de apoio àterceira idade, lar de idosos e centro de dia com uma área construÃÂda de cerca de seis mil metros quadrados.
«Motor de arranque»
Aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa e já em fase de escavações e contenção periférica, está a biblioteca e arquivo municipal projectada por Manuel Aires Mateus e Alberto Souza Oliveira. Considerado como «o motor de arranque do plano», o projecto orçado em 40 milhões de euros, constituirá em conjunto com um edifÃÂcio composto por habitação, comércio, serviços e equipamentos o centro cÃÂvico do plano de urbanização, e pretende ser «a principal centralidade a fomentar». Este «elemento ordenador do plano», como o referiu Manuel Aires Mateus, «é um miradouro sobre o rio» e «uma espécie de cidade da cultura». Está igualmente prevista a instalação de uma zona desportiva assinada por Souto Moura, e constituÃÂda por dois pavilhões gimnodesportivos, um campo de jogos, um edifÃÂcio municipal de forma a integrar departamentos desportivos, áreas para relocalizar pequenas indústrias, áreas comercias e estacionamento.