Complexo Cultural da Levada por Chuva Gomes
O ateliê de Chuva Gomes está a levar a cabo a recuperação e reabilitação de um espaço cultural numa das zonas mais centrais de Tomar Inserido no programa Polis de Tomar, o projecto do Complexo Cultural da Levada foi projectado pela equipa do arquitecto Chuva Gomes. Segundo o ateliê «o projecto foi desenvolvido através de… Continue reading Complexo Cultural da Levada por Chuva Gomes
Filipe Gil
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O ateliê de Chuva Gomes está a levar a cabo a recuperação e reabilitação de um espaço cultural numa das zonas mais centrais de Tomar
Inserido no programa Polis de Tomar, o projecto do Complexo Cultural da Levada foi projectado pela equipa do arquitecto Chuva Gomes. Segundo o ateliê «o projecto foi desenvolvido através de um aprofundado estudo de museulogia, contando com a cumplicidade dos diversos intervenientes do processo». Do ponto de vista da proposta arquitectónica os projectistas reafirmam que o seu propósito foi o de evitar protagonismos formais despropositados, por forma a não destruir a unidade da imagem arquitectónica do conjunto industrial onde se insere o projecto. O conjunto industrial da Levada, em Tomar, insere-se na zona nobre e central desta cidade. Trata-se de um vasto conjunto pré-industrial e industrial, «arquitectónicamente singular», segundo os responsáveis pelo projecto.
No que se refere àintervenção arquitectónica, foi objectivo do ateliê adequar a substância fÃÂsica existente às novas funções, conferindo-lhe conforto e qualidade arquitectónica e infraestrutural, garantindo a «não profanação da sua imagem e da sua contextualização no tecido urbano e paisagÃÂstico envolvente».
Proposta arquitectónica
Tendo em conta que a intervenção dos arquitectos se dirige àreabilitação fÃÂsica das antigas fábricas Mendes Godinho e àsua transformação e adaptação para o futuro complexo museulógico, sublinhe-se que o projectgo visa, fundamentalmente a resolução dos aspectos patrimoniais, arquitectónicos e construtivos. O processo tem como ponto de partida a elaboração de uma leitura dos sinais apresentados pelas edificações, reveladores dos diversos momentos de construção e das diversas ocupações. Para uma fase posterior, foi deixado um trabalho mais rigoroso referente àarqueologia do edificado, que consiste na execução de um conjunto de sondagens em paredes e pavimentos, explica o ateliê de Chuva Gomes. Houve também a vontade de fazer permanecer a realidade actual, produzindo apenas uma acção requalificadora dos objectos arquitectónicos existentes, ou seja «prentede-se uma intervenção invisivel se valorize o património construÃÂdo». Foi igualmente avaliado o protagonismo na estratégia de requalificação do tecido urbano antigo.
Um dos objectivos do ateliê foi tentar «potenciar um novo percurso» entre as duas margens do rio Nabão, articulando a área central da cidade com as expansões e com o parque de estacionamento. Paralelamente, a criação deste percurso pedonal qualificado poderá vir a sugerir uma acção de renovação da rua Everardo, criando uma frente urbana da Levada, mais adequada ao uso pedonal e, consequentemente, àfruição pública deste espaço urbano. Nessa perspectiva, o projecto aponta para a redefinição do muro sobre a levada, o reperfilamento deste arruamento e uma repavimentação.
Uma nova praça
No que se refere às acções a empreender sobre o conjunto edificado, toda a proposta está ancorada na recuperação integral dos diversos edifÃÂcios, introduzindo um novo volume correspondente ao núcleo central do complexo museológico. O novo volume corresponde a uma «praça» coberta (10mX15m), de planta rectangular, que funciona como espaço público, havendo uma ocupação periférica com acessos e infraestruturas comerciais. Na fachada sobre a levada, pretendeu-se que a leitura da nova entrada, fosse produzida através de um «sinal» simples e subtil, resultante de um mero recuo do plano marginal e a introdução de uma dissimulada rampa de acesso.
Para quem acede ao museu a partir do estacionamento, a visualização do conjunto industrial da Levada permanecerá idêntica ao que hoje se poderá observar. A actual parede limite será recuperada, adquirindo com a intervenção maior protagonismo uma vez que, com a criação de um grande lanternim para cobertura da esplanada da cafetaria, ela irá adquirir luz e cor, reforçando a sua função de fronteira com o rio.
A intervenção na Central Eléctrica permite a construção de um piso superior, onde ficarão instalados os serviços internos do museu. Trata-se de uma intervenção que consiste na construção de um conjunto de novas asnas em laminado de madeira, que suspendem o novo pavimento. O afastamento das paredes perimetrais, bem como a criação de fachadas integralmente forradas a vidro, permitirá manter a leitura integral dos volumes pré-existentes, sem inibir a obtenção de qualidade e conforto nos espaços de trabalho.
Futuros equipamentos
O Complexo Cultural da Levada tem a obrigação de possuir uma galeria de exposições, uma cafetaria e todo um conjunto de espaços públicos, semi-públicos e privados do museu, devidamente organizados de forma àcorrecta fruição pelos visitantes e adequados a um eficaz modelo de gestão. O local será um espaço para exposições temporárias, exposição de produtos de serralharia, fundição, auditório/espaços multiusos. Exposição central eléctrica, exposição permanente, refuncionalização da central electrica, centro de ciência viva, cafetaria, centro de documentação e informação, espaços administrativos de apoio, e uma agência do Banco EspÃÂrito Santo. Agredado ao átrio de entrada existirá ainda um conjunto de espaços comerciais, bilheteira, loja do museum, livraria e cafetaria.