Câmara admite extinção da Gebalis
De acordo com os dados recolhidos pela autarquia, a empresa acumulou até hoje 18,3 milhões de euros de rendas por pagar
Lusa
Prospectiva fiscaliza empreitadas no hospital de Vila Nova e Gaia e Espinho
Grupo IPG coloca no mercado 51 mil m2 de activos logísticos e industriais
Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia
Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€
‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%
‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024
Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”
FEP traz a Portugal economista David D. Friedman
António Fragateiro assume direcção de Real Estate para Portugal do Numa Group
Habitação: Mais de 200 ideias integram nova versão da Carta Municipal
A Câmara de Lisboa admite extinguir a Gebalis, mas qualquer decisão sobre o futuro da empresa que gere os bairros municipais só será tomada daqui a um mês, depois de concluído o estudo financeiro entretanto encomendado.
“Pedi ao presidente da Câmara que retirasse da agenda de hoje o Plano de Actividades da Gebalis, bem como as contas, porque (…) pedi ao presidente da Gebalis que encomendasse um estudo rápido, por uma entidade externa, que analisasse os cenários futuros para a empresa, incluindo o cenário de extinção”, disse à Lusa a vereadora da Habitação, Helena Roseta.
A autarca falava enquanto decorria a reunião de câmara que hoje deveria discutir, entre outras matérias, o Relatório e Contas de 2009 e o Plano de Actividades da Gebalis para este ano.
Helena Roseta informou ainda que o vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro, anunciou na reunião que tinha apresentado uma proposta para extinguir a Gebalis, mostrou-se aberta a discutir todas as hipóteses, “mas com base nos fundamentos económicos e na viabilidade financeira das questões”.
“A hipótese de extinção já se colocou no mandato anterior”, afirmou Helena Roseta, lembrando, contudo, que “a missão da Gebalis é muito importante” e que, no caso da extinção, “alguém tem de garantir a missão desempenhada pela empresa”.
“O anterior executivo extinguiu duas SRU [Sociedade de Reabilitação Urbana] e isso tem de ser pensado por razões de racionalidade. A Gebalis desempenha uma missão dificílima, na linha da frente da emergência social e a câmara também tem de ter isso em consideração”, disse.
“A empresa deixou de se endividar, mas não conseguiu tapar o passivo acumulado durante os anos em que eram acometidas à Gebalis responsabilidades de obras acima da sua capacidade. Com as dívidas de rendas acumuladas a situação agravou-se”, acrescentou.
De acordo com os dados recolhidos pela autarquia, a empresa acumulou até hoje 18,3 milhões de euros de rendas por pagar.
Os números indicam que, no final de Abril, mais de 10 mil famílias deviam rendas à Gebalis, que gere um total de 23 399 fogos.
Os bairros com maior volume de dívidas acumuladas, em termos absolutos, são a Alta de Lisboa (Lumiar), a Boavista (Benfica), Padre Cruz (Carnide) Flamenga e Armador (Marvila) e o bairro do Casal dos Machados (Olivais).
Em 2009 a empresa teve resultados negativos pelo sexto ano consecutivo, desta feita em 2,2 milhões de euros.
Quanto aos encargos assumidos em anos anteriores, a administração da Gebalis recorda no Relatório e Contas de 2009 que o ano passado a empresa suportou um custo superior a 4,5 milhões de euros referente a obras realizadas no passado (recuperação de instalações próprias) e mais de 1,1 milhões relativos a encargos financeiros relativos ao endividamento bancário contraído entre os anos de 2005 e 2007.
“Caso estes dois encargos não tivessem sido suportados, o resultado no ano de 2009 seria consideravelmente positivo”, sublinha a administração da Gebalis, que reconhece que as limitações na situação económica e financeira “podem afectar a prossecução da verdadeira missão da empresa, por penúria de meios ”.