Estudo sobre Angola aconselha diversificação da oferta imobiliária
Recomendações baseiam-se nas conclusões do estudo que constatou “o excesso de oferta para o segmento de mercado mais elevado, mas em zonas que não são ´premium´, enquanto a procura nos segmentos médio e médio baixo é enorme face à oferta”
Lusa
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As empresas do sector imobiliário que investem no mercado angolano devem apostar em segmentos de mercado mais baixos e não apenas nas classes altas, como vem acontecendo, previnem consultores da Deloitte, num estudo hoje divulgado.
“As empresas devem apostar no segmento de mercado adequado, entrar com a estrutura de capitais adequada a este mercado e garantir uma eficiente gestão de projecto, começando por um processo de licenciamento bem conseguido e acompanhado”, destacou Ricardo Gonçalves, director da Deloitte e responsável pelo estudo, em declarações à Agência Lusa.
Estas recomendações baseiam-se nas conclusões do estudo que constatou “o excesso de oferta para o segmento de mercado mais elevado, mas em zonas que não são ´premium´, enquanto a procura nos segmentos médio e médio baixo é enorme face à oferta”.
“Tem de haver uma adequação do produto, porque se até há dois anos o mercado absorvia todas as ineficiências, hoje já não é assim e há já bastantes promotores imobiliários que estão a ter situações muito difíceis”, advertiu Ricardo Gonçalves.
Além do crescimento da população e a emergência de uma classe média, o elevado número de expatriados que necessitam de habitação temporária, as muitas empresas que estão a ir para Angola e necessitam de escritórios são tudo indicadores da dinâmica do mercado.
Mas, os terrenos nas zonas nobres são escassos e caros, a compra tem de ser feita com capitais próprios, os processos de licenciamentos e aprovação de projectos são lentos e encarecem a construção e os custos com financiamento que já são elevados (em torno dos 15 por cento) “e tudo isto exige a atenção das empresas do sector e das autoridades”, defende o consultor.
O responsável do estudo “10 factores de competitividade do sector imobiliário angolano” indica também prioridades para a intervenção dos governantes e legisladores.
“A questão do direito de propriedade [o Estado é proprietário dos terrenos] e o registo predial, que são fundamentais para garantir empréstimos e direitos dos investidores” estão entre essas prioridades, sustentou Ricardo Gonçalves.
Mas, é também preciso identificar instrumentos de financiamento à construção, já que “o imobiliário é um sector de capital intensivo e, como o capital alheio é caro, isto cria constrangimentos”, mas também à aquisição, porque a “inexistência de garantias reais limita o acesso ao crédito”.
O estudo, que abrange a totalidade do território angolano, aponta também como um erro a aposta concentrada das empresas do imobiliário em Luanda, identificando oportunidades a curto/médio prazo em Benguela, Lobito, Huambo, Lubango e Soyo