Instituto do Património chumba construção de central fotovoltaica em Coimbra
O estudo prévio do projecto foi aprovado pelo executivo camarário em Fevereiro e prevê a recuperação do muro de suporte da Rua da Alegria para instalação de um sistema com 204 painéis de 198 W
Lusa
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A construção de uma central fotovoltaica para iluminação pública da Alta histórica de Coimbra foi chumbada pelo Instituto do Património, mas a Câmara está a estudar soluções para minimizar o impacto do projecto, disse fonte da autarquia.
O estudo prévio do projecto foi aprovado pelo executivo camarário em Fevereiro e prevê a recuperação do muro de suporte da Rua da Alegria, que integra o Centro Histórico da cidade, para instalação de um sistema com 204 painéis de 198 W, mas, segundo avança o Diário de Coimbra, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) deu parecer desfavorável, justificando que os painéis solares previstos ficariam visíveis.
O responsável pelo Gabinete do Centro Histórico, Sidónio Simões, que aguarda novo parecer do IGESPAR, disse à Lusa que o projecto ascende a meio milhão de euros e prevê que a energia a produzir seja “injectada na rede da EDP, de forma a suportar os custos da iluminação pública na Alta”.
“Se o parecer do IGESPAR continuar a ser negativo, o projecto tem de ser posto de lado, temos esperança que os técnicos percebam que o impacto é praticamente nulo. Se a resposta demorar muito poderá não nos ser possível concluir o projecto a tempo de candidatá-lo ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e escolher as tecnologias de acordo com as regras que vierem a ser impostas”, alertou.
Sidónio Simões sustenta que a visibilidade do muro onde se prevê a instalação da central fotovoltaica é “encoberta pelos prédios” da Av. Emídio Navarro, existindo “apenas dois tipos de clareiras entre os edifícios por onde se poderá ver os painéis, a partir da zona mais alta de Santa Clara”, na margem esquerda do rio.
“Pedimos ensaios a uma empresa (especializada) e pretendemos estabelecer uma parceria com o ITECONS – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção, da Universidade de Coimbra, para darmos maior credibilidade ao projecto, dotando-o das tecnologias mais desenvolvidas”, disse.
No parecer inicial, a que a Lusa teve acesso, o IGESPAR justifica a resposta desfavorável ao projecto, nos moldes em que foi apresentado, afirmando que “embora aparentemente localizados nas traseiras de frente urbana, não deixarão de constituir um elemento de forte perturbação (…), com graves incidências sobre a contemplação do património classificado”.
O troço de muro em causa, na Rua da Alegria, faz parte integrante da bacia visual de vários imóveis classificados existentes no Centro Histórico”, sustenta o IGESPAR.
A colocação de painéis solares visíveis “não é permitida no Centro Histórico”. Para a autarquia, a instalação da central fotovoltaica na Rua da Alegria, seria uma forma de aproveitar um muro de traseiras (de um conjunto de edifícios) para políticas ambientais”.