Torres sustentáveis abrigam MSF
Em Janeiro deste ano, a MSF mudou-se de armas e bagagens para a sua nova sede
Pedro Cristino
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Em Janeiro deste ano, a MSF mudou-se de armas e bagagens para a sua nova sede, situada na zona de Telheiras, em Lisboa. Os edifícios Natura Towers são a nova morada da construtora, que ocupa a totalidade da Torre MSF, encontrando-se a Torre Sul em processo de comercialização de escritórios.
Fachada verdejante
“Quando lançámos o concurso de ideias tinha sido nossa condição fundamental que o edifício fosse auto-sustentável, bio-sustentável e primasse pelas energias renováveis”, revelou ao Construir fonte da MSF, mencionando que, dos seis ateliers que participaram no concurso de ideias para a concepção do projecto das Natura Towers, houve um que correspondeu “na íntegra” às necessidades da empresa: o GJP Arquitectos. Uma das características que salta à vista nestas torres reside no facto de existir um conjunto de vegetação consistente que percorre toda a altura da fachada. “É uma opção nossa de humanizar o espaço”, justificou ao Construir fonte da construtora, explicando que se trata de um “sistema que é quase auto-suficiente”, na medida em que “tem um sistema de rega integrado” e necessita de pouca manutenção. Para além da sua função de humanizar o espaço, o conjunto das plantas na fachada serve “de resguardo térmico para dentro do betão”. Por sua vez, a água da chuva é acumulada na cobertura e utilizada para a rega. “Existe sempre uma lâmina de 10 centímetros na cobertura e, por cima dessa lâmina, temos umas lajetas, onde estão assentes plantas, e onde existe um filtro capilar que entra dentro de água, absorve-a, essa água empapa a terra e as plantas são regadas por este meio”, esclarece. Se, na cobertura, a lâmina de água descer até aos três centímetros, o sistema recorre automaticamente ao depósito do edifício, de forma a repor a lâmina nos 10 centímetros. A rega é feita através de um instrumento que serpenteia pela fachada, distribuindo assim a água.
Nada foi deixado ao acaso
A Torre MSF tem, na sua fachada, oito painéis fotovoltaicos, de forma a garantir a iluminação dos núcleos centrais e dos espaços exteriores. Na Torre Sul, o sistema é o mesmo, contudo, os painéis foram instalados na cobertura, onde não existe vegetação. Por baixo da fachada foram instaladas bandas de LED que a iluminam durante a noite, o que lhe dá uma aparência “etérea”. Entre os vidros que separam o espaço interior distam 65 centímetros. “Estes são os registos com que fazemos a purga nocturna e que funcionam durante o dia”, refere a responsável do grupo. Qual é o objectivo deste sistema, no Verão? “Agora estamos com cerca de 35 graus, mas à noite estão 21. Então, abre o registo, os ventiladores na cobertura não puxam o ar à velocidade máxima, fazem só o suficiente para circular o ar e, então, passando o ar a 21 graus aqui, o vidro por dentro arrefece, por condução, passando essa temperatura para dentro do escritório”, menciona a fonte da MSF, explicando que, desta forma, se dá “uma economia muito grande em arrefecimento durante o Verão”. No Inverno, o procedimento é o inverso. “Fechamos o registo, o ar quente da radiação solar que se acumula na fachada, mantém-se no interior, e por condução, passa o calor para dentro”, revela. No exterior, a divisória entre o empreendimento e a ruidosa Avenida Padre Cruz consiste num muro, com painéis acústicos e uma “cascata” que ajuda a reduzir parte dos “75 decibéis” produzidos pelo tráfego na avenida. “O ruído embate nos painéis acústicos e a própria cascata reduz, em 20 decibéis, o ruído”, explica a responsável da construtora. O aquecimento das águas é feito através dos painéis solares térmicos instalados na cobertura.
Luz monitorizada
A iluminação no interior é feita através de LED. Nos escritórios, existe um sistema de monitorização da iluminação que apaga e acende, de forma automática, a luz, conforme a claridade proveniente da iluminação solar. “Durante o dia inteiro, não necessitamos de ter a luz acesa”, refere a fonte do grupo. Este factor deve-se à fachada envidraçada do edifício, que permite que os espaços de trabalho sejam “inundados” por luz natural. O ar no interior do edifício é tratado na cobertura e “vem temperado”. Ao contrário do tradicional ar condicionado, o sistema em vigor nas Natura Towers faz circular o ar “sem ruído, de forma imperceptível, não tem filtros nem esgotos. É só ar que entra”.