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    Que futuro para os terrenos da Portela?

    Qual a melhor solução para o futuro dos terrenos do aeroporto da Portela? Com a construção do novo aeroporto, em Alcochete, muitas perguntas se levantam no que respeita à futura função deste terreno. Manter o aeroporto ou criar um novo pulmão verde para Lisboa? O Construir ouviu alguns profissionais do sector da construção sobre que… Continue reading Que futuro para os terrenos da Portela?

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    Que futuro para os terrenos da Portela?

    Qual a melhor solução para o futuro dos terrenos do aeroporto da Portela? Com a construção do novo aeroporto, em Alcochete, muitas perguntas se levantam no que respeita à futura função deste terreno. Manter o aeroporto ou criar um novo pulmão verde para Lisboa? O Construir ouviu alguns profissionais do sector da construção sobre que… Continue reading Que futuro para os terrenos da Portela?

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    Qual a melhor solução para o futuro dos terrenos do aeroporto da Portela? Com a construção do novo aeroporto, em Alcochete, muitas perguntas se levantam no que respeita à futura função deste terreno. Manter o aeroporto ou criar um novo pulmão verde para Lisboa? O Construir ouviu alguns profissionais do sector da construção sobre que caminho dar aos terrenos da PortelaFilipe Gil, Ricardo Batista, Carina Traça, Ana Rita Sevilha, Pedro Luís Vieira, Rita Mendes Ribeiro

    O Governo de José Sócrates anunciou aos portugueses que o futuro Aeroporto Internacional de Lisboa irá para o local onde actualmente está o campo de Tiro de Alcochete em substituição da opção Ota. Agora que já se resolveu um problema, pelo menos aparentemente, outras questões começam a ser levantadas, nomeadamente o que irá acontecer ao aeroporto da Portela. Irá aquele espaço ser mantido como uma área de serviço aeroportuário? Repensar o local como espaço urbano e como um pedaço de cidade totalmente nova e com inúmeras oportunidades de execução? Ou criar um parque urbano transformando-se num segundo pulmão verde para Lisboa, a par de Monsanto? A pergunta está no ar: o que fazer se, de facto, o aeroporto for desactivado em 2017? O jornal Construir foi ao encontro de algumas respostas e alguns caminhos a seguir para a Portela dados por alguns especialistas do sector da construção e não só.

    António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) reafirmou recentemente a ideia de ser contra um aeroporto no meio da cidade, optando antes pela ideia de criar um novo pulmão verde para a cidade no espaço da Portela. A ideia já tinha sido avançada pelo socialista aquando da sua candidatura à CML, no ano passado. Já o seu antecessor na presidência de Lisboa, Carmona Rodrigues, actual vereador sem pasta, tem uma ideia totalmente diferente. Carmona apresentou, na passada semana, a sua estratégia de manutenção do aeroporto da Portela como infra-estrutura aérea para a cidade de Lisboa, dirigido essencialmente a "tráfegos dos sectores de negócios e do turismo". Desta feita, através de um estudo elaborado pelo movimento "Lisboa com Carmona", Carmona Rodrigues propõe a "manutenção da Portela, em moldes menores" aos que actualmente serve, pois acredita que, criar um "City Airport" nos terrenos do actual aeroporto de Lisboa, "conferia à capital portuguesa um posicionamento internacional de gestão aeronáutica, vocacionado para os voos nacionais, as regiões autónomas, o centro/norte da Europa e o norte de África". Por conseguinte, continua a defender Carmona, a Portela manteria "a pista 03-21, alguns edifícios e a torre de Controlo", o que "permitiria passar dos actuais 510 hectares para 210" de ocupação, o que significa o "ganho de 300 hectares que podem servir para criar uma nova zona de atracção para Lisboa". Desta forma, esta "nova zona de atracção poderia ser virada para o desenvolvimento tecnológico, empreendorismo serviços e áreas verdes", o que, acredita Carmona Rodrigues, "iria valorizar a competitividade e melhorar a cidade de Lisboa".

    Outro ex-presidente da CML, João Soares, também defende a manutenção do aeroporto na cidade. Soares, contactado pelo Construir começou por frisar que a sua opinião "tem-se mantido sempre a mesma" na defesa do aeroporto na Portela. E aprofundou: " a minha posição é que não há necessidade de construir outro aeroporto, e pelo contrário as pessoas têm de começar por cuidar bem daquilo que têm", justificando o mesmo com o facto de que " a Portela não está esgotada nem estará". Por conseguinte, sublinhou a sua posição: "desde 1960 que nos andam a dizer que a Portela se esgota dentro de "x" anos, sendo que já passaram mais de 40 anos a dizer que a Portela se esgotava", considerando, por fim, que "já houve decisões sobre a Ota, já houve decisões sobre o Rio Frio, agora há decisões sobre Alcochete… há 40 anos que esta história continua!". Já José Manuel Viegas, um dos principais responsáveis pelo estudo da Confederação da Indústria Portuguesa, explicou, recentemente, em declarações à Rádio Renascença que "há, concerteza, boas possibilidades de acrescentar valor ao sistema aeroportuário de Lisboa, mantendo a Portela em funcionamento para além da fase de transição". "Aquilo que me parece o conceito mais interessante é o de transformar a Portela num aeroporto de proximidade, com um volume reduzido de tráfego e apenas com aviões de porte relativamente pequeno e, certamente, dos mais silenciosos e mais modernos. Para fazer o quê? Para servir o mercado do ir e vir no mesmo dia para as cidades europeias com as quais temos relações económicas mais intensas". Mas nem todos partilham da opinião que deve continuar a existir um aeroporto naquele local. Segadães Tavares, engenheiro e responsável pelo gabinete de engenharia STA defende defende que Lisboa precisa de facto de um novo aeroporto mas este "não deverá ser construído dentro da cidade". Para o engenheiro a actual Portela não tem qualquer viabilidade e, por isso no seu entender seria boa opção "desenvolver para aquela parte da cidade uma zona verde aliada a uma área de serviços contemplada com edifícios de habitação". E, acrescentou "criar uma zona de lazer com qualidade de vida para os lisboetas e sobretudo com características para exploração urbana e quem sabe até mesmo um local onde se possa andar de bicicleta".

    Esperar pelo futuro

    Igualmente contactado pelo Construir, Fernando Santo, bastonário da Ordem dos Engenheiros, mostra-se a favor de uma solução tendo em conta a realidade que se irá viver em 2017, ao invés de de entrar já em prognósticos. De acordo com o bastonário "A partir da decisão de se construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete poderá ficar em aberto a decisão a tomar quanto ao futuro aeroporto da Portela, situação que não se verificava caso se tivesse mantido a localização na Ota. Como resulta do estudo comparativo do LNEC, o terreno do Campo de Tiro de Alcochete permite uma solução mais flexível e faseada, o que permite equacionar, no futuro, em face da evolução real do movimento de passageiros, e da diferenciação do mercado, se será preferível ampliar o aeroporto de Alcochete ou manter a Portela como +1". Fernando Santo indica ainda que a vantagem que a Portela representa para Lisboa, em termos competitivos, para uma determinada segmentação de mercado, "poderá justificar a sua manutenção, embora com mais condicionamentos ambientais". No entanto o engenheiro sublinha: "seria desejável que em 2017, quando supostamente Alcochete entrasse em funcionamento, pudesse existir a possibilidade de uma decisão baseada na realidade dessa época e não resultante das projecções actuais. Fernando Santo acrescenta ainda que "o que temos como mais certo é que nos próximos dez anos o mundo irá continuar a mudar muito e destruir um aeroporto não parece à partida uma boa solução, perante a possibilidade ditada pelo bom senso de uma escolha futura".

    Construir ou não?

    Também a Quercus mostra algumas dúvidas sobre a futura utilização do actual espaço do aeroporto da Portela. Em declarações ao Construir a arquitecta Aline Delgado porta-voz para as questões do novo aeroporto sublinhou, sobretudo, a falta de estudos para se construir um novo aeroporto de raiz, seja na Ota ou em Alcochete. "Justifica-se a manutenção da Portela – bem como dos aeroporto do Porto e Beja – ao invés de se construir um novo aeroporto". E acrescenta: "o novo aeroporto de Alcochete deverá nascer como uma resposta às necessidades da Portela, e não como está previsto actualmente". No entanto, e na perspectiva da Portela ser desactivada a Quercus é da opinião que os terrenos não deverão ser utilizados como "especulação imobiliária", acrescentado que "nunca, jamais poderão os terrenos da Portela ser utilizados para novos empreendimentos imobiliários pois já existem muitas casas em Lisboa com necessidade de reabilitação". Com uma opinião ligeiramente diferente mostrou-se a consultora imobiliária Cushman & Wakefield que apesar de concordar com a manutenção da Portela indica que naquela zona poderá nascer uma zona de transformação tão ou mais importante que a zona da Expo. De acordo com Ana Gomes, responsável pelo departamento de indústria e terrenos, a solução mais vantajosa para Lisboa seria manter o aeroporto da Portela com a solução Portela+1 uma vez que isso representa uma enorme vantagem competitiva ter um aeroporto tão próximo do centro da cidade. "A Portela é actualmente uma das mais importantes portas de entrada da capital e também uma das mais complexas. Por isso, aquela zona deve tornar-se uma das zonas mais importantes da cidade em termos de transformação – tanto ou mais do que a zona da Expo, quer pela sua localização estratégica quer pela dimensão, devendo mesmo contribuir positivamente para a transformação das suas áreas circundantes nomeadamente Prior Velho, Sacavém e Camarate, e acrescenta "acreditamos que, se o aeroporto sair, nascerá na Portela uma nova zona de construção. No entanto, deverá ser sempre um projecto ponderado e direccionado para promover a qualidade de vida das pessoas que residem ou trabalham em Lisboa e que a visitam. Outro consultor imobiliário, Manolo Puig, da Jones Lang La Salle partilha da mesma visão, apesar de concordar que o aeroporto da Portela é uma vantagem para os voos nacionais. E afirma que se a Portela não for mantida com aeroporto será uma grande oportunidade para Lisboa "fazer coisas com pés e cabeça, troncos e membros", ou seja, bem estruturada e com grande potencial. Manuel Puig que antes de responder ao Construir se aconselhou juntamente com outros directores da consultora lançou a ideia de que poderão existir duas estratégias para aquele espaço: "a primeira seria concentrar no espaço da Portela um grande pólo universitário com capacidade de promover-se a nível europeu e internacional, capaz de concentrar todo o tipo de serviços, e não apenas faculdades. Isto seria uma "grande alavanca que Portugal podia esgrimir no século XXI e uma grande âncora no futuro e desenvolvimento do país", e acrescenta: "outra possibilidade será desenvolver um pólo aeroespacial e aeronáutico, uma vez que a pista permite fazer todas as provas que são necessárias e desenvolver estas duas indústrias. Puig avançou ainda com a ideia de desenvolver uma área onde a cidade fosse estruturada, fazendo uma ampliação da cidade com avenidas paralelas de forma a formar quadrados. "Esta é uma grande oportunidade de Lisboa recuperar os habitantes que nos últimos 20 anos tendem a deslocar-se para as periferias, sublinhou ainda que deveria apostar-se numa grande zona verde: "mesmo que se urbanize, que se aposte muito nas zonas verdes e fazer um urbanismo equilibrado e ao encontro das tendencias que se estão a verificar".

    "Desconforto"

    José Mateus, arquitecto, é da opinião que a presença do aeroporto no seio da cidade apesar de representar um património de grande importância, causa muito desconforto que causa a quem vive nos corredores de aproximação da pista. "O impacto é grande", no entanto o arquitecto remete para especialistas de diversas áreas para a avaliação do "problema", sendo que devem avaliar igualmente os ganhos resultantes da desactivação do aeroporto com a integração daquele território na cidade, o que irá trazer grandes mais-valias para a cidade. Mateus fez parte de uma exposição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, em 2007 que, juntamente com outros arquitectos foram apresentados sete estudos para aquele território. "Fala-se muito de um parque urbano, mas sem estudos fazer uma afirmação dessas é redutor", indica, explicando que Lisboa necessita que todos os vazios urbanos que existem no seu interior sejam devidamente avaliados de forma a que se tornem focos" qualificadores da cidade. Entre esses, o espaço do aeroporto da Portela. "Na minha opinião deve dar lugar a um troço de cidade com todas as funções necessárias para garantir o necessário dinamismo e vida urbana, e, dispensar grandes deslocações: habitação, escritórios, equipamento social, cultural e desportivo, e claro também espaços verdes. Nada que não tenha sido já inventado. Por sua vez, Diogo Mateus, presidente da Associação Profissional dos Urbanistas Portugueses explica que o futuro da área onde se localiza actualmente o Aeroporto Internacional de Lisboa, com mais de 500 hectares, está localizado na periferia da cidade e é um recurso estratégico para a região devendo por isso ser efectuado um estudo de carácter urbanístico (incluindo as implicações económicas e sociais) sobre as oportunidades dessa área. Diogo Mateus continua:"a nosso entender, e já o afirmamos há muitos anos, o futuro espaço da Portela deverá ser entendido como um espaço eminentemente público de utilização colectiva, onde a ocupação vegetal se destacará e onde se desenvolverão actividades eminentemente públicas em equipamentos colectivos como desporto, educação, saúde e lazer. A expansão da cidade não implica, note-se, uma ocupação de uso residencial, aliás pensamos que se cerca de 5% da área for utilizado com essa finalidade será suficiente para permitir, em termos de desenho urbano, a ligação à cidade". Os urbanistas indicam uma ideia já referida neste texto o da criação de um "verdadeiro" pólo universitário no local. Diogo Mateus indica ainda que o planeamento daquele espaço é de grande importância e que é hora de pensar nisso "nunca esquecendo que estamos a pensar a médio prazo e que, de qualquer forma, devem ser efectuados estudos.

    Os terrenos da Portela

    Apesar de haver diversas sugestões em relação ao que pode ser feito nos terrenos actualmente ocupados pelo aeroporto da Portela, há no entanto um complexo imbróglio que importa resolver, e que se prende com a propriedade dos terrenos. Segundo diversos especialistas contactados pelo Construir, a posse dos terrenos está a ser discutida nos tribunais, pois há dúvidas em relação à sua legítima propriedade. Se há quem garanta que os terrenos pertencem ao Estado e à autarquia, a verdade é que há também quem defenda que os proprietários originais ou os seus herdeiros podem vir a reclamar a posse dos terrenos no caso de deixar de existir ali uma estrutura aeroportuária. Acontece que o Plano Director Municipal para aquela zona contempla que aqueles são "terrenos de domínio público aeronáutico", ou seja, só prevê que ali sejam construídas infra-estruturas aeroportuárias. Qualquer outro uso dependerá também da alteração do PDM. Segundo dados da Espírito Santo Research, datados de 2004, um levantamento já realizado indica que mais de 80% dos terrenos da Portela foram atribuídos à Câmara Municipal de Lisboa quando se preparava a construção do aeroporto, que abriu em 1942, e apenas 0,1% estão em nome da ANA. A restante fatia pertence ao Estado (18,2%). Estes são elementos fornecidos pelo mesmo estudo da Espírito Santo Research, datado do final de 2004, que cita informações da própria concessionária dos aeroportos.
    OpiniãoQual deve ser o futuro da Portela?

    Portela. Mais do que encerrar o tema em torno de qual o seu futuro, consideramos que se está perante uma janela de oportunidade única para recolocar a energia da discussão numa outra pergunta; Que Lisboa queremos ter em 2050, em 2100? O que ambicionamos para a cidade e que articulação deve ser a da sua área metropolitana?
    Considerar a Portela em si mesma como um mero vazio expectante, que temos que preencher ou deixar encher aleatoriamente de usos e significados é no mínimo redutor se não irresponsável.
    Na realidade a área de que falamos totaliza 500ha dos 8400ha da cidade ou seja 6%. A verdade é que era possível lá implantar 15 vezes a Baixa Pombalina, cerca de 92 vezes a freguesia do Castelo ou 2,6 vezes as já antigas Avenidas Novas. Num espaço com esta expressão tudo o que conseguirmos conceber se torna fisicamente viável, desde dotar a cidade de um segundo pulmão igualando Monsanto a introduzir uma nova verticalidade clonando 6 vezes a Midtown de Nova Iorque, pelo que a questão deve ser rápida e irreversivelmente trasladada de O Quê? para o mais consequente Porquê?
    A sociedade portuguesa precisa de um debate alargado sobre Lisboa nos seus rumos possíveis, prováveis, utópicos ou desejáveis partindo de uma preocupação muito comum; cidade/cidadão/cidadania e meio ambiente procurando sustentabilidade em novas ideias de articulação e crescimento urbano.

    Como expressão material da estrutura de organização das sociedades, o meio físico urbano expressa-se normalmente numa vontade de densidade. Assim vazios como este só podem ser entendidos como falhas temporárias e muito particulares do sistema público/privado, não acontecem com frequência e não deixam margem para segundas oportunidades. Mais do que vazios de construção eles representam uma ausência de propósito, que se torna perigosamente ofensiva à medida que a situação se arrasta no tempo.

    Não é pois de admirar que estruturas abandonadas acabem por ser recicladas sem pudor ideológico e encontrem propósitos diversos. Estes processos de tentativa e erro são um imperativo de sobrevivência e podem produzir saltos evolutivos, mas como a sociedade é normalmente lenta a abandonar estruturas tradicionais de organização do espaço público, esta potencialidade é raramente aproveitada em tempo útil.

    É assim óbvia a urgência de uma consciencialização da base dos actores sociais, da sua capacidade efectiva de intervenção na decisão do desenho de uma cidade nas suas vertentes Forma e Significado, aferidoras das ambições e pulsões da sociedade, para elevar o seu grau de exigência. Contrariar a pressão imobiliária mais imediata e deixar margem para a gestão daquele espaço. Permitir que a sua afectação aconteça apenas como resultado material de uma ambiciosa ideia de conjunto, ponderada e articulada ao longo daquilo que é a escala do tempo de vida de um organismo urbano como Lisboa.

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    Quintela e Penalva | Knight Frank vende 100% das unidades do novo D’Avila

    Desenvolvido pela Finangeste, o edifício, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, conserva a fachada original. Além da venda, a mediadora acompanhou e apoiou o arquitecto no desenho e concepção do projecto

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    A consultora imobiliária especializada no segmento luxo, Quintela e Penalva, acaba de anunciar o fecho de vendas do projecto residencial D’Avila. Desenvolvido pela Finangeste, investidor institucional que actua no mercado português há mais de 40 anos, o D’Avila foi um “enorme sucesso comercial”.

    O envolvimento do departamento de empreendimentos da mediadora foi significativo, tendo iniciado com o apoio ao arquitecto no desenho e concepção do projecto, desde o ajuste de plantas à introdução de amenities adaptadas em função das necessidades do mercado e à coordenação da criação integral do branding e infopack do projecto.

    Segundo Jorge Costa, COO da Quintela & Penalva, “o D’Ávila é um excelente exemplo de como o nosso departamento de empreendimentos, e o trabalho de desenvolvimento em estreita colaboração com os promotores, contribui para o sucesso comercial dos projectos e para a satisfação dos clientes”.

    Recuperado a partir de um edifício antigo, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, o edifício conserva a fachada original que, conjugada com a “leveza e simplicidade” da arquitectura contemporânea, apresenta um “cariz muito especial”.

    Os interiores foram projectados para oferecer o “máximo conforto”, enquanto as áreas comuns são onde os residentes podem aproveitar para desfrutar do spa e do ginásio.

    O D’Avila dispõe de 22 apartamentos, de tipologias T1 a T3, dos quais fazem parte duas penthouses duplex. Todas as unidades são “espaçosas e funcionais”, com vãos envidraçados, do chão ao tecto, e quartos todos em suite.

    O sucesso do D’Avila mostra, segundo Francisco Quintela, CEO da Quintela e Penalva, parceiro em Portugal da Knight Frank, “que Lisboa continua a estar no radar dos investidores e que os produtos de qualidade têm procura garantida”.

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    Gebalis apresenta segunda fase do programa ‘Morar Melhor’

    Com um investimento de quase 1,3 M€, a obra contempla a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores no bairro Padre Cruz e todas as intervenções necessárias associadas

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    O programa de reabilitação dos bairros municipais de Lisboa ‘Morar Melhor’ apresentou esta sexta-feira, dia 26 de Abril, uma nova empreitada, no Bairro Padre Cruz. Com um investimento de quase 1,3 milhões de euros, acrescido de IVA, o projecto prevê a instalação de 10 elevadores em edifícios localizados na Rua Rio Sado e na Rua Rio Guadiana que vai beneficiar 201 fracções e aproximadamente 500 moradores.

    Está considerada na empreitada a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores e todas as intervenções necessárias para cumprimento da legislação de segurança, segurança contra incêndios, acessibilidades, iluminação, electricidade e ventilação. Serão, ainda, construídas duas rampas para assegurar o acesso necessário em dois dos lotes.

    “Tendo em conta o número de pessoas idosas que aqui habitam, esta intervenção responde a uma necessidade que há muito tinha sido identificada e à qual conseguimos agora responder. Esta instalação é totalmente nova, o que eleva ainda mais a importância deste investimento e o impacto na qualidade de vida dos moradores”, refere Fernando Angleu, presidente do Conselho de Administração da Gebalis.

    Esta empreitada faz parte de um conjunto de 58 que compõem o Plano de Reabilitação acordado entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Gebalis e que teve início em 2023. Até ao final de 2024 estarão concluídas as primeiras obras de reabilitação dos bairros 2 de Maio, Açucenas, Alfinetes, Boavista, Bom Pastor, Condado, Flamenga, João Nascimento Costa, Padre Cruz, Rego e Telheiras Sul.

    Considerado o maior investimento realizado na habitação municipal desde o Programa Especial de Realojamento (PER), o ‘Morar Melhor’ inclui intervenções de fundo em 478 edifícios, impactando 8614 frações, e reabilitação directa de 1545 fogos habitacionais.

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    Reabilitação Urbana abranda ritmo de crescimento

    Os dados obtidos no último inquérito realizado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, AICCOPN, junto dos empresários do sector que actuam no segmento da Reabilitação Urbana revelam abrandamento do crescimento do nível de actividade

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    De acordo com os dados obtidos no inquérito realizado pela AICCOPN, observa-se um abrandamento da tendência de crescimento do índice Nível de Actividade, que registou em Março, um crescimento de 1,4%, em termos homólogos, Já o índice qualitativo referente à evolução da Carteira de Encomendas observou um decréscimo de 3,3%, face ao apurado no mesmo mês de 2023.

    Relativamente à Produção Contratada, ou seja, quanto ao tempo previsto de laboração a um ritmo normal, no mês de Março, fixou-se em 10,3 meses, o que corresponde a um aumento em relação aos 8,5 meses registados em Março de 2023.

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    EDIH DIGITAL Built com apresentação pública

    O consórcio do EDIH DIGITALbuilt vai realizar o primeiro evento de apresentação pública, no próximo dia 30 de Abril na sede da Ordem dos Engenheiros. O projecto tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência do sector AEC e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído

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    Financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, DIGITALbuilt é um European Digital Innovation Hub (EDIH) que unifica três clusters na temática do ambiente construído: arquitectura, engenharia e construção, recursos minerais e ferrovia. Conta com a parceria do BUILT CoLAB, de Centros de Interface Tecnológica (ITECONS, StoneCITI, Centro de Competências Ferroviárias e INESC TEC) e com outras entidades de suporte (FI GROUP e FNWAY).

    Este EDIH, irá disponibiliza às PME e à administração pública, quando aplicável, serviços de transformação digital, capacitação, inclusão digital, apoio à procura de financiamento e de intermediação, serviços de incubação de PME e diagnósticos de maturidade digital. Tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência destes sectores e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído.

    No painel de Oradores, encontra-se confirmada a participação do deputy head da unit “Digital Transformation of Industrial Ecosystems” na DG CONNECT da Comissão Europeia, Gaspard Demur e da vogal do conselho de administração da ANI, Sílvia Garcia.

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    @Miguel Nogueira e Filipa Pinto

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    Porto: Infraestruturas desportivas com investimento superior a 17 M€

    Através da GO Porto, a Câmara do Porto, investiu nos últimos seis anos no alargamento e renovação de uma dezena de infraestruturas polidesportivas da cidade

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    tagsPorto

    A aposta do município do Porto na saúde e desporto acessível para todos foi reforçada com mais de 10 obras dedicadas à prática de exercício físico. Entre empreitadas já inauguradas, em curso ou ainda em projecto, o investimento supera os 17 milhões de euros, em zonas distintas da cidade, como Ramalde, Lordelo do Ouro, Paranhos ou ainda Campanhã.

    Entre as principais infraestruturas novas da cidade, é de realçar a empreitada do Campo Municipal do Outeiro, em Paranhos, num investimento municipal na ordem dos 5,5 milhões de euros, divididos por aquisição de terrenos, custos de projecto, empreitada e fiscalização.

    Com a construção das instalações desportivas, bancada com 510 lugares, edifício de apoio e respectivos acessos de circulação, a cidade deixou de ter campos pelados para a prática do futebol e devolveu ao histórico Sporting Clube da Cruz, assim como a outros clubes do Porto, um espaço de jogo digno.

    De forma a abranger mais modalidades e mais adeptos de um estilo de vida saudável, o Parque Desportivo de Ramalde/ INATEL, que está sob gestão da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, oferece, desde 2017, uma pista de atletismo com seis corredores e um campo de relva homologado para a prática de futebol de 11 e de râguebi.

    Em 2019, foi inaugurado o Skate Park de Ramalde, dentro do complexo desportivo, onde crianças, jovens e adultos têm pela primeira vez um espaço onde podem aventurar-se nesta modalidade. Dois anos depois, a GO Porto avançou com a ampliação do espaço e a construção de um bowl.

    Neste momento, está a decorrer a segunda fase da empreitada neste Parque Desportivo, que engloba um novo campo de jogos de futebol e râguebi, com um edifício de apoio com bancada coberta, um recinto para as práticas de atletismo e de zonas de tiro ao arco. Esta última empreitada está orçada em perto dos 4,9 milhões de euros.

    A Piscina Municipal Engenheiro Armando Pimentel, da responsabilidade da empresa municipal Ágora, voltou a abrir portas, totalmente equipada e requalificada. Num investimento municipal a rondar os 2 milhões de euros, esta intervenção permitiu colmatar um conjunto de deficiências de carácter estrutural no interior e exterior do edifício.

    De forma a fomentar a prática de exercício físico na aprendizagem das crianças da cidade do Porto, o Município investiu, ainda, cerca de 400 mil euros na requalificação de 10 infraestruturas exteriores de seis Escolas Básicas: EB 2/3 António Nobre, EB 2/3 Areosa, EB 2/3 Manoel de Oliveira, EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha e EB 2/3 Leonardo Coimbra.

    Entre as várias intervenções, contam-se novos pisos e equipamentos para diferentes modalidades desportivas: futebol, basquetebol e andebol, contribuindo assim para a integração social destas comunidades.

    Durante o primeiro trimestre de 2024, arrancaram também as obras na bancada do Campo do Viso, e nas infraestruturas elétricas do Estádio da Praia. Esta primeira empreitada, estimada em 215 mil euros, pretende requalificar a bancada existente, com vista à melhoria das condições de conforto, segurança e circulação.

    Já o Estádio da Praia, a maior infraestrutura desportiva sazonal gerida pela Ágora e que funciona há 15 anos com diversas competições e atividades, está a ser reabilitado ao nível do equipamento eléctrico e torres de iluminação, com um valor de empreitada de 79 mil euros.

    Com arranque previsto para o segundo semestre de 2024, o Campo Municipal de Campanhã, um novo equipamento desportivo com implantação em terreno entre a Rua de Justino Teixeira e as piscinas municipais, ainda carece do visto do Tribunal de Contas.

    Com uma área que ascende aos 17 mil metros quadrados, o espaço abrange um campo de jogos com bancada coberta, além de um edifício de apoio e novo arruamento com lugares de estacionamento. Este novo complexo desportivo tem um valor de empreitada na ordem dos 4,6 milhões de euros.

    Ainda em contratação de projeto encontra-se a Zona Desportiva Oriental, em Campanhã. Designada por Espaço Radical Zona Oriental, trata-se da construção de um parque de desporto com a instalação de um skate park, pump track, estações de street workout, basquetebol e escalada.

    Também em fase de contratação de projecto, a GO Porto tem ainda em mãos a construção de um novo complexo desportivo no Campo Municipal da Ervilha, que serve o Futebol Clube da Foz, com três campos de futebol com relvado sintético, bancada, balneários, ginásio, edifícios de apoio para áreas administrativas e arranjos exteriores.

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    Mapei leva nova gama de produtos à Tektónica

    A Mapei irá marcar presença de 2 a 5 de Maio no evento anual dedicado ao sector da construção, com a apresentação de uma nova linha de produtos dedicada ao segmento da reabilitação

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    O fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção marcará, uma vez mais, presença na Tektónica, uma feira que considera estratégica para divulgar soluções, estabelecer contactos estratégicos e acompanhar as mais recentes tendências do mercado.

    Em destaque nesta edição estará a sua nova linha Mape-Antique, uma gama completa de argamassas compostas por cal e eco-pozolana uma gama de produtos, completamente isentos de cimento, dedicadas à consolidação e reabilitação da alvenaria de edifícios de valor histórico e arquitectónico, realizados em tijolo, pedra, tufo ou alvenaria mista.

    Os produtos da gama Mape-Antique têm características físico-mecânicas muito semelhantes às das argamassas para alvenaria e rebocos utilizadas no passado, razão pela qual resultam mais compatíveis com qualquer tipo de estrutura original.

    Ao mesmo tempo, têm elevada resistência físico-química às acções agressivas, ambientais (chuva ácida, gelo-degelo e gases poluentes) e internas à alvenaria (sais solúveis e humidade). A maioria dos produtos Mape-Antique possui elevados valores de transpirabilidade e, no caso dos rebocos desumidificantes, de porosidade. Graças à sua estrutura macroporosa, são capazes de favorecer a evaporação da água presente na alvenaria muito mais do que as tradicionais argamassas para reboco de base cimentícia ou de cal-cimento. Este processo permite que as estruturas húmidas sequem, ou evitem a ascensão capilar de humidade, o que proporciona um maior conforto habitacional. Além disso, se estiverem presentes na alvenaria sais solúveis, estes cristalizam dentro dos macroporos, sem produzir tensões no reboco que o possam degradar.

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    Passivhaus Portugal com programa extenso na Tektónica

    A Passivhaus Portugal marca mais uma vez presença na Tektónica. Juntando num espaço próprio vários dos seus parceiros e criando várias dinâmicas de workshops e conversas em contínuo. Uma oportunidade para conhecer melhor este padrão que é também uma certificação

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    Em conjunto com os parceiros em exposição, a Passivhaus Portugal construiu um programa de workshops práticos contínuos, com apresentação de soluções, formas de aplicação, resolução de problemas, e muito mais. Entre workshops poderá também assistir à apresentação de projectos Passivhaus e algumas conversas entre stakeholders da área.
    De notar que o sector da eficiência energética é o que mais vai crescer nesta edição da Tektónica. Não será por acaso. A procura de soluções de habitação, residencial e de escritório, que geram poupança ao mesmo tempo que garantem conforto, saúde para os seus habitantes, e protecção para o meio ambiente, está a crescer.

    “Porque é que em Portugal, um país com um clima ameno, temos de viver com maior desconforto dentro de nossa casa ou do escritório onde trabalhamos, do que alguém que vive num clima frio? Não faz sentido. E isso é algo que entre a classe profissional é já óbvio e começa a tornar-se também para o público em geral. O padrão Passive House dá resposta a todas as questões de conforto, saúde e eficiência e, em Portugal, de forma até mais simples do que, por exemplo, na Alemanha, uma vez que falamos do único padrão no mundo que é quantitativo e rigoroso. E esta é uma das mensagens que levamos para a Tektóncia”, afirma João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    2024 será um ano de expansão para a Hipoges

    A Hipoges atingiu 49 mil milhões de euros em activos sob gestão a nível global até ao final do de 2023, mantendo uma taxa de crescimento contínuo em todos os países onde opera e avançando no seu plano de crescimento estratégico

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    O anúncio foi feito pelos líderes da Hipoges, Hugo Velez e Claudio Panunzio, durante o Town Hall 2024 realizado a nível global, que reuniu os quase 2.000 colaboradores que a Hipoges tem espalhados pelos seus 11 escritórios em Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

    “Somos uma marca cada vez mais importante”, sublinha Hugo Velez. “O ano passado foi desafiante e 2024 também o é, mas continuamos a crescer, e fazemo-lo de forma sustentada e nos quatro países onde estamos presentes”.

    Claudio Panunzio refere que a Hipoges tem o desafio de “continuar a desenvolver as melhores práticas na gestão de activos”.”Ǫueremos concentrar-nos na nossa expansão internacional e tirar partido da nossa posição para continuar a crescer organicamente e também através de novas aquisições. Estamos actualmente a avaliar quatro ou cinco oportunidades de aquisição em Espanha, Portugal e Itália”.

    Durante o evento, a Chief Financial Officer da Hipoges, Marta Márquez, destacou a “clara tendência de crescimento” da empresa durante o ano de 2023, apesar do contexto de incerteza em que opera, o que lhe permite desfrutar de uma “sólida posição de mercado”.

    Já o Global Chief Operations da Hipoges, Juan Ramón Prieto, fez um balanço do desempenho da empresa em 2023, um ano em que “tivemos de superar grandes desafios devido à evolução da actividade jurídica e imobiliária em Espanha e Portugal”. Apesar dos atrasos nos prazos legais, da redução da quantidade de stock para venda e da queda das hipotecas, a Hipoges “conseguiu aumentar o volume de negócios e comercializar activos mais rapidamente do que o esperado, tanto em Espanha como em Portugal”.

    Durante o ano de 2023, a Hipoges reforçou as suas linhas de negócio e serviços, bem como a sua quota de mercado, através da criação de duas novas empresas e da aquisição de uma participação maioritária numa terceira: a KPI Hotel Management Solutions, especializada na gestão de hotéis e resorts, com presença em Portugal e Grécia; a Finanwin, uma plataforma de mediação hipotecária que opera em Espanha e Portugal; e a F&G, focada na gestão de documentação de activos financeiros.

    Durante a sua intervenção, Margarida Maia, Chief Services Officer, explicou que a equipa da Hipoges cresceu 15,8% em relação ao ano anterior, para 1.820 colaboradores no final de Dezembro de 2023 a nível global, e a empresa espera ultrapassar a marca dos 2.000 este ano. Foram abertos novos escritórios em Espanha, em Sevilha e na Corunha, e em Portugal, em Lisboa, existiu uma mudança para um novo escritório com uma capacidade mais adequada às necessidades da empresa.

    Durante o seu Town Hall 2024, a Hipoges avançou ainda as quatro grandes linhas do plano estratégico em que a empresa pretende alicerçar o seu crescimento: diversificação dos mercados geográficos e das linhas de actividade; aposta na inovação tecnológica; melhoria da eficiência e das margens de rentabilidade; e aposta na captação e fidelização de clientes.

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    Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa

    Esta iniciativa representará uma redução de mais de 50 000 toneladas de CO2 equivalente por ano nas emissões provenientes do consumo de electricidade do Grupo

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    O Roca Group, líder mundial em design, produção e comercialização de produtos para a casa de banho, anunciou um contrato de compra de energia renovável a longo prazo (PPA – power purcha-se agreement), que terá vigência de dez anos, de 2025 a 2035, ligado às novas instalações solares Trévago I & II, situadas na província de Sória, em Espanha.

    A entrada em funcionamento das instalações de produção solar Trévago I e II está prevista para Julho de 2025. Estas instalações contam com uma capacidade de 86,84 MWp. Do total da capacidade, 80% destina-se ao Roca Group e prevê-se a produção de 120 GWh de energia limpa anualmente, o que corresponde ao volume necessário para abranger o consumo eléctrico de todas as operações do Grupo em território europeu.

    Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Bruc Energy, uma empresa de produção de energia renovável, e contou-se com a consultoria jurídica da Baker McKenzie, por parte do Roca Group, e da Allen & Overy, por parte da Bruc, assim como com o apoio estratégico da Schneider Electric, através dos respectivos serviços de consultoria em PPA, no que respeita à coordenação de todo o processo.

    Este processo representará uma redução de mais de 50 000 toneladas anuais de CO2 equivalente, o que corresponde ao consumo de energia do Grupo na Europa. Trata-se de mais um objectivo atingido no plano de descarbonização do Roca Group que se vem juntar à recente entrada em funcionamento da primeira fábrica de produção de louça sanitária neutra em emissões de carbono a nível mundial. O Grupo acumula já uma redução de 39% nas respectivas emissões directas de CO2 equivalente e de 47% na respectiva intensidade energética entre 2018 e 2022, aproximando-se do objectivo de reduzir para zero as emissões líquidas em 2045.

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