Mortágua espera que reabilitação da barragem do Lapão arranque com verbas do PIDDAC
A barragem do Lapão – uma estrutura feita de aterros, com uma capacidade de 1,375 milhões de metros cúbicos e destinada à rega de 315 hectares de terreno – ameaçou ruir em Janeiro de 2003
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O presidente da Câmara de Mortágua, Afonso Abrantes, espera que a inscrição no PIDDAC de verbas para a reabilitação da barragem do Lapão seja o culminar de um processo que se arrasta há sete anos.
A barragem do Lapão – uma estrutura feita de aterros, com uma capacidade de 1,375 milhões de metros cúbicos e destinada à rega de 315 hectares de terreno – ameaçou ruir em Janeiro de 2003, na sequência de fortes chuvadas, tendo a obra ficado num impasse.
“Queremos acreditar que agora é definitivo”, afirmou o presidente da autarquia, frisando que “esta obra teve uma finalidade, que foi o regadio da Várzea de Mortágua, e que deve ser cumprida”.
O Governo vai financiar as obras de reabilitação com 4.963.200 euros, uma verba inscrita no PIDDAC – Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, a executar no período de 2010-2012 (os maiores investimentos estão previstos para 2011 e 2012).
“Apesar de não ser uma obra da responsabilidade do município, nunca desistimos de lutar para que fosse colocada ao serviço das populações”, acrescentou Afonso Abrantes, prometendo que vai ficar atento ao desenvolvimento do processo.
A autarquia recorda que “as deficiências estruturais foram confirmadas pelo inquérito efectuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)”, lembrando que, no entanto, o “relatório final para apuramento de responsabilidades foi estranhamente inconclusivo”.
“A Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral (entidade dona da obra) e a empresa construtora nunca chegaram a acordo via negocial ou judicial”, acrescenta.
A barragem do Lapão teve um comportamento anómalo durante o seu primeiro enchimento, iniciado em meados de Dezembro de 2001. A primeira anomalia foi detectada no dia de Carnaval de 2002 por um técnico, que encontrou uma fissura no coroamento (zona de alcatrão situada na parte superior da estrutura).
Posteriormente, foram verificados outros indícios de que algo não estava bem e foi então decidido esvaziar a barragem até à cota 200, tendo o plano de observação à estrutura sido intensificado.
A 02 de Janeiro de 2003 a situação agravou-se devido às fortes chuvadas que fizeram subir o nível da água, que chegou a estar sete centímetros acima do descarregador. Para evitar o colapso da barragem, foi demolido o muro de betão do labirinto do descarregador, o que permitiu baixar o nível da água.
No verão seguinte, foram feitas obras no valor de 250.257 euros que permitiram salvaguardar a segurança de pessoas e bens a jusante da barragem, criando condições para que, sobretudo no inverno, as águas que aí afluíssem pudessem escoar livremente e não fizessem subir o nível de água na albufeira.
No entanto, o relatório do LNEC referia a necessidade de uma reabilitação profunda na barragem, por terem sido registadas várias deficiências no seu funcionamento.
Abatimentos e deslocações dos aterros, o tipo de vale em que a barragem está implantada, o material utilizado, camadas de aterros descompactadas e o tempo de construção foram algumas das questões levantadas pelo LNEC.