Questionar a lógica
O sector da construção representa "cerca de 29 por cento do valor acrescentado bruto (VAB)" do país e "absorve 60 por cento do crédito que foi concedido às empresas". Os dados, não sendo propriamente uma novidade, foram reiterados na apresentação do estudo sobre o sector da construção, que resulta de uma parceria entre a… Continue reading Questionar a lógica
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O sector da construção representa "cerca de 29 por cento do valor acrescentado bruto (VAB)" do país e "absorve 60 por cento do crédito que foi concedido às empresas". Os dados, não sendo propriamente uma novidade, foram reiterados na apresentação do estudo sobre o sector da construção, que resulta de uma parceria entre a ANEOP e a consultora Deloitte. Se é verdade que os valores apresentados atestam bem o peso que este sector representa para a economia nacional e europeia e que há muito a fazer por parte dos Estados Europeus para potenciar o crescimento das economias, alavancadas por este sector, há uma outra realidade a que as empresas têm voltado costas como que assobiando para o lado e não dando importância. Não chega bater à porta do Ministério e levantar a voz contra a falta de investimentos. Do mesmo modo que também não me parece suficiente que se exijam medidas ao nível quase que da "macro-economia" quando a "micro" continua a ser descurada conscientemente. O estudo, que estará concluído em Junho e cujas primeiras conclusões são já conhecidas, aponta também para a fraca propensão para estratégias de concentração, agonizando ainda mais as já reduzidas margens de lucro praticadas. Podemos continuar a compactuar com um núcleo empresarial já ultrapassado em que impera, em muitos casos, uma lógica rudimentar de gestão, "familiarizada" e pouco consentânea com o patamar concorrencial que se exige neste sector? Poderão as empresas olhar para mercados externos como desejáveis para o seu próprio crescimento e esquecer que para que tal aconteça importa que sejam mais competitivas internamente? Não sendo desejável que perdure por longos anos, fica no entanto a esperança de que a crise traga algo de positivo às empresas nacionais. Quanto mais não seja, que as leve a olhar para o mercado com uma perspectiva mais crítica, uma perspectiva em que as lógicas internas devem ser também questionadas.