À procura de uma estratégia para Lisboa
Com o intuito de começar a delinear uma estratégia extra-partidária para Lisboa, José Sá Fernandes organizou, recentemente, uma sessão de discussão e debate com o tema “Fazer Cidade: Práticas UrbanÃÂsticas em Lisboaâ€Â. Aproveitando a altura em que se discute a revisão do Plano Director Municipal (PDM) da capital portuguesa, o vereador da cidade convidou Helena… Continue reading À procura de uma estratégia para Lisboa
Filipe Gil
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Com o intuito de começar a delinear uma estratégia extra-partidária para Lisboa, José Sá Fernandes organizou, recentemente, uma sessão de discussão e debate com o tema “Fazer Cidade: Práticas UrbanÃÂsticas em Lisboaâ€Â. Aproveitando a altura em que se discute a revisão do Plano Director Municipal (PDM) da capital portuguesa, o vereador da cidade convidou Helena Roseta, presidente da Ordem dos Arquitectos, Gonçalo Ribeiro Telles, arquitecto paisagista e o especialista em urbanismo João Seixas. Os presentes sublinharam a importância de fazer cidade para as pessoas e de repensar a construção que se tem feito. Gonçalo Ribeiro Telles explicou ser impossÃÂvel planear a cidade sem se pensar nas áreas circundantes. O conhecido defensor de uma Lisboa mais ecológica e verde referiu igualmente que se deve tentar entender qual a relação entre a cidade e a sua área urbana. Apontou para os erros que tem vindo a ser feitos ao longo do tempo, como, por exemplo, a não reflexão das águas pluviais da cidade e do abastecimento do alimento. “A recuperação da agricultura tem ser repensadaâ€Â. E deu, como exemplo, a cidade norte-americana de Chicago onde recentemente foram inaugurados cerca de duas dezenas de mercados, espalhados pela cidade, que vendem as produções agrÃÂcolas da própria Chicago. “Já em LisboaEstá a existir uma polÃÂtica para encher o vazio urbano com construção, o que é errado.â€Â
Esvaziamento populacional
Já Helena Roseta, presidente da Ordem dos Arquitectos (OA), sublinhou o problema do esvaziamento populacional da cidade, apontando o dedo para a globalização e a forma como esta mudou a cidade. “A escala do capital financeiro e a procura de rentabilidade mais acelerada está a mudar as cidadesâ€Â, explica, adiantando que “a nova moeda de troca é o metro quadradoâ€Â. De acordo com Roseta, a competitividade de Lisboa está a ser perdida “diariamente†e a sua dinâmica idem. A responsável da OA sublinhou ainda o debate que terá de ser feito em torno do direito àhabitação e aquilo a que chamou de “acupunctura urbanaâ€Â, que consiste, segundo a própria, “na importância de habitar as casas condignamente acima do construção de novas habitaçõesâ€Â. Por seu lado, João Seixas indicou várias medidas no que respeita àforma, função e coesão de planificar a cidade. Sublinhou a importância de se organizar Lisboa de uma melhor forma, dando o exemplo vindo de Espanha: “Barcelona mudou das freguesias medievais – como existem ainda em Lisboa – para 10 distritos de organização da cidade em apenas seis mesesâ€Â. Reforçando assim a ideia de ter de se pensar a cidade de outra forma. Acusou ainda as elites da cidade de pensarem e debateram muito pouco a cidade que habitam