Autarcas de Constância e Barquinha pedem solução urgente para travessia sobre o Tejo
A importância desta ponte obriga “a ultrapassar os requisitos formais”, de forma a que a administração central assuma a liderança do processo

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Os autarcas de Constância e Vila Nova da Barquinha reúnem-se esta terça-feira à tarde com o ministro das Obras Públicas, a quem vão pedir uma solução urgente para a ponte sobre o rio Tejo, que a Refer decidiu encerrar.
Máximo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Constância (CDU), disse à agência Lusa que a decisão da Refer de encerrar a ponte a partir da meia noite de hoje, por razões de segurança, o apanhou de surpresa, já que a tutela tem mostrado grande abertura e preocupação em relação a esta travessia.
“Espero que o senhor presidente do conselho de administração da Refer reveja este modo de actuar e vamos ver se conseguimos minimizar os incómodos”, disse.
A Refer anunciou segunda feira que a ponte rodoviária que liga Praia do Ribatejo a Constância Sul (que funciona numa antiga estrutura ferroviária adaptada em 1988) vai ser encerrada a partir das 00:00 de quarta feira devido a falhas de segurança detectadas numa inspecção no início do mês.
O presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Miguel Pombeiro (PS), disse à Lusa que essa inspecção decorreu na sequência de uma deliberação tomada pela autarquia no início de Junho, numa reunião em que foram “elencados todos os antecedentes” desta infraestrutura.
“Lamentando (a decisão da Refer), compreendemos claramente”, tendo em conta as conclusões do relatório da inspecção, disse Miguel Pombeiro, esperando que da reunião de hoje saia uma solução para um problema que se arrasta há décadas.
Ambos os autarcas realçaram a importância regional da travessia em causa, lembrando que ela assegura a ligação entre a A23 e a estrada nacional 118, permitindo, nomeadamente, a ligação entre “os dois pólos militares mais importantes do país” (o Campo Militar de Santa Margarida e o polígono militar de Tancos).
Permite ainda a ligação mais rápida aos dois únicos centros de recolha de resíduos industriais perigosos existentes no país, situados no Ecoparque do Relvão (Chamusca), sendo ainda importante para empresas exportadoras como a celulose do Caima ou a Mitusbishi do Tramagal, realçaram.
Máximo Ferreira referiu ainda a importância para as populações locais, nomeadamente do seu concelho, que tem dois terços do território na margem sul e os equipamentos de serviços às populações na margem norte.
Para Miguel Pombeiro, é essencial que haja “alguma flexibilidade para as questões formais não impedirem a recuperação desta infraestrutura”, referindo-se ao facto de não estar incluída no Plano Rodoviário.
Segundo disse, a importância desta ponte obriga “a ultrapassar os requisitos formais”, de forma a que a administração central assuma a liderança do processo.
A Refer lembra no comunicado que a responsabilidade pela gestão e manutenção da ponte é das autarquias, mas estas sublinham que o protocolo assinado em 1984 já foi denunciado por duas vezes dada a incapacidade de os municípios assumirem obras da envergadura que uma infraestrutura centenária como esta exige.
Depois de uma inspecção da Estradas de Portugal, realizada em 2006, ter atribuído o grau quatro (o último patamar antes da pré-ruína) em termos de conservação, a circulação de pesados com mais de 10 toneladas está proibida na ponte, que funciona num só sentido, alternado com semáforos.